Whole Lotta Love 3 - Especial 2: Crianças escrita por mlleariane


Capítulo 3
Nossas crianças, nossa casa


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Primeiramente, desculpa pela demora. Viajei os 10 dias mas acabei demorando mais para postar. Sorry mesmo. Foram dias corridos, fiquei meio dodói, mas finalmente o capítulo está aqui! E, bem, é o último. Por favor, não fiquem tristes.
Quero dizer que amo WLL tanto quanto vocês, e fiquei imensamente feliz em voltar a escrever. Essa season 8 foi tão sofrida que acabei criando um hiatus criativo também :/
Ainda hoje, conversando com uma amiga, dizia que me incomodava de não ter terminado a história ainda, que não era falta de ideia, mas sim de tempo e disposição para escrever. Lembro de ter comentado que não queria postar de qualquer jeito, e ela disse “Tudo que você fizer vamos adorar”.
Bem, obrigada pela confiança. Mas saibam que não gosto de postar de qualquer jeito. Sempre tento fazer o melhor, e se não escrevo com mais frequência é porque gosto de fazer bem feito, com tempo e inspiração.
Dito isso, fica aqui mais um capítulo dessa história enorme e linda que é WLL. Linda porque a cada dia me dá novos amigos e muitas felicidades. Se surgirão novos capítulos ainda não sei, mas podem ter certeza que se Johanna e Alexander me chamarem, eu volto e escrevo para vocês ;)
Por fim, tenho duas citações para deixar aqui:

“Ariane e suas crias perfeitas. Me ilude, pode me iludir que eu gosto ♥” (Tai)

Obrigada Tai ♥ E sim, eu também gosto de me iludir, ainda mais agora que os escritores nos desiludiram sobre um possível caskett baby :’( :’( :’(

“Esses mini alfas ciumentos com essa mente Castle e impulsividade Beckett.” (Bella Caskett)

Impulsividade e também orgulho da dona Katherine Beckett, veremos isso logo mais ;)

Obrigada mais uma vez por todas voltarem, por lerem, comentarem, e me encherem de mimos, chantagens e ameaças. Amo vocês ♥


Beijo, Ari ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/659864/chapter/3

Kate: Castle, onde estão nossos filhos??? – Kate parou no meio da sala, visivelmente desesperada.

Castle: Dessa vez eles capricharam no esconderijo... vamos nos dividir de novo.

Kate: Castle, nós já olhamos duas vezes, eles não estão em lugar nenhum! – a capitã passou a mão nos cabelos, desesperada.

Os dois se olharam fixamente, entendendo a gravidade da situação.

Kate: E se pegaram os dois de novo? – a voz de Kate já ganhava entonação de choro.

Castle: Não, não... Eles estavam ali – Castle apontou em direção ao quarto – Ninguém entrou em casa.

Kate: Mas e se eles saíram, e se... – Kate parou e a voz falhou – Rick, eu não vou aguentar passar por aquilo de novo...

Castle: Kate... – Castle ia falar algo, mas interrompeu quando bateu o olho na porta. Se aproximou e disse surpreso – Nós estamos trancados!

Kate: O que??

Castle: Trancaram a porta por fora!

Kate: Rick...

Castle: Ok, acho que essa é a hora de ligar para a polícia... – Castle passou a mão no bolso, tirando o telefone.

Kate: Castle!

Castle: O que?

Kate: Eu sou a polícia!

Castle: Ah é...

Kate: Você esqueceu disso??

Castle: Eu estou nervoso!

Os dois se olharam preocupados.

Kate: A minha chave está na bolsa, eu vou pegar.

Castle: Talvez eles tenham ido à casa do amiguinho do sétimo andar...

Kate: E nos trancado aqui?

Castle: Eles não iriam sair e deixar a porta aberta, iriam?

Kate: Nossos filhos jamais nos trancariam, Rick, jamais!

Kate destrancou a porta e olhou para o corredor vazio.

Castle: Eu vou interfonar para a vizinha do sétimo andar. Ainda acho que eles podem estar lá.

Castle atravessou a casa em direção ao interfone, que ficava próximo à cozinha. Mas quando passou por perto de uma janela...

Castle: Ka... Kate... Eu acho que encontrei nossos filhos.

