Waking Up - Aprendendo a Viver escrita por Soll, GrasiT


Capítulo 16
Capítulo 10 - LAÇOS.


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ;P



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Narração: Bella Swan.

 

Na segunda-feira Esme e Carlisle chegaram cedo da manhã e não gostaram nadinha que eu estava ainda no quarto de Edward. Eu iria aproveitar ao máximo com toda certeza, mas a festa para nós tinha acabado… ou não.

 

Chegamos à escola e o assunto era a festa de Alice. Muitas fofocas e sussurros pelos cantos. Podia ouvir pessoas falando de mim e Rosalie principalmente. Definitivamente aquele povo gostava falar mal da vida alheia.

 

“Edward, chego a ficar com vergonha de mim mesma quando escuto essas meninas falarem!”

 

“Bella sossega! Você não fez nada de mal! Como Rose disse você só seduziu teu homem!” Allie declarou enquanto almoçávamos.

 

“É Monstrenga, esquece… Eu fiquei louco mesmo. Elas tem inveja”

 

“Vocês falam porque não foram vocês que dançaram agarrados em um cano!”

 

“Uhuhuhu, eu danço em um cano toda noite Bella!”

 

“ALICE!” Eu, Edward e Jasper gritamos com o comentário de minha amiga. Se alguém ouvisse ai sim as mulheres da família Cullen ficariam com fama de devassas pela cidade.

 

Na aula de biologia Amber sentava sozinha, e eu e Edward discutíamos como nos aproximar da menina sem que ela mordesse.

 

“Eu não sei mais Ediota! Ela me olha, mas não me diz nem oi! Eu já deixei bilhetes, já tentei puxar assunto, mas nada resolve… E ela é tão inteligente que nunca pede ajuda para nada!”

 

“Ela é muda?”

 

“Você sabe que não…”

 

“Então, alguma hora ela vai ter que falar! Não pode que ela nuca fale com ninguém! Insiste… e se a gente roubasse um dos livros dela? Sei lá… ai ela vai se obrigar a falar com você!”

 

“Ok Ediota espertalhão… e como vamos fazer isso?”

 

“Olha ali… ela não usa mochila, vai ser fácil.”

 

“Eu não sou ladra… você que faça isso!”

 

“Não é ladra, mas é minha cúmplice!”

 

“Como se eu pudesse dizer o contrário… Só me diga o que eu tenho que fazer.”

 

Eu caminhei com passos apressados pelo corredor segurando aquela pilha de livros na mão. Não sei como Amber conseguia aquilo era pesado e nada prático. Tentava alcançar a garota no corredor. Edward seguia meus passos, porém não na mesma velocidade. Forcei meus pés a ir mais rápido, me virei e mandei um positivo para o Ediota.

 

“BELLA ESPERA!” Ele gritou, e eu me choquei contra a menina, nos levando ao chão. “OH amor! Eu bem que tentei te avisar… seus cadarços estavam desamarrados… Oi Amber deixa eu te ajudar…” Ele foi pegar os livros da menina que se espalharam no chão eu a distraí a oferecendo ajuda para se levantar.

 

“Desculpa Amber, desculpa mesmo… mas esse Ediota ai às vezes me irrita!”

 

“Tá, tudo bem, já estou acostumada mesmo… tipo ser um fantasma que ninguém vê.” Falou enquanto a puxava para cima.

 

“Ah! Não, mas eu te vi…”

 

“ENTÃO PORQUE NÃO PAROU?” Ela perguntou indignada.

 

“Eu não tenho uma boa coordenação. Na verdade é impossível pra eu correr sem cair ou parar do nada… sabe, minha mente é lenta algumas vezes…”

 

“Você lenta e desastrada? Conta outra…”

 

“Conto… azarada também…” Olhei pra Edward que já tinha acabo a sua missão. “Ediota, conta pra ela o que aconteceu com o meu quarto assim que cheguei em Forks!”

 

“Sabe, não sei como que a Bella cons…” Eu juntei os meus livros. Eu tinha uma fita adesiva vermelha identificando eles… tínhamos feito isso na aula anterior, com a maior descrição possível.

 

“Pera aí, você não é de Forks?” Ela interrompeu Edward.

 

“Não. Morava em New Orleans” O professor apontou na porta da sala “Ah temos que ir… Edward me espera no estacionamento na saída…” Entrei e Edward entregou os livros para ela que nem contou me olhava intrigada. Ela ia ceder. Eu não gostava de ver ela sozinha, ela já estava sendo alvo de brincadeiras e humilhações. Jane, Jane, Jane, sempre Jane.

 

“Ah! Cadê meu livro?” A ouvi resmungar baixinho. “Isabella, algum livro meu está com você?” Mexi nos meus materiais.

 

“Não…”

 

“Ah eu tinha certeza que estava comigo!” Ela tinha ficado aborrecida.

 

“Hey, se não se importar a gente divide o meu e depois você passa a matéria pro seu…”

 

“Ahm… quem sabe…” Ela hesitou. Por Deus! Ela só podia achar que eu era doente para ter tanto medo de mim.

 

“ATENÇÃO, ABRAM NA PÁGINA 133, HOJE A AULA SERÁ SOBRE OSCAR WILDE…” O professor anunciou, eu balancei o meu livro para ela e milagrosamente ela sorriu. Abri na página solicitada e nos concentramos. Ele nos deu um texto para interpretarmos e foi extremamente fácil, a garota era brilhante. Ela se soltou um pouco comigo. Quando acabamos de fazer o relatório nos sobrou tempo.

 

“Amber… eu sei que você se sente insegura, mas eu não quero fazer como as pessoas fazem contigo. Eu não sou assim” Ela colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha e me olhou firme.

 

“Isabella…”

 

“Bella”

 

“Ok. Bella, eu não consigo imaginar uma pessoa que não tiraria um sarro com a minha cara! E você não parece o tipo de garota boazinha que respeita os outros!”

 

“Você está me julgando de novo, mas tudo bem… quer saber por que me visto assim?” Ela fez um gesto com a cabeça que entendi como um tanto faz. “Eu moro com os Cullen, eles são uma segunda família pra mim, Esme, a mãe de Edward tem um jardim de inverno no último andar da casa… ficava bem em cima de minha cabeça. Na minha primeira noite a tubulação de irrigação estourou. A água infiltrou, minhas roupas foram parar no lixo. E como eu amava aquelas roupas! Mas gosto dessas também, sabe porque?” Nem esperei ele responder. “Não ME importa a roupa que eu visto isso não vai mudar quem eu sou.”

 

“Por que você me convidou para a festa da sua irmã?” Ela me perguntou mudando completamente de assunto.

 

“Que irmã?”

 

“Sabe, a baixinha de cabelos espetados!”

 

“Ah Alice não é minha irmã, ela é irmã de Jasper e Edward…”

 

“SANTO DEUS! VOCÊS SÃO LOUCOS!” Ela quase gritou arregalando aqueles olhos azuis. “Como eles namoram se são irmãos?”

 

“Opa, me expressei mal… eles são todos adotados. Não tem laços sanguíneos…”

 

“Ah… tá, mas porque então?”

 

“Porque eu queria que você fosse, e Alice também… Não sei se você percebeu, mas a gente se importa com você!”

 

“Comigo? Por que se importar comigo? Você deve se importar com coisas mais relevantes…”

 

“Mas você não é uma coisa irrelevante, pelo contrário, é alguém que pode fazer muita diferença… E além do mais, todo mundo precisa de amigos novos!”

 

“E por que não faz amizade com as outras meninas da escola?” Nós cochichávamos bem baixinho.

 

“Impossível.” Respondi sincera, ela parecia debochada.

           

“E por qual motivo seria impossível?”

 

“Por que eu tenho o que todas aqui gostariam de ter…” Ela me olhou curiosa. “Edward Cullen. E não me pergunte como consegui isso, ainda não achei a resposta!”

 

“Ah… eu não gostaria de ter ele…” ACHO BOM MESMO! Pensei, mas achei super engraçado o jeito que Amber falou, parecia que tinha algo escondido em suas palavras. Sorri para ela.

 

NOTA MENTAL: Descobrir quem ela gostaria de ter.

                                   

O professor chegou à nossa mesa e nos obrigou a ficarmos quietas. Faltava pouco tempo para a aula acabar e os minutos passaram rápido. Tinha feito algum progresso com ela, estava louca para contar para o Ediota. Alice ia começar a fazer planos para o guarda roupa da garota, tinha a mais absoluta certeza quanto a isso. Era triste ver Amber comendo sozinha todos os dias, sem nem uma alma viva por perto para lhe falar algo diferente de deboches. Ela não era como eu, que me isolava por opção, ela era isolada.

 

“Tchau Bella.”

 

“Tchau Amber… hey aquele ali não é seu livro?” Eu apontei para o livro da menina que Edward tinha deixado ao lado de um dos armários como combinado. Ela foi até lá e abriu a capa.

 

“Ah é sim! Obrigada, seu namorado…”

 

“Edward.”

 

“Isso Edward não deve ter visto esse… obrigada mais uma vez” Ela falou tímida encolhendo os ombros e saiu dali.

 

 

Narração: Amber Moore.

