Quero Matar Meu Chefe escrita por ICLP


Capítulo 3
The Terminator


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem =D



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Sakura Haruno

O idiota do Naruto marcou para a gente se encontrar em um motel barato à noite. Aqueles idiotas vão nos meter em problemas gigantes. Nem sei porque eu aceitei isso. Ah, claro, porque eu quero matar o Hiashi. Quer motivo melhor? Poderei limpar cocô da Arya tranquilamente.

Cheguei ao quarto 230 e bati na porta.

– Quem é? – Ouvi a voz do Naruto e suspirei.

– É a Sakura, seu imbecil. – Esbravejei.

– Como saberei que está falando a verdade? – Ele gritou.

Suspirei novamente e contei até dez, mentalmente.

– Naruto, se não abrir essa porra, eu digo ao Hiashi que você está transando com a Mei. – Falei entredentes, mas alto o suficiente para que ele ouvisse.

A porta se escancarou em um instante. Naruto estava com o rosto torcido em desespero.

– Tava blefando, certo? – Ele perguntou com a voz esganiçada... Sinal de nervosismo. Idiota!

– Não. – Falei entrando e sentei na cama do quarto.

Ele fechou a porta e segundos depois alguém bateu. Provavelmente o Sasuke.

– Quem é? – O loiro perguntou e eu revirei os olhos.

– Abre essa porra, Dobe! – Sasuke esbravejou.

– Por-ta! O nome disso é porta! Porque vocês ficam chamando de porra? – Naruto reclamou e abriu a porta, deixando-a presa na correntinha. – Você foi seguido?

– Por que eu seria seguido? – Sasuke perguntou.

– É o que acontece nessas situações, principalmente você, que é rico e filho de advogado. Não foi mesmo seguido? – O idiota perguntou.

– Por quem, Dobe? – O moreno perguntou sem muita paciência.

– Olha em volta. – Ele disse. – Pra ter certeza. – Completou, quando viu que o Sasuke não faria.

– Tira essa corrente, Naruto. – Sasuke falou.

– Olhe em vol... – Naruto foi interrompido pela mão do Uchiha em seu pescoço. – C-c-calm-ma. – O loiro falou sem fôlego.

– Abre logo! – Sasuke gritou.

– Você causa isso a si mesmo, Naruto. – Eu falei, rindo.

– Causo o que? – Ele perguntou abrindo a porta e recebendo uma tapa do Sasuke.

– Esquece. – Falei.

– Por que escolheu um motel? Vão pensar que você está transando com a Sakura. – Sasuke falou.

– Não vão pensar isso. Estamos em três, vão pensar que estamos só passando a noite. – Naruto falou.

– Passando a noite em um ménage. – Reclamei.

– Ora, queriam um assassino no apartamento de vocês? – Naruto esbravejou.

– Minha nossa... O dobe pensou, Sakura! – Sasuke fingiu animação.

– Por isso o cheiro de fumaça. – Sorri.

– Engraçadinhos. – O Dobe estreitou os olhos. – Ele não pode saber onde moramos, então chamei ele para cá.

– O que? Já encontrou um assassino de aluguel? Em apenas um dia? – Estranhei.

Com o cérebro do Naruto, ele não encontraria uma palha em um palheiro, quem dirá uma agulha.

– Foi bem fácil. – O loirinho se gabou.

– Só acredito vendo. – Sasuke cruzou os braços.

– Vocês me subestimam... A internet facilita tudo. – Continuou se gabando.

– Achou um assassino online? – Perguntei descrente.

– Sim... E eles não escrevem “assassino”, porque seria burrice. – Naruto sorriu. – Eles usam códigos, como “trabalho com instrumentos”. Sabe, ele coloca “instrumentos”, mas sabemos que são as armas usadas... Ou talvez tortura... Imaginei que seria legal.

– Tortura? Quanto isso vai nos custar? – Perguntei indignada.

– Naruto, nós não cagamos dinheiro, seu imbecil. – Sasuke começou a andar de um lado para outro.

Foi quando ouvimos o barulho de um carro estacionando. Corremos para a janela. Era um carro preto e saiu um homem albino de terno e óculos escuros, segurando uma mala relativamente grande.

– Ele parece bem profissional. – Naruto comentou. – Aposto que tem várias pistolas nessa mala.

– Parece que o dobe fez algo certo na vida, Sakura. – Sasuke comentou.

Ótimo, estou com dois malucos.

– Certo? – Gritei. – Ele é um assassino, isso é tudo, menos certo. – Sussurrei. – E se ele for um policial disfarçado?

– Sakura, se anima... – Naruto falou.

– Me animar? A gente não tem dinheiro! Ele vai se irritar e nos matar. – Falei.

Naruto arregalou os olhos.

– Isso pode acontecer? – Ele perguntou.

– Você sequer pensou nisso? – Sasuke o olhou indignado. – Isso é burrice demais até para você.

O assassino bateu na porta e nós nos entreolhamos.

– Você abre. – Naruto me empurrou.

– O que? – O olhei.

– Você é bonita, pode fazer sexo com ele como pagamento. – Ele falou.

– Não sou prostituta! Sasuke abre! Ele é alto, intimida. Ainda mais com esse nariz roxo. – Sorri para o Uchiha.

– Medrosos. – Sasuke resmungou.

O moreno abriu a porta com uma cara séria.