Kate: Onde?? Cadê?? – a capitã veio correndo.

Castle: Lá embaixo – Castle apontou para as duas crianças, paradas no meio do jardim com uma montanha de coisas à sua volta.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Castle soltou uma risada.

Kate: Eu posso saber por que você está rindo?

Castle: Você não achou bonitinho eles fugirem de casa?

Kate: Bonitinho? Castle, eles quase me mataram do coração!

Castle: Eu sei, mas olha... nós já sabemos que eles estão bem.

Kate: Bem? Eles estão sentados na grama do jardim como dois sem teto!

Castle não pode deixar de rir, o que deixou Kate mais brava ainda.

Kate: Meu Deus, e na grama ainda! Johanna vai ficar toda empipocada! Eu vou lá.

Castle: Não, espera!

Kate: Você acha que eu vou ficar olhando meus filhos montarem uma barraca no meio do jardim?

Castle: Se te deixa mais aliviada, eles nem vão conseguir montar a barraca, eles nunca conseguiram sozinhos. E sim, eu acho que nós devemos dar um tempo para ver qual a intenção deles. Nós já sabemos que eles estão bem, afinal.

Kate pensou um minuto e olhou pela janela. Johanna e Alexander pareciam perdidos em meio às partes da barraca.

Kate: Mas só até escurecer.

Castle: Ok.

Kate: Ok.

XXXXXXXXXXXXXXXXXX

Kate: Não está ok! – Kate dava voltas no meio da sala.

Castle tirou os olhos de um livro. Fazia apenas dez minutos que os dois haviam decidido deixarem as crianças seguirem com o plano de fuga.

Kate: Eu não entendo!

Castle: O que?

Kate: Por que eles fugiriam de casa? Onde foi que nós erramos?

Castle: Kate, nós não erramos. Quem é que nunca fugiu de casa?

Kate: Eu nunca fugi de casa!

Castle: Mas já quis?

Kate: Querer é uma coisa, fugir é outra.

Castle: Eles estão com ciúmes, Kate.

Kate: Ciúmes de quem? Edward?

Castle: E de quem mais seria?

Kate: Mas nós não fizemos nada!

Castle: Não?

Kate: Não! Quer dizer, nós o agradamos, e gostamos de ficar com ele no colo, quem é que não gosta? Ele é tão fofinho... – Kate deu um leve sorriso, mas logo sua feição mudou – Ai meu Deus, eles estão mesmo com ciúme!

Castle: Nós temos que admitir que estamos encantados com o bebê.

Kate: Mas isso não me faz amar menos meus próprios filhos!

Castle: Claro que não. Mas na cabeça deles, sim.

Kate: Eles estão se sentindo ameaçados... eu não vou deixar meus filhos sentirem isso!

Castle: Kate, onde é que você vai?

Kate: Eu vou buscar minhas crianças!

Kate saiu apressadamente, e Castle foi atrás.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Castle: Calma, Kate. Não é nenhuma tragédia. Ciúme é normal. E além do mais, eles nem vão conseguir montar a ba...

Os dois saíram do saguão do prédio e avistaram ao longe.

Kate: Quem é que não sabia montar a barraca, Castle?

Castle: Eles, eu juro!

Kate balançou a cabeça. Os dois caminharam até a barraca, devidamente montada. Mas quando Kate levantou a portinha...

Alex: Ei, isso é invasão de propriedade!

Kate: Oi?

Jo: Não se entra na casa das pessoas sem bater!

Johanna puxou a portinha, deixando a mãe para fora. Kate olhou para Castle.

Castle: Ok, talvez nós devêssemos nos preocupar um pouquinho com a situação.

Kate: Eles me expulsaram da barraca!

Castle fez um sinal com a mão, pedindo calma.

Castle: Knock. Knock.

Jo: Quem é?

Castle: É o pap... Richard Castle.

Jo: Ah, o escritor... – Johanna abriu a porta e encarou o pai.

Castle: Sim, o escritor. E a senhorita é?

Jo: Meu nome é Johanna.

Castle: Ah, sim...

Alex: O que vocês dois estão fazendo aqui?

Kate: Eu acho que somos nós que devemos fazer essa pergunta...

