– Q-Quê? - Sehun perguntou estático, tanto ele quanto Luhan não esperavam por isso, o medo de Luhan era tanto que ele praticamente rasgou o livro que lia antes mesmo do mais velho rosnar.

– Você me ouviu bem Sehun, quem é ele? - Apontou para o mais novo que já tinha lágrimas nos olhos com medo do homem a sua frente - E me fale a verdade.

– Chanyeol... - Sehun não sabia o que fazer.

– Sehun... O único filho que a senhora Oh teve depois de você foi uma menina... Que nasceu morta, e nasceu oito anos depois de você, então... Me explica então onde ele entra Sehun!

– Mas que barulho é esse aqui? - Reclamou à senhora Oh entrando no quarto sem entender nada.

– Chanyeol descobriu. - Falou Sehun para a mãe enquanto ia até a cama de Luhan, que já chorava com medo, sentando a cama e abraçando o mesmo.

A senhora Oh fez uma expressão de desagrado e fechou a porta do quarto antes de chegar até Chanyeol, fazendo-o sentar na cama de Sehun e respirando fundo enquanto media as palavras que iria falar.

– Chanyeol, primeiro preciso que acalme-se, segundo quero que me ouça em silêncio e terceiro, prometa que vai ficar do nosso lado filho. - Terminou acariciando as bochechas de Chanyeol, que rapidamente cedeu à mulher e acatou aos três pedidos - O Luhan vem da parte chinesa de nossa família e está aqui para se refugiar, toda a família de Luhan que estava na china com ele está morta, ele só tem a nós agora e para não ter o mesmo fim que a sua família, ele está aqui conosco, com outros documentos, vivendo como cidadão coreano e irmão mais novo de Sehun. - Terminou alisando os cabelos do homem que olhou para Luhan que já estava mais calmo, mas mesmo assim não abandonava o abraço de Sehun.

– Então é isso? - Chanyeol perguntou.

– É Chanyeol. - Respondeu Sehun.

– Sabe qual é a minha raiva? É saber que vocês não me contaram, que preferiram mentir para mim, vocês sabem que eu apoio vocês em tudo, e vou apoiar agora mesmo se não tivesse feito promessa alguma, então por que mentir pra mim?

– Perdão querido - Falou a senhora Oh - Eu não pensei que esconder de você seria ruim, deveríamos mesmo ter contado, agora que você já sabe então, vamos deixar isso por aqui, você não sabe de nada ok?

– Sei sobre o quê? - Perguntou fazendo a todos os presentes rirem, sendo Luhan o mais tímido e também mostrando-se disposto a esconder aquele segredo do governo coreano.

~*~*~*~*~*~

As roupas estavam espalhadas pelo chão do quarto e na cama, dois corpos descansavam após um momento de amor, Jongin afagava os cabelos de Kyungsoo que sorria como bobo por finalmente terem se entendido, o mais velho deixou um beijo nos cabelos do mais novo, sentindo o cheiro doce que emanava de seu cabelo junto ao suor que o umedecera, desvencilhando-se do carinho, Kyungsoo virou seu rosto na direção do rosto do maior para lhe falar olhando nos olhos.

– Você vai para o exército daqui a dois dias não é? - Perguntou o mais novo.

– Sim...

– Jongin... Eu me alistei.

– O Quê?! Por que fez isso? Eles responderam? Você foi aceito? Kyungsoo eu não vou aguentar te perder!

– Eu fiz para ficar perto de você, e sim, eles responderam, eu fui aceito.

– Soo... - A voz estava já embragada, Jongin não queria perder alguém que tanto amava.

– Eu vou ficar bem Jongin, eu posso fazer isso. - Disse levando uma mão até a bochecha do amado.

– Espero que sim, eu vou te ajudar ok? - Sorriu para o menor que assentiu.

– Jongin... - Chamou-o em dúvida - Nós somos... Namorados agora?

– Ah... Kyungsoo... Temos que manter as aparências... Mas... É, por min dá para esconder e você?

– Eu posso esconder sim, mas somos não somos?

– Sim Soo... Somos namorados.

