O quartel estava em festa. Iriam para casa naquela noite de sexta, com previsão de chegada no domingo pela manhã, e todos estavam ansiosos, menos dois homens que no ultimo momento sumiram como mágica.

– Chanyeol! - Chamou Baekhyun desesperado.

– Sim! - Levantou-se batendo continência dentro do ônibus esperando por sua ordem.

– Descanse. - Falou vendo o outro sair de sua pose - O que aconteceu para que Kai e D.O. desaparecessem?

– D.O. já estava desaparecido quando entramos no ônibus senhor, Kai disse que ia procurá-lo.

– E com isso sumiu também... - Concluiu - Venha comigo! Vamos procurá-los cadete Chanyeol. - Mas não precisaram nem mesmo se mover para que eles aparecessem.

– Perdão senhor! Aqui estamos.

– Entrem antes que eu os puna.

– Sim senhor! - Falaram em uníssono batendo continência quase ao mesmo tempo.

Entraram e sentaram em suas cadeiras específicas, Kai junto a Chanyeol e D.O. junto a Baekhyun, já que ele havia subido de patente, mesmo em tão pouco tempo, e isso fazia Baekhyun pensar o quanto Aquele garoto tão jovem era tão parecido consigo. No ônibus quase todos dormiam e alguns viam o sol nascer com ansiedade, entre os raros acordados estava Chanyeol, o mesmo mal podia esperar para ver sua esposa, dois anos e meio longe da mesma quase o fizera enlouquecer e ele se perguntava como ela estaria agora, "com certeza mais bonita ainda" pensava. Já Kai esperava que algo acontecesse, que o ônibus quebrasse, qualquer coisa que o impedisse de ir para casa, estava adormecido ao lado do cunhado e parecia estar tendo um pesadelo. Seu sono perturbado era perdido constantemente e a imagem de seu pequeno chorando era de dilacerar o coração.

D.O. dormia nos braços de Baekhyun, que alisava seus cabelos enquanto se perguntava o motivo dos olhos vermelhos do mais novo, Baekhyun pensava em algo e de cara excluía o quartel, D.O. amava estar no quartel, sua patente estava quase se igualando a do próprio Baek, mesmo tendo chegado ali tão novo, não conseguia enxergar um único motivo que tivesse feito seu menino chorar, desistindo por fim, apenas recostou-se sobre o seu assento e continuou a acariciar os cabelos de seu bebê até que dormisse por conta do tédio ou cansaço.

Até que o ônibus parasse na rodoviária, todos estavam entediados, mas ao chegar e finalmente verem alguns familiares muitos rostos se alegraram, Chanyeol desceu as pressas do ônibus para abraçar e rodopiar no ar sua esposa, Baekhyun deixou seu jeito duro de lado para chorar ao ver que o pai estava bem e estava a sua espera junto a sua esposa que estava segurando seu filho nos braços, que gritou chamando pelo pai, Byun Taehyung era a cara do pai mesmo tão pequeno, Kai sorria ao ver Chanyeol e Eunhee juntos, se beijando de forma inadequada para um local público, mas sua feição logo entristeceu ao ver a mãe sorrir-lhe tendo ao seu lado uma moça estrangeria, os fios loiros da mesma caiam ondulados sobre os seios fartos que estavam escondidos pelo vestido sem nenhum decote amarelo claro, sua pele era branca e seu rosto possuía um tom naturalmente corado nas bochechas, os olhos claros estavam encantando a todos naquele local, menos ao próprio Kai, que segurara forte o braço de D.O. tentando inutilmente se esconder atrás dele.

– Impossível Jonggie, sou muito mais baixo que você. - Disse Kyungsoo sorrindo triste ao ver a beldade com quem seu amado iria se casar.

– Filho meu! Está mais lindo que antes! - Falou a mãe de Jongin abraçando o mesmo.

– Mãe, por favor, pare. - Disse o moreno tentando sair do abraço.

