Escrito em Escarlate escrita por Bella Black


Capítulo 5
III - Sherlock Juliana


Notas iniciais do capítulo

Oi gente :3
Primeira coisinha: DESCULPA. Eu juro que eu tinha programado um capítulo para sair ontem às 16:00hrs, masssss eu digitei alguma coisa errado na data e ele não postou :# JSHJASHKJDHASDSAD Por isso eu vou postar agr e tal ^^
Não deixem de comentar/favoritar a história, ajuda um montão e dá um super apoio na hora de escrever ^^
Boa Leitura ♥



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Atravessei a cidade e fui em direção a Gruta Natural. Antônio Prado era tão pequena que até o ato de "atravessar a cidade" não demorava mais de cinco minutos.

Quando cheguei lá notei as fitas amarelas da Polícia, elas estavam cercando a porta rotatória de grades que ficava na entrada principal, duas pedras bem pesadas impediam que a porta se movesse. Aparentemente não tinha ninguém tomando conta do lugar, mas mesmo assim resolvi dar uma circulada. A gruta ficava em uma subida, a entrada principal, onde eu estava, era a mais baixa e para chegar a uma das outras duas eu tinha de andar uns 50 metros de um morro bem inclinado e escuro no lado esquerdo ou alguns metros a mais pela direita, mas de uma subida nem tão inclinada e mais bem iluminada. O céu já adquiria um tom escuro e as estrelas já começavam a despontar, as sombras já dominavam o local e por isso optei pela direita. Direita sempre, não é o que falam?

Subi rapidamente tentando não fazer muito barulho ao andar, já que haviam moradores próximos e eu não queria incomodar e muito menos ser incomodada.

Eu já conhecia o lugar, havia estado lá várias vezes durante a infância, lembrava-me de estar com algumas amigas correndo pelo chão úmido e mortalmente escorregadio que ficava acima da pedra onde se encontrava a gruta em si.

A porta rotatória da segunda entrada também estava bloqueada então continuei a caminhada.

Somente quando o círculo deformado começava a descer atingi a terceira entrada. Essa contava apenas com a fita a lacrando pois não possuía uma porta em si, era só uma passagem. Eu preferia ter conseguido entrar por uma das outras entradas, que eram mais bem iluminadas, mas como já estava ali mesmo...

Para minha surpresa adentrei exatamente onde o crime ocorrera, pelo menos era o que indicavam as marcações dos policiais. Eu estava tão concentrada em entender o que havia acontecido e não notei a policial que se encontrava sentada em uma banco.

−Hei! Você não pode estar aqui. Não viu as faixas? - Indagou ela, uma mulher de aparentemente 30 anos, com cabelos curtos e loiros e corpo malhado, levantando-se.

−Ah, desculpe... −  Eu, que não tinha nenhuma intenção de me retirar de lá, continuei: − Bem eu sou jornalista de Rio Grande - Sim, isso era uma "meia" verdade, mas falar que se é de fora para qualquer um daquele lugar garantia alguns pontos a mais. − E eu gostaria de dar uma olhadinha no local...

−Como você pode ver pelas faixas amarelas − Disse ela me interrompendo - esse lugar tem acesso restrito e você não pode estar aqui. Por favor, dê meia-volta.− Aquele por favor não tinha sido nem um pouco gentil, o que me fez pensar que eu, com certeza, não queria me envolver em uma briga com aquela mulher que aparentava ter o dobro do meu tamanho.

Bem, eu não tinha chegado até ali por nada e resolvi insistir:

−Então, pelo menos você poderia responder algumas perguntas? Seria bem rápido... - Dava para ver em seu rosto que ela estava analisando os prós e os contras sobre o assunto então resolvi apelar para a minha última “armadilha”. - E é claro que o seu nome sairia junto com a matéria como policial encarregada.

−Você tem 5 minutos. - Disse ela com uma expressão impassível. Quase não entendi sobre o que ela estava falando, tamanha brutalidade que ela havia mudado de ideia, mas como eu não queria, de modo algum, perder tempo comecei com as perguntas padrão rapidamente:

−O que a Polícia já sabe sobre o caso?

