— Eh? Eu? Lys-chan, você está estranha. – Laito disse apoiando a cabeça em seu braço.

— O-o que? Por que acha isso?

— Lys-chan, Lys-chan, você está mexendo comigo desde quando acordou de manhã.

— Eu não estou fazendo nada, - Disse se levantando de sua mesa – a culpa não é minha se você está apaixonado por mim! – Saiu da sala na mesma velocidade em que suas bochechas ficavam vermelhas e molhadas de lágrimas.

Por que ele? Por que com ele? Muitas perguntas voavam em sua mente, mas para ela era melhor ignorar todas. Seguiu um caminho até o teto e se sentou no chão, queria apenas um pouco de paz, algo que não tinha desde quando chegara àquela mansão.

— Eu nunca deveria ter dito que queria ir para uma escola de verdade... Eu tinha uma vida maravilhosa, mas não percebi a tempo... – Ela dava a si mesma sermões e xingamentos, logo ouviu a risada de um ruivo que conhecia muito bem.

— Lys-chan, você não sabe o quão impressionante você foi Nfufu~ - Ele se referia as ações da garota.

— E não quero saber, vá embora! – Sua voz estava chorosa, era fácil ver através da menina que estava sentada no chão, segurando os próprios joelhos e escondendo os olhos de tudo.

— Gahh – Laito soltou um longo suspiro ao mesmo tempo de um gemido de insatisfação antes de falar – Ter uma namorada é mais difícil do que eu pensei... – E se sentou ao lado da menina, que ignorou suas palavras.

Demorou até que algum deles falasse ou fizesse alguma coisa. Lysandra decidiu não ignora-lo mais, então ela levantou sua cabeça e deitou suas pernas no chão. O garoto também não ficou parado, puxou a garota para si, e usou a manga de sua blusa para enxugar as lágrimas da menina.

— Por que eu não consigo te ignorar? Por que eu não consigo simplesmente te tirar da minha vida? Te esquecer? – Ela perguntava ao garoto não esperando uma resposta.

Laito não procurou resposta para a pergunta, apenas se levantou segurando as mãos da albina, ajudando-a a se levantar também. Ela ainda não havia aberto os olhos, apenas deu um passo na direção dele, se encolhendo em seu peito, o garoto em resposta, colocou os braços ao redor dela, era assim que ele queria que fosse, queria que ela dependesse dele, que ela se entregasse a ele, que ela fosse dele.

— Eu prometo que quando você abrir os olhos, tudo vai estar melhor. – Laito confortou ela e se afastou um pouco, a garota, querendo que o abraço voltasse, quase abriu seus olhos, mas foi interrompida pelo rapaz, selando os lábios de ambos.

Sim, ele estava a beijando de novo, mas era um beijo diferente, não tinha desejos pervertidos no beijo, ele não queria deixa-la excitada, ele apenas pressionava seus lábios contra os dela. Lysandra ficava vermelha sempre que sentia a respiração gélida do ruivo (Autora: Ruivo? Eu não acho o Laito ruivo, pra mim, ele tem cabelo castanho indo pro ruivo, que nem o meu :3, no anime ele é ruivo e no jogo tem cabelo castanho, desculpa interromper o momento fofo ;3;) contra sua face.

Demorou até que os dois se separassem. Quando Lysandra abriu os olhos, se viu em um lugar totalmente diferente, estavam em uma igreja, ela estava na frente, de mãos dadas com Laito, que agora se apresentava com um terno e com o cabelo amarrado por uma liga, sem o chapéu, Reiji estava um pouco atrás dos dois, falando algumas coisas que ela não entendeu, assim como o resto daquela visão. Pessoas sentadas em longos bancos de madeira, bem vestidas, os irmãos Sakamakis, as amigas da escola, todos estavam ali, a garota de cabelos grisalhos interrompeu seus pensamento quando ouviu Laito pronunciar uma palavra que a fez entender o que se passava, ou quase.

— Aceito. – Essa palavra acordou Lysandra de seus devaneios, essa simples palavra dia por um ruivo,

— E você, Lysandra Sakamaki, aceita Laito Sakamaki como seu legítimo esposo? – Reiji disse com o mesmo olhar sério e frio de sempre.

— O-o que? Esposo? Não, nunca! – Soltou as mãos que estavam coladas nas suas, em um abraço apertado, e correu dali, foi até a porta da igreja, por vezes tropeçando no longo vestido branco em seu corpo.

— Lysandra, você está bem? – Laito de repente apareceu na frente da albina, segurando a mesma pouco antes da porta.

— L-Laito, o que está acontecendo?! Estávamos na escola a poucos.. E-e agora... E agora... – A garota estava ofegante e mais pálida que o normal, olhando pros lados como se alucinasse algo, os olhos estavam arregalados, as mãos estavam indo do cabelo até o rosto, desfazendo o penteado perfeito e deixando marcas vermelhas pelas bochechas. Ela se sentia louca.

— Acalme-se meu amor, tudo ficará bem quando abrir os olhos... – Laito parecia outra pessoa, alguém mais maduro, mais responsável, menos pervertido... Mas os olhos refletem a alma, e não a aparência. Em seus olhos estava estampada uma alegria enorme vendo o desespero de sua “esposa”, desejos, luxúria, sadismo, tudo corria pela sua cabeça em uma enorme explosão de emoções e pecados.

“Ela está bem?”

“Não sei...”

“Deve ser pânico.”

“Ela deve estar ansiosa, só isso.”

Lysandra ouvia mais do que podia entender, então, tomada por desespero, caiu de joelhos no chão, deixando as lágrimas molharem seu rosto, e logo ouviu a voz mais horrível de seu mundo.

— Lys-chan, vai ficar tudo bem... – Disse e se abaixou até a altura de sua amada,.

— NÃO ESTÁ TUDO BEM! – Seus olhos refletiam um vermelho magnífico, lembravam uma rosa, cheio de dor e magnitude. Um som desagradável ecoou por sua cabeça enquanto sentia sua mão arder após um encontro com o rosto do ruivo, que também estava com a metade da face avermelhada.

Limpou os olhos e se levantou, se encontrava na escola novamente, uma ilusão havia sido quebrada, mas um problema tinha sido criado.

O ruivo se levantou e agarrou o pescoço de Lysandra com brutalidade, cortando todas as suas chances de respirar. Os olhos dela brilharam um tom escarlate nunca visto antes, vendo-se encurralada, usou uma força sobre-humana que não fazia ideia que tinha para afastar o Laito, que se impressionou ao cair no chão e ver a boca da menina entreaberta, mostrando duas presas grandes e afiadas.

— Você me transformou nisso... Em um monstro... Em algo do seu tipo. – Lysandra não era a mesma, o cabelo estava bagunçando, um olhar cheio de ódio e um sorriso sádico no rosto.

— ... Quem é você? – Uma pergunta escapou dentre os lábios do ruivo.

— Eu? – A albina se abaixou até a altura do ruivo e olhou fundo nos olhos verdes.

— Eu sou sua amada irmãzinha, não se lembra? Aquela que você deixou morrer?