– Eu sei que não estou. – Disse convicta. – Contratei detetives e sei que o meu menino está com você. – A tristeza nos olhos dela parecia tão real que por um momento me comovi, mas não o suficiente para entregar o meu filho, por que era meu. – E eu queria tanto... – Ela não pode continuar, as lágrimas começaram a escorrer.

– Desculpe-me, mesmo que Lorenzo seja seu filho. Ele não é uma bagagem da qual você se livra e depois quer se recuperar, ele é uma criança, que tem sentimentos e nós o amamos...

– E ele tem o direito de conviver com a mãe.

– Eu sou a mãe dele. – Gritei por fim, mas tentei controlar meu tom de voz para que Lorenzo não ouvisse.

Para meu completo azar, Lorenzo ouviu os gritos e foi até a sala ver o que estava ocorrendo. Ele fitou-me e depois fitou Rafaela.

– Mamãe, está tudo bem?

– Está sim meu filho, volte para o quarto.

Rafaela não teve duvidas, sabia que esse era o filho que havia deixado. Correu e o abraçou, chorando e soluçando.

– Oh meu Deus, é você...

Antes que ela pudesse continuar, eu arranquei Lorenzo dos braços dela. Ele fitou-me me mostrando que não entendia nada no que estava acontecendo.

– Lorenzo, vá para o seu quarto agora. – Frisei a palavra agora, e ele obedeceu prontamente. – E você, fora da minha casa.

Empurrei-a até onde pude, mesmo ela lutando contra e gritando comigo várias vezes, não dei importância, juntei todas as forças que tinha e coloquei para fora do apartamento. Quando finalmente estávamos do lado de fora, Gil chegou e fitou aquele escanda-lo.

– Sar, o que está acontecendo?

– Gil... – Gritei. – Tira ela daqui, tira ela daqui agora, por favor!

Já não continha minhas lágrimas e meu desespero. Gil mesmo sem entender o que acontecia, e com ajuda dos seguranças que estavam de prontidão conseguiram tirar Rafaela de dentro do prédio. E quando voltou, ele me encontrou sentada, encolhida no sofá chorando como uma criança.

– Sar, o que aconteceu? – Disse ele acariciando meus cabelos. O abracei com vontade, precisava de seu conforto. – Ela só gritava dizendo que queria o filho dela, que não iria desistir do filho dela. Ela é louca.

– Ela é a mãe biológica de Lorenzo. – Disse sussurrando em seu ouvido. Senti que ele ficou rígido ao ouvir. Eu ainda chorava como uma criança e ele afagava meus cabelos, mas senti ele tão preocupado quanto eu. – O que vamos fazer Gil? E se ela nos tirar nosso menino?

– Nunca meu amor. Nunca. – Ele sussurrou do mesmo modo para mim e beijou meu rosto algumas vezes.