Kyungsoo Sorriu radiante ao ouvir tais palavras, e mesmo que aquele conforto estivesse perfeito para ficarem pela eternidade, tiveram que se arrumar, pois a mãe de Kyungsoo logo chegaria da casa da amiga. Ao terminarem de arrumar os cabelos desalinhados, o maior abraçou o menor por trás e ficou junto ao mesmo olhando a imagem de ambos no reflexo do espelho, e ficaram assim por um bom tempo, separando-se apenas quando ouviram o ranger alto da porta da sala, no fim eles nunca deixaram de pensar um no outro mesmo que estivessem longe.

~*~*~*~*~*~

Luhan havia sumido, Sehun já estava mais que preocupado, depois que Chanyeol foi embora o mais novo saiu sem dizer a ninguém, e logo que o mais velho percebeu, quando retornara do banheiro, ele se preocupou, e agora, 4 horas após o sumiço do chinês, mãe e filho procuravam por Luhan e já haviam passado por todo o centro da cidade.

– Meu filho, por favor, me diga que isso não está acontecendo. - Pediu a senhora Oh já chorando e abraçada ao filho.

Foi ai que Sehun lembrou, do celeiro abandonado nos fins da cidade, ninguém ia lá, era um ótimo lugar para se esconder.

– Omma, vá para casa e prepare o jantar, eu voltarei para casa com Luhan, acho que sei onde está.

– Certo meu filho, não demore, por favor.

– Isso eu já não posso prometer omma, se Luhan está onde acredito que esteja, é longe demais daqui. - Respondeu com pesar.

– Peço então, que mesmo tarde, volte com ele.

– Voltarei omma.

E assim que se despediram Sehun olhou as horas em seu relógio de bolso, constatando ser 19 horas, suspirando por fim, tomou seu caminho em direção aquele celeiro. Andou por 2 horas e quando avistou o celeiro apressou seus passos, ao abrir os gastos portões e deixar a luz fraca da lua entrar naquele local velho viu Luhan, sentado encostado à parede, os olhos amendoados tinham brilhos das lágrimas que caiam pelo seu rosto que continuava lindo mesmo que vermelho pelo tempo que chorava compulsivamente.

– Luhan...

– Sehun... - Levantou o rosto que antes olhava o chão na direção do coreano.

– Luhan, nos deixou preocupados, a mim principalmente... Pensei que tinha te perdido. - A ultima frase fora um sussurro, mas o chinês a ouviu.

– Me perder? Por que acha isso? Eu... - Não conseguia continuar.

– Você? - Aproximou-se do mais novo perigosamente, os rostos estavam próximos e Sehun levou uma mão à cintura do menor.

– E-Eu nunca deixaria você. - Luhan ansiava pelos lábios finos e bem feitos do coreano e por isso levou uma das mãos até o ombro do maior.

– Por quê? - Os lábios cheinhos de Luhan eram provocantes e até mesmo a cicatriz era um charme para o mais velho.

– Eu te amo Sehun. - Disse movendo a mão que estava no ombro do coreano levando-a a nuca do mesmo e puxando-o para um beijo necessitado.

As bocas se encaixaram com perfeição e todos os sentimentos foram expostos, Sehun rapidamente lambeu os lábios do menor que os entreabriu de imediato, o maior então deslizou sua língua e passou a explorar a boca do mais novo com a mesma, às vezes dançando com a língua de Luhan que já arfava e sentia que não iria aguentar muito mais, o coreano percebendo isso separou os lábios, mas continuou com selinhos por todo o rosto do chinês. E não pensaram em mais nada depois daquilo, esqueceram as horas, a mãe de Sehun e tudo o que havia a volta de ambos, se concentravam apenas nos gemidos e sussurros amorosos, nos corpos um do outro, no prazer de se amar.

Acordaram no dia seguinte com o nascer do sol e rumaram para “casa” somente para descobrir um problema pior do que o fato de quererem assumir o relacionamento de ambos.

– O q-quê!? - Sehun e Luhan gritaram juntos.

– Luhan foi aceito e terá que partir amanhã para o exército.

Continua...