– Sim? – Ele indagou.

– Você é o Sr. Ramen? – O assassino perguntou.

Sasuke e eu olhamos para Naruto.

– Não devemos dizer nossos nomes de verdade. – O loiro sussurrou para mim e se dirigiu à porta, mostrando-se ao assassino. – Entre, por favor. – Falou para o albino.

– Obrigado. – Ele entrou.

O albino tirou os óculos, colocando-os sobre uma mesinha, e deixou a mala ao seu lado. Seus olhos pareciam roxos. Ele me olhou de cima a baixo e arqueou uma sobrancelha.

– Ela está nisso também? – Ele perguntou.

– Sim, nós três estamos. – Naruto respondeu.

– Ok! ... Antes de prosseguirmos, quero saber se há alguma câmera aqui. Vou descobrir, se houver. – O assassino começou a falar. Ele tinha a voz fria.

– Não há. Seria idiotice nossa se houvesse, e nós não somos idiotas. – O loiro respondeu.

– Então, vamos começar. – O albino falou e dirigiu-se à mala.

– Ele é mesmo profissional. Ouviram a voz dele, que fria? – Naruto se animou. – Senhor...

Naruto interrompeu a própria fala com um grito agudo, parecia uma menininha. Nos viramos para o assassino, que estendia uma lona no chão e a mala estava aberta, mostrando cordas, correntes, mordaças, coleiras, algemas, grilhões e vendas. Meu Deus, ele vai nos matar aqui e agora? Prendi o grito que eu iria soltar.

– Que porra é essa? – Sasuke perguntou.

Olhei para ele indignada. Falar assim com um assassino? Quer morrer?

– É para não fazer sujeira. – Ele respondeu.

O albino começou a tirar a roupa. O que ele está fazendo? Vi que usava um colar, o pingente era um círculo com um triângulo. O que é isso? Ele faz parte de algum culto satânico? Meu Deus, tomara que a Ino cuide da Arya por mim.

– O que? – Naruto gritou com a voz aguda.

– Não querem deixar manchas, querem? – Ele nos olhou. – Não vão tirar a roupa?

– Ei... Não queremos que nos mate, queremos que mate outra pessoa. – Sasuke falou.

– Ele é o primeiro. – Naruto empurrou o Sasuke.

– Os engraçadinhos sempre são os primeiros. – Sasuke empurrou o loiro.

– Por favor, não me mate. – Naruto se ajoelhou e uniu as mãos, como se estivesse orando.

– Espera... Do que estão falando? – O assassino perguntou. Parecia confuso.

– Ora, desses instrumentos aí... – Naruto gritou em desespero.

– Eu faço bondage com homens por dinheiro. Por isso achei estranho ter uma garota aqui. – Ele parecia irritado.

Sasuke se virou para mim.

– Como é? – Falou apontando para o homem.

Olhei para Naruto com uma sobrancelha arqueada.

– O que ele disse, Naruto? – Perguntei de braços cruzados e estreitei os olhos.

– Ele disse que faz band-aid com homens. – Naruto repetiu. – O que isso significa?

– É bondage, não band-aid! E é sexo sadomasoquista, seu imbecil. – Sasuke esbravejou.

– E o que é sado... O que? – O loiro gritou esta última frase e virou-se para o albino. – Sexo?

– Por que acham que meu anúncio está na seção de “Homens que buscam homens”? – Ele nos perguntou.

Comecei a contar gatinhos mentalmente para me acalmar.

Sasuke ergueu Naruto pela gola da camiseta.

– Está onde, Dobe? – O moreno perguntou entredentes.

– Seu... – Respirei fundo para me acalmar. – Idiota! – Gritei e soquei a cabeça do loiro. – Como consegue ser tão burro, Naruto?

– Por que procurou nessa seção, seu imbecil? – Sasuke continuou no mesmo tom de antes.

– Nós somos homens em busca de um homem! – O loiro respondeu pausada e claramente.

– Como a Mei te deixa ser assistente dela? – Perguntei indignada. – Você pode causar danos nos dentes de alguém, seu predador sexual! – Gritei. – E eu não sou um homem! – Bati nele de novo.

– Quer dizer que vim até aqui e ninguém quer ter um fetiche realizado? – O albino nos olhou friamente.

Senti um frio na espinha, espero que ele não nos mate, mesmo que não seja assassino.

– Não jogo no seu time. – Sasuke falou.

– Não curto bondage. – Falei.

– Nos desculpe, cara. – Naruto ergueu as mãos em rendição.

– Então, eu devo ir embora? – O albino perguntou. – Ainda quero meus US$ 300,00.

– Claro, nós entendemos. – Olhei com raiva para o Naruto.

– Vou ao banheiro me aliviar. – O homem falou, saindo do cômodo.

– Trezentos, Naruto? Trezentos dólares para matar alguém? – Esbravejei enquanto o estapeava.

– Achei que era promoção! – Ele se defendeu.

– Isso foi perda de tempo. – Sasuke falou e foi embora.

– Eu também já vou. – Murmurei, já saindo do quarto.

– Ei, espera, quero carona! – Naruto gritou. – Senhor, seu dinheiro está sobre a cama. – Ouvi ao longe os gritos do loiro. – Ei! Vocês me deixaram pagar sozinho... Que grandes amigos vocês são! – Ele falou enquanto se aproximava de mim.