 

Eu caminhava até minha casa pensando em minha atual situação.Forks não era uma cidade fácil, bem como minha mãe tinha me dito.

 

Às vezes uma cidade pequena pode ser muito mais cruel do que um lugar grande como New Jersey. Foram exatamente essas palavras que ela usou.

 

Em suas últimas horas comigo me lembrou de quem eu sou e de toda a minha luta para estar viva. As pessoas não dão valor à vida, ela é tão bonita e clara. Preferem desperdiçar seu tempo com coisas fúteis.

 

Nesse primeiro mês em Forks, quase abandonei tudo, mal tinha chego e já tinha sido humilhada. Jane. Garotinha mais irritante, estava na cara dela que ela tinha algum problema e sério. Ninguém nem sequer tentava falar comigo. Mas tudo bem, isso não era nada novo pra mim. Só uma pessoa tentava insistentemente me convencer de que não queria brincar comigo: Isabella Swan. Mas como eu iria acreditar se logo no meu primeiro dia na escola ela quase saiu no tapa com a tal da Jane pelo tal namorado? Que coisa mais ridícula! Nunca nessa vida gostaria de me apaixonar, isso era para quem é forte e que não sofreu nada na vida.

 

Eu realmente não queria isso pra mim, porém sempre há um “mas” no meio do nosso caminho.

 

Isabella era insistente, e comecei a analisar ela, e todos que andavam com ela. Ela tinha aquele namorado dos cabelos de um tom diferente. Era bonito, mas não me agradava aos olhos. Tinha a baixinha de cabelos espetados. Elas até que eram parecidas, pensei que fossem irmãs. E tinha o menino loiro com cabelo cor de mel, esse me assustava tinha uma cara de lesado maconheiro. Só eram eles quatro, nunca falavam com ninguém. Eu via Jane provocando a menina assim como me provocava, o namorado de Isabella, que eu não me recordava o nome até essa manhã, sempre tentava lhe acalmar.

Ela na parecia ser legal. Mas não sabia quanto tempo ficaria aqui, não queria criar laços. Ela me passava confiança, apesar de parecer uma felina às vezes. Bella, como me pedira para chamá-la, tinha um olhar distante boa parte do tempo, tinha a impressão que sua mente a levava longe dali. Eu queria ter alguém para conversar, não gostava de ser sozinha. Afinal, quem gosta?

 

            Antes da aula de literatura a louca esbarrou em mim e me levou ao chão, como se já não me bastasse ser esse tipo estranho que sou ficar caindo a todo instante era algo desnecessário para mim. Mas eles me ajudaram, ela e o namorado que, agora eu sei, se chama Edward. Ela era muito mais desastrada e azarada do que eu pelo que entendia. Ela me contou do primeiro dia aqui, e eu realmente senti por ela. Mas tinha algo nela que me fazia sentir certa curiosidade sobre seu passado. Resolvi, durante a aula que ela era sincera. Talvez fosse uma boa amiga.

 

            Cheguei a minha casa em dez minutos. Era tão triste aquela vida. Minha gata Teressa veio se roçar em minhas pernas.

 

            “Oi meu bebê, como você está?” Peguei aquela bolinha de pelo no colo e fechei a porta atrás de mim. “Alguém em casa? Não? Como se fosse novidade não é Teressa? Vamos pegar um leitinho pra você? Vamos? Eu só posso estar ficando louca Teressa! Ultimamente você é a única criatura com quem eu falo. Tenho saudade de mamãe.” Olhei pro bichano que tinha os olhinhos cinza me fitando. “É eu sei, eu to louca.” Fui até a minha micro cozinha e peguei a tigelinha dela que já estava vazia. Despejei leite gelado na vasilha e um pouco para mim em um copo. Deixei meus livros em cima da mesa da cozinha e com o copo de leite fui para o quarto, Teressa me seguiu.

 

            Nos últimos quatro meses minha vida tinha virado de cabeça para baixo. Todas as pessoas que me rodeavam foram desaparecendo ou me abandonando aos poucos, ou começando a viver suas vidas. Meu pai nunca morou comigo e agora tinha uma nova família, minha avó faleceu dois meses atrás, deixando dinheiro suficiente para eu comprar essa casa aqui em Forks, eu amava ela. Eu tinha poucos amigos, na verdade dois ou três, mas alguns deles não tiveram a mesma sorte que eu. Eu os conheci no hospital em que passei a maior parte da minha vida em New Jersey. Derek morreu no ano passado, não conseguiu vencer a doença. Anne foi embora de volta para o Brasil quando ficou curada, e Sarah ainda estava lá fazendo suas sessões semanalmente. E minha mãe… bom minha mãe tinha que cuidar da vida dela agora, ser feliz e aproveitar enquanto ainda era jovem. Ela tinha apenas 32 anos, eu fui o fruto de um relacionamento mal sucedido, o covarde de meu pai fez questão de nos abandonar.

           

            Minha mãe se dedicou todos esses anos a mim, única e exclusivamente a mim. Não deve ter sido fácil para ela passar doze de meus dezessete anos comigo dentro de um hospital fazendo sessões de quimioterapia.

 

Quando eu tinha cinco anos fui diagnosticada como leucêmica. Minha vida começou quando eu fiz minha primeira sessão para eliminar o câncer. Fiquei anos esperando por um transplante, até que no ano passado, quando eu já não tinha mais forças nem para me manter em pé eu recebi a ligação. Nunca me senti tão viva como naquele dia.

 

            Quando você luta por sua vida a cada piscar de olhos você sabe o valor e a beleza que ela tem.

 

            Agora a dona Judith, diga-se de passagem, minha amada mãe, conseguiu arranjar um namorado, ele é descente e gosta dela, seu nome é Peter. Eu pedi para vir embora, aleguei que estava na vez dela ter a atenção e o carinho que ela tanto merecia. Com muito custo ela me deixou vir. Ela tinha uma carreira brilhante em uma grande empresa de cosméticos e não entendia o porquê que eu queria Forks. Na realidade, nem mesmo eu sabia. Era apenas um local que eu achei no mapa e pesquisei no Google, era um dos lugares mais chuvosos do país, eu gostava de chuva, vê-la cair e encher o mundo de vida era maravilhoso.

 

            Coloquei um moletom quente e calcei as pantufas e voltei para sala com Teressa em meus pés. Mesmo com a solidão eu gostava de morar sozinha. Eu tinha tudo como eu sempre imaginei. Eu sabia que não era uma pessoa que nasceu para ficar sozinha. Desde meu nascimento sou rodeada de pessoas. Minha mãe sempre me contou que tinha nascido no festival de primavera da cidade onde ela morava, ela teve contrações fortíssimas e não havia tempo para chegar ao hospital mais próximo. Todos pararam o festival para me ver nascer. Normalmente crianças nascem com a média de 5 a 6 pessoas assistindo e ajudando, no meu caso era em torno de 500 pessoas. Definitivamente, eu sabia que não viveria sozinha. Mas eu tinha o péssimo hábito de repelir as pessoas. Isso foi algo que desenvolvi nos anos de doença. Nunca criei vínculos por que tinha medo. Medo de deixar as pessoas para trás. Não era fácil abandonar esses pequenos vícios.

 

            Forks tinha algo diferente. Era um lugar de pessoas de mente pequena, mas havia algo que me fazia gostar daqui. Não sei se era o clima, ou talvez fossem as árvores. Eu adorava meu canto, chegar a minha casa e me sentir feliz. Não usava o carro que minha mãe havia me dado de presente antes de vir para cá, exceto quando a chuva era muito forte. Quando se passa vendo a sua vida cara a cara com a morte, você realmente vê que não importa o quanto de matéria você possui e sim os pequenos momentos de felicidade que a vida lhe oferece.

 

            Eu não queria admitir, mas talvez, só talvez, tivesse alguém que me interessava ali naquele colégio. Eu não tive contatos com muitos meninos durante a minha vida. Minha educação foi praticamente toda em casa. Fui para o colégio durante um ano, quando tinha 12 anos. As pessoas me olhavam como se eu fosse um monstro por ser careca. Sofri mais do que eu já sofria com todos aqueles olhares em cima de mim. Mesmo não querendo me apaixonar sempre me imaginei casando e tendo filhos. Depois de me manter viva, esse era meu maior sonho: uma família com pai, mãe e dois ou três filhos. O homem que eu imaginava para mim? Moreno. Sim moreno com um tom de pele avermelhada. Desde pequena sou pálida, quase como um fantasma, achava tão bonita a pele de Anne, a minha amiga brasileira que fazia quimio comigo. Sem dúvida eu queria um homem de cabelos negros e pele avermelhada. Em no Forks High School existia um garoto que fez meus olhos brilharem.

 

            Seu nome: Jacob Black.

            Mas tem um pequeno problema: ele é um completo idiota e namora Jane.

            Eu tinha algo em comum com Bella Swan: eu detestava Jane.