Jo: Nós moramos aqui agora.

Castle: É mesmo? E está sendo agradável?

Jo: Sim.

Kate: Castle, para de agir como se fosse algo natural! Eu quero vocês dois de volta pra casa agora!

Alex: Nós não vamos!

Jo: Nós somos adultos agora.

Kate: Vocês não são adultos coisa nenhuma! Vocês são nossas crianças!

Jo: Vocês têm outra criança agora...

Alex: Edward Richard... – Alex fez uma careta – Que nome feio!

Kate: Meus amores, vocês não precisam ficar com ciúmes...

Jo: Nós não estamos com ciúmes!

Alex: E nós não precisamos mais de vocês!

Castle: Como é que é?

Kate: Ah é assim? Então ta bom. Vamos ver até quando vocês não precisam mais da gente! Vem, Rick. – Kate puxou Castle para fora da barraca.

Castle: Você não ta falando sério, ta?

Kate: Eles não querem ficar aqui? Pois eles que fiquem!

Castle olhou assustado para Kate, que já andava apressadamente.

XXXXXXXXXXXXXXXXXX

Castle: Ai! – Castle passou a mão no nariz, quase machucado pela porta batida com força.

Kate: Desculpa.

Castle: Você sabe que eles estão brincando, não sabe?

Kate: Brincando? Eles acabaram de dizer na nossa cara que não precisam mais da gente!

Castle: O que obviamente não é verdade.

Kate: Quando foi que eles se tornaram isso?

Castle: Quando o bichinho do ciúme mordeu os dois.

Kate: Isso não pode ser só ciúme.

Castle: Ah você sabe do que o ciúme é capaz... Quantas vezes nós já discutimos por ciúmes?

Kate: Mas nós somos um casal!

Castle: E eles eram as únicas crianças da família até semana passada! Kate, tente entendê-los...

Kate: Eu não consigo entender como eles podem se afastar de nós justamente por quererem que sejamos só deles. Eles deveriam, sei lá, querer dormir com a gente, coisa que eles não fazem há meses!

Castle: Eu sei... você só esqueceu um detalhe.

Kate olhou para Castle.

Castle: Eles são Beckett-Castle.

Kate: E o que isso quer dizer?

Castle: Quer dizer, meu amor, que nós estamos ferrados.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Kate tentava fingir indiferença, mas quanto mais as horas do relógio passavam, menos suas crianças demonstravam querer voltar para casa. Ela tinha certeza que quando escurecesse o medo bateria, mas ao contrário do que pensara, vira que os dois haviam acendido uma lanterna. Kate evitava mostrar fragilidade olhando pela janela, mas Castle sabia muito bem o incômodo que a esposa estava. Como não perceber que o orgulho de Johanna e Alexander havia sido herdado diretamente de Kate Beckett?

Kate: Onde você vai?

Castle: Por em prática um plano brilhante.

Kate olhou desconfiada para Castle, que ia em direção à lavanderia. Ouviu um miado alto, e viu o escritor voltando com Tiger nos braços.

Castle: Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé.

Kate: No caso a montanha é o Tiger?

Castle: Você entendeu!

Kate: Até parece que os dois geniozinhos ruins vão ceder!

Kate falou em alto tom, mas Castle já havia saído pelo corredor.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Castle: Knock. Knock.

Alex: Quem bate?

Castle: Um gatinho chamado Tiger.

A porta da barraca nunca fora aberta com tanta pressa.

Jo: Tiger! – a menina esticou os braços, mas Castle afastou o gatinho.

Castle: Não, não. Nós viemos buscar vocês.

Jo: Nós não vamos voltar.

Castle: Por que não?

Alex: Nós estamos bem aqui.

Jo: É, essa casa é legal.

Castle: Mais legal do que a nossa casa?

Johanna e Alexander se olharam. Castle correu os olhos pela barraca.

Castle: Aqui não tem videogame...

Alex: Mas nós não precisamos comer salada, só doces!

Castle: Só que isso não é saudável, vocês vão acabar ficando doente... e aí, quem vai cuidar de vocês?

Alex: Nós dois.

Castle: Então ta, eu e Tiger vamos voltar pra nossa casa quentinha.

Alex: Espera! O Tiger é nosso.

