Distracting escrita por StardustWink


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

YOOOOO, aqui estou eu com mais uma fic de yatori que fiz em um surto repentino de vontade escrever algo sobre os dois. :v Afinal, com todos os momentos fofos de yatori desses últimos episódios de Aragoto e o sofrimento pelo qual passaremos nos episódios que virão, eu achei que era uma boa hora para trazer um fluff, hehe.

Não é nada demais, mas espero que vocês gostem ♥



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Hiyori balançou a ponta da caneta com os dedos, lendo a frase marcada no livro pela terceira vez seguida. Depois de algumas horas estudando a mesma coisa para uma prova no dia seguinte, parecia que as palavras ficavam flutuando pelo seu cérebro, quase a zombando por não conseguirem ser absorvidas.

Ela não deveria ter deixado sua revisão para última hora, sabia disso; mas as coisas estavam acontecendo tanto naqueles últimos meses, com ayakashis atacando e visitas ao mundo dos deuses e Yukine e Yato... que a mesma não havia encontrado concentração para estudar para uma reles prova de física.

E olha onde ela tinha ido parar agora. A garota suspirou, repousando a caneta na escrivaninha e se espreguiçando. Talvez ela devesse dar uma pausa.

Estava tão distraída quando virou a cadeira que quase tombou para o lado ao ver uma figura adormecida em sua cama.

Ah, era verdade. Enquanto ela se matava para fazer fórmulas entrarem em seu cérebro, a maior causa de suas distrações estava apenas a alguns passos de distância.

Levantando-se lentamente, Hiyori andou com passos leves e agachou-se do outro lado do quarto, onde a figura deitada de Yato repousava com a cabeça parcialmente enterrada em seu travesseiro, expressão serena diferente da que normalmente habitava seu rosto.

Certamente, ele era o principal culpado daquilo tudo - não só por ser o que possibilitara todos aqueles acontecimentos de a envolverem, de alguma forma, mas também pelo seu próprio jeito de ser. O deus podia ser tão grudento em suas incessantes tentativas de chamar sua atenção que ficava difícil se concentrar em qualquer outra coisa.

...No entanto, ela vinha percebendo mais recentemente justamente o quão poderoso ele podia ser quando não estava tentando.

Pois quando não estava por perto, Hiyori pegava-se procurando rastros de sua presença; em cada sala ou cômodo que entrasse, seus olhos gravitavam para um rastro de negro, olhos azuis claros ou um lenço branco como o que quase nunca deixava seu pescoço. Sem falar do cheiro inebriante dele que prendia sua atenção no instante em que ela o percebia, um mistura doce e masculina que tinha rapidamente se tornado sua favorita.

Ela sobretudo não conseguia tirar a imagem dele de sua mente, do sorriso que desabrochava pelo canto de sua boca, olhos azuis límpidos brilhando em medo e esperança enquanto sua voz ecoava em seus ouvidos num loop, Hiyori, Hiyori, Hiyori, você quis dizer isso mesmo...

O rosto de Yato pós-declaração era realmente algo que ela não conseguiria tirar de seus pensamentos mesmo que quisesse; não quando a memória parecia quase encrustada à sua alma, nas batidas de seu peito.

E, depois disso tudo, ele ainda tinha a audácia de achar que ela um dia pudesse esquecer.

Hiyori levou uma das mãos para frente, devagar, afastando a franja que teimava cair sobre o rosto dele. A lâmpada de sua escrivaninha era a única acesa no quarto, permitindo que a penumbra da noite escapasse pela janela encoberta e caísse sobre ambos. Naquele contraste de luz-sombra, a pele dele parecia quase cintilar.

Um sorriso involuntário desenhou-se em sua boca. Tão distraída fitando o rosto que respirava calmamente, ela não notou a mão que subia ao seu encontro até que ela estava em sua bochecha.

Olhos azuis se abriram, brilhando levemente travessos, como se soubessem exatamente o que ela vinha pensando nesses últimos minutos. Mesmo que não soubesse, o vermelho que esquentou seu rosto certamente o fez perceber.

- Você não devia estar estudando, Hiyori? - Ele perguntou numa voz implicante, abrindo um sorriso divertido. Mesmo assim, ela sentiu o toque leve de seus dedos enquanto eles acariciavam sua bochecha.

A garota sentiu vontade de puxar a orelha do deus ou algo parecido, mas o fato do mesmo ainda estar deitado em sua cama, cabelo bagunçado e rosto de quem acabara de acordar a fizeram voltar atrás.

- Eu estou dando uma pausa. - Ela respondeu então, não se movendo de sua posição, olhos róseos fitando os azuis dele.

- É mesmo? - O tom de implicação da voz dele deu espaço para uma alegria mal contida, que transpareceu por um momento em seu rosto antes que Yato se recuperasse. - Então... Você resolveu passar o tempo da sua pausa me vendo dormir?