           

            Ele nunca falou uma gracinha para mim, porém sempre ria como um condenado quando a loirinha sem graça falava algo de mim. Porém, à meus olhos aquilo era tão falso da parte dele. Tinha uma leve impressão sobre Jacob, ele era melancólico. Seus olhos tinham um foco diferente da maioria. Ele tentava de todas as formas, chamar a atenção para si, talvez fosse alguma carência afetiva… eu fiz muita terapia na minha vida e entendia um pouco dos sentimentos das pessoas. Se eu tivesse a oportunidade, e eu tenho certeza que terei, vou ser psicóloga um dia. Eu sentia como se fosse uma obrigação ajudar Jacob Black, não obrigação não era a palavra certa, talvez necessidade fosse mais apropriada.

 

            Mas para isso eu tinha que fazer ele me olhar… dei uma olhada para mim no espelho da sala e conclui que não era com aquelas roupas que conseguiria. Algumas palavras que minha mais nova futura amiga tinha me dito durante a aula ecoaram em minha mente:

           

            Não ME importa a roupa que eu visto isso não vai mudar quem eu sou.

           

            Eu era Amber Moore e sempre me vesti daquele jeito, nunca me importei muito com modo, aliás, nunca dei a mínima para moda. Se fosse para ele me olhar, me olharia do jeito que sou.

           

            Fui arrancada de meus pensamentos quando a campainha da minha casa tocou. Atendi e era o carteiro.

 

            “Boa tarde, senhorita… Judith Barbara Moore?”

 

            “É minha mãe…”

 

            “Assine aqui por gentileza.” Ele me entregou uma revista e um papel. Assinei o que tinha que assinar e percebi que era uma revista famosa de moda, porém desenvolvida para o público jovem. Minha mãe sempre me questionou o porquê não me vestia de acordo com todo mundo, eu simplesmente não gostava, batia o pé e não queria mudar. Mas aquela revista me pareceu um sinal para eu deixar de ser tão birrenta e teimosa.

 

            “Obrigada e boa tarde.” Voltei para o sofá abri o plástico que a envolvia, tinha umas matérias legais. Gostei de algumas peças que estavam nos ensaios dali. Quem sabe mudar um pouco de estilo não fosse uma ideia tão ruim assim.

 

Narração: Edward Cullen.

 

            Não estava nem um pouco contente com a Bella indo para o quarto da frente, não sei o que se passava comigo, afinal não ia ser duas portas e meia dúzia de passos que nos manteria afastados durante a noite. Eu via que ela estava mais feliz e motivada a cada dia e eu amava a ver sorrir por qualquer motivo. Na festa de Alice ela foi incrível. Ela é uma mulher sedutora e é toda minha. Sei que muito disso se atribuí ao tempo que ela passa com aquelas duas ninfomaníacas, Alice e Rose, elas entendem bem do que falam. Rosalie, bom… Rosalie é Rosalie. Não tem o que falar, parece que ela já nasceu sabendo. Certa vez ela deu uma aula para mim, o Abelhudo, o Lesado e para Alice, que, santo Deus, na época era virgem. Mas isso não vem ao caso, se elas quisessem continuar dando aulas para a Bella eu que não iria impedir. Na verdade eu só desconfiava que elas ensinavam coisas a Monstrenga, porque ela me surpreendia.

 

            Tinha duas pessoas que me preocupavam: Charlie e Emmet.

           

            Vamos começar por Emmet, o abelhudo não tinha nenhuma noção do perigo. Ele não quis me falar nada do que estava acontecendo para ele estar andando com Jake. Ele estava perdendo a Rose e a mulher era louca por ele. Se tinha uma coisa que admirava em Rosalie era a determinação. Tirando toda aquela futilidade, arrogância e prepotência que ela tinha correndo nas veias, ela era uma pessoa mais do que boa, se dedicou desde o início do namoro dos dois a guardar dinheiro para abrirem um negócio juntos, e Emm não estava dando a devida importância as coisas que ela fez por ele, e ainda faz.  Jacob Black era um cara até que bom, mas usava as pessoas em seu beneficio, e Emmet tinha um grande defeito: inocência demais. Temia que ele fizesse algo completamente idiota.

 

            Charlie consumia minhas energias. Eu continuava o mantendo informado. Claro que não passava todas as informações, porém não queria mais isso para mim, era errado. Não tinha porque eu continuar passando informações sobre Bells se ela mesma falava com ele quase todos os dias. Parecia que estava traindo a confiança dela fazendo isso e de certa forma eu realmente estava. Era uma mentira. Parecia que Charlie não confiava na própria filha, Bella não dava motivos nenhum para ele desconfiar que ela estava mentindo. Ela conseguiu se recuperar na escola, conversava, não estava mais fechada para o mundo… Mas ele tinha a maldita necessidade de saber por mim! Essa situação me cansava.

 

            “Hey amor, a gente nem entregou o presente de Alice!” Ela falou enquanto entrava no meu quarto e se jogava na nossa cama com o envelope nas mãos e os braços acima da cabeça. A cama ainda era nossa, assim como a do quarto dela passaria a ser também.

 

            “Nossa! Eu esqueci completamente Bella! Vamos entregar?” Me joguei do lado dela e a beijei me perdendo em seus lábios.

 

            “Se você me beijar mais uma vez eu desisto” Ela me olhou com malícia. Arqueei uma sobrancelha. “Ah que chato! Vem, vamos lá! Ela está no quarto… o concerto é esse final de semana!” Eu peguei na mão dela e fomos para o quarto de Alice. Eu não esperava encontrar minha irmã naquele estado.

 

            “Allie mana! O que está acontecendo?” Eu e Bella corremos até ela, que estava sentada encolhida na sua cama agarrada a uma almofada de coração cor de rosa com os olhos inchados e soluçando de tanto chorar.

 

            “Não é NADA! Agora me deixem aqui em paz!”

 

            “Alice! Não fala assim! Me diz… o que aconteceu? Eu e o Ediota vamos te ajudar!” Bella se sentou do lado dela abraçando seus ombros.

 

            “Obri-brigada, mas acho q-que já fizeram demais por mim!”

 

            “Nanica, não chora… me fala o que está rolando?”

 

            “AI COMO EU SOFRO! OH DEUS QUANTA INFELICIDADE!” Ia começar o drama.

 

            “Ah vai dizer que perdeu o cartão de crédito?” Ela estreitou os olhos em uma fenda esquecendo do choro por um segundo.       

 

“NÃO EDWARD EU NÃO PERDI O CARTÃO!” Ela fungou. “Prometem não falar para o Jazz?” Ai dependia.

 

            “Claro… nós vamos ficar de boca fechada… não é Edward?” A Monstrenga me olhou sério. Eu conhecia aquele olhar, seria do jeito que ela queria.

 

            “Sim! Não vamos falar nada para ele não.” Minha irmã respirou fundo.

 

“Tá é assim… eu estou cansada dessa situação. De namorar escondido, de ter que ficar fingindo, de não ter um namorado que eu possa apresentar para meus pais. De ser a única que fica sem um carinho, sem atenção quando todo mundo está sorrindo feliz e contente com seus amorzinhos! Vocês não vêem? O Jasper ele fica tipo uma pedra! Ele não se mexe, não olha pra mim, QUASE NÃO RESPIRA! E ISSO… isso não é só quando a gente está em casa… eu, eu, eu simplesmente não agüento mais essa situação. Eu amo ele… mas não dá.”

 

            “NÃO! Como assim não dá Alice? Tem que dar! Vocês se gostam! Você não pode desistir tão fácil Alice!” Enquanto a minha Bella falava eu pensava na situação.

 

            “Desistir fácil Bella? Ai amiga são cinco meses disso!”

 

            “Alice, você já falou com ele?”

 

            “Não, ainda não Edward…” Falou em um fio de voz.

 

            “Então vamos falar com ele!”

 

            “Ah sim! Com toda certeza! Daí você só vai incentivar mais ele a ficar longe de mim! ELE VAI IR CORRENDO CONTAR PRO PAPAI E PARA A MAMÃE! É TUDO O QUE ELE MAIS QUER!”

 

            “Ahm, mas Allie, você não acha que está na hora de ser feliz? Sabe, o que eu quero dizer… enfrentar as conseqüências dos seus atos…” Alice arregalou os olhos para minha Bella.

 

            “É maninha, se tudo for bem conversado eles vão entender… e além do mais Allie, vocês tem que deixar esse medo bobo de contar a verdade!”

 

            “Muito fácil para vocês dois falarem! Para o seu Carlisle e dona Esme vocês não são irmãos!”

 

            “Alice, deixa comigo. Eu e a Bella vamos dar um jeito nisso.” Olhei para a Bella. “Monstrenga deixe o presente ai na mesa e traga o lesado aqui. Vamos ter terapia de choque!”

           

 

            MINUTOS DEPOIS.

 

            “EU JÁ DISSE QUE SIM EDWARD! TIRA ESSA MERDA DE LUZ DA MINHA CARA BELLA!”

 

            “VOCÊ NÃO DISSE COM CONVICÇÃO JASPER LESADÃO!” Se ele precisasse gritar, eu ia fazer ele gritar.

 

            “NÃO TIRO A LUZ NÃO! FOI A NANICA QUE ME ENSINOU AGORA FALA!”

 

            “ELE JÁ FALOU GENTE!” Alice tentava defender o lesado.

 

            “SEJA FIRME JASPER CULLEN!”