Castle: Mas ele mora comigo.

Alex: Vem Tiger, vem... – Alex chamou, e o gatinho mordeu a mão de Castle, se soltando.

Castle: Ai, seu gato malvado!

Jo: Vem Tiger, vem conhecer nossa nova casa!

O gatinho correu pela barraca, e logo achou um travesseiro, afofando e deitando.

Castle: Gato traidor!

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Kate: Pelo visto o “plano brilhante” não deu certo... – Kate ironizou, mas no fundo estava decepcionada. Queria muito ver suas crianças entrando correndo pela porta.

Castle: Aquele gato é um selvagem!

Kate: O gato é deles, Castle. Você acha mesmo que ele ia escolher ficar com você?

Castle: Você estava olhando?

Kate: Aham. – Kate olhou para baixo.

Castle: Você sabe que eles não vão passar a noite lá, não sabe?

Kate: Eles parecem bem decididos. Tem água, comida, coberta, e agora até o gato! Eu devo admitir que eles pensaram em tudo.

Castle: Eles estão querendo provar para si mesmos que conseguem se virar sem a gente.

Kate: Eu nunca pensei que meus filhos iam querer ficar longe de mim...

Castle: Eles não querem, Kate. Eles acham que será necessário porque na cabeça deles nossa atenção agora será só do bebê.

Kate: É uma forma de autodefesa...

Castle: Exatamente. Eu só não sei como trazer os dois de volta. Sem ser à força, claro.

Kate olhou pela janela novamente. Pela sombra, viu Johanna coçando o bracinho. E seu coração de mãe deu um sinal.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Kate: Knock. Knock.

Jo: Quem é?

Silêncio.

Johanna abriu a porta e avistou o vidro de loção sozinho.

Jo: Mamãe, você está aí?

Kate: Aham. – Kate sussurrou. Jo se precipitou para fora, observando a mãe sentada com as mãos nos joelhos, bem ao lado da barraca.

Jo: Como você sabia que eu precisava da loção?

Kate: Porque eu te conheço desde que você morava dentro de mim. E também porque eu estava olhando lá de cima.

Alex: Você estava nos espiando? – Alex saiu também.

Kate: Aham.

Jo: Por que?

Kate: Vocês podem até conseguir viver sem eu e o papai, mas eu não consigo viver sem vocês. É por isso que agora eu moro aqui.

Alex: Aqui onde?

Kate: Aqui – Kate apontou para o chão.

Jo: Você não pode morar na grama.

Alex: E se chover?

Castle: Eu trouxe um guarda-chuva – Castle chegou e se sentou também.

Jo: Você também vai morar aqui, papai?

Castle: Aham.

Alex: Vocês têm uma casa, vocês não precisam morar aqui.

Kate: É, você tem razão. Nós temos mesmo uma casa. Uma casa grande, com quartos lindos e cheia de brinquedos...

Castle: Mas sem nenhuma criança.

Kate: Amanhã é Dia das Crianças, e os presentes ficarão embrulhados porque nós não temos mais crianças.

Jo: Você tem a gente, mamãe.

Kate: Vocês disseram que não precisavam mais da gente...

Jo: Porque vocês não precisam mais da gente...

Castle: Quem foi que disse isso?

Alex: Agora vocês têm o bebê da Lex...

Castle: De quem é o bebê mesmo?

Alex: Da... Lex.

Jo: Mas vocês gostam muito dele.

Castle: Sim, isso é verdade. Ele é da família agora. Nós o amamos da mesma forma que amamos a vovó Martha, o vovô Jack...

Kate: O vovô Jim, Lex e Luke. Nós só não o amamos mais do que vocês.

Castle: Porque nós nunca amaremos ninguém mais do que vocês.

Jo: Nem quando a gente crescer?

Kate: Nunca, nunca.

Os quatro Castles se olharam.

Jo: Alex... eu acho que quero voltar pra casa.

Alex: Por que o papai e a mamãe estão tristes?

Jo: Também... mas é porque eu quero muito fazer xixi!

Castle: Ahh a barraca não tem banheiro!

Kate: Nós poderíamos ter usado esse argumento também.

Alex: Se nós não voltarmos, o que vocês vão fazer com os nossos brinquedos do Dia das Crianças?