– Eu não vou te dar carona! – Mostrei o dedo do meio para ele e entrei no carro.

– Mas...

– Tchau! – Gritei, enquanto dava a partida.

Vi que o loiro correu atrás do meu carro, até tropeçar não sei em que. Imbecil!

...

Sasuke Uchiha

Depois do episódio naquele motel barato, vim para a casa da Sakura... Sim, eu tenho a chave do apartamento dela.

Abri a geladeira e olhei o que a gente tinha comprado no dia anterior. Como era de se esperar, estava lotada de doces, eca! Mas, como a Irritante é uma ótima amiga, ela sempre compra tomates para mim, mesmo que ela não goste. Peguei um tomate e comi... Eu amo tomates de todas as formas: molho de tomate, extrato de tomate, tomate recheado, sopa de tomate, suco de tomate, tomate, tomate cereja, tomate seco.

Me sentei no sofá para saborear meu precioso e esperar a dona do apartamento chegar. Vi uma revista em cima da mesa de centro e peguei para ler... Fitness Magazine. Revirei os olhos e joguei sobre a mesinha novamente. Por que ela está demorando? Não acredito que ela deu carona ao Naruto!

A Arya estava comendo a ração dela e depois veio para perto de mim. Ela é grande, uma Maine Coon cinzenta. Gosto de gatos, eles não fazem barulho, são orgulhosos, não são tão carentes e são bastante independentes. Como nada é perfeito, ela agarrou no meu pé e o usou como travesseiro para dormir. Gata folgada! Puxei meu pé para me livrar dela, ela agarrou de novo e mordeu meu dedão. Gata folgada! Eu esta descalço... Sim, sou folgado também.

Finalmente a porta foi aberta, revelando uma Sakura irritada segurando um pacote do McDonald’s. Olhei para a revista sobre a mesa e depois para a rosada novamente e prendi o riso. Jamais a Sakura seguirá alguma dica dessa revista, ela é viciada em doces e sempre compra esses sanduíches saudáveis – sintam a ironia – do McDonald’s.

Ela sentou ao meu lado e abriu o pacote. Um Bacon Clubhouse, meio litro de Coca-Cola e uma porção grande de batata frita. Arya me largou e foi para os pés da dona, que fez um carinho nela.

– Pra que você assina a Fitness Magazine? – Arqueei uma sobrancelha.

– Vai se ferrar, Uchiha! – Ela esbravejou de boca cheia.

– Você deu carona ao Dobe? – Perguntei e mordi meu tomate.

– Não. – Respondeu simplesmente. – Aquele imbecil... Se alguém visse aquilo iriam pensar que sou uma vadia, fazendo sexo com três homens. Eu deveria ter atropelado ele. – Vi um brilho assassino nos olhos verdes dela e estremeci.

Fiquei sentado ali mesmo, a observando enquanto comíamos. Ela estava com um coque bem bagunçado, o que a deixa muito sexy. Olhei a tatuagem atrás da orelha dela, a Peppa Pig. Se o Naruto descobrir que ela tem essa tattoo e que a fez por perder uma aposta com a Ino, vai zoar com ela pelo resto da vida. Se bem que é discreta, afinal o cabelo cobre... Diferente dos bigodes ridículos dele.

– Eu poderia te beijar agora, mas você está ocupada com suas batatas. – Sorri de lado.

Ela deu de ombros. Revirei os olhos e ataquei seu ponto fraco: mordisquei o lóbulo de sua orelha. Senti-a se arrepiar e sorri satisfeito.

– Sasu, eu tô comendo. – Ela me olhou com as sobrancelhas franzidas.

Continuei sorrindo e me aproximei mais. Estávamos prestes a nos beijar quando a porta se abriu e um Dobe emburrado passou por ali, parando de braços cruzados em nossa frente. Qual é, já é a segunda vez em dois dias!

– Vocês me abandonaram, tive que pagar trezentos dólares sozinho. Que tipo de amigos vocês são? – Ele gritou.

Vi Sakura fechar os olhos e respirar fundo.

– Dobe! – O chamei e ele me olhou. – Me dê três motivos para não te matar.

– Sou seu melhor amigo, paguei a conta do motel e do assassino sozinho e...

– Você nos fez ir a um motel barato, contratou um prostituto albino gay que faz bondage e ainda vem ao meu apartamento me cobrar dinheiro por suas idiotices? Eu deveria ter te atropelado! – Sakura se levantou, gritando, enquanto se aproximava ameaçadoramente do Naruto.

Arya grunhiu em desgosto e foi para a cama dela.

Neste momento, Ele já estava encolhido no recanto da parede e – com certeza – amanhã estará com marcas dos socos que acabou de levar da Irritante.

– Ok, ok, ok! Não precisam me pagar! – Gritou. – Vamos prosseguir com o plano, não vamos desistir. Sabem que esse é meu jeito de ser, não volto atrás com minha palavra. Ainda podemos fazer isso. Ou quer continuar sofrendo nas mãos do meu sogro? E você? – Apontou para mim. – Quer continuar trabalhando para seu primo drogado?

–Vai se foder, Naruto Uzumaki! – Sakura falou entredentes e foi jogar as embalagens no lixo.

– Olha, tá certo! Já que insistem, eu vou assumir a culpa dessa vez. – Naruto falou.