 

            “ISSO SEJA MACHO JASPER!” Alice e Jazz olharam para Bella com fúria. “OK, SEJA MAIS MACHO DO QUE VOCÊ É JASPER!”

 

            “JASPER FALA LOGO EU ESTOU ME IRRITANDO COM ESSES DOIS LOUCOS!”

 

            “AGORA VOCÊ VAI TER QUE FALAR ALICE… DUAS VEZES!” Bella ameaçava.

 

            “DIGAM! ALTO E CLARO!”

 

            “FALEM!” Nós dois os pressionávamos.

 

            “EU AMO A ALICE!”

 

            “EU AMO O JASPER!” Falaram os dois juntos.

 

            “Te convenceram Bella?”

 

            “Nem um pouquinho… de novo?”

 

            “De novo.”

 

            Ficamos naquela briga com os dois por um bom tempo. Eu e a Monstrenga chegamos a um ponto que fazíamos só para tirar uma onda com a cara deles. Eles entenderiam de um jeito ou de outro, tinham que chegar a um acordo. Ou contariam para os nossos pais ou viveriam na clandestinidade.

 

            “QUEM VAI SER O CORAJOSO?” Bella tinha os braços cruzados e andava de um lado para outro, agora quem segurava a lâmpada na cara de Jasper era eu.

 

            “Corajoso de que Bella?” Alice falou com cara de indignada.

 

            “Quem vai ter a coragem de dizer o que quer fazer daqui para frente!” Ninguém se manifestou.

 

            “OK. VOCÊS NÃO QUEREM COLABORAR COMIGO E BELLA?” Eles acenaram com a cabeça dizendo que não. “ÓTIMO!” Peguei a cadeira e me sentei na frente dos dois. “Vou dar duas opções para vocês. Prestem atenção e fiquem bem quietinhos… Bella vem aqui do meu lado.”

 

            “To aqui” Ela saiu de trás de mim e apoiou-se em meu ombro.

 

            “Alice e Jasper Cullen me digam o que preferem… Opção um: vocês vão viver na clandestinidade. Alice vai sofrer o resto da vida com isso. O dia que vocês quiserem se casar isso vai ser impossível…”

 

“Ele disse: IMPOSSÍVEL” Bella frisou bem a última palavra.

 

“Sabem por quê?

 

“É, sabem o porque?” Olhei atônito para Bella. Ela ia ficar repetindo? Tive certeza que sim. Gostei daquilo. Ficava mais divertido. Eu estava me segurando para não rir.

 

 “Porque nossos pais vão ser mais velhos e vão aceitar isso menos do que aceitariam hoje. Jasper não poderia tratar a sua [i]amorinha[/i] como ela merece a qualquer hora, e ai você sofre também mano. E então quando vocês verem vão estar ruindo.”

 

            “Sofrimento, muito sofrimento e ruína.”

 

            “Agora vamos a opção dois: Vocês contam tudo para Carlisle e Esme. Eles vão xingar, gritar, dar sermão, falar poucas e boas e vão querer saber onde eles errarão.”

 

            “Muitos gritos.” Bella continuava.

 

            “Porém, vejam bem, eles não iram separar vocês dois”

 

            “Eles não vão separar, não vão mesmo… não vão Edward?” A Monstrenga falou baixinho pelo canto da boca.

 

            “Não, eles não vão separar dois irmãos! Ninguém vai ser expulso de casa…”

 

            “Não, ninguém vai ser expulso.”

 

            “Vocês vão ouvir algumas coisas. Mas Esme… nossa amada mãe. Bem, ela convence o Carlisle…” Impressionante como os dois estavam quietos.

 

            “Ah e ela o faz dar o braço a torcer. Oh se faz!”

 

            “E então vocês vão viver felizes.”

 

            “Ele disse: FELIZES.”

 

            “E ai… o que decidem?”.

 

            “Vocês são dois retardados.” Foi o comentário de Alice.

 

            “Que droga vocês usaram hoje?” Jasper tinha uma cara de psicótico para nós.

 

            Com muito custo conseguimos uma solução. Eu e Bella não deixaríamos o assunto morrer. O fato é que nós decidimos por eles. Nossos pais saberiam da verdade.

           

            Saímos dali e Bella queria falar com Rose. Queria umas dicas ou algo assim.

 

            “O que você quer saber com ela Bella?”

 

            “Surpresinha.”

 

            “Boa ou ruim Monstrenga?”

 

            “Depende Ediota…”

 

            “Uhm… depende do que delícia?” A abracei por trás e mordi o lóbulo de sua orelha. Bella ultimamente estava mais linda ainda. Não conseguia ficar longe do toque dela por muito tempo. Era um vício.

 

            “Ahm… depende se você vai gostar… Agora… ai…” Eu beijava seu pescoço e a sentia arrepiar. Estávamos parados na ponta da escada. “Sossega Edward.”

 

            “Isso sossega mesmo filho! Agora não é hora e nem aqui é o local.” Minha mãe me deu um tapa no ombro passando rapidinho por nós.

 

            “Rá rá. Oi dona Esme.” Eu falei brincando com ela.

 

            “Oi Esme… quer ajuda lá embaixo com o jantar?”

 

            “Não meu bem… Rose já está lá. Desça lá com ela. Ela disse que gostaria de falar com você.”

 

            “Já estava indo mesmo…”

 

            “Ah mãe! Eu vou ter que deixar a Bella descer? Diz que não…”

 

            “Já deveria ter deixado… Aliás, sobe comigo ali no jardim filho, quero conversar com você sobre umas coisas para colocar lá!”

 

            Dei um beijo rápido na Monstrenga e subi junto com Esme ao seu jardim.

 

            “Fala mãe… o que você está pensando em fazer aqui?”

 

            “Estou pensando em tirar a fonte Edward, ela ocupa muito espaço, e eu acho que ela ficaria melhor lá fora, o que você acha?”

 

            “Concordo que ela ficaria melhor no jardim externo. Você poderia colocar mais plantas, uma muda de orquídeas quem sabe… aquelas raras que você tanto queria e não tinha espaço.”

 

            “É gostei da idéia. Vou ter que falar com a florista… eu queria aquelas pretas do Vietnã… Me ajuda aqui filho?” Ela começava a cavar na terra fofa e plantar algumas mudas.

 

            “O que você quer que eu faça comandante?”

 

            “Pega para mim ali em cima da bancada umas mudinhas de tulipas corais, ou melhor, me traga as roxas. Isso eu quero uma tulipa roxa aqui.” Ri com a mudança de cores de minha mãe. Tulipas roxas me lembravam algumas depravações. Teria que falar com Bella sobre isso depois. Fui até a mesa e peguei as flores. Era bom trabalhar com minha mãe naquilo, sempre gostei de ajudar ela com os jardins, era como um calmante para mim e para ela era o mesmo. Ainda pensava no meu casal de irmãos. Talvez começando com Esme eu conseguisse pelo menos uma conversa pacífica.

 

            “Onde eu planto mãe?”

 

            “Ah pode ser aqui do lado desta azul…” Ficamos lado a lado, apenas concentrados em nossa tarefa. Eu tentava começar a falar, mas desistia. Eu não queria que minha mãe ficasse braba ou brigasse com os dois, mas alguma coisa tinha que ser feita. Decidi que eu daria mais um tempo para meus pais, talvez se preparássemos o ambiente antes eles aceitariam melhor… Porém para o meu azar minha mãe me conhecia muito bem. Muita percepção em um corpo só.

 

            “O que você tem Edward? Está muito quieto para o meu gosto!”

 

            “Não é nada não dona Esme…”

 

            “Filho… você está feliz?”

 

            “Mas que pergunta! É claro que sim!”

 

            “Então o que te aflige garoto?” Hesitei em minha resposta.

 

            “Mãe… uhm eu não sei se devo…”

 

            “FALA LOGO EDWARD!”

 

            “Ok ok! EU FALO!”

 

            “Estou esperando…”

 

            “Mãe se algum de nós, tipo Emm, eu ou o Jazz, nos apaixonasse pela, ahm… Alice, você iria morrer do coração?”

 

            “O QUE?” Ela gritou olhando para mim e jogando a pá de mão para o alto. Sua pele foi ficando vermelha. Muito vermelha.

 

            “Viu era por isso que eu não queria falar nada.”

 

            “ME EXPLICA ISSO EDWARD ANTHONY CULLEN! AGORA! VOCÊ ESTÁ COM A BELLA! NÃO TENTE TRAIR A CONFIANÇA DA GAROTA!”

 

            “Não, não é isso mãe… não sou eu… me escuta... quer uma água?”

 

            “EU. ESTOU. BEM.”   Ela me falou com seus olhos cor de mel quase saltando para fora.

 

            “Ok, pelo menos senta…” Ela sentou. “Mãe, não sou eu que estou apaixonado pela Alice… é o Jasper.”

 

            “Isso é errado, vou falar com ele… Jazz tem que conhecer alguém que ele possa namorar.”

 

            “Mãe… eu não terminei…”

 

            “O que, tem mais?”