– Vai tentando e quem sabe você consegue Kai, mas eu acho que não, mães são sempre mais fortes, mesmo com anos de treinamento duro! - Baekhyun disse se aproximando junto a família - E outra, Senhora Kim, deixe seu filho conhecer a moça, faz quase dez anos que seu filho não tem ninguém. - Falou rindo e aumentou o riso ao ouvir Kai pigarrear, a moça ficar mais vermelha do que já era e Kyungsoo arregalar os olhos.

– Hyung hajima! - Kyungsoo riu de verdade, por que ele sabia que Kai, seu Jonggie, já havia saido da seca a muito tempo.

–Ya! Não ria! - Reclamou Kai inutilmente.

– Bom, com licença a todos, vou falar com meus pais. - Disse D.O. se afastando.

Havia um sorriso feliz no rosto de seus pais, e logo ele viu o motivo do sorriso, sorrindo junto enquanto corria e se jogava nos braços do irmão, fazendo Kai que via toda a cena se roer de ciúmes.

– Seungsoo hyung! - Gritou apertando com força o irmão - Quando chegou? Como está? Como é na Inglaterra? Voltou pra ficar?

– Calma maknae! - Sorriu o mais velho - Cheguei há alguns meses, estou muito melhor depois desse abraço, Londres é bonita, mas não é tão bom quanto Seul, até por que aqui eu tenho vocês e sim, voltei para ficar, e você pode continuar no exército, por que vou cuidar do negócio da família.

– OH! Como eu te amo hyung! - Gritou abraçando ainda mais seu irmão que já não aguentava mais segurá-lo em seus braços.

– Segundo Tenente Do! - Ordenou Baekhyun chegando perto da família do mais novo.

– Sim Primeiro Tenente Byun! - Ficou em posição rapidamente batendo continência, deixando o irmão descansar.

– Descanse. - Disse Baek suavizando a expressão - Kyungsoo, essa é minha esposa, Byun Sora, esse é meu pai Byun Soohyun e esse é meu filhote - Falou segurando o filho nos braços - Byun Taehyung.

– Oh! Prazer em conhecê-los. - Sorriu cumprimentando-os - E ah! Oi Taehyung. - Sorriu fofo para o garoto que levou suas mãos pequenas aos lábios do mais homem a sua frente com curiosidade.

– Appa, os lábios dele parecem um coração! - Constatou a criança apontando para o sorriso de Kyungsoo, que o alargou mais ainda ao ouvir aquilo.

– Ele é muito fofo Baek, parece muito com você também. - Falou Kyungsoo alegre - Se não se importa, eu vou ficar com minha família, tudo bem?

– Por que não ficaria bem? Também tenho que aproveitar minha família! - Disse rindo e se virando para a esposa e o pai - Vamos appa, querida, vamos para casa.

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Não demorou muito para os amigos estarem juntos de novo, Chanyeol, Jongin e Sehun estavam reunidos no quarto dos Oh, enquanto Luhan estava na cozinha junto a Kyungsoo, preparando algo para beberem, já que a senhora Oh havia deixado um bolo preparado.

– Esta pronto, vamos subir? - Chamou Luhan com um sorriso.

– Eu vou no banheiro Hannie, acha que dá para subir sozinho? - Perguntou preocupado.

– Dá sim maknae, volte logo ok? - Sorriu Luhan equilibrando com facilidade a bandeja e indo em direção as escadas, e Kyungsoo realmente iria ao banheiro se um Jongin irritado não aparecesse na cozinha.

– Precisava daquilo tudo? Pensei que fosse virar um incestuoso. - Falou baixo e entre dentes, realmente estava irritado.