– Tem que assumir, a culpa é sua. – Disse enquanto olhava o traseiro da Saky, que estava lavando as mãos.

– Mas foi um errinho simples. – O loiro sentou-se ao meu lado.

– Dobe, não se encontra um assassino assim! – Falei com desdém.

– E você sabe como encontrar um, Teme? – Ele rebateu duvidoso.

– Aposto que consigo achar um. – Desafiei.

– Aposto cem dólares que você se dará mal nessa. – Ele entrou no jogo.

Agora é questão de honra! Tenho que encontrar um assassino!

Me virei para olhar o traseiro da rosada de novo e me deparei com ela extremamente irritada nos encarando.

– Não acredito que vão fazer isso. – Ela balançou a cabeça.

– Faço compras para você pelo resto do ano, tudo o que você quiser. – Do assunto “Sakura Haruno”, ninguém entende melhor que eu.

– Se formos presos, vocês têm que confirmar que estou sendo ameaçada! – Não disse?

– Claro! Vamos nessa! – Falei.

– O que? – Ela estreitou os olhos.

– Vamos achar um assassino! – Sorri de lado.

– Agora? – O Dobe perguntou.

– Sim. – Afirmei, calçando meus sapatos de novo.

...

Estávamos os três no meu carro, um BMW X6, eu dirigia pela cidade.

– Teme? – Naruto falou, ele estava no banco de trás. – Fazem 37 minutos que estamos vagando sem rumo pela cidade. Já é a terceira vez que você passa por essa pizzaria.

– Eu estou pensando. – Respondi.

– Se a gente passar por essa pizzaria uma quarta vez, farei com que o Sasulittle nunca mais levante. – Gelei com a voz fria da Sakura, que estava ao meu lado.

Mudei o caminho... Não que eu tenha medo da Irritante, ela deve estar só blefando... Ou não... Melhor garantir mesmo!

– Tive uma ideia! – Exclamei.

Liguei o GPS do meu carro.

– O que está fazendo? – Sakura perguntou desconfiada.

– Vou procurar o bar mais barra pesada da cidade. – Sorri.

– Pare o carro, quero descer! – Ela sempre foi o bom senso do nosso grupinho de amigos.

– Que tal irmos comer antes? – Naruto se esticou para usar o GPS.

– Não! Vamos para um bar da pesada, com criminosos frequentando. Vamos achar um assassino! – Falei.

– Que tal irmos ao SkyCity? Será que servem ramen? – Acho que o loiro idiota não estava prestando atenção na gente.

Procurei qual o bairro com o maior índice de violência em Seattle. Sakura me encarava com raiva e o Naruto ainda sonhava com ramen no SkyCity... Como se um dos restaurantes mais famosos do mundo fosse servir essa porcaria. Finalmente consegui resultado.

Achei o resultado da minha pesquisa e usei o GPS para chegar lá. Chegamos em uma rua mal iluminada.

– Era melhor ter feito o bondage. – A Irritante estava irritada comigo.

– ... Daí eu iria pedir mais um de porco... E vocês, pombinhos, qual sabor gostam m... – Ouvi o Dobe perguntar e parar de repente. – Onde a gente tá? – Sua voz saiu aguda.

Revirei os olhos. Ele ainda estava falando de ramen?

– Procurando um assassino. – Falei enquanto parava o carro na frente de um bar.

– Eu realmente te odeio, Uchiha! – Sakura esbravejou, batendo no meu braço.

– A gente vai morrer! – O loiro colocou as mãos na cabeça em sinal de desespero.

Descemos do carro e nos dirigimos para o bar. Algumas prostitutas – acho que são prostitutas – estavam do lado de fora e alguns homens pediam seus serviços. Elas me olharam com desejo. Credo! Elas são feias. Segurei a mão da Sakura, numa tentativa de fazer elas pararem de me olhar. Não funcionou e ainda levei uma tapa da Saky.

Entramos no estabelecimento e olhamos em volta.

Sintam nossa situação!

Naruto usava uma calça jeans, um All Star, uma camiseta preta com um casaco laranja... E não um laranja discreto, era um laranja que chamava atenção demais. Eu usava uma camiseta gola v de mangas longas, azul, calça jeans escura e sapato social. A Sakura usava uma camiseta branca com estampa da Audrey Hepburn, uma jaqueta vermelha, short jeans, meia calça preta e um sapato preto de salto, o que a deixava um pouco mais alta que o Naruto.

Então... O que nossas roupas têm a ver com nossa situação?

Bem... Digamos que tenha muita jaqueta de couro, jeans rasgado, cabelos punk, piercings demais, tatuagens demais, barba demais, cheiro de cigarro, maconha e outras drogas, bebidas de baixa renda... E nós três parecemos tão comuns. Nós nos destacávamos por sermos diferentes deles. Não é um ambiente para se trazer a família, a não ser que sua família seja barra pesada.

– O que vai fazer agora, senhor grande ideia? Vai simplesmente gritar “quem aqui mata por dinheiro”? – Sakura sorriu irônica.

– Claro que não. – Respondi. – Me sigam.

– Vamos embora, Sasuke! – Ela falou em meu ouvido e puxou meu braço.

– Relaxa, Irritante! – Livrei meu braço.

– Tô me sentindo um criminoso. – Naruto falou animado.

