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Se esgueirando sobre o portão da escola, Sun Hee observava os alunos entrarem e esperava muito que Yoon-Gi não a visse, pois concerteza o garoto iria lhe encher a paciência.

— SUN HEEEE!!! — Tarde demais, ao virar de costas notou Yoon-Gi correndo em sua direção e ele não parecia muito feliz.

— AI MEU DEUS! É O DEMÔNIO! — Berrou e correu para dentro da escola.

Ambos corriam por todo o pátio e todos os observavam, mas não com espanto, muitos riam, já que era algo normal para eles.

— Correndo atrás dela logo de manhã, hyung?! — Brincou um garoto, que ria da cena.

A correria perdurou até o momento em que Yoon-Gi foi segurado pela gola de seu casaco e Sun Hee pelo braço.

— Me solte! — Exclamou o loiro. — Eu vou torturar a Sun Hee!

— Namjoon-hyung! — A garota olhou para o mais velho que segurava Yoon-Gi, totalmente aliviada e sorriu ao vê-lo. — Jimin! Pode me soltar. — Ela olhou para seu primo que a segurava a puxando para perto.

Park Jimin a segurou fortemente entre os braços e olhou para Yoon-Gi com um sorriso vitorioso, além de mostrar a língua. Apesar de ser primo da garota, Jimin a vê como uma irmãzinha mais nova e que deve protege-la a qualquer custo, ainda mais de garotos como Yoon-Gi, pois o mesmo é considerado um rival no basquete, mas não é como se fossem inimigos — Apesar de quase sempre estarem brigando um com o outro —, ambos são bons amigos.

— Não toque na Sun Hee! — Disse Jimin, fazendo um biquinho com a boca. — Ela é minha e não irei deixar que toque nela!

— Cale-se Jimin! Pare de ser tão chato! — A garota que estava quase sufocada pelo suposto abraço, cutucou a cintura do primo o fazendo a largar imediatamente por conta das cócegas que sentiu. — Você é muito grudento, credo... — Resmungou e então virou para Yoon-Gi que estava de cara-feia por ter presenciado toda aquela cena. — E eu tinha ido pra casa! Só fugi porque não tava afim de te aguentar ontem o resto da tarde. — Disse enquanto apontava para ele.

— Tanto faz... Por que não vai andar com o Jimin, por aí? — Yoon-Gi cruzou os braços e Namjoon o soltou.

— Cara, não comece com isso. — Implorou o mais velho, que negava com a cabeça, implorando para que ninguém discutisse. — Vamos pra sala Jimin! — Chamou Namjoon, que fazia uma expressão de suplica.

— Ele é meu primo! Fora que ele é muito grudento! — Esbravejou Sun Hee, que no exato momento em que dizia, Jimin tentou abraça-la novamente, porém, ela pisou no pé do mesmo.

— Hunf, como se isso importasse... Tava abraçada com ele até a pouco. — Era costume, toda vez que Yoon-Gi sentia ciúme, ele ficava emburrado.

— Eu é vou embora daqui, não vou ficar presenciando briga de casal. — Namjoon deu as costas, dando um tchau. — Até depois.

— NÓS NÃO SOMOS UM CASAL! — Gritou Sun Hee, que novamente empurrou Jimin para que não a abraçasse. — Mas que droga! Pare com isso!!

— Só um abraço!! — Implorou o garoto.

— NÃO! — Assim que viu uma oportunidade de correr, Sun Hee segurou na mão de Yoon-Gi e o puxou, fazendo o correr junto com ela. — Vamos logo, Suga!

Yoon-Gi se assustou, não somente por ter sido puxado, mas ouvir aquele apelido novamente. Será que ele ainda conseguiria conquistar o coração de Sun Hee? É uma pergunta que se faz constantemente.

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Jin que observou toda a cena na janela da sala dos professores, tentava inutilmente lembrar-se dos nomes daqueles estudantes, pois, como dava aula para as repesctivas turmas daquele grupinho, pensou que ao menos poderia indentifica-los por seus nomes... Se não fosse pelo fato de ter uma memória curta.

