Tentei tirar Gil da cabeça, mas não conseguia. Mais um dia sem noticias dele começaria a ligar para a polícia e hospitais para saber se estava bem. Por que ainda me preocupava? Ah, por que ainda o amava loucamente.

Já era tarde quando consegui fazer com que Julia pegasse no sono. Lembrei-me da tarde com Lorenzo, fui ao quarto dele novamente, e olhei. Eu tinha certeza que logo estaria ocupado pelo meu ruivo dos olhos azuis novamente.

Vestia minha camisola quando ouvi a campainha tocar. Um arrepio rondou meu corpo naquele momento. Quem será que era? Por que o porteiro não avisou que alguém subia?

De qualquer forma, fui até a porta e olhei pelo olho mágico. Era Gil.

Abri a porta e fitei-o do lado de fora do apartamento.

— Por que sumiu? Julia perguntou por você por vários dias.

— Tive de resolver uns problemas. – Disse seco. – Como ela está? Posso entrar. – Isso não pareceu uma pergunta.

Dei passagem e ele entrou com passos firmes, sentou-se então no sofá e eu tranquei a porta.

— Está bem, dormindo agora. Foi difícil para ela perder o irmão e o pai sumir em seguida.

— Fiquei sabendo de Lorenzo, que entrou com o recurso. – Ele disse mudando de assunto sorrateiramente. – Quando é a audiência?

— Em alguns dias.

— Eu irei junto com você. – Falou firme.

— Não. – Neguei com a cabeça também.

— Vou sim, mostrar que Lorenzo tem uma família completa e bem estruturada ajudará o juiz a recorrer à decisão e nos das a guarda. O lugar dele é com a gente. – Ele disse firme.

— Não é isso que sua mãe pensa. – Cruzei os braços falando cinicamente.

— Foda-se o que ela pensa. – O que havia acontecido com ele? De uma hora para outra havia virado um homem? Ou aquilo era apenas um papel que ele estava encarnando para poder me ter de volta? Se era, estava funcionando muito bem.

— Enfim, eu estou com sono agora Gil. Estou cansada, precisando descansar. – Disse me aproximando da porta, deixando bem claro que queria que ele se retirasse.

Quando coloquei minha mão na chave para destrancar a porta ele veio até mim e segurou minha mão.

— Acontece é que vou dormir aqui essa noite. – Murmurou decidido no meu ouvido.

— Como? – O olhei nos olhos.

— Essa e todas as outras, Sara. – Então ele segurou minhas duas mãos e prendeu para trás das costas me imobilizando. – E em todas elas, você será minha. – Mordeu então meu pescoço por cima de meus cabelos me deixando completamente úmida.