Avatar: A lenda de Tara - Livro 1 Terra escrita por Glenda Leão


Capítulo 10
Que ninguém saiba do meu sofrimento


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo é narrado pelo Dao li.



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Dao li

Já se faz quase três meses que ela se foi, fugiu sem ao menos se despedir. Ela me abandonou da maneira mais cruel possível. Saio da esteira, completamente suado e tomo alguns goles d’agua. Desde o dia que ela foi embora que eu tenho treinado dia e noite para ficar mais forte. Me alistei para o exercito das nações unidas. Vou defender o mundo, acabar com os malditos radicais, mostrar que ninguém precisa dela. Que eu não preciso.

— Ouvi dizer que você não sai mais desse lugar. – Sadako está parada na porta. A senhora do fogo Honora veio pra cá para tratar de negócios com o presidente Ryuu e pelo visto Sadako resolveu vir junto. Ela caminha até mais perto de mim.

— Ouviu bem, bom dia pra você. – digo e dou as costas a ela. Vou malhar os braços agora. Disponho quatro pesos de cada lado de uma barra de metal, deito embaixo e começo a erguê-la.

— Tem noticias da Tara? – ela me pergunta. No momento que a vi entrando por aquela porta soube que ela tocaria nesse assunto.

— Nem eu e nem ninguém. O lótus branco ainda continua procurando ela por ai. E pela ultima vez eu te imploro pra parar de falar sobre essa garota comigo. – Falo sem olhar pra ela.

— Olha Dao, eu não faço ideia de como nem por que ela fugiu daquele jeito, mas sem duvidas que foi por uma boa causa, nós a conhecemos desde pequenos e tanto eu quanto você sabemos que ela é uma das melhores pessoas do mundo. – Sadako a defende.

— Boa causa. Má causa. Não importa. Ela foi embora e morreu pra mim. – Ponho a barra de volta no lugar e me sento. Não consigo me concentrar nos exercícios e pelo visto Sadako ainda tem mais o que falar.

— Se ela morreu pra você qual o motivo de fazer tudo isso? Treinar feito um condenado, se isolar de todos, entrar para o exercito. Onde já se viu? Você que nunca foi com a cara dos militares.

— Não tem nada a ver isso. – nós dois sabemos que eu estou mentindo.

— Isso tudo, todo esse esforço é um jeito de tentar magoa-la?

— Não seja estupida Sadako. Não se pode magoar uma rocha. – me levanto e a empurro até a porta. – Agora dê o fora daqui, me deixe em paz.

— Você não devia me tratar assim seu imbecil. Você sabe quem eu sou.

— Tem razão, sei muito bem quem você é. A princesa coroada da nação do fogo. Então vou ficar aqui treinando enquanto espero você pedir a sua mãe para me extraditar e me executar em praça publica. Mas enquanto isso não acontece... – eu bato a porta da academia na cara dela. Ouço seu ataque de ira enquanto ela sai indo embora pelo corredor.

Encosto-me a parede e desabo num choro silencioso. Tara para mim agora não era mais que uma covarde estupida, não mais significativa que qualquer pedrinha. Ou assim tento me fazer acreditar. A garota com quem eu cresci. A garota que eu amava. Está morta pra mim agora. É a vez de o meu pai entrar na sala. Limpo o rosto para que ele não saiba que chorei.

— Ah, você ainda está vivo. Que alivio. Quando vi a princesa Sadako sair por ai irritada te chamando por nomes que jamais escutei pensei que... Ei! Você esta bem filho?

— Estou. – respondo secamente olhando para o outro lado.

— Dao, sou eu, seu pai. – ele senta-se ao meu lado. – O que você e Sadako estavam conversando?

— Não quero saber daquela porca-vaca traidora.

— Dao li Moya olhe essa boca suja, você não pode ofender uma princesa assim! Sadako pode ser muitas coisas. – ele diz. – mas sei que ela não é nenhuma porca-vaca. E por que você diz que ela te traiu?

— Ela pensa que sou um idiota, tentando fazer com que eu entenda e perdoe Tara por ela ter fugido.

— Isso é um bom sinal, ela só quer seus dois amigos de volta. Ela também está magoada com a fuga de Tara assim como todos nós, mas ela não está fazendo de tudo para odiá-la ou magoa-la. Tente entende-la filho.

— Não tente defende-la, pai. – eu digo mais magoado que irritado. –Ela foi longe demais, quis vir aqui apenas para mexer na ferida. Como ela ousa tentar defender Tara?

— Pense na amizade que vocês três construíram todos esses anos. – ele suspira e continua: – Meu filho o que você decidir está decidido, apenas pense bem. Estarei ao seu lado seja lá que caminho escolha.

Ele se levanta e vai embora. Mesmo quando consigo me acalmar Tara me vem à cabeça, seu rosto, seu cabelo, seus pés descalços. Quando penso nela tento me obrigar a odiá-la, mas é impossível. E eu começo a odiar a mim mesmo, tento me convencer que ela não merece ser a melhor coisa da minha vida e de nada adianta. Eu a amo, com todas as minhas forças.

...

         Já é tarde, evitei o jantar e subi no telhado do palácio para contemplar o céu. Eu amava, quando era mais jovem, observar as estrelas iluminando as noites escuras no quintal da minha antiga casa junto com ela. Tara e eu sempre fomos vizinhos, nossos pais cresceram juntos e jamais se separaram. Mesmo quando Ryuu se tornou presidente ele nos trouxe junto nomeando meu pai como seu primeiro general, meu pai sempre fez por merecer o cargo, embora às vezes tivesse que bancar a babá cuidando de Tara e de mim. Concentrei minha visão em pequenos insetos piscando bem acima da minha cabeça.

      Eles voaram para longe. O céu está parcialmente encoberto por algumas nuvens radiantes, brilhando uma pequena luz radiante azul. Uma única estrela brilha cintilante e é como se acalmasse meu espirito. Ouço alguém subindo no telhado, vejo quem é e suspiro.

        — Não disse para me deixar em paz?

       — Não existe um homem na face da terra que possa me dizer o que fazer. — Sadako diz e eu lhe dou as costas. — Desculpe por ter, sabe... Mexido na ferida. E também não quero que pense que sou uma princesa esnobe que não aguenta ser contrariada.

        — Pensar isso de você? Como eu poderia?

        — Certo.  Certo. Você sabe que nunca foi bom com sarcasmo.

     —Escute, eu também te peço desculpas por ter sido tão rude com você. Mas por favor, eu não quero mesmo conversar agora.

     — Mas quem disse que eu vim aqui pra conversar? — Ela se senta na minha frente, entre minhas pernas, de costas pra mim, recosta a cabeça em meu peito. Sinto meu rosto queimar.

   — Hmm... Você cheira bem. — digo com medo de estar entendendo errado esse seu gesto.

        — Vá em frente. Faça minha noite valer a pena.

    Viro-a de frente pra mim, acaricio seu pescoço com delicadeza, primeiro com os dedos e depois com os lábios. Encosto meus lábios nos seus finalmente e sinto seu calor.

 


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Notas finais do capítulo

Achei fraquinho o capitulo mas já foi.
Serio, desculpem. Não sei escrever do ponto de vista masculino.



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