 

            “Tem… Bom, Alice também está apaixonada pelo Jasper… na verdade acho que o verbo apaixonar não é apropriado, eles se amam mãe.” Esme tinha os olhos cheios de lagrimas. Respirava fundo para se acalmar.

 

            “EU não acredito que ISSO está acontecendo com a minha família. NÃO ACREDITO!”

 

            “Mãe… não é tão ruim assim… você não deseja a nossa felicidade?”

 

            “É claro que sim! Mas eles são irmãos Edward! Meu Deus! Carlisle vai enlouquecer!”

 

            “Mãe, eu só estou te falando porque eu sei que você vai entender… Você precisa ver como eles se amam! Olha, não sou a pessoa que deveria estar falando isso…” Me sentei ao seu lado a abraçando. Falei o mais suave que pude. “Mas foi a mim e a Bella que eles confiaram esse segredo. E eles estão infelizes escondendo isso de vocês. Há uma hora atrás Isabella e eu encontramos Allie chorando porque não podia contar para vocês! Por medo de perder Jasper e vocês ao mesmo tempo. Isso está corroendo os dois. Mãe, eu sei que você nos ama, e sempre seremos seus filhos, mas os únicos que são irmãos aqui sou eu e Jazz. Alice é irmã de criação. Pode ser piegas isso que vou dizer, porém eles dois não podem negar o sentimento que tem um pelo outro.”

 

            “Ela estava chorando? A minha pequeninha estava chorando?” Ela falou com uma calma cadenciada. Somente balancei minha cabeça assentindo e Esme suspirou e colocou a mão em meu rosto fazendo-me um carinho. “Bom, eu não criei meus filhos para eles sofrerem. Dêem-me dois dias. Dois dias e eu vou dar uma amolecida no coração de seu pai.” Ela tinha cedido? OBRIGADA SENHOR! Um segredo a menos para eu carregar em minhas costas.

 

            “Agora desça e fale com aqueles dois louquinhos. Não quero confusões aqui dentro hein!” Ela balançava a cabeça me fitando incrédula enquanto me colocava de pé.

 

            “O que mãe? Não está de acordo com alguma coisa?

 

            “Não, não é nada disso… é que só agora percebo que você não é mais aquele menino magricela e arteiro que vivia aprontando por ai… você cresceu filho, e está virando um homem… um homem justo” Eu amava Esme. Sem adjetivos. Somente a amava. Voltei e lhe abracei apertado.

 

           

            No jantar poucas palavras foram trocadas. Jasper me olhava agradecido, Alice com raiva. Mal eles sabiam que a sorte deles estava lançada. E Bella… bom Bella me olhava safada.

 

            Narração: Bella Swan.

 

            “Como Edward? Eu entendi direito? Você contou a Esme?” Ele poderia ter esperado por mim, eu queria estar junto poxa! Estávamos nas portas de nossos quartos conversando baixinho, sentados no chão um de frente para o outro. Todos já tinham ido para seus quartos exceto por nós dois e os meus sogros que estavam assistindo filmes no andar de baixo.

 

            “Sim eu contei a ela! Ela achou que fosse eu que estivesse apaixonado por Alice! Você acredita?”

 

            “Não tente fugir do assunto Ediota! Por que não esperou por mim?”

 

            “Por que eu não tive oportunidade! Se eu não contasse naquela hora acho que ela ia me puxar a orelha!”

 

            “Haha isso seria engraçado de ver… Eu não quero ir pro meu quarto.” Falei ficando bicuda.

 

            “É amor, nem eu quero ir pro meu.” Ele suspirou e puxou meu braço me arrastando até ele. “E o que vamos fazer?” Eu me aconcheguei em seu peito, ouvindo seu coração bater calmo.

 

            “Vamos ficar aqui, no corredor. Conversando.”

 

            “Só conversando?”

 

            “Aqui nós não podemos fazer mais nada! Já imaginou se seus pais sobem e pegam a gente no maior amasso?” Ele beijou minha cabeça e começou a fazer aquele carinho que eu tanto amava em meus cabelos.

 

            “Isso sim seria engraçado de ver!” Quando ele terminou de falar Carlisle apontou na escada puxando Esme pela mão.

 

            “Oi crianças… ainda estão ai?” Meu padrinho nos questionou.

 

            “Não estamos com sono pai… mas já estamos indo dormir”.

 

            “Está na hora de irem para SUAS camas agora. Amanhã é dia de escola e espero que não se atrasem. Eu e Esme vamos sair antes de vocês acordarem para irmos a Seattle. Tenho algumas coisas para tratar lá com alguns médicos amigos meus. Então já pra cama!” Ok mesmo não sendo filha dele, dava pra entender entre suas frases a seguinte mensagem cada um em seu respectivo quarto e sem escapadas durante a madrugada. Me soltei do abraço de Edward e me levantei. Ele fez o mesmo.

 

            “Ok, estamos indo pai. Boa noite para vocês… Boa noite Bella.” Ele me puxou e me deu um selinho.

 

            “Boa noite Carlisle, Esme… Boa noite amor.” Me despedi deles e entrei no quarto fechando a porta, vendo Edward fazer o mesmo. Eu fiquei com o ouvido grudado na porta para escutar o que os dois iriam falar.

 

            “Ah querido! Você é muito duro com eles! Até parece que não sabe que eles vão escapar durante a noite!” Ouvi Esme sussurrar.

 

            “É, eu até sei… mas tenho que impor limite, já imaginou esse bando de adolescentes totalmente sem regras?”

 

            “Sim, sim… mas você tem que entender que Edward não é mais criança!”

 

            “Mas Bella é!”

 

            “Não é não! Agora vamos dormir… eu estou com sono e amanhã o dia será longo.” Carlisle achava que eu era uma criança. Acho que ele andou conversando com meu pai! Acho que me cuidaria melhor do que eles se eu vivesse sozinha.

 

            Fiquei encostada na porta por sabe Deus quanto tempo, desejando ter coragem de sair porta fora e ir para o quarto do meu Ediota, porém o sono bateu e Edward já devia estar dormindo. Coloquei uma camisola curtinha que Rose tinha me dado de presente e fui para minha cama. Sozinha. Eu já não estava mais acostumada com isso. Desde meu primeiro dia aqui eu durmo com ele. Era meio louco para eu aceitar que tinha uma cama de casal king size para dormir sozinha. Se fosse para ficar sozinha, que me dessem uma cama de solteiro. Me aninhei no travesseiro e me enrolei no edredom, tentando dissipar o frio. Agora começava a fazer mais calor, dali a algumas semanas entraríamos na primavera, mas o frio que eu sentia longe de Edward era insanamente grande. Adormeci com cheiro de roupa limpa nos lençóis e não o cheiro dele.

           

            Um barulhinho irritante de um apito a cada pouco tentava me tirar da letargia. Abri um olho só, não tinha vontade nenhuma de abrir o outro. Uma luz azul piscava na minha frente. Ok era meu celular, alonguei meu braço e o peguei.

 

UMA NOVA MENSAGEM

 

            QUEM É O INFELIZ QUE ESTÁ ME MANDANDO MENSAGENS HÁ ESSA HORA? Me perguntava mentalmente. Selecionei a opção ler, e abri mais meus olhos. Passei a mão no rosto para dissipar aquela preguiça que me dominava.

 

[Para: Monstrenga]

 

Monstrenga, tá acordada ainda?

 

E.

 

[De: Ediotinha às 03h12min]

 

 

Olhei a hora. 03h33min. Respondi para ele.

 

 [Para: Ediotinha]

 

Agora eu estou gatão!

E você ainda tá?

 

B.

 

[De: Monstrenga às 03h34min]

 

Enviei e fiquei esperando a resposta que não demorou muito para vir.

 

 

[Para: Monstrenga]

 

Delícia eu não consigo dormir longe de você.

Vem ficar comigo?

Sabe e ter alguma diversão…

 

E.

 

[De: Ediotinha às 03h36min]

 

 

 

Pensei um pouco na resposta e mandei de volta já totalmente desperta.

 

 [Para: Ediotinha]

 

Vem você gostoso.

To com fome de algo que não é comida.

E não tô afim de dormir.

Diversão é algo interessante.

 

B.

                                       

[De: Monstrenga às 03h38min]

 

            Esperei pela resposta que não veio. Fiquei uns sete minutos olhando para a droga do telefone e cansei. Ele devia ter caído no sono. Xinguei Edward sussurrando na madrugada.

 

            “Otário, me acorda e só pra me atiçar e depois dorme me deixando no vácuo.” Bufei me virando para o lado oposto. Lado em que a porta estava. Congelei quando vi a figura de um Deus grego parado como uma estátua de braços cruzados me fitando. Dava para ver o brilho de seus olhos verdes.

 

            “Quer dizer que eu sou otário?”

 

            “Nossa. Muito otário. Mas eu sou mais otária, por amar tanto um otário como você!” Ele riu. “Você trancou a porta?”

 

            “A sete chaves.” Ele sussurrou.

 

            “E você está aqui há quanto tempo?” Falei me sentando na cama de frente para ele, com uma perna de cada lado de seu corpo. Lhe dei um beijo na barriga despida.

 

            “Tempo suficiente para ver você olhando insistentemente pra tela do celular.” Ele pegou meu rosto com as duas mãos e ficou passando o polegar de baixo para cima deixando minha pele queimando com seu toque.

