A noite estava fria, mas eles não se importavam, chegaram no seu destino, o velho celeiro, pegaram as coisas que deixaram lá e começaram a arrumá-las, estenderam o grande lençol branco de casal no chão e em cima do mesmo depositaram a cesta, de onde retiraram uma pequena torta, dois pratos de porcelana, duas xícaras e um bule de café que lutaram para não balançar muito durante a pequena viagem até lá.

— Isso está tão romântico que me faz esquecer o motivo de estar aqui. - Disse Luhan já preparando os pratos.

— Então por que não esquecemos o motivo e aproveitamos? Depois voltamos a por nosso plano em prática. - Disse terminando de escrever a carta que planejaram deixar.

— Farei o que você quiser Sehun. - Disse Luhan antes de ter seus lábios tomados em um beijo lento e molhado, o encaixe perfeito das bocas, as línguas dançando a dança já conhecida, apenas mais uma forma de se amarem, separaram-se por falta de ar - Sehun, seremos como Romeu e Julieta?

— Creio que não Luhan, Pelo menos ainda podemos nos amar antes, eles nada puderam fazer para se despedirem. - Respondeu Sehun voltando a beijar Luhan, e naquela noite tiveram seu ultimo ato de amor.

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Eram exatas dez horas da manhã daquele 1 de janeiro ensolarado, estavam todos os três juntos, procurando pelos enamorados, Kyungsoo temia mais que tudo que seu pressentimento fosse verdadeiro, depois de procurarem desde cedo por toda a cidade, Chanyeol lembrou-se do celeiro perto de onde brincavam e caçavam vagalumes.

Flash back on

— Espere por mim Sehun! - Gritava Chanyeol enquanto tentava alcançar o mais novo, o moreno de expressões sérias parou de frente a um celeiro abandonado para esperar pelo amigo orelhudo.

— Vamos ficar por aqui até a chuva passar hyung! - Gritava para o mais velho abrindo o grande  velho portão.

Ficaram no grande celeiro até que a chuva parasse e nesse tempo Sehun ficou passeando pelo mesmo, conhecendo todo o local, Chanyeol ficava a observar o mais novo até que voltaram para casa, Sehun não parava de falar o quanto havia gostado do lugar, e sempre que sumia, Chanyeol facilmente o encontrava naquele celeiro.

Flash back off

— O celeiro! - Falou Chanyeol para os outros que imediatamente olharam-no.

— Verdade! Ontem quando se despediram de nós disseram que iam ao Celeiro…

— Comemorar do jeito deles. - Falou Kyungsoo completando a frase de Jongin.

Chegaram ao carro mais próximo de ambos, o do próprio Chanyeol, e o mesmo dirigiu até o celeiro com Kai e D.O. preocupados e aflitos, ao chegar lá, Kai foi o mais ágil ao descer do carro e logo chegar ao portão do local abandonado que parecia ter sido de uso para uma antiga guerra, o moreno esperou o namorado e o cunhado chegarem até si e abriu a porta com relutância.

Ambos suspiraram aliviados ao ver o casal dormindo sobre o grande lençol estendido ao chão com a cesta aberta e os alimentos fora da mesma, mas o alívio foi somente até Kyungsoo pisar no papel ao se aproximar dos corpos, ao pegar a carta chorou, a mesma era endereçada para que os achasse e já conseguia imaginar o conteúdo, foi até os outros dois e entregou a carta a Chanyeol, abraçando o Jongin e chorando no peito do mesmo.

Caro (a) senhor (a),

Se você está lendo esta carta é certo que nos achou, gostaríamos de deixar aqui nesta carta o nosso ultimo desejo. Queremos que levem nossos corpos aos nossos pais, que sejamos enterrados juntos e que esse nosso ato seja lembrado com a prova de que o amor é maior que o preconceito dessa sociedade que tanto oprime as pessoas, seja pela classe social, pelo gênero ou pela religião, queremos ser a prova de que as barreiras podem ser quebradas, de que o amor é melhor que tudo e para mostrar que nosso amor vai além da morte.

Atenciosamente,

Luhan e Sehun.

— Eles disseram adeus… - Soluçou Kyungsoo indo ao chão sem forças.

— Pelo menos eles estiveram juntos até o fim, era o que queriam. - Jongin falou tentando não se deixar levar pelas lágrimas.

Chanyeol nada disse, apenas chorou o pouco que se permitiu e suspirou triste, se preparando para levar os corpos seus irmãos de coração, Jongin ajudou Kyungsoo a se levantar e logo em seguida ajudou o mais velho com os corpos desfalecidos, retornaram a cidade, trazendo tristeza ao Senhor e Senhora Oh, que organizaram o velório e o enterro da forma que os rapazes queriam.

Com o passar dos meses, o túmulo do casal passou a ser um lugar bastante visitado por casais com as mais variadas diferenças, que viam na história deles a força para continuar mesmo com as dificuldades e com a sociedade conservadora, em Junho, mais precisamente dia 25, a Coréia do Norte invadiu a Coréia do Sul e a Guerra das Coréias se iniciava e tanto Jongin quanto Kyungsoo e Chanyeol estavam prontos para lutar e dar suas vidas pelo seu país.

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Jongin morreu em batalha.

Kyungsoo se suicidou ao saber que Jongin estava morto.

Marilyn também se suicidou ao saber da morte de Jongin.

Chanyeol perdeu a perna esquerda em batalha e ao se aposentar, seguiu para o refúgio da família Park no japão, hoje vive ao lado da esposa Eunhee e do filho Eunji, e ainda choram pela morte de Jongin.

Baekhyun sobrevivera até o fim da guerra em 1953 e quando voltou soube que seus pais morreram, atualmente vive com a esposa Sora e o filho Taehyung, que a cada dia se parece mais com ele.

O Senhor e a Senhora Oh morreram logo no início da guerra pelos soldados que invadiram todas as casas.

O túmulo conjunto de Luhan e Sehun foi um dos poucos que continuaram inteiros mesmo após o fim da guerra em 1953, em 1960, pouco antes da renúncia de Syngman Rhee, o túmulo do casal foi tido como encontro de amantes, sendo considerado por muitos um lugar sagrado, onde muitos casais vão visitar e fazer pedidos, de ter um relacionamento forte e que dure, até mesmo, depois da morte.

Fim.