A casa estava em festa, Afinal o filho dos Kim estava de volta e vivo!

Aquela sexta feira foi cheia de música e muita alegria.

Jongin dançava com uma garota belíssima ao som de “The Darktown Strutter's Ball”, rodopiava e girava, movia-se em todos os cantos do salão com a dama ao encalço e sorria como nunca, Eunhee, uma de suas irmãs mais velhas, esbanjava uma juventude incrível para quem tinha 28 anos, solteira e não ligava para a sociedade casamenteira, dizia que só seria “amarrada” a um homem, se ele realmente vale-se a pena se amarrar, e usava seu irmão como exemplo.

A música acabou e logo um novo jazz, de batida mais lenta, começou a tocar, e resolveu apenas apreciar essa, afinal era “Si Tu Vois Ma Mère”, encontrando um lugar vago ao lado de um garoto acanhado, que lhe prendera a atenção desde o momento que o vira e tentara simplesmente ignorar quando sentiu-se estranho.

– Kim Jongin e você? - Sorriu para o rapaz.

– D-Do Kyungsoo. - Respondeu o outro acanhado.

– Por que não estava dançando? - Perguntou depois de muito pensar.

– Eu não s-sei, não sei dançar. - Abaixou ainda mais a cabeça ao terminar de falar.

– Hey! Que história é essa de que não sabe? Aprende! Você não vai ficar ai quieto! NONNA! - Gritou ao fim chamando por qualquer uma das irmãs.

– Oi? - Respondeu o chamado com uma pergunta a doce Sooyeon, a mais velha dos irmãos, já nos seus 30 anos, cuidava do filho enquanto o marido conversava com um conhecido.

– Volta àquela música que eu ‘tava dançando com a Eunhee!

– Ok.

E logo que a música preencheu o salão, um Kyungsoo envergonhado foi puxado até o centro do salão por um Jongin animado e sorridente.

– Só pra você e por agora, eu serei a dama e você vai me levar ok? É só me seguir, vai ser fácil! Que tal começarmos com passos simples?

Um aceno tímido foi à confirmação e ambos começaram a dançar, o mais baixo, apesar da vergonha, aprendeu a dançar rapidamente, e logo Jongin o deixou nas mãos de Eunhee e o pequeno dançou com maestria, sendo aplaudido por todos.

– Gomawo Jongin-ssi!

– Nada!

E ambos engataram em uma conversa onde não faltava assunto em momento algum, descobriram gostos em comum, partilharam experiências do tempo da escola e chegaram à parte dos relacionamentos, onde Kyungsoo passou a apenas ouvir.

– Por que não fala nada? Sou eu que falo demais?

– N-Não é isso! É-É q-que eu... Não tenho experiências desse tipo.

– Ah, entendi. Mas tudo bem, logo vai estar gostando de uma garota

– Na verdade...

– Você é gay. - Jongin viu o pequeno abaixar a cabeça completamente vermelho e percebeu que havia acertado em cheio. - Não se preocupe, não tenho preconceitos, meus colegas, que Deus os tenha, eram gays.

– Oh, então você não vai me julgar? - Seus olhos brilharam tão intensos que Jongin se permitiu afundar no escuro daquele olhar perfeito antes de falar.

– Acho que sou gay também...

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Sehun estava estático, o rapaz a sua frente poderia se passar por seu irmão sem problema algum, Luhan era cinco anos mais novo e aparentava ter menos, como se fosse um adolescente, perdido na beleza jovial do rapaz, nem percebera quando ficaram a sós no quarto e Luhan falou consigo.

– Oi. - Disse num coreano perfeito.

– O-Oi Luhan... - Não sabia o que dizer.

– Onde posso colocar minhas coisas Sehun-ssi?

– Eu separei a parte direita do meu guarda roupas para você, espero que dê... - Falou abrindo o local e mostrando a Luhan.

– Dá sim, obrigado.

– N-Nada.

Luhan calmamente arrumava suas coisas, enquanto Sehun olhava o analisando, “Lindo”, pensou. Quando terminou, olhou para as camas dispostas.

– Qual é a minha?

– Essa ai a seu lado.

– Oh! Sim... - Sorriu, um sorriso lindo - Precisa de ajuda para deitar?

– Não é necessário Luhan.

– Ok então.

– Luhan, está ciente do que vai acontecer aqui não é?

– Sim, sou seu irmão mais novo, um filho doente que estava em outro país com familiares desde que nasci e só retornei agora. Me chamo Oh Luhan e minha doença era respiratória, mas já estou curado.

– Perfeito, continue assim, bem vindo à família.

– Xiexie Sehun.

– Wae?

– Eu só agradeci, tem certeza de que não precisa de ajuda para se deitar? - Falou visivelmente preocupado pelo fato de Sehun apresentar dor em sua expressão facial.

– Oh! Desculpe-me... Pode ser?

– Por que a desculpa? Claro que posso.

Luhan rapidamente ajudou Sehun e quando o mesmo estava acomodado Luhan o desejou boa noite enquanto arrumava o edredom e ambos perceberam que estavam próximos demais e Luhan se afastou rapidamente, voltando para sua cama e apagando os candeeiros.

Continua...