 

            “Ok. Seu otário. Vai ficar ai parado?”

 

            “Você tem que me convidar.” Encostei minha cabeça em seu corpo e passei a ponta de meu nariz por sua pele. O vi ficar arrepiado.

 

 

            “Uhm… você está sendo…” Beijei mais uma vez seu abdômen. “Oficialmente… INTIMADO… a comparecer…” Mordi sua barriga e em seguida lhe lambi. “Na minha cama… hoje e todos os outros dias…” Continuei lhe beijando “… E noites em que viver.” Peguei a no cós de sua calça de dormir e puxei o elástico. Ele nem se movia. Olhei para seu rosto, Edward sorria.

 

“Você me escutou?” Ele moveu sua cabeça em um sim “Então porque está parado ainda e não vem me devorar?” Olhei para a calça que já tinha um baita volume ali. AI MEU MENINO!

 

            “Porque estou ficando louco com essa voz sexy e suas mordidinhas. Está bom, continua!”

 

            “A B U S A D O” Falei pausadamente e soltei com força o elástico da sua calça. Ele gemeu baixo.

 

            “Uhm… você gosta de me maltratar Bella?

 

            “Muito.” Sai de sua frente e me joguei na cama deitada de bruços. Senti a ponta de seus dedos alisarem meus pés e subirem para minhas pernas me fazendo tremer de expectativa.

 

            “Por que você treme?” Senti seu hálito bater contra a pele de minha panturrilha.

 

            “De desejo.” Notei que ele tinha se sentado na cama. Começou a distribuir beijos sugados em minha perna, subindo devagar e de modo ritmado.

 

            “Desejo? Pelo o que?” Ele mordeu com força a minha coxa. Com uma mão alisava, melhor, apertava a minha pele da outra perna. Cada vez mais próximo de meu instinto.

 

            “Uhm… hãm… carne.” Ele me mordeu mais uma vez e colocou sua mão embaixo do pano de minha camisola e a pressionou em minha pele com força. Certamente eu ficaria com a marca de seus dedos em minha bunda.

 

            “Carne? A minha carne?” Ele lambeu na voltinha do meu bumbum.

 

            “A sua carne, ah o seu gosto.” Eu já sentia minha calcinha ficar totalmente molhada.

 

            “Qual parte você quer de mim?” Na hora me passou uma história que Emmet tinha me contado.

 

            “Contra filé.” Ele riu sonoramente em minha pele.

 

            “E isso significa…” Ele continuava a me beijar nas pernas e apertando forte a minha bunda indo e vindo com o polegar, me atiçando o sexo quando chegava próximo ao elástico minha calcinha.

 

            “A melhor parte… que no seu caso meu amor, é tudo.” Ele me pegou pelos quadris e me pôs de frente para ele.

 

            “Tudo?” Seus olhos pareciam me devorar.

 

            “Cada pedacinho, cada centímetro, cada milímetro de você me faz delirar.” Sussurrei chegando perto de sua boca. Eu não me contive e resolvi acabar com aquela brincadeira, me joguei em seus lábios o querendo com vontade. Um beijo mais do que urgente se formou. Explorei toda a sua boca e ele brigava com minha língua loucamente. Ele passou sua mão por todo meu corpo, apalpando meus seios e descendo por toda sua extensão, pousou seus dedos atrás de meu joelho e trouxe minha perna para cima de seu corpo encaixando nossos quadris. Arfei quando senti seu sexo já duro encostar-se ao meu. Ele estava sem cueca? Para estar tão notável só podia. Melhor para mim. Nos apertávamos um no outro sentindo a cada toque a freqüência cardíaca aumentar, assim como a libido. 

            Não abandonava seus lábios por nada. Ele estava possessivo e comprimia minha pele em um toque rude, porém que me fazia ficar mais animada. Sua mão voltou para debaixo de minha roupa fina e se colocou na tirinha lateral de minha calcinha.

 

            “Isso é pelo o que você fez antes… e aquilo doeu Bella… mas foi bom.” Falou contra o meu ouvido me lambendo o lóbulo e descendo para o pescoço. Logo puxou a tira e soltou contra a minha pele.

 

            “Ai… ahhh porque não arranca de vez?”

 

            “Uhm, é pra já gostosa.” Agarrou a lateral e senti o puxão rasgando minha calcinha. Tirou minha camisola e jogou longe. E estava completamente nua e com o meu instinto latejando. Ele caiu em meus seios mordendo e chupando meus mamilos rígidos de tesão. Eu o abraçava arranhando suas costas e me pressionando mais em sua calça, que estava me atrapalhando. Enquanto ele me sugava os seios seus dedos passaram em um toque sutil por minha pele indo até meu ponto de prazer, encontrou um sexo extremamente molhado e pulsante. Com movimentos circulares brincava na minha entrada e me incentivava no clitóris.

 

            “Nossa cada vez mais molhada. Isso Bella unta mais.”

 

            “Continua… Ah, que de-delícia.” Ele enfiou um dedo em mim entrando e saindo me pondo louca de desejo.

 

            “Uh… ah Bella mexe para mim vai…” Eu rebolava com seu dedo em mim. Eu o beijei na boca e ele se perdeu parando de me masturbar, fiz um movimento com o quadril para lembrá-lo. Procurei pela sua calça e coloquei minha mão ali dentro e como eu imaginei, estava sem cueca.

 

            “Ah… Cade aquele pano chato… uhm… que você costumava usar?” Peguei em seu pênis com garra. E comecei movimentos de vai e vem.

 

            “UHM… Mais Bella, mais… Eu achei que ficaria… uhm…” Eu aumentava o ritmo de meus movimentos. “sozinho… e sabe como é… ah faz mais Monstr-trenga…”

 

            “Sei… AH!” Ele entrou com dois dedos em minha tara desta vez. “Resolveu se aliviar não é? UHHH que delicia…” Nossas vozes era menos do que sussurros.

 

            “Ah mas não é ahhhhh a mesma coisa sem você.”

 

            “EU sei. Uhmm…” Ele me massageava de um jeito insano. Aquilo me despertava o meu lado mais banal, mais vulgar. Eu queria ser comida, e logo. “AHHHH… Edward… uhmm… por que você não me devora de uma vez?” Enlacei meus dedos da mão livre em seus cabelos e mordi seu pescoço. “Por que eu estou pronta e no ponto pra você.” Foi o que bastou. Ele se jogou em cima de mim, eu ajudei ele a tirar a calça rapidamente. Alisou com carinho minhas pernas e deu um leve tapa em meu quadril. Não doeu, e eu sinceramente quase gozei com aquilo. Afastou, e muito, minhas pernas e me admirou nua, pronta para ele.

 

            “Violência?” Perguntei arqueando minha sobrancelha. Ele cobriu meu corpo com o seu, deixando seu membro pronto para me invadir. Sorriu para mim do jeito mais vadio que podia existir.

 

            “Não foi você quem pediu para ser devorada?”

 

            “Rá, é isso mesmo Ediota! Você sabe fazer da melhor forma possível…” Ele arrastou seus lábios na pele de meu pescoço até a base de meu ouvido mordendo meu lóbulo.

 

            “Amor, me desculpa a expressão… mas hoje eu vou te foder feito um animal.”

 

            “Isso é bom… AHHH” E ele penetrou em mim. De cara ele já foi indo até o fundo. Consegui o sentir batendo no colo de meu útero. Era incrível como ele conseguia me deixar completa. Não só fisicamente. Mas parecia que meu mundo só rodava se ele estivesse ali. Ele ia violento e forte.

 

            “AH EDWARD! MAIS… AHHH… HOMEM! MAIS… UHM!”

 

            “UHMM” Ele em tomava completamente. Pegou meus cabelos e os puxou com força deixando a pele de meu pescoço mais esticada. Arqueei meu corpo, se duvidar eu podia sentir Edward em cada poro meu. Empurrava meu quadril contra o meu filé. Ele pegou uma de minhas pernas e colocou em suas costas, diminuindo um pouco o ritmo das estocadas, facilitei seu trabalho e coloquei a outra perna o abraçando por completo. Ele me pegou com velocidade e quando vi estava sentada nele. Ele fazia força e investia dentro de mim com a mesma ferocidade projetando meu corpo para cima e fazendo meus peitos pularem. Ele me deu um chupão no pescoço.

           

            “Ahhh… uhmm… Eu vou te matar Edward Cullen…”

 

            “Mata não… uhm… Só se for de… ahmm… prazer.”

 

            “AHHHH, METE MAIS.” Pedi sem pensar. Ele me abraçou juntando meu corpo ao seu. Senti seu suor se misturando ao meu, lambi seus lábios inchados de nossos beijos, o mordi, o chupei a boca, se eu teria um roxo no pescoço ele teria na boca. Suguei o local com vontade.

 

            “Vingativa!”