Castle: Ah, sei lá, nós podemos dar para alguma criança por aí...

Alex: É Jo, acho que nós vamos ter mesmo que voltar...

Jo: E rápido!

Kate riu e abraçou os dois apertado.

Kate: Eu amo muito vocês, muito, muito, muito! Agora rápido papai, leva a princesa fazer xixi!

Castle: É pra já! – Castle pegou a filha no colo e saiu correndo.

Alex: Eu levo o Tiger! – Alex gritou, pegando o gatinho e indo atrás dos dois.

Kate riu sozinha, olhando seus três amores correndo de volta para casa. A casa deles, de onde nunca deviam ter saído. Olhou para o lado e seu sorriso se desfez. Ainda havia a barraca...

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Quando Kate adentrou a sala puxando a barraca por uma mão e carregando uma sacola com o resto das coisas na outra, encontrou seus três Castles aconchegados no sofá.

Kate: Eu não sei fechar isso! – Kate soltou a barraca mal dobrada no chão, fazendo barulho e atraindo a atenção dos três.

Castle: Ah amor, nós esquecemos de você...

Kate: Percebi... – a capitã fez uma cara brava, mas seu coração cedeu ao primeiro pedido de Alexander.

Alex: Vem mamãe, senta aqui com a gente!

Kate se aproximou e parou diante dos três.

Kate: Onde? Não sobrou nem um espacinho para mim! – disse observando a disposição deles. Castle tinha Alexander sentado na coxa esquerda, enquanto as perninhas de Johanna, deitada folgadamente no sofá, repousavam sobre a coxa direita.

Jo: Senta aqui, ó mamãe! Assim eu posso colocar minha cabecinha no seu colo! – Jo já foi logo empurrando a almofada, e Kate obedeceu.

Alex: Como é bom estar em casa! – Alex repousou a cabeça no peito do pai.

Castle: Vocês sentiram saudade?

Alex: Muita!

Jo: Bastante!

Kate: Não tanto quanto nós... – Kate acariciou os cabelos da filha – Essa casa não tem a menor graça sem nossas duas crianças...

Jo: Nós ainda seremos as crianças da casa?

Kate: Claro que sim!

Alex: Mesmo com o Eddie?

Castle: O fato de termos uma nova criança na família não tira de vocês dois o direito de serem crianças também. Aliás, vocês sempre serão nossas crianças, assim como Lex ainda é minha criança... Só que agora grande.

Jo: E com um bebê.

Castle: E com um bebê.

Jo: O Eddie é um bebê fofinho... – a garotinha disse ainda meio relutante. Kate e Castle trocaram um olhar, pensando no primeiro passo que a filha estava dando.

Kate: Vocês também eram bebês muito fofinhos...

Castle: Os mais fofinhos que nós já vimos!

Jo: Mas nós não somos mais bebês... – Johanna concluiu.

Kate: Não, vocês não são. Mas nós nunca esqueceremos de como vocês foram...

Alex: O Tiger também foi um bebê, lembra Jo?

Jo: Ele chegou bem pequenininho! Agora ele é um gatão grande!

Castle: E muito folgado – Castle lançou um olhar para o gato, que, deitado no sofá da frente, parecia prestar atenção na conversa.

Alex: Todo mundo já foi um bebê.

Jo: Podia ter como ser bebê para sempre, não é?

Kate: Ah isso não ia ser legal.

Jo: Por que não?

Kate: Porque se vocês fossem bebês para sempre, por exemplo, eu e o papai nunca estaríamos tendo essa conversa com vocês.

Castle: Quando vocês eram bebês, nós mal saíamos de casa. Hoje quantas coisas legais nós podemos fazer juntos?

Jo: Nós fomos para a Disney! Bebês não vão para a Disney...

Castle: Não!

Alex: Bebês não sabem ler.

Jo: Nem desenhar.

Alex: Pensando bem, deve ser chato ser bebê.

Kate: Eu acho que toda fase da vida tem seus prós e contras.

Jo: Eu já sei o que são prós e contras! – Johanna disse orgulhosa.

Alex: Eu também! Porque você nos ensinou, mamãe.

