Tony Stark não tem filhos! escrita por Helena Van Houten


Capítulo 2
Que comece a guerra


Notas iniciais do capítulo

Bom, amores, Olá. Eu demorei mesmo e peço mil desculpas, mas é que estava bem deprê. Outro motivo é que as provas finais já começaram e aí já viu.
Espero que gostem e comentem. Eu revisei duas vezes mas não seu se esqueci algo. Perdoem erros.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/660266/chapter/2

O garoto olhou todos os quartos, até mesmo o de Tony. Optou pelo que ficava ao fim do corredor, e mais longe possível do milionário. Bernard jogou a mochila em um canto qualquer e deitou na cama preguiçosamente. Fitava a lâmpada, suas mãos atrás da cabeça.

– Você gostaria de me ver agora, mãe - sussurrou, tocando a cicatriz na nuca. - Eu estou seguro agora... - se senta.

De olhos fechados, o menino respirou fundo. Ouviu o barulho da porta e como presumiu, não estava mais sozinho. Sua madrasta e seu... e Tony Stark estavam ali.

– Você deve estar com fome, Bernard. Estávamos tomando café, venha conosco.

– Boa ideia, ruiva. Estou faminto. - ele já estava de pé, remexia algo na mochila. Depois de pegar uma pasta azul, passou pelos dois adultos.

O milionário revirou os olhos, já a namorada sorriu amarelo, andando no encalço do menino.

– Sabe que eu conheci sua mãe, Bernard?! - Pepper estava tentando ser legal com o menino, apesar do visível desconforto.

Quando disse essas palavras, estava se sentando, Tony fez o mesmo em seguida. O pequeno Hansen devorava um pedaço de bolo, aparentemente saboroso. Ainda de boca cheia ele disse:

– Que bom. Minha mãe era o máximo... - terminou de comer - Já não digo o mesmo de meu pai. Tanta gente pra engravidar minha mãe e ela escolheu você... - mordeu um pão.

– O mais interessante é que você veio parar aqui sem mais nem menos, e de boa vontade. - Tony revida - Você me parece bem satisfeito com minha casa e tudo que é meu, tanto que me suporta como pai. - também morde um pão, olhando o filho com provocação.

– Tony! Ele é uma criança! - diz a namorada.

– Primeiro que eu já tenho 14, não sou criança. Segundo... vai se ferrar, seu homem de lata. - os adultos se espantam. Vendo isso, ele completa - O quê? É verdade. E outra, eu queria que o Capitão América acabasse com você. Ah, e só pra constar, eu espero que você pague por ter deixado minha mãe morrer.

Tony estava quase esganando o garoto. Ele falava isso com tanta calma, de onde veio esse coração tão frio?

– Er... Onde você morava antes, Bernard? Devemos providenciar uma escola para você. - doce como sempre, Pepper diz.

– Bem lembrado! - ele entrega a pasta azul para ela. - Eu preciso que algum novo responsável por mim vá renovar minha matrícula.

– Como assim "novo responsável"? - o moreno provoca. Bernard fica tenso. Vendo isso, o moreno ri e provoca - Fala aí, filhinho. Seu último tutor abandonou você, foi isso?

– Tony, melhor parar.

– Deixa ele falar, amor. Diz aí, menino. - deixou os braços dobrados na mesa - Bom, alguém deve ter te adotado quando sua mãe linda morreu. Eu entendo, você é tão chato qiet teve que me procurar se quisesse um teto. Até sua mãe preferiu morrer a... - parou de falar quando viu os olhos do menino.

O clima na mesa ficou tenso, o garoto estava mesmo com fome, por isso continuou ali. Olhava apenas para o prato de cereal... lágrimas caíam na comida.

– Eu não fui abandonado, seu lesado. Eu fugi... - falou depois de um soluço.

– Não precisa falar, meu querido. - a ruiva passa a mão em seu braço. Tony deu de ombros.

– Você mora nesse seu palacete, não sabe como é ter de ficar o dia na rua se quiser ficar em paz. Não sabe como é ter de ir comer na casa dos amigos... - olhou nos olhos do pai. Chorava muito. - Não sabe o que é ter de fugir de casa porque seu único parente quer te abusar... - se levantou.

– E ele conseguiu? - perguntou ele, tentando soar indiferente, quando na verdade se sentia um monstro.

O garoto não respondeu. Apenas tirou um recorte do bolso, jogou no prato do moreno e saiu. No alto da escada, disse:

– Você estava ocupado demais salvando o mundo para salvar seu filho.

No recorte dizia:

" Criança sumida em Staten Island. Polícia desconfia do tio, único parente vivo."

Tony deixou Pepper ali e subiu as escadas. Precisava falar com o menino.

– Garoto! - bateu na porta. Silêncio. - Menino! Abra a porta.

Depois de uns três minutos de espera, Tony iria bater mais uma vez. Mas a porta é aberta. O garoto usava um boné para trás e tinha uma raquete de tênis na mão. Seu rosto nem tinha sinais de tristeza. Teve sucesso em ignorar o pai.

– Aonde você vai?

– Jogar, ora. Eu vi um jardim enorme e vou aproveitar. - deu de ombros e desceu as escadas correndo.

Tony então terminou de ler o recorte:

"Emílly Watson tem 6 anos e desapareceu a um mês..."

– Menino idiota!

[...]

– Garoto! - o moreno já procurava Bernard a uns quinze minutos. Não o encontrava de jeito nenhum. - Sexta-feira, aonde esse garoto está?

– Não o encontro, chefe. Ele não está nas dependências da casa.

– E só me diz isso agora? - bateu as mãos nas coxas em pura frustração. Precisava sair.

– Você não perguntou, chefe.