– Que tipo de criminoso usaria um casaco laranja berrante? – Perguntei. – Ah, um criminoso sexual... Saquei! Tá finalmente se aceitando. – Dei um soco fraco no braço dele e ele me olhou emburrado.

Nos aproximamos do balcão. O barman era um cara alto, negro, tinha uma tatuagem de chifres na bochecha, cabelos e cavanhaque descoloridos. Quem descolore a barba? Que ridículo!

– Olá, amigo. – Falei com o barman e ele parece não ter gostado. – Sabe se alguém aqui mata por dinheiro?

– Sasuke! – Sakura me repreendeu.

– Não é por causa de sua classe social ou sua raça. Vocês sempre são meio que excluídos. Mas... É só pra saber mesmo. – Falei.

– Excluído? Eu sou um pequeno empresário. Quem você tá chamando de excluído? – O barman falou finalmente.

– Eu não me referi especificamente a você. – Me defendi.

– Claro, se referiu a todos os negros? – Ele perguntou.

– Foi. – Concordei.

– Bastante sutil, Sasuke. – Sakura ironizou. – Vou para o carro. – Ela saiu.

O barman pegou uma katana e eu arregalei os olhos.

– Uma katana! – Naruto exclamou com a voz aguda. – Acho que vou para o carro também. – Ele também saiu.

– Não quis ofendê-lo, senhor. – Ergui minhas mãos. – Se me conhecesse saberia que tenho um bom coração. – Tentei acalmar o cara.

– Em cinco segundos, seu bom coração vai ser atravessado por uma boa espada. – Ele ameaçou.

– Meus amigos estão me esperando no carro, foi um prazer te conhecer. – Falei e saí em passos rápidos.

Quando me aproximei do carro já fui sendo bombardeado com os gritos da Sakura.

– Seu imbecil, o que tem na sua cabeça? Tá ficando burro igual ao Naruto?

– Ei! – O loiro gritou. – Pessoal, vamos desistir?

– É claro que vamos! – Sakura respondeu. – Abre logo essa porra, Uchiha! – Ela apontou para o carro.

– Qual o problema de vocês com a palavra “porta”? – Naruto resmungou.

– Acho que posso ajudá-los. – Ouvi uma voz e me virei.

Naruto e Sakura também olharam para o cara. Ele tinha o cabelo alaranjado e espetado, cheio de piercings pelo rosto e orelhas, unhas pintadas e tinha tatuagem ocular. Usava uma jaqueta preta e vermelha, calça jeans surrada, coturnos, um anel no polegar direito.

– É com a gente? – Perguntei.

O cara apontou para o beco ao lado do bar e se dirigiu para lá.

– Não, obrigada. – Sakura falou e se virou para o carro. Naruto e eu seguimos o cara.

– Isto vai ser o máximo, Teme! – Naruto se animou.

– Ei, voltem aqui! – Ela gritou e nos seguiu. – Ah, claro, vamos seguir um delinquente desconhecido para um beco escuro. – A ouvi resmungar.

Quando chegamos ao beco, o homem olhou para os lados, depois para a gente e depois para as pernas da Sakura... Idiota, nunca viu uma mulher bonita na vida?

– Soube que estão precisando de ajuda com alguns... Negócios. – Ele falou, enquanto passava a mão no nariz.

Por experiência com o meu primo, esse cara deve usar cocaína.

– Sim. – Respondi.

– E você é empresário? – Sakura perguntou em tom de ironia.

– Sim. Me chamo Pain. – Ele respondeu.

– Como é? – Ela indagou.

– Pain. – Repetiu.

– Seu nome é Pain? – Naruto perguntou confuso. – Legal, está na sua certidão de nascimento? – O Dobe continuou.

– Cala a boca, Dobe! – Dei uma cotovelada nele.

– Não, imbecil! Meu nome mesmo é Yahiko.

– Bonito nome. – Sakura desdenhou.

– Não posso frequentar este bairro usando esse nome. Tenho que usar um que intimide. – O tal Yahiko falou.

– Claro, a gente compreende! – Falei.

– E como surgiu seu apelido? – O loiro perguntou.

– Eu forcei uma garota a transar comigo e...

– Você a estuprou? – Sakura gritou indignada.

– Dá pra entender porque “Dor”, então. – Comentei.

– Ela deu um chute no meu saco. Eu senti muita dor. – Ele terminou olhando para a gente com raiva.

– Agora seu apelido não parece mais assustador, e sim idiota. – Falei.

– O que disse? – Ele colocou a mão dentro da jaqueta.

Nós três nos sobressaltamos e nos afastamos para trás. Oh, meu Deus! Ele tem uma arma?

Ele nos olhou ameaçadoramente.

– Ninguém sabe disso. “Pain” coloca medo, não tenho necessidade de explicar o porquê de me chamarem assim. – Ele parecia revoltado.

– Ok, ok! Vamos voltar ao assunto. – Sorri. – Bem, cada um de nós tem um chefe...

– Isso! São três chefes... – Sakura começou.

– Um deles é meu sogro. – Naruto a interrompeu.

– Que preferíamos não ter mais. – Ela terminou.

– Preferíamos que não estivessem mais vivos. – Falei.

– O que queremos é... – Naruto passou o dedo no pescoço. – Entende? – O loiro falou.

– Morte. – Pain falou e nos olhou. – Trouxeram a grana?

– Trouxemos. De quanto dinheiro estamos falando? – Perguntei.

