Lost On The Island escrita por Nárriman


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo do ano amores. Ele ficou um pouco curto e pra falar a verdade eu nem iria postar mais esse ano, maa eu queria me despedir de vcs e espero muito que gostem dele. Boa leitura e feliz ano novo.



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Pov’s Ally

Eu podia ouvir o meu coração pulsar em meus ouvidos e o toque gelado da arma em minhas mãos.

—Ally abaixa essa arma e depois conversamos. -Disse em um tom de voz tremulo e baixo.

Seus olhos estavam arregalados e sua respiração pesada. O medo era visível nele.

—Fale logo tudo de uma vez e eu abaixo a arma. -Tentei soar o mais firme possível.

Era a primeira vez que eu segurava uma arma em minhas mãos. Não é algo de eu vá me orgulhar um dia, mas não posso negar que é boa a sensação de ter alguém suplicando misericórdia bem a sua frente.

— Pelo amor de Deus abaixe essa coisa. -Se aproximou aos poucos. — Você nem sabe manusear uma arma. Vai acabar machucando alguém com isso.

Ainda receosa levantei um pouco mais os braços e mirei em sua cabeça.

—Pode acreditar, é o que eu mais quero.

Dei alguns passos para trás e acabei esbarrando no painel de controle do avião.

—Acha mesmo que eu seria capaz de machucar você?-Perguntou.

Parecia estar ofendido, mas eu não iria cair em suas conversas. Talvez seja apenas uma máscara e não quero correr riscos.

—Estamos aqui há uma semana e só agora você decidiu bancar o herói da história. Pode apostar que eu acho sim.

Senti meu dedo indicador que estava prestes a atirar começar a incomodar. Eu estava segurando a arma como se dependesse dela para viver o que estava machucando meus ossos.

—Se não fosse por mim você estaria servindo de comida agora para os tubarões. -Alterou o tom de voz um pouco irritado.

—Já parou pra pensar que talvez fosse exatamente isso o que eu queria?-Comecei a gritar o que foi uma péssima idéia.

Meu dedo deslizou sobre a arma e eu dei o primeiro disparo. Foi algo tão repentino e forte que me fez cambalear na cabine do piloto e se não fosse pelo painel eu teria caído no chão.

Olhei para Austin.

Em minha cabeça eu só conseguia sentir a raiva se dissipar aos poucos, dando lugar a uma preocupação inconveniente, mas graças a Deus a bala passou bem longe dele acertando em cheio uma das poltronas da primeira classe.

—Me desculpa. –Pus a mão em minha boca. Eu não conseguia descrever o quanto eu estava assustada com o que acabei de fazer.

Olhei em seus olhos e pude ver que ele transmitia a mesma aparência de susto que eu. Nenhum de nós dois estava esperando por aquilo

Joguei a arma para o outro lado da cabine e juntei minhas mãos uma na outra. Eu quase matei alguém. Ally Dawson quase tirou a vida de alguém.

Em que mundo isso é possível?Até ontem eu mal sabia me maquiar.

—Tudo bem. Agora podemos conversar como dois adultos civilizados?

Seu peito subia e descia e seus olhos não paravam em canto algum. Ele não estava esperando por isso, nem eu estava.

Fiz que sim com a cabeça e ele apontou com o queixo para que eu o seguisse e assim o fiz,mas antes que pudesse notar escondi um pedaço do braço de uma das poltronas em minhas costas.Não posso apostar todas as minhas fichas em sua lealdade a mim.

Nos sentamos no meio do corredor da classe econômica por ser mais espaçosa.Apenas encarando as inseguranças ocultas do outro.

—Acho que você tirou conclusões precipitada sobre mim Ally. -Sussurrou depois de cinco minutos no silêncio da manhã que começava a nascer.

O sol já estava raiando e eu podia perceber isso pela porta aberta no meio do avião. Parecia que a enorme bola de fogo ficava ainda mais bela quando surgia tendo o mar como seu espelho.

Uma das coisas mais lindas que vi em toda a minha vida sem sombra de dúvida.

—Então me mostre as certas. -Respondi de forma fria. Tirei os olhos do belo horizonte a todo o meu dispor e o encarei.

—Faça suas perguntas então. Irei responder cada uma delas para te provar que esta errada sobre mim. Nem que isso leve o dia todo. -Encostou a cabeça em uma das poltronas e encolheu uma das pernas o que serviu de apoio para sua mão que batucava freneticamente na calça surrada que ele estava vestindo.