Seu rosto permanecia corado por ter sido pega no ato, mas Hiyori não era uma de desistir. Não quando sabia que o único motivo para ele ter recusado-se a sair do seu quarto mais cedo fora porque não queria sair de perto dela.

Por isso, ela decidiu pôr-se de pé, continuando a observá-lo, e bufou levemente.

- Você não vai me dar espaço para sentar?

Yato piscou abobalhado em sua direção, para depois em um segundo sentar-se na cama, quase derrubando o travesseiro, a colcha e a si mesmo dela enquanto isso. Hiyori escondeu o sorriso atrás de sua mão, sentando-se ao lado dele.

Para alguém que sabia exatamente o que fazer para testar sua paciência, o deus parecia não saber como reagir quando era pego desprevenido. Ela fingiu não notar o olhar de soslaio que ele manteve em sua direção, continuando calada até que ele resolvesse se pronunciar.

-... Tem certeza que não é melhor terminar de estudar? Você tinha dito que a prova era importante. - Ele comentou, voz mais calma contrastando com seu tom animado usual.

Ela só dissera que era importante para ele mais cedo para tentar convencê-lo a deixá-la estudar em paz, mas não deixava de ser verdade. Mesmo assim, a garota ignorou este fato, escolhendo por pousar delicadamente sua cabeça no ombro dele.

Hiyori sentiu o enrijecer de seus ombros mais do que viu, e suspirou levemente. Uma mão estendeu-se por trás de si mesma na cama, não tão próxima para tocá-la, mas ainda sim presente.

Era engraçado como um simples ato a podia deixar tão satisfeita naquele instante. Ambos ainda estavam naquele estágio pós-declaração onde toques eram ao mesmo tempo excitantes e feitos com hesitação, mas Hiyori ainda ficava eternamente grata por momentos calmos como esse em que eles se despiam de seus nervosismos e voltavam à proximidade natural que tinham.

Podia parcialmente ser também pelo fato de Yato ficar estranhamente quieto nessas horas. Ela ainda não tinha respondido à pergunta, não é mesmo.

- Não é como se eu fosse conseguir estudar mais alguma coisa agora.

Aparentemente tendo reunido a determinação, a mão estirada na colcha finalmente deslocou-se para segurá-la pela cintura.

- Ah, Hiyori, você devia ter dito isso antes! - A garota pulou com o tom animado repentino do garoto ao seu lado, virando-se para encontrar os olhos azuis. - Eu podia sempre te ajudar, sabia?

Yato tinha uma expressão um tanto convencida no rosto, e ela estreitou os olhos. Não sabia por que alguém teria disposição de aprender física por querer quando se tinha tempo, mas não quis discorrer sobre isso. A proposta de fazer algo além de sentar ali com ele não parecia muito interessante para início de conversa.

Ela podia admitir, para si mesma, que parte do fato dele consegui-la distrair tanto era por Hiyori se deixar ser cativada tão facilmente por aquele deus. Mas, naquele momento, ela não se importava mais.

- Eu prefiro ficar aqui mais um pouco.

Os olhos dele arregalaram-se por uma fração de segundo, e o olhar terno que se apoderou deles em seguida prendeu a respiração dela em sua garganta. Yato trouxe a mão que não a segurava para cima, acariciando sua bochecha novamente, e sorriu.

-... Se você diz, Hiyori, acho que posso realizar isso.

Quando ele a fitava assim, parecia que só ambos existiam em todo o universo. Não havia tempo, lugar, ou nenhum teste que podia possivelmente atrapalhá-los naquele momento. Só havia Yato, seu cheiro e suas mãos.

Talvez o fato de ele desviar tanto sua atenção fosse mesmo porque Hiyori era mais atenta à Yato do que a todo o resto, em primeiro lugar.

Ela fechou os olhos, engolindo o som de surpresa que ele fez em sua garganta, e decidiu que poderia viver com aquele fato. Que coisa melhor ela poderia estar fazendo além de continuar sendo distraída enquanto beijava o deus irritante e ao mesmo tempo precioso que havia roubado seu coração?

Hiyori sempre continuaria sendo distraída por ele e o buscando com os olhos por todo lugar que fosse porque ela o amava, simples assim.

E, ao dispor essa frase em sua mente enquanto levemente sem fôlego, aquelas palavras não pareceram outra promessa das que ele sempre tinha dúvidas que ela pudesse manter.

Soaram apenas como verdade, pura e imutável.


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Notas finais do capítulo

////joga alusão sobre peles cintilantes na noite de deuses que talvez n sejam da calamidade e sim também DA LUA debaixo da cama//// oq, oi, que teoria de yato tsukuyomi é essa? :v

Mas voltando pro assunto da fic; como eu disse, só um pequeno fluff p/ alegrar o dia. Originalmente, eu iria detalhar mais a parte do beijo, e talvez em diante, mas.... Fluiu assim, e ficou legal assim, então eu achei justo deixar. Talvez eu volte com uma fic com mais pegação no futuro uvu

Até lá, vejo vocês depois!