– São três serviços, certo? – Ele perguntou.

Pela cara de idiota dele, vai cobrar barato. Ele parecia fazer algum cálculo mental.

– Dá... Trinta mil. – Respondeu.

– Era melhor os 300 do cara de mais cedo. – Naruto sussurrou.

Sakura bateu nele e ele choramingou.

– Com licença, senhor Pain. – Falei e puxei os outros dois comigo. – Tenho um plano... Sakura, ele gostou das suas pernas. Seduza ele, e o faça deixar o trabalho mais barato ou de graça. – Falei.

– Uchiha, Eu não sou prostituta! – Ela falou entredentes, me segurando pela gola da minha roupa. – Quer ser chamado de “Pain” também?

Naruto e eu arregalamos os olhos. Linda e assustadora.

– F-foi brincadeira, Saky! – Me defendi.

– Enquanto os dois idiotas discutem, eu resolvo isso. – Naruto se gabou.

O loiro abraçou Yahiko como se fossem camaradas há muito tempo.

– Ei, amigo, que tal você fazer três por um? Se matar um, os outros dois saem de graça. – Ele sorria como se fosse muito inteligente.

– Sem barganha. Trinta mil ou nada. – Pain empurrou o loiro.

– Não temos tanto dinheiro. – Sakura tocou o peito do delinquente sedutoramente e fez uma voz manhosa.

– Está bem! – Ele falou, enquanto secava o corpo da Sakura. – Deixo por três mil. – Nos olhou ameaçadoramente de novo.

Sakura se virou para nós dois com um sorrisinho vitorioso e voltou para o meu lado.

– Girl power! – Ela sussurrou.

– A gente topa, certo? – Olhei para meus parceiros de crime.

– Espera! – Sakura alertou. – E se descobrirem nosso envolvimento?

– Nem sei o nome de vocês. – Pain falou.

– Desculpa, cara, que falta de educação a nossa! Eu sou Naruto, este é o Sasuke e ela é a Sakura. – Naruto nos apresentou.

Respirei fundo. Por um momento imaginei que a Sakura havia voado no pescoço dele. Bem, ela fez mais ou menos isso. Foi uma voadora muito bem elaborada, bem na nuca dele. Ele ficou acariciando o local atingido, enquanto estava agachado.

– Ouçam! – Yahiko chamou nossa atenção. – Tragam o dinheiro daqui a três dias, neste mesmo horário, aqui mesmo neste bar. Eu cuido do resto.

– Quer num cofrinho, uma bolsinha, ou algo assim? – Naruto perguntou.

– Apenas tragam a droga do dinheiro. Tragam numa maleta. – Ele falou e foi saindo.

– Obrigado pela atenção. – Falei.

– Ei! Tem desconto pela maleta? – Naruto gritou.

– Vamos embora. – Sakura nos puxou em direção ao meu carro.

– Me deve cem dólares, Dobe! – Sorri.

– Puta, merda! Por que apostei contra você? – Ele se lastimou.

Fomos embora, deixei o Dobe em qualquer lugar, para que ele pegasse um ônibus ou um táxi, e levei a Sakura ao apartamento dela. Fiquei com ela, é claro... E sem o Dobe para interromper!

Ela entrou primeiro, fechei a porta quando passei.

– Você é um imbe...

A calei com um beijo quente.

– Relaxa. – Sorri e mordisquei o lóbulo da orelha dela.

Ela gemeu. Mas, como estamos falando da Sakura...

– Imbecil! – Resmungou.

Peguei ela no colo e a coloquei sobre o balcão que separava a cozinha e a sala. Ela cruzou as pernas nos meus quadris, afastou um pouco o corpo e começou a tirar minha blusa. A ajudei no processo. Voltamos a nos beijar. Passei minhas mãos nas suas coxas cobertas pela meia calça... Maldita peça de roupa!

Carreguei a Sakura até o quarto e... Bem, nossa noite foi maravilhosa.

...

Naruto Uzumaki

Hoje iríamos entregar o dinheiro para o Pain. A Mei hoje só colaborou com a minha vontade de matá-la, lambendo minha orelha e apertando meus mamilos durante o trabalho. Aquela vadia vai ter o que merece!

A divisão do dinheiro foi injusta, mas não me deixaram reclamar. Me colocaram para dar 1600, o Sasuke 1000 e a Sakura 400. Disseram que era castigo por causa do cara do band-aid... Bondade... Boçal... Ah, sei lá!

Hoje eu iria disfarçado para chamar menos atenção naquele bar. Cheguei ao apartamento da Sakura e peguei a chave reserva. Quando entrei o Sasuke estava se vestindo – Quando eles vão assumir um relacionamento? – e me olhou com a sobrancelha arqueada.

– O que é isso, Dobe? – Ele perguntou.

– Ora, temos que nos encaixar para não chamar atenção. – Respondi, dando uma voltinha.

Eu vou me encaixar direitinho... Estou usando uma calça de couro preta, coturno preto, camiseta de banda de rock... Nem sei o nome, só sei que tem umas florzinhas e umas arminhas no símbolo, achei legal... Tô usando uma jaqueta de couro com uns espinhos prateados. Penteei meu cabelo fazendo um moicano e tô com um bigode falso. Até pintei minhas unhas de preto.