—Como deduziu que pessoas estavam nos observando na ilha?Qualquer um diria que foi um vôo mal executado. -Eu ainda estava ofegante.

Não é algo que costumo fazer todos os dias.

—Porque um piloto de avião não iria tão longe assim. Sua função deveria ser tentar chamar a atenção imediatamente via rádio e você já deveria saber disso. -Respondeu sem nem ao menos piscar.

Assenti ainda desconfiada.

—Como conseguiu matar aquele homem de forma tão fria?Deveria simplesmente ter me deixado atirar. -O olhei de cima a baixo. Se estava escondendo algo, eu iria descobrir.

—O som que a bala emitiria provavelmente chamaria a atenção de outros que estavam com ele, mas acho que você cuidou muito bem disso quando quase atravessou uma bala em meu crânio.

O sarcasmo em sua voz me fez sorrir de orelha a orelha.

Eu nem tinha pensado nisso, mas talvez até seja bom que descubram que estamos aqui e nos matem de uma vez.

—Como soube fazer comunicação com outros pilotos?-Arqueei a sobrancelha.

Essa não é tão fácil assim de responder e ele sabe disso.

—Já me alistei no exercito militar quando mais jovem. Lá aprendemos esse tipo de coisa. -Disse mais rápido do que qualquer uma das perguntas anteriores.

—Você estudava arquitetura então porque fez isso?

Ajoelhei-me no chão do corredor.

—Porque minha noiva pediu. -Percebi que ele cerrou a mandíbula. Acho que não esta tão disposto a se abrir como falou minutos atrás.

—Muito bem. -Me aproximei um pouco mais dele.

—Só mais uma única pergunta e você esta livre. -Pude sentir seus olhos em minha boca e sua respiração se misturar a minha.

Ele assentiu ainda admirando meus lábios.

—Porque embarcou naquele navio? E não vale mentir. -Sussurrei próximo a seus lábios.

—Porque eu estava atrás de uma pessoa. -Também respondeu aos sussurros.

—Quem?-Mordi o lábio inferior.

—Você.

Um choque invadiu o meu peito me trazendo de volta a realidade.

—O que disse?-Indaguei franzindo a testa.

—Você Ally. Eu estava naquele navio por sua culpa. -Encarou meus olhos com um ar de amargura e divertimento.

—Como assim?-Balancei a cabeça me afastando um pouco.

Ele esta fazendo uma piada ou algo do tipo?Eu nunca nem ouvi falar dele e nem que tivesse ouvido. Não morávamos na mesma cidade para termos qualquer tipo de contato.

—Sabe quando eu falei que estava naquele navio por causa da minha noiva?-Foi ele quem perguntou.

Assenti ainda sem processar muito bem tudo o que acabei de ouvir em minha cabeça.

—Não foi exatamente por causa dela que eu estava lá. -Passou o dedo indicador pelo canto da boca limpando uma gota de sangue que estava presente ali.

Engoli em seco.

—Eu já sabia sobre você e Gavin desde antes de embarcar no navio morena. -Gargalhou de forma esquisita.

—Como?Nunca nos vimos na vida. –Falei convicta.

—Quem te contou?Talvez Cassidy possa ter te encontrado na fila para comprar as passagens, vocês terem se esbarrado e ela ter mencionado uma amiga desolada?Gavin em uma de suas viagens com desculpas esfarrapadas?-Comecei a gritar mesmo ainda estando próxima demais dele.

—Você ainda não ligou os pontos não é mesmo?-Sorriu para mim.

—Do que você esta falando?-O olhei desesperada. —E mesmo que você soubesse da minha relação com o Gavin antes de eu embarcar no navio quais seriam as chances de você estar lá também?As chances eram mínimas. -Respondi ainda incrédula.

Esse cara tem problemas mentais, essa é a única resposta sensata no momento. Ele não é uma pessoa sã da cabeça.

—Verdade, eram chances quase nulas. -Admitiu com os olhos distantes em direção as poltronas atrás de mim.

—Mas se eu te dissesse que era a minha noiva que estava tendo um caso com o seu namorado?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e comentem o que acharam do capítulo. Isso é muito importante pra mim, pois assim sei o q estão pensando sobre a fic. Amor vcs e nos vemos em 2017.



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