– Dá pra parar com esse ciúme ridículo? Eu estou com você, isso não é o suficiente? Eu não manteria um relacionamento desses e nem me entregaria a você se não o amasse verdadeiramente. - Reclamou Kyungsoo - Mas você quer o quê? Quer que eu fique ao seu lado enquanto sua mãe quer te casar sem nem estar na igreja e tudo o que a "donzelinha gazela" faz é ficar vermelha como um tomate maduro? - Seus olhos se encheram de lágrimas - Eu não aguento! Você é meu… Mas vai ter que dormir com ela, você precisa de herdeiros... - Finalmente chorou e foi abraçado pelo maior, sem forças para afastar quem tanto ama de si, aproximou ainda mais os corpos, ficando com o rosto a poucos centímetros do outro.

– Não importa o que aconteça Soo, lembre-se que eu te amo, é o que importa. - Falou e selou os lábios do menor.

–Licença. - Pigarreou Sehun da porta da cozinha - Deram sorte, ainda bem que sou só eu.

– Pare de nos assustar por favor. - Reclamou Jongin - Pensei que fosse o Chanyeol.

– Não quero nem pensar nesse "se". - Falou Sehun - Vamos subir logo ou chanyeol descobre essa história de vocês sem vocês nem mesmo pensar em contar, deixem para discutir depois.

E assim ambos foram em direção ao quarto do Oh, no fim das escadas Jongin segurou o braço do namorado com calma e pediu perdão pelo seu ciúme, sendo respondido com um beijo casto em sua bochecha que o fizera ruborizar, afinal era sempre ele quem buscava os carinhos do mais novo, raramente era o contrário, mas mesmo surpreso, não deixava de gostar de receber tais carinhos, sempre singelos.

– Parem de namorar! Temos coisas mais importantes para fazer. - Reclamou Sehun.

– Desculpa. - Respondeu Kyungsoo envergonhado e assim entraram no quarto dos “irmãos Oh”.

– Que demora! - Reclamou Luhan - Se perderam foi? - Riu zombeteiro.

– Claro Luhan, a casa dos Oh é um labirinto de formato hexagonal com apenas uma entrada e sem saida. - Falou Jongin brincalhão.

– Ok, chega de brincadeira, quero logo ver minha esposa. - Reclamou chanyeol - O que vocês querem falar irmãos Oh? - Perguntou curioso.

– Vamos ser diretos ok? - Falou Luhan enquanto Sehun fechava a porta e se sentava atrás do chinês.

– Ok. - Falou Chanyeol já estranhando a intimidade de ambos.

– Somos homossexuais e estamos namorando há mais de dois anos, na verdade, praticamente desde que nos conhecemos, no fim daquelas duas semanas que vocês estavam aqui. - Falou Sehun e o quarto ficou em silêncio.

Estavam os dois casais ansiosos e preocupados, Chanyeol havia petrificado em seu lugar, estava sem reação, mas todos percebiam que estava chocado, Jongin e Kyungsoo tinham medo de ouvir resposta do mais velho de todos ali até que o mesmo suspirou e sorriu.

– Só tenho duas perguntas a fazer, Luhan, Sehun, estão felizes com esse relacionamento sabendo de todas as dificuldades que virão? - Perguntou vendo os dois assentirem - Então tudo bem.

– E a outra pergunta? - Luhan perguntou depois de um período curto de silêncio e Chanyeol fechou seu rosto numa carranca enraivecida.

– Eles já sabiam não é? Kai e D.O. - Perguntou apontando para os outros dois, que assim como o próprio Chanyeol ainda estavam fardados.

Luhan desatou a rir e Sehun fez mímica como se estivesse matando a ambos com uma metralhadora imaginária, seguindo a brincadeira, os dois soldados jogaram-se ao chão e levantaram seus lenços como bandeira branca, dando a vitória ao grandioso soldado Sehun, que fora capaz de matar o Segundo Tenente Do, Chanyeol voou em cima de Kai, levando suas mãos ao pescoço do mesmo que se assustou achando que o mais velho fosse realmente fazê-lo, fazendo todos os outros, principalmente Kyungsoo, segurarem-no até que ele soltasse o outro rindo enquanto dizia que "vaso ruim não quebra". E com um clima tão bom, quem imaginaria que mais alguém além deles mesmos ouvia a conversa?

Continua...