−Bem, ele ocorreu por volta das 04:00 horas, em plena luz do dia, nenhum dos moradores da região ouviu nada por conta de um jogo que se passava próximo ao local. – Enquanto ela falava eu gravava tudo com o gravador do celular e fazia algumas anotações rápidas numa caderneta que vivia permanentemente no meu bolso.

−E como ocorreu o crime?

−A vítima foi torturada antes de ser jogada dessa pedra, ainda sentada em uma cadeira, que foi encontrada danificada no chão abaixo de onde a vitima estava pendurada por uma corda no pescoço presa naquele galho. - Ela indicou com a cabeça um galho à 20 metro da gente serrado na metade (provavelmente para ser levado a análise em busca de provas). O assassino devia ter preparado o local com antecedência pois não deve ser fácil conseguir prender uma corda naquela posição. Enquanto eu observava rapidamente a cena ela continuou − Houve também algo escrito no tronco da árvore, porém acabou ficando ilegível, foram recolhidas amostras do pigmento utilizado, mas pelo tom escarlate do pigmento provavelmente se trata de sangue.

Anotado: escrito em escarlate.

Tentei dar uma olhada em volta, em busca da tal "pintura", mas por estar escuro não vi nada e achei melhor continuar perguntando antes que acabasse o meu tempo. No final pretendia bater algumas fotos de todo aquele circo.

−Algum suspeito? – Continuei.

−Até o momento não, mas estamos analisando a vida da vitima em busca de possíveis inimigos atrás de vingança, como ex-cônjuges, colegas de trabalho, enfim...

−Alguma pista foi encontrada?

−Somente os materiais utilizados no assassinato e as amostras de sangue recolhidas.

Realmente, era um caso estranho, coisa muito rara de acontecer e aparentemente devia se tratar de alguma espécie de vingança. Eu já estava ligando a minha câmera, que estava presa ao meu pescoço, quando fui interrompida:

−Não, não, não. Já falei demais, nada de fotos aqui. - Beleza, só o que me faltava.

−Só uma foto do lugar, bem no geral, pra estampar a matéria... – Tentei.

−Não. E eu acho melhor a senhora se retirar do local do crime, coisa que já não podia estar fazendo... – Os olhos dela eram um tanto quanto ameaçadores, por isso resolvi sair sem mais protestos, eu já tinha conseguido bastante material, mas não havia gostado nem um pouco daquele tratamento rude. Pensei comigo e só de birra resolvi fotografar o local.

Como já era bem tarde e consequentemente o local estava escuro, já que a iluminação ali se concentrava toda na parte de baixo, onde ficava, de fato, a gruta, achei melhor voltar no dia seguinte, por isso retornei até o meu carro e dirigi para casa.

Já passava da 01:00 da manhã, mas eu não queria ir dormir sem a minha série de exercícios, rotina diária que havia adquirido alguns anos antes quando eu sofria dos males da insônia e desde então jamais largado.

Copiei o arquivo da gravação para o meu computador e fui tomar um banho rápido. Enquanto me banhava tracei um mapa mental da matéria, quais pontos eu iria tratar, para onde daria ênfase e esse tipo de coisa. O bom seria se eu fizesse toda a matéria naquele momento e só colocasse as imagens no dia seguinte, para conseguir mandar o mais rápido para o jornal, mas como não haveria muito concorrência naquele local e eu estava bem cansada resolvi deixar tudo para o dia seguinte mesmo.

Coloquei o meu pijama, composto por uma calça e camiseta manga longa cinzas e que eram absurdamente macios, e fui para o quarto onde estendi o meu tapete de exercícios.

“Exercícios” era apenas o nome que eu dava para uma pequena série de alongamentos que eu fazia todo dia antes de dormir. Não era o suficiente nem para cansar.

Quando terminei, programei o despertador para às seis da manhã e me joguei embaixo das cobertas.

Acordei ao som do alarme padrão do meu celular. Como eu odiava aquela música, mas como o horrível alarme que era, o efeito foi instantâneo. Levantei da cama bem desperta, já estava acostumada a dormir pouco e se caso fosse necessário eu poderia tirar uma sonequinha a tarde.