– Tá bem, tá bem. Se ele chegar... - antes que terminasse, ouviu a voz esganiçada do loiro, adentrando a sala.

O menino estava sujo, seus cabelos desgrenhados e sujos de lama. Estava com um fone gigante e dançava como um louco. Ouvia "Back in Black" do AC/DC.

– E aí, papai - pulou perto do milionário.

Já era noite, Pepper não viria essa noite e o empresário precisava sair. Thor estava na Terra e nada melhor que festejar.

– Calado! - puxou os fones. - Eu preciso sair e você vai ficar aqui com a Sexta-feira. - deu um leve empurrão no menino e saiu.

"Que pai fofinho", pensou ele. Parou por alguns segundos se lembrando do que aquela ruiva de nome engraçado falou. A casa contava com uma interface independente de inteligência artificial. Com isso, disse:

– Aquela ruiva estranha me disse que você é um programa, certo? - falou o menino, olhando todo o local.

– Certo, senhor Hansen.

– Bom, eu sou filho de seu dono, então também mando em você. Eu estou precisando comprar algumas coisas e não tenho dinheiro, então você vai me ajudar com o dinheiro do Tony, seu chefe, meu pai.

– Sinto muito. Não estou autorizada a isso.

– Okay, então. Eu vou dar uma volta. - voltou à porta. Esta, trancada.

– De acordo com as leis dos Estados Unidos você é menor de idade. Não tem autorização de seu tutor e pai para sair.

– Programa de computador idiota. - chuta a parede e vai até as escadas.

– A senhorita Potz se certificou que não ficaria com fome. A geladeira está abastecida.

– Eu não perguntei. - bateu a porta do quarto com força.

O menino foi logo para o banheiro. Precisava tirar a lama do corpo. Se seu papai soubesse aonde estava, com quem esteve e fazendo o quê, sem dúvida teria seu primeiro castigo. Mas demoraria pelo menos até amanhã para a notícia chegar aos jornais.

O garoto passava um shampoo qualquer no cabelo, aproveitando que a namorada de seu mentor comprou tudo. Ela disse que compraria algumas roupas também.

– Essa mulher até que é legalzinha, mas é bom que ela não pense que eu gosto dela. - desabafou com o chuveiro. Antes acostumado com sua mãe lhe ouvindo ao lado de fora.

Lembrando da mãe, abaixou o rosto. Sem dúvida ela não se orgulharia do que ele estava fazendo, mas era preciso no momento.

– Ah, mãe... que saudade. - falou saindo do banheiro, só de toalha.

Remexeu a bolsa à procura de uma roupa limpa, encontrou depois de muito esforço. Vestiu seu pijama e se jogou na cama, ouvindo música.

– Hey, mulher de computador.

– Pois não, senhor.

– Você pode me dizer onde Tony Stark foi? - falava enquanto se esticava para pôr o carregador do celular na tomada. Quando terminou, depositou-o no criado mudo.

– Sim, eu posso. Ele foi a uma festa com os vingadores. - o menino só levantou as sobrancelhas.

– Tá bem. - pegou o filme que queria na bolsa.

Dito isso, o menino desceu até o térreo, sentia fome. Na geladeira, encontrou tudo que precisava para um lanche. Fez e comeu. Na sala, admirou a enorme televisão, antes de ligar o filme que pretendia assistir. Este, "Transformers - A Era da Extinção". Sim, antigo, mas seu favorito.

O menino estava cansado. Foi um longo dia. Primeiro que passou horas procurando a casa do milionário, depois as caronas e o tempo que correu. Isso sem contar o que passou do começo da semana até hoje, sábado à noite. Durante o dia foi se divertir com seus "amigos", se aproveitando para denegrir a imagem do pai...

Foi um longo dia. Tanto que estava pensando em seus olhos agora, que teimavam em se fechar. Quase dormindo, é despertado pelo barulho de Tony ao telefone. Ele começa a falar baixo quando vê o menino ali.

– Olha, eu cheguei em casa, depois eu ligo.(...) Tá, tá, tá. Tchau.

O menino, que o olhava, voltou a fitar a televisão, fingindo nem o ver ali. Viu quando o homem se sentou no sofá menor.

– Como pode assistir esse filme? - debocha. - Não vai dizer que acredita neles.

– Eu nunca acreditei em robôs vindos do espaço até eles aparecerem. Eu não acreditava em deuses, aí o Loki e o irmão loiro dele vieram para a Terra. Eu também nunca acreditei em heróis... - com desdém, conclui: - Mas as pessoas acreditam em você e eu não posso mudar isso. É só um filme, mas eu já nem duvido de nada.

– Eu sou um herói! - se vangloria - As pessoas acreditam em mim e você...

– Você não é meu herói. - desliga a televisão. Junta suas coisas e fica à espera de seu revide.

– Mas sou seu pai. - se levanta também.

– Você não disse isso hoje cedo, não é mesmo? - o adulto revira os olhos.

– Quer saber? É verdade! - Eu não sei o que você fez, garoto, mas eu não sou seu pai. Tony Stark não é pai de ninguém!

– Prazer, então. Bernard Hansen, mas se preferir... ninguém, seu filho.

– Vai se catar, menino. Olha só, já que eu não posso te jogar fora, é bom que se comporte, sim?

– Mas é claro, Tony - usa seu melhor tom de deboche. Sorria abertamente.

– Pois bem - ignora a ironia e se dirige a seu quarto.

Quando o homem o deixa, Bernard, num sorriso até que cruel, diz:

– Não se preocupe, papai... Serei um filho ótimo, você nem vai me notar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? O que será que ele fez durante o dia? Vocês viram algo escondido aí? Eu vi kk
Amores, vou tentar voltar o mais breve possível. E se lêem minhas outras histórias, logo eu atualizo.
Beijinhos e até logo