— O que tanto observa, professor Jin? — Uma figura de cabelos negros aproximou-se do rapaz que mais agora parecia observar o pátio vazio.

— Ah, bom-dia professor Hoseok. Estava observando alguns alunos... — Babulciou, agora voltando a se sentar em sua cadeira, ajeitando as papelas sobre sua mesa.

— Essas crianças de hoje! — Riu Hoseok, bebericando de sua caneca um gole do café. — São tão interessantes quanto na nossa época! Isso me lembra o dia em que um de nossos alunos usou o prédio da escola para se confessar! Foi realmente surpreendente...

— E a garota? — Jin perguntou, curioso.

— Oh! Ela? Bom... Foi um choque para ele ao ser rejeitado na frente de toda escola. — Hoseok deixou a caneca sobre sua mesa, pegando o jaleco que estava pendurado em sua cadeira. — Oras, você não lembra? Estávamos almoçando quando aconteceu.

— Não lembro... — Jin ponderou, observando o teto da sala.

— Me surpreenderia se lembrasse. — Riu Hoseok, pegando seu material. — Bom, irá bater o sinal e eu preciso ir, nos vemos no intervalo.

— Até depois.

Ambos trocaram acenos, mas Jin permaneceu sentado encarando o teto. Era como se tivesse de descobrir o que aconteceu não só naquele dia, mas lembrar o nome dos alunos.

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Sun Hee e Yoon-Gi haviam chegado em sala, cançados, porém, salvos.

A garota apoiou-se em seus joelhos, enquanto tentava recuperar o fôlego.

— Aquele idiota... — Resmungou, voltando a ficar com a posição ereta e agora ajeitava seus cabelos em um rabo-de-cavalo.

Yoon-Gi por outro lado, não conseguia esquecer o que ela havia dito há minutos atrás. Fora de ainda estar com a sensação de sua mão segurando a dela.

"— Sabe como isso se chama? Trouxismo." — Lembrou-se do que seu amigo Namjoon havia lhe dito tempos atrás. Ele não conseguia não concordar, mas era impossível abandonar aqueles sentimentos. — "Se for assim, sou trouxa desde a minha infância." — Pensou consigo, respirando fundo.

— Ei, Terra pra Yoon-Gi!! Terra chamando! — Sun Hee estalava os dedos em frente ao rosto do amigo, o despertando de seus devaneios. — Está tão cansado assim?

— Ah, não é... Nada. — Yoon-Gi deu de ombros, sentando-se em seu lugar.

— Ainda chateado?! — Perguntou aflita, colocando-se de frente para Yoon-Gi. — Vamos lá, pare de ser tão birrento.

— Não estou chateado. — Respondeu, virando o rosto para não encara-la.

— Então por quê está me evitando se não está chateado?!

— Porque deu vontade!

— É assim, é?! — Sem dizer mais nenhuma palavra, Sun Hee cruzou os braços e sentou-se em seu lugar, que infelizmente era na frente de Yoon-Gi.

O mesmo suspirou, deitando a cabeça sobre os braços na mesa.

— "Talvez eu devesse desistir?" — Aqueles pensamentos o estavam assombrando novamente.

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O dia havia se passado tão rápido para Jin, que mal teve tempo de se despedir de seus alunos, já que demorou um pouco para racicionar que o sinal havia tocado.

Assim que levantou e guardou suas coisas em seu armário, terminou seu relatório que deveria entregar para a direção da escola e logo se viu caminhando nos corredores vazios.

— Eu já lhe disse, eu não quero que fique me abraçando desse jeito! — Uma voz feminina ecoou em seus ouvidos, o despertando. — Que droga! Jimin, larga do meu pé ou irei contar para a tia!

— Você é irritante, porque não nos deixa logo? — Um garoto loiro resmungou, fazendo uma expressão irritada.

— Não se intrometa, Suga.

— Só a Sun Hee tem o direito de me chamar assim!

Então os dois rapazes logo começaram a se estapear.

Jin aproximou-se como um fantasma, fazendo Sun Hee dar um pulo.

— O que estão fazendo? — Perguntou, observando a cena. Ele parecia sério, mas a verdade, é que queria rir muito daquela briga estúpida.

Jimin e Yoon-Gi se soltaram imediatamente, logo abraçando um o outro.

— Ah, não é nada de-demais... — Respondeu o garoto dos cabelos alaranjados. — Apenas uma brincadeira entre dois amigos... Não é, Suga? — Provou Jimin, que então recebeu uma pisada forte em seu pé, porém teve de conter o gemido de dor.

— Isso mesmo! Veja, apenas dois amigos, eu e esse cabeça de fósforo! — Sorriu o loiro, que por sua vez, sentiu a dor de ser pisado no pé.

Sun Hee apenas negou negativamente a cabeça, suspirando.

— Não é isso, queria saber o porquê de estarem aqui ainda a essa hora. — Jin os encarou confuso, ainda mais pelo modo em como suas expressões estavam esquisitas. — "Será que estão com dor de barriga?" — Sua lerdeza não podia tê-lo feito pensar em outra coisa.

— O dia do nosso clube. — Respondeu Jimin, se afastando rapidamente de Yoon-Gi e "disfarçadamente", passou a mão em seu ombro, afastando a sujeira.

— É... Eu e o cabeça de fósforo participamos do clube de basquete. — Yoon-Gi fez o mesmo e ainda pegou seu perfume da mochila o borrifando em seu pescoço e depois no rosto de Jimin.

E então Jin olhou para Sun Hee, que se assustou com o súbito movimento.

— Eu é... Estou indo para o clube de artes. — A garota comemorou mentalmente, ela havia sido notada.

— Isso aí! Minha querida bonequinha desenha muito bem! — O ruivo contornou seu braço em volta do pescoço da garota, sorrindo largamente. — O desenho no painel principal da escola é da preciosa Sun Hee!! — Exclamou, não demorou muito para que recebesse uma cotovelada em sua costela.

— Hehe... Não é nada demais. — Riu nervosamente, tentando não se constranger. — Bom, agora eu vou indo, tchau garotos e... Tchau professor Jin. — Ela se curvou e se pôs a correr em direção ao seu clube.

— É, nós também vamos indo! — Yoon-Gi que se contorcia para não rir do colega que ainda sofria com a dor da cotovelada, começou arrastar Jimin pelo braço, se despedindo do professor. — Vamos cabeça de fósforo, iremos levar uma bronca do treinador.

— Quem aqui é cabeça de fósforo, perna afeminada?

— O que disse, cabeça de laranja?

E dois se afastaram trocando agreceções amigáveis... No ponto de vista do Jin.

— Bom, acho que é a minha vez de ir. — Murmurou, voltando ao seu objetivo.

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— Obrigado e até o próximo relatório, Senhor Diretor. — Jin acabara de entregar seu relatório e agora saía da sala do seu chefe.

Cantarolando, voltou para a sala dos professores, pegando seus pertences para levar para casa. Despediu-se do professor Hoseok e os de mais.

Ao sair do prédio principal da escola, avistou o painel que Jimin havia falado antes. Caminhou até o mesmo, que conforme aproximava-se, a imagem que fora criada por Sun Hee tomava mais forma.

E como era magnífico... Todos os funcionários, professores e até mesmo o Diretor e o Vice-Diretor estava na pintura. Grande e bastante vivo. As cores do verão misturada com o frescor da primavera. Pela primeira vez em tanto tempo, Jin sentiu-se encalorado.

— Oh... Eu estou nela também. — Aproximou-se da figura que o representava e um pequeno sorriso surgiu em seus lábios.

Foi quando notou uma pequena escrita no bolso de seu jaleco na pintura. Tudo o que conseguia ler era a palavra "Eu", um tanto falhada, mas nada mais, pois o restante parecia ter sido apagado por tinta.

Aquela pintura, ele já havia a presenciado e sentiu-se um tolo por ter esquecido um momento tão maravilhoso como aquele.

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