– Eu também não passei desodorante. O pessoal de lá fedia, não posso estar cheiroso. – Sorri superior. Idiota, ele nem pensou nisso. Deve estar com inveja.

– Então pega um táxi pra lá. Não quero odores no meu carro. – O Teme falou.

– Está com inveja porque não pensou em ir a caráter. – Cruzei os braços.

– Dobe, nós não vamos ficar lá, só vamos dar o dinheiro ao Pain. – Ele falou.

– Não podemos chamar atenção! – Falei.

– Naruto... – O Teme suspirou. – A Sakura vai com a gente. Ela tem um traseiro de matar, seios perfeitos, pernas perfeitas, cintura fina, olhos hipnotizantes, lábios chamativos, nariz perfeito, pele perfeita e cabelo rosa. A gente só não vai chamar atenção se deixarmos ela no carro.

O pior é que ele tem razão. Acho que todos os caras que conhecem a Sakura têm uma queda por ela em algum momento da vida.

– Vamos deixar ela no carro, então. – Falei.

– Quem? – Ouvi uma voz gélida atrás de mim.

– Ninguém, Sakura. – Lancei um sorriso amarelo.

– Você está ridículo, Naruto. – Ela falou.

– Estou tentando me encaixar para não chamar atenção. – Rebati.

– Poderia ter usado menos couro. – Ela falou.

Ela usava uma calça jeans escura colada, uma blusa listrada, branca e preta, jaqueta jeans e coturno. Dava pra ela se encaixar... Só o Teme que é um idiota e não tenta se encaixar, usando uma camisa cinza, blazer preto, calça vinho e um sapato social marrom.

– Aqui está a maleta. Passa o dinheiro, Dobe! – O Teme pediu.

Colocamos os três mil dentro.

– Pouco dinheiro para uma maleta deste tamanho. Deveríamos levar num cofrinho mesmo. – Resmunguei. – A gente nem ganhou desconto por dar uma maleta a ele.

– Para de reclamar. – Sakura bateu em minha nuca.

– Vamos nessa! – Sasuke falou.

...

Estava chovendo... Nenhuma raridade aqui em Seattle. Chegamos ao bar e nos sentamos em uma mesa qualquer. O pessoal olhava para a maleta que o Sasuke carregava.

Claro que colocamos ele para carregar. Eu sou pequenininho, me ferraria todo se tentassem pegar a mala de mim. A Sakura é uma garota bonita, teria mais machos que o normal ao redor dela... Eles iriam se ferrar, já que ela tem uma força sobre-humana e tem aulas de defesa com o Sasuke. O Sasuke é grande e mal-encarado, não é qualquer um que se atreve a chegar perto... Ainda mais com o nariz ainda um pouquinho roxo, dando um ar de quem entra em confusão e sai ganhando.

– Você está fedendo, Naruto. – Sakura reclamos e sentou do outro lado do Sasuke, deixando ele entre a gente.

– É aroma masculino, Sakura. Não posso ficar cheiroso, tenho que me misturar com o pessoal a minha volta. – Expliquei. – Só o Teme que passa esses perfumes caros, isso não exala masculinidade.

– Prefiro o perfume Dior dele do que o seu “aroma masculino”. – Sakura falou.

– Viadagem! – Resmunguei.

– Pelo menos dá para chegar perto dele. – Ela falou.

Eu iria continuar a discussão, mas o Pain sentou-se em nossa frente e ficou nos encarando com aquele olhar de psicopata. Os olhos dele assustam, essas tatuagens oculares sempre me deram medo.

Sasuke entregou a maleta a ele. O Yajiko... Yokito... Ah, que se foda... O Pain abriu a maleta, olhou o interior por alguns segundo e a fechou novamente.

– Parece que está tudo aqui. – Falou.

– Nem precisava de maleta para tão pouco dinheiro. – Falei. – Era melhor um cofrinho.

– Um envelope já resolvia. – Sasuke falou.

– Quando pretende executar o serviço, Yahiko? – Sakura perguntou.

– Não use esse nome aqui. – Ele colocou a mão dentro da jaqueta.

Nem lembrava que o maldito tinha uma arma. Porra!

– Foi mal. – Sakura se defendeu.

– Acabei de cumprir minha pena na prisão. Estão de olho em mim. Estou em condicional. Se eu vacilar, volto para a cadeia. – Ele respondeu.

– Entendi. – A Saky parecia desconfiada.

Ficamos em silêncio por alguns segundos.

– É isso? Acabou a história? – O Teme perguntou. – Você disse que ia cuidar disso.

– É, eu vou cuidar. – Pain fez um movimento com a mão, nos chamando para mais perto. – Serei seu consultor de assassinato.

Mais segundos de silêncio.

– Desculpa, cara... Não, não, não... Isso não está certo. – Falei.

– Se esse idiota não calar a boca... – Ele pôs a mão dentro da jaqueta de novo.

– Não me chame de idiota, qual é! – Reclamei.

– Calma. – Sasuke tocou meu ombro.

– Não, isso não está certo. – Minha voz começou a ficar aguda.

– Está! Até certo ponto. – O Teme tentava me acalmar. – Não foi isso que combinamos, Yahi... Digo, Pain. Certo? Então, nos devolva o dinheiro e vamos embora.

– Vai se ferrar! Sem devoluções. – Ele respondeu sério.

– São três mil... Se acha que vamos sair daqui sem a grana... – Sakura começou a falar.