Kate: Sim, eu e o papai adoramos ensinar coisas a vocês. E sabe para quem vocês podem ensinar algumas coisas também...?

“Pro Eddie!” – os gêmeos responderam juntos, agora animados.

Alex: Porque nós sabemos mais do que ele, não é?

Castle: Eu gosto de pensar que ninguém sabe mais do que ninguém, mas sim que aprenderam antes. E o conhecimento sempre pode e deve ser transmitido.

Kate: Conhecimentos bons, é claro. Nada de ensinar arte para o Eddie, heim?

As crianças riram.

Kate: Acho que agora minhas duas crianças já podem ir para o banho, não?

Jo: Nós temos mesmo que tomar banho?

Kate: Como é que é? Quer ser uma porquinha é? – Kate fez cócegas na filha.

Castle: Criança suja não ganha presente de Dia das Crianças...

Alex: Fala sério papai, vocês não iam dar nossos presentes para outras crianças... iam?

Castle: Se vocês não voltassem para casa...

Jo: Eu não ia deixar ninguém roubar minha casa da Barbie!

Castle: Nós estávamos brincando, ninguém ia roubar sua... espera, como você sabe que vai ganhar uma casa da Barbie? – Castle encarou a filha, que mordeu os lábios – Johanna?

Jo: Eu não sei, eu só acho.

Castle: Alexander?

Alex: Ta bom, nós achamos os presentes.

Castle: Que?? Como?? Vocês nunca acharam meu super esconderijo!

Kate: Parece que agora ele não é mais tão “super” assim – Kate riu.

Castle: Seus dois safadinhos! Vocês já abriram os presentes!

Alex: Mas nós embrulhamos de novo.

Jo: Nem dá pra perceber!

Alex: Só a parte que o papel rasgou.

Kate: Vocês são demais! – Kate riu balançando a cabeça.

Jo: Mamãe, o que nós vamos dar de presente pro Eddie?

Kate: Presente pro Eddie?

Jo: É, amanhã é Dia das Crianças, e bebês são crianças!

Castle: Meu Deus, nós nem pensamos nisso!

Kate: E agora está tarde para comprar algo...

Alex: E se nós dermos algum brinquedo nosso para o Eddie?

Kate: Vocês fariam isso?

Alex: Claro. Ele é nosso sobrinho!

Kate: Ah meu Deus, isso é tão fofo! – Kate olhou para Castle emocionada.

Jo: Vem Alex, nós temos que escolher algo – Jo pulou do sofá e já puxou o irmão.

Alex: Tem que ser algo de menino.

Jo: Ou algo que meninos e meninas gostem.

Alex: Não pode ser muito grande...

Jo: Nem muito pequeno, para ele não engolir...

Conversando, as crianças se afastaram da sala.

Castle: Uau. Quando eu penso que eles não podem me surpreender mais...

Kate: Eu tenho tanto orgulho deles, Rick.

Castle: Viu? Eu disse que não era nossa culpa – Castle esticou a mão para Kate, e agora era ela quem estava em seu colo – Nós fizemos um bom trabalho.

Kate: É, acho que sim – o casal trocou um beijo – Eu só fiquei meio assustada em pensar que eles estavam fugindo da gente.

Castle: Eu não acredito que eles queiram realmente fugir da gente um dia.

Kate: Eu também acho que não – Kate sorriu e outro beijo foi trocado.

Castle: Mas essa história toda de fuga, procura, cabana me deu algumas ideias...

Kate: Que... tipo de... ideias?

Castle: Algumas que envolvem um quarto escuro, pouca roupa e uma lanterna.

Kate riu e balançou a cabeça.

Kate: Hum... esconde-esconde?

Castle: É Dia das Crianças, afinal! – Castle tinha um olhar sem vergonha.

Kate: E quem vai procurar quem?

Castle: Isso nós decidiremos mais tarde – ele piscou, e ela mordeu o pescoço dele.

Alex: Achamos! Nós achamos! – Alexander e Johanna voltaram correndo.

Kate: Já??

Jo: Não foi difícil – Jo veio trazendo um boneco nos braços.

Castle: Espera, vocês vão dar o Tyrone? – Castle estava surpreso, assim como Kate. As crianças tinham os bonecos dos Backyardigans há pelo menos quatro anos