Logo após tomar um café preto forte, saí de casa, ainda comendo uma maçã; dirigi até a gruta, com todo o meu material no carro.

Dessa vez eu parei o carro lá na ruazinha de cima, o ponto mais escuro á noite tinha até que uma iluminação legal de dia, já que as arvores não cobriam tanto a rua. Daquela estrada não se podia ver muita coisa devido as árvores que começava a nascer juntamente com o cercado da gruta que acabava tampando toda a minha visão, mas talvez se eu me esgueirasse através das plantas eu conseguisse algum ponto de vista bom.

O chão era escorregadio e cheio de folhas úmidas, um tombo e eu rolaria diretamente para os pés de quem estivesse lá em baixo. Realmente não ia ser nada bom. Procurei firmar meu peso em uma árvore mais grossa cheia de musgo enquanto eu procurava um bom ângulo para a foto. Resolvi subir naquele tronco e tentar a sorte.

O tronco era bem inclinado, mais em posição horizontal que vertical, e me parecia ser muito velho, provavelmente já estava podre, mas parecia suportar o meu peso. Fui vagarosa e cuidadosamente me arrastando deitada em cima do tronco para não cair e não atrair a atenção de quem estivesse lá embaixo.

Fui subindo e só percebi que estava me arriscando demais quando olhei para baixo e quase cai de susto. Abaixo de mim o chão fazia uma descida brusca, se eu tivesse continuado andando provavelmente teria caído feio. Mais alguns metros adiante e eu estaria quase totalmente sobre da cena do crime.

Antes de me arriscar mais um pouco e correr riscos desnecessários, resolvi sacar a câmera e fotografar o local de onde eu estava.

Bati várias fotos panorâmicas, pegando toda a região e algumas focadas em alguns pontos interessantes como nas manchas escarlates que agora eu conseguia ver, o galho serrado e onde haviam marcações da policia. Eu estava concentrada tentando aproximar o zoom ao máximo de onde estava aquela estranha inscrição em sangue que me assustei com o flash (que eu jurava não estar programado) disparando, o que me fez perder o equilíbrio.

Por um segundo achei que conseguiria recuperar o meu ponto de equilíbrio novamente, mas antes que eu pudesse pensar duas vezes já estava no chão, mais precisamente rolando por um barranco insanamente inclinado. Enquanto eu rolava sentia galhos, pedras e só Deus sabe o que acertando fortes pancadas por todo o meu corpo. Uma pancada especialmente forte no meu tornozelo me fez ver estrelas.

Senti que estava caindo há minutos quando finalmente atingi o final da queda. Eu estava esparramada no chão onde ocorrera o crime e um policial me olhava confuso.

 Nossos olhares se cruzaram e ele deve ter percebido a culpa e o medo de ser pega estampados em minha cara. Ao mesmo tempo em que ele vinha para cima de mim eu me levantei e mais me arrastando do que correndo tentei sair de lá. A cada passo que eu dava uma dor lancinante partia do meu tornozelo e passava por toda a minha perna. Minha cabeça também latejava e quando olhei para trás o policial se aproximava cada vez mais.

Eu tentava correr, mas sabia que logo cairia por culpa daquele tornozelo que estava "danificado".

Faltava uns 40 metros até chegar ao meu carro, 30 de subida e 10 de plano. Se eu conseguisse subir o que faltava na reta eu me garantia. Eu achava.

O policial estava a poucos metros de mim e eu estava desesperada, não havia fuga. Eu estava toda suja de terra e muito provavelmente com folhas e galhos presos a mim, correndo e arfando com certeza eu parecia uma louca.

Eu cambaleava tanto pela rua que quase fui atropelada por um carro vermelho que descia o morro.

−Ei, Juliana? Tá fazendo o que?

−Maitê?  − Antes que ela pudesse responder entrei pela porta de trás no carro e ordenei: − Corre!


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? ^^
Dnv: Desculpinha pela demora ♥
Vejo vocês nos comentários, okay? Okay!
Bjão ♥
Até mais ;*



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