Pain apontou com a arma de dentro da Jaqueta. Nos afastamos um pouco para trás, erguendo os braços.

– Ei, não precisa puxar a arma. – Sasuke bradou.

– Pain, por favor, vamos conversar amigavelmente. – Falei.

– Os três mil são meus, não importa o que digam. Agora, aceitem minha orientação, ou deem o fora.

– É um péssimo acordo. – Saky murmurou.

– Ao menos vamos ouvi-lo. – O moreno falou.

– Mas... Três mil por uma orientação? – A rosada resmungou, cruzando os braços e se recostando na cadeira.

– A maioria dos assassinos são iniciantes. Se querem um crime perfeito, tem que parecer um acidente. Defeito no freio, vazamento de gás, suicídio. Se agirem direito, nem precisam estar presentes quando rolar. – Pain explicou.

– Uau! Isso vale três mil? – Sakura resmungou novamente. – Não mesmo! É o óbvio, não? Me fala, como vamos forjar três acidentes?

– Sigam suas vítimas. Sejam espertos... Pelo menos vocês dois posso ver que são espertos. – Ele apontou para Sasuke e Sakura. – Descubram onde moram, seus hábitos, passatempos, do que gostam, o que comem, com quem estão transando.

– Pode crer. – Sasuke murmurou com um sorrisinho sacana.

Vagabundo! Deve estar pensando na Mei... A Sakura vai matá-lo.

– Descubram seus pontos fracos. – Ele completou.

– Eu trabalho, sabia? Não posso fazer vigilância e reconhecimento! – Resmunguei.

– Por isso contratamos você. Para resolver isso. Nós trabalhamos. – Sakura falou.

– Mesmo que os crimes sejam perfeitos, se vocês tiverem motivos para fazê-lo, os tiras vão acusar vocês. – Pain continuou.

– Temos motivos óbvios para matar nossos chefes. Isso não vai funcionar. – Saky comentou.

Pain pareceu pensar por um momento.

– Já sei. Um mata o chefe do outro. – Ele apontou para nós três.

Nos entreolhamos.

– É uma boa ideia! – Sasuke deu de ombros.

– Não é má. – A rosada falou.

– É como Strangers on a Train, do Hitchcock, certo? – O moreno continuou.

O Pain concordou com a cabeça.

– Verdade. Faremos como o Guy Haines e Bruno Antony. – Sakura concordou.

– O com o Danny DeVito? É engraçado. – Sorri.

– Você está confundido com Throw Momma from the Train, imbecil. – Sasuke me bateu. – Mas é um bom filme também... – Ele se voltou para o nosso consultor novamente. – É a mesma ideia, certo? Matando o chefe do outro, ninguém suspeitará.

– Exato. Três mil dólares bem gastos, certo? – Pain comemorou.

– Não! Bem gastos nada. – Sakura bradou.

– Desperdício de dinheiro. – O Teme concordou.

– Bem, que pena. Tô caindo fora. – Yokito pegou a maleta e saiu.

– Ótimo, pode deixar a Mei comigo. – Sasuke se pronunciou.

– Nem pensar! – Sakura esbravejou.

Ótimo vai começar a crise de ciúmes entre os dois “amigos”. Revirei os olhos.

– Mas... – O Teme tentou argumentar.

– Mas nada... Ora! Naruto não pode matar o meu chefe, ele seria suspeito de matar o próprio sogro, e a Mei é a chefe dele, ele tem que matar o Tobi. Os outros dois ficam para a gente. Eu não posso matar o meu chefe. Então, eu mato a Mei, você mata o Hiashi e o Naruto mata o Tobi. – A rosada explicou tudo.

– Eu espiono a Mei então. – Sasuke falou. – Naruto fica responsável por observar o sogro, já que ele é noivo da Hinata, fica fácil.

– Tobi é o seu primo, você o conhece. Eu observo a Mei. – Ela completou.

Sasuke gosta de sofrer. Se opor à Sakura é a mesma coisa de se jogar na frente de um trem.

– Podemos revezar...

– Não, Uchiha! Você não vai comer a Mei! – Sakura esbravejou.

– Ah... Pessoal... – Chamei a atenção deles.

– O que foi? – Os dois gritaram e me fuzilaram com o olhar.

Me encolhi na cadeira.

– Vamos sair daqui? Digamos que não é um ambiente agradável para vocês terem uma D.R... – Falei.

Sakura saiu pisando duro na nossa frente.

– Ei... Você disse que é bom de cama. – Falei perto do Sasuke.

– Sou ótimo. – Se gabou.

– Come a Mei direitinho, faça ela me esquecer. – Implorei.

– A Srta. Haruno não deixa. – Ele deu de ombros.

– Mas vocês dizem que não são namorados... Então, ela não manda em você. – Sorri.

Ele pareceu pensar por um tempo.

– Prefiro a Sakura... Sinto muito Naruto! – Ele riu.

– Ora... Seu covarde, medroso, manicaca! – Gritei.

– Se continuar gritando, não dou carona. – Ele me mostrou o dedo do meio.

Droga! Corri desesperadamente... Pelo menos o máximo que conseguia por causa da calça de couro apertada.


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Notas finais do capítulo

Não sei se todos conhecem o termo "manicaca", mas significa um homem que se faz tudo que a mulher manda.

Espero que tenham gostado ;D



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