 

            “Não… UUHHH… você que tem um gosto muito bom… AHHHH” Me segurei em sua cabeça e ficamos em silêncio por um momento. Parecia surreal o momento. Ele entrando em mim com força, eu dançando em seu membro com uma vontade incondicional, a energia entre nós era quase tangível aos meus dedos. Ouvíamos um ao outro com atenção, aquilo me excitava mais. Só nossos gemidos, sussurros e a respiração pesada. Encontrei seus olhos e ele me fitava sério e investia em mim cada vez mais fundo. Ficamos nos olhando por um longo tempo. Joguei minha cabeça para trás e ri de puro prazer.

 

            “AH EDWARD… AHHH ISSO É MUITO BOM…”

 

            “De quatro é melhor?”

 

            “Uhum”

 

            “Então você sabe…” Sai rápido dele que me pegou mais veloz ainda, eu agarrei em seu sexo e o posicionei em minha entrada e ele empurrou para dentro.

 

            “AHHHHH vai me faz gemer mais.”

 

            “Com certeza…” Naquela posição sim, ele estava me fodendo como um animal. Forte, fundo e violento. Ah Deus! Mesmo daquele jeito eu o amava e o queria mais. Ele pegou mais uma vez em meus cabelos e puxou minha cabeça com ânimo. Ele fazia movimentos insanos de vai e vem. Eu estava perdida no tempo, ele não cansava e nem eu, que só queria saber de mais. Ele estocava, brincava com o meu clitóris, chupava, mordia, beijava, lambia. E eu só conseguia gemer.

 

            “UHM Edward… aahhh… meu… De… ahhhh”

 

            “Geme… ahmm… oohh… Bella como… você é boa… uhmm”

 

Minhas costas teriam marcas por vários dias. Ele aumentou a força e eu senti aquele tremor do orgasmo chegar. Continuamos nos incentivando até chegarmos ao auge.

 

“AH vem junto amor… uhm… vem junto minha delícia, goza pra mim…” Ele sussurrava sensual em minha orelha e eu gozei e ele veio logo depois de mim.

 

            “AAAAHHHH” Um amortecimento me dominou senti meu mel escorrer por entre as pernas e seu líquido quente se misturar ao meu. Ele saiu de mim e me abraçou me tombando no colchão junto com ele mantendo seus braços envolvidos em mim. Sentia sua respiração estabilizar em minhas costas.

 

            “Esse foi o sexo mais longo da minha vida!” Ele falou baixinho em meu ouvido.

 

            “O que?” Ele pegou meu celular e deslizou o visor.

 

            “04h45min da madrugada!”

 

            “Tá brincando?” Arranquei o telefone de sua mão e olhei confirmando a hora. “HAHAHA foram o que? 50 minutos direto?”

 

            “Por ai amor.”

 

            “Acho que amanhã não vou conseguir andar.” Eu estava orgulhosa de mim mesmo.

 

            “Consegue sim Bella…” Ele hesitou parecia querer falar alguma coisa.

 

            “O que você quer falar amor?” Mesmo de costas eu sabia.

 

            “Você é incrível… me conhece de olhos fechados.”

 

            “Sua respiração muda. Diga o que precisa dizer.”

 

            “Eu não te machuquei não é? Sabe às vezes perco a noção com você Bella.”

 

            “Só senti prazer.”

 

            “Desculpe pelo tapa?”

 

            “Eu gostei. Não precisa se preocupar. Mas não preciso nem dizer que gosto de carinho também não é?”

 

            “Eu sei, te fazer feliz me faz feliz. Então…”

 

            “Então fica quieto e escuta a chuva cair, porque eu te amo e não precisa se preocupar com desculpas.” Uma chuvinha fina começava a bater na janela.

 

            “Que bom… porque eu também te amo.”

 

            Adormeci nos braços de Edward mais uma vez. Ao acordar reparei que já tinha amanhecido e provavelmente eu e Edward estaríamos ferrados. Saltei me sentando na cama sobressaltada. Edward abriu um olho e sorriu, mas voltou a dormir. Olhei no celular. Faltavam míseros 20 minutos para estarmos na escola.

 

            “Puta merda! Levanta Edward! LEVANTA!” Sai correndo da cama e fiquei tonta no mesmo instante em que enrolei meus pés nas calças de Edward que estavam jogadas no chão. Quando dei por mim já estava batendo minha cabeça no chão. Ouvi o baque alto no piso agora revestido de madeira.

 

            “Ai…” Resmunguei, o Ediota levantou meio corpo e me olhou. Aquilo era vexame demais, eu estava nua, toda torta no chão, e terrivelmente nervosa. “Não olha e me dá já um lençol.” Falei séria. Ouvi ele se mexer e me atirou o lençol bem na cara.

 

“Ediota.” Ele riu muito. Eu comecei a me enrolar no lençol. Me levantei aos poucos tentando recobrar o equilíbrio. Minhas bochechas queimavam de raiva.

 

“Você está sexyyy” Ele falou quando me coloquei de pé envolta no pano branco. Fez questão de acentuar o som do “i” e riu mais um pouco. Eu não estava achando a mínima graça.

 

“Edward querido?”

 

“Sim Monstrenga amada?”

 

“Vai a merda!” Só consegui ver os olhos dele se estreitando. Dei as costas e fui em direção ao meu closet. “Pode parar de olhar a minha bunda e anda logo… devemos ter 15 minutos para estar na escola e te dou 10 segundos para Alice bater nessa porta e gritar com nós dois.” Virei rápido para falar com ele.

 

            “Ok chefe Swan, mas sua bunda é irresistível.” Ele se levantou se cobrindo com o edredom e veio em minha direção. Com ele daquele jeito era fácil esquecer que eu estava nervosa com ele, por ter rido de mim. Ele pegou meu rosto com as duas mãos. “Olha aqui Isabella…” Me forçou a olhar em seus olhos. “Eu só não fico irritado com você também porque sei que você é uma manhosa de marca maior e não consegue ficar bem humorada quando tem pouco tempo pela manhã! SÓ POR ISSO! Me entendeu?” Eu levantei minhas sobrancelhas para ele.

 

            “Por mim você pode ficar irritado a vontade! DESDE QUE NÃO RIA DA MINHA CARA !” Me virei mais uma vez de costas para ele. Ele me pegou com vontade por traz e me abraçou.

 

            “Meu amorzinho… eu não ri da sua cara. Eu ri com a situação. E você está mesmo muito sexy nesse lençol.” Ele mordeu minha orelha. Ok. Não preciso nem dizer que já estava doida pra jogar ele na cama mais uma vez.

 

            “Tudo bem então… mas não se acostuma” Me virei e beijei ele rapidamente. Ele fez biquinho quando nos separamos. “Agora anda e sem dengo! 5 minutos! Está me ouvindo? 5 minutos e te quero me esperando na porta do quarto. Estamos mais do que atrasados. Vejo que vou morrer de fome!”

 

            “Tá to indo. Não queria, mas to indo.” Ele seguiu para a porta.

 

            “Oh Edwaaard?!”

 

            “Ahm?”

 

            “Não esquece de colocar a calça que tá aí no chão. Tenho quase certeza que você vai dar de cara com a Alice quando abrir a porta.”

 

            “Ah! Melhor mesmo.” Eu peguei uma calcinha e um sutiã e me vesti rápido. Eu não tinha tempo pro banho. Mesmo precisando, e muito, depois da noite suada que tive. Mas não tinha mesmo a merda do tempo.

 

            “AAAAAAAAAAAHHHHH” Alice. “Sai Edward…” Ela falou entrando no quarto e nem olhando na cara dele. “Aliás, corre! Vocês vão me atrasar desse jeito! E hoje eu tenho avaliação!”

 

            “Sim senhorita nanica!” ele deu um passo e entrou em seu quarto.

 

            “Oh Bella o que ele estava fazendo aqui?” Eu me vestia rapidamente. Já colocavas as meias.

 

            “Dormindo, claro… Allie me alcança os tênis que estão embaixo da escrivaninha?”

           

            “Tá…” Ela me jogou os sapatos. Me agachei e atei os cadarços. “Sei dormindo…”

 

 

            “Ele dormiu ham… depois que… ai Allie seu irmão acaba comigo!” Falei colocando a mão no peito e revirando os olhos.

 

            “Bella! Sua tarada!” Eu ri alto.

 

            “Quem falando! To pronta… só preciso escovar os dentes, passar desodorante, e prender meus cabelos.” Corri pro banheiro com a nanica em meus pés. Comecei a escovar meus dentes.

 

            “Olha só… meu irmão te ama, isso sim.” Ela falou feliz. Eu quase chorei com isso. “Você ama ele Bella?” Eu me engasguei com a espuma. Tive que cuspir rápido.

 

            “Que pergunta é essa Allie? Eu amo ele mais que a mim mesma…”

 

            “É que Edward… bom eu nunca vi Edward assim com alguém, o jeito que ele olha você, e como ele é feliz… Eu amo você e amo ele e fico feliz por vocês. Não sei não, mas Edward Bella… Edward é um cara que assim que tiver a oportunidade vai pedir para casar com você.” Eu congelei do jeito que estava. Casamento? Meu corpo se arrepiou inteiro com a palavra.

 

“Ahm… eu amaria… mas é um pouco cedo para isso você não acha Alice?” Consegui falar quando encontrei as palavras certas.

 

            “Sua boba, não to falando que isso vai ser hoje ou amanhã… Ele quer fazer muita coisa, construir uma vida. E tenho certeza que quer você ao lado dele…”

           

            “E eu… eu quero estar do lado dele. Não importa como, nem onde… ele sabe disso… ele te falou alguma coisa Alice?”

 

            “Não… eu ouvi ele falando com Jasper algo sobre Isabella, faculdade e noivado…”

 

            “Você tá brincando comigo?” Fiquei meio histérica. Puxei meus cabelos para cima de qualquer jeito. Estávamos demorando demais lá…

 

            “Não mesmo! A BELLA VAI CASAR LALALA! Hahaha…” Ela ria e do nada ficou quieta.

 

            “O que foi Alice?”

 

            “Ai papai, MORRI!” Ela olhava para mim com uma cara debochada, apoiando a mão no peito.

 

            “O que foi? Fala logo!”

 

            “Edward é um selvagem mesmo… olha seu pescoço!” Ah merda! Me olhei no espelho do banheiro.

 

            “Eu disse que ele acaba comigo nanica!” Falei saindo do banheiro e pegando minha bolsa sobre a mesa.

 

            “Quem acaba com você Bella?” Edward entrava no quarto.

 

            “Voc… AI PAPAI, MORRI MAIS UMA VEZ! Vocês são dois canibais!”

 

            “É a Bella que é uma devoradora vingativa… Fez isso comigo!” Olhei para a boca dele e ri, estava inchada e roxa.

 

            “Ahahah, é… bem eu que devoro você né? Vamos logo!”

 

            “BELLA NÃO VAI TAMPAR ESSE ROXO NÃO?” Allie gritou comigo.

 

            “Eu não. Edward não consegue esconder o dele! Por que eu faria?” Na verdade não estava nem ai para o que pensariam de mim.

 

 Peguei os dois pelas mãos e arrastei eles porta a fora. Eu não conseguia parar de pensar naquela história de casamento. Eu era nova demais, mas não negaria a um pedido desses.

 

            Na escola de cara encontrei o casal psicopata J&J. A chuva da noite tinha se transformado em temporal. Edward nos deixou na porta do prédio principal e seguiu para o estacionamento. Alice e Jasper foram para suas aulas e eu fiquei esperando meu amor. Quando o vi apontando na chuva Amber estava com ele sob o guarda chuva. Ela parecia tensa.

 

            “Oi amor… olha quem eu encontrei…” Edward falou quando chegou perto de mim fechando o guarda chuva.

 

            “Oi Amber, como você tá?”

 

            “Oi Bella, eu estou bem… espero que não se importe pela carona que Edward me deu… eu esqueci o guarda chuva em casa… eu ia ficar dentro do carro a manhã inteira!”

 

            “Claro que não me importo Amber… Gente é melhor a gente ir, o sino já tocou.” Eles concordaram e seguimos escola adentro, Edward foi para a aula de geometria e eu segui no corredor. Com ela, nossa aula era no primeiro prédio, ela não era de falar.

 

 

            “Amber, quer ficar no almoço com a gente?” Perguntei sem rodeios.

 

            “Uhm… não sei Bella, seus outros amigos não vão se importar?”

 

            “Não vão não. Eles são bem legais, Jazz é um esquisitão e Alice é divertida. E Edward… é Edward. Desculpe não tenho um adjetivo para ele…”

 

            “Haha tudo bem, sem adjetivos então…” Ela olhou para o meu pescoço e riu com o canto da boca. “Tá eu passo o almoço com vocês… Bella posso te perguntar uma coisa?”

 

            “Claro” Estava quase na porta da minha sala, alguns alunos estavam para o lado de fora. O professor ainda não havia chego.

 

            “Uhm, qual é a do Jacob e da Jane? Quero dizer, porque eles são idiotas?”

 

            “Eles te tiram a paciência não é?”

 

            “Mais ela… ele nem tanto, ele só ri como um otário das piadinhas infames dela…”

 

            “Ele é um otário, e ela… prefiro nem falar, ela me faz mal Amber. Edward seria a pessoa mais apropriada para te falar dos dois. Ele tem uma longa história com o casal psicopata!”

 

            “Haha casal psicopata…”

 

            “É, eu vou te resumir. Edward e Jacob era melhores amigos, Edward era namorado da Jane, e pelo o que eu entendi Jacob era apaixonado por ela. Jane tem alguma doença psicológica e Edward era o brinquedinho dela. Não sei bem qual é a deles…”

 

            “Complicado não?”

 

            “Muito, ainda mais quando você é atual… Amber, o professor está chegando, te vejo no almoço?”

 

            “Claro, tchau Bella.”

 

            As aulas foram um saco. Ouvi alguns comentários sobre o meu pescoço. Quando estava indo para o refeitório escutei a voz de Jane atrás de mim, tentei ignorá-la. Até que ela falou a pior asneira que já ouvi em minha vida. Ela estava fazendo para me provocar, eu sei, mas não resisti.

 

            “Será que Edward bate nela? Em mim ele não batia, era só carinho. Aquele roxo deve ser alguma agressão a essazinha!” ESSAZINHA? Se ferrou. Me virei repentinamente. Parei na frente da garota.

 

            “NÃO QUERIDINHA. ELE NÃO ME BATE. MAS EU… EU POSSO TE BATER SE VOCÊ QUISER!”

 

            “MAS GAROTA VOCÊ É UMA VACA MESMO! VOCÊ PENSA QUE CONSEGUE ME PEGAR MAS NÃO CONSEGUE! VOCÊ NÃO É NADA!”

 

            “AH MEU BEM, OLHE PARA VOCÊ JANE! SE ENXERGA! VOCÊ É COMPLETAMENTE DESEQUILIBRADA! QUALQUER UM CONSEGUE TE DERRUBAR!” Um grupo de pessoas já começava a se formar a nossa volta. Eu estava completamente sozinha ali e ela tinha aquelas amigas metidas de companhia.

 

            “EU VOU TE BATER SUA VADIA! ACABAR COM VOCÊ!”

 

            “VOCÊ TÁ FALANDO DEMAIS JANE! VEM LOGO CADELA!” E ela veio e eu fui correndo na direção dela. Quando eu tava chegando perto Amber se coloca na minha frente! Uma amiga qualquer tira a Jane de perto também.

 

            “HEY HEY HEY BELLA! CALMA! NÃO DESÇA A ESSE NÍVEL!”

 

            “AMBER! ME SOLTA! ESSAZINHA MERECE UNS BONS TAPAS!”

 

            “Não ela não merece! Não perca seu tempo! ELA ESTÁ SÓ TE PROVOCANDO!”

 

            “BELLINHA! VOCÊ PRECISA DESSA ESQUISITONA PRA TE DEFENDER? FRACA! COVARDE!”

 

            “COVARDE NÃO SUA IGNORANTE! ELA NÃO ESTÁ ME DEFENDENDO! ELA ESTÁ TE DEFENDENDO! ELA SABE QUE VOCÊ APANHARIA ATÉ SANGRAR! VOCÊ DEVIA AGRADECER A AMBER!”

 

            “AGRADECER? ISSO NÃO EXISTE NO MEU DICIONÁRIO SUA RETARDADA!”

 

            “RETARDADA? HAHAHAHA! Vem Amber. Você está certa. Não preciso descer a esse nível.” Respirei fundo e virei as costas, deixando Jane para trás.

 

            “Você não perde por esperar Isabella Swan.” Ouvi Jane falar baixo. Não me dei o trabalho de responder. Mas aquela ameaça parecia real.

           

            Abracei Edward ao vê-lo e apresentei Amber a todos. Contamos o que tinha acontecido. Alice riu com o fato de Jane ter achado que ele me batia. Jasper acrescentou que nós parecíamos dois selvagens. Edward disse que eu que era a violenta e que arrancava seu couro. E Amber ficava vermelha constantemente, mas logo estava falando algumas bobagens também. No final do almoço disse que daquele dia em diante ela sempre se sentaria conosco, ela agradeceu e aceitou. Alice para emendar a chamou para ir na quinta feira conosco a Port Angeles fazer compras e sinceramente, não acreditei quando ela aceitou.

 

            Quando contamos a Alice e Jasper que Esme já estava por dentro da situação dos dois, eu e Edward ouvimos muitos gritos de Allie, e alguns “muito obrigado” de Jasper. Eles nunca se entendiam.

 

CONTINUA...

 

[***]

 

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Notas finais do capítulo


Meus amorecos!


E ai, gostaram do capitulo? Eu particularmente adorei escrever ele!


Seguinte, agora os capitulos vao ficar mais demorados (mas acho que amanhã já posto um bonus desse capítulo) Consegui deixar tudo att de acordo com o orkut e começarei a postar no orkut por capitulos... eu nao fazia isso. Então agora quando tiver capitulo novo lá, terá aqui Já estou na metade do capitulo 11. Acho que no final de semana terá o novo capítulo... mas nao garanto isso com 100% de certeza!


Mais uma coisa... FANTASMINHAS eu sei que voces estão ai... apareçam e comentem! Eu vou amaaaaaaaaaaaar responde-los e saber o que estão achando da história!

Agora encham meu tanquinho amorecos e comentem bastante.