Second Chances escrita por Mares on Mars


Capítulo 6
Abc


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é o resumo de várias coisas que eu já senti na pele, e vocês vão entender porque hahah. Titia ama vocês.



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“Por favor, todos os agentes da equipe Alfa, compareçam a sala do diretor”, o alto falante da base anunciou, e em dez minutos, toda a equipe convocada estava presente - Bobbi, Hunter, Mack, Skye,Lincoln, FitzSimmons e May. Coulson estava sentado em sua cadeira, com uma expressão séria.

— Bem, todos vocês já sabem que nós resgatamos duas crianças do armazém abandonado ontem a noite, e como nenhum de vocês apresentou nenhuma objeção, elas ficarão até que possamos determinar quem elas são e o que faziam naquele lugar - disse com um tom calmo porém firme - Por isso, eu tenho um único pedido para vocês: pelo tempo que as duas permaneçam na base, Eleanor dever ter aulas básicas do que aprenderia na escola - determinou, com a voz mais serena.

— Eu posso ensinar ela a ler - Skye se ofereceu imediatamente e Coulson assentiu.

— Eu ensino matemática - Fitz disse logo em seguida e Simmons concordou, dizendo que ajudaria.

— Eu não sei se eles tem história na pré escola, mas eu posso ensinar algumas coisas - Lincoln falou timidamente.

— Nós dois podemos ensinar educação física - Hunter disse gesticulando entre ele e Bobbi.

— Ela é pequenininha mas já pode aprender a dar umas surras - Bobbi completou e recebeu um sorrisinho de May.

— Sempre é bom aprender a dar umas surras - a chinesa comentou e Phil orgulhou-se de sua equipe.

— Ótimo, vocês querem montar um horário pra isso ou vão fazer aleatoriamente? - ele perguntou com um sorriso de orelha a orelha.

— Nós podemos fazer uma tabela com horários, para não sobrecarregar a menina - Simmons respondeu e logo correu para a mesa de Coulson, puxando de lá um papel e uma caneta, começando imediatamente a construir um sistema de organização. Cinco minutos depois, estava pronto, e ela começou a distribuir as tarefas: - Segundas e terças de manhã, Skye. Quartas e quintas de manhã, Fitz, eu e a tarde Lincoln. Sextas, Bobbi e Hunter. Parece bom?

— É ótimo - May concordou e o resto do grupo assentiu - Hoje é quinta, e é de manhã. Vocês querem começar? - disse olhando para FitzSimmons.

— Seria ótimo - Fitz concordou e com um sorriso, arrastou Simmons para fora da sala. Logo, o time se dispersou, deixando somente Phil e Melinda na sala.

— Você acha que vai dar certo? - a chinesa perguntou, sentando-se na beirada da mesa, de frente para Phil.

— Eu espero que dê, nossa equipe é forte e eles já passaram por dificuldades maiores do que ensinar coisas básicas para uma criança - ele respondeu, olhando para mesa na tentativa de resistir à vontade de agarrá-la pela cintura.

— Phil, olha pra mim - ela pediu e ele, segurando-se com força na cadeira, olhou-a - Eles são loucos e assassinos, carinhosos as vezes, mas ainda loucos e assassinos - ela comentou em tom de brincadeira e ele sorriu.

— Elas estão em boas mãos - o diretor afirmou e suspirou, olhando-a com carinho - Pelo o menos é o que eu acredito.



E ele estava certo. Em uma semana, a equipe estava empenhada em duas missões: descobrir mais coisas sobre as meninas, e ensinar Eleanor. Logo no primeiro dia, Skye levou Harry Potter e a Pedra Filosofal, e argumentou dizendo que deveria começar ensinando-a a ler um “clássico de sua geração”. Na terça, a menina já tinha conseguido ler sozinha o título do primeiro capítulo, e as primeiras frases da primeira página. E já dizia que odiava os Dursley. “Garota esperta”, Skye dissera e May revirou os olhos quando foi supervisionar a aula. Na quarta de manhã, Fitz começou a explicar progressão numérica para a pequena, e Simmons ensinou-a a somar dois mais dois, três mais três, quatro mais quatro e assim por diante, e já pela hora do almoço, Eleanor sabia que dez mais dez é vinte.

— E oito mais oito é dezesseis - ela disse orgulhosa para toda a equipe, enquanto era servida por Coulson. Melinda a olhava com carinho, enquanto dava mamadeira para Lucy.

Pela tarde, Lincoln abriu um livro de história da América e começou a contar, como quem conta uma historinha de dormir, como os ingleses chegaram na terra dominada pelos índios. Eleanor os achou malvados, e o professor concordou imediatamente. Na quinta de manhã, Simmons revisou tudo que havia ensinado no dia anterior, e soluçou de emoção quando a menininha recitou cada soma que havia aprendido, e a tarde, o mesmo do dia anterior se repetiu.

Sexta feira era de longe, o dia mais aguardado por Eleanor, que pulou da cama assim que ouviu May abrir a porta de seu quarto improvisado.

— Quanta animação - a chinesa comentou, e logo ajudou a menina a vestir uma roupinha que parecia adequada para “educação física com a Tia Bobbi e o marido dela”. Eleanor ainda de recusava a chamar Hunter de Hunter, pois dizia que, em tradução literal seu nome significava caçador, e isso era “muito ridículo”, como ela mesmo brincara. A menina devorou o café da manhã, e quando Bobbi perguntou se ela estava pronta, dera alguns pulinhos na cadeira e as duas saíram da cozinha acompanhadas por Hunter. Como era apenas o primeiro dia, o casal decidiu que não deveriam ensinar a menina a bater, e sim a correr. E foi isso que ela fez: correu de um lado pro outro, mostrando como era ágil, e surpreendeu por sua velocidade mesmo com as perninhas tão pequenas - Isso é fácil - comentou e a mulher mais velha riu.

— Se isso é fácil então venha bater nisso aqui - Hunter disse e ajustou a altura de um saco de pancadas para a pequena. Eleanor, de boa vontade e empolgação, deixou que o homem colocasse luvas de boxe (cor de rosa, que Coulson comprara na véspera especialmente para ela) em suas mãozinhas e começou a desferir socos contra o saco, que mal se movia, e ela jamais reclamava de dor alguma. No fim do dia, ela estava exultante, e contou na mesa de jantar, orgulhosa de si mesmo, que havia aprendido boxe. Ninguém quis dizer a ela que aquilo era só o começo, pois a alegria que ela emanava era demais.




Enquanto Eleanor passara uma semana dos sonhos, absorvendo todos os conhecimentos que os agentes poderiam transmitir, May passara uma semana de emoções torrenciais, pois havia tomado para si o desafio de cuidar de Lucy. Sua primeira batalha fora contra o sling - um pano para segurar bebês que é mais seguro que um canguru -, que levou-a a ver milhares de vídeos no Youtube até entender a lógica do produto, e só após 10 horas de tentativas frustadas e risadas nada motivadoras vindas de Coulson, que ela finalmente conseguiu acertar o pano em volta do corpo e segurou Lucy sem derrubá-la pela milésima vez no colchão.

— Acho que ela vai sobreviver - Phil brincou e sorriu com a expressão de orgulho que May fizera ao caminhar pelo quarto com a bebê segura no sling.

Sua segunda batalha fora o chiqueirinho,que Simmons comprara em sua ida de terças feiras ao mercado. Para a chinesa, era inconcebível deixar uma criança sozinha dentro de uma estrutura denominada “chiqueirinho”. Sua primeira tentativa de acostumar Lucy com o “habitat” fora ridícula de frustrante. Coulson, com toda delicadeza, debruçara-se sobre a grade do chiqueirinho e colocara a bebê sentadinha no fundo acolchoado e saíra logo em seguida, afirmando que ela ficaria bem. Melinda sentara-se no chão do corredor, a quatro metros de distância, observando com atenção as reações da menina, que ficara sentada imóvel por vários minutos, antes de deitar e dormir.

— É só isso? - ela perguntou quando Phil voltou pra inspecionar.

— Ela é um bebê, o que você quer que ela faça? - ele respondeu com um sorrisinho e puxou-a de pé. Foi só os dois saírem andando que Lucy acordou e começou a chorar com força.

— Eu li num livro que você não pode dar colo imediatamente, você tem que deixar ela se acalmar sozinha - Mack comentou aleatoriamente, passando pelos dois diretores. Seguindo essa dica, May voltou para sua posição original, a quatro metros de distância do chiqueirinho, sentada no chão de pernas cruzadas e observou Lucy chorar desesperada. Foi questão de segundos para que se desesperasse junto e corresse para pegar a menina no colo. E o choro não durou mais que isso.

O último e mais cruel dos desafio fora a hora de dormir. Como era de se esperar, Lucy tinha sérios problemas em dormir na hora certa. Tirava cochilos o dia todo e no colo de quem tivesse, porém a noite, causava desespero na agente sênior, que de cansaço, dormia sentada com a menina no colo.

— Acho que treinar centenas de cadetes da SHIELD é mais fácil que fazer essa criança dormir - desabafou, entrando subitamente no quarto de Phil, com enormes bolsas acinzentadas sobre os olhos - Eu acho que vou quebrar a babá eletrônica - comentou, jogando-se na cama de molas.

— Sorte que o quarto em que colocamos o berço é um dos acústicos, se não toda a base estaria a ponto de nos matar - ele respondeu com uma risadinha e abaixou-se para deixar um beijo no cabelo da chinesa - Dorme aí, eu cuido dela hoje - disse com carinho, e saiu do quarto, deixando Melinda extremamente satisfeita com a idéia do pouco descanso que poderia ter. “Só por algumas horas”, disse a si mesma. “Só por algumas horas”, repetiu, antes de mergulhar em sono profundo, sonhando com vôos de supersônico e facas suíças de precisão.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam dessa Eleanor toda fofa? E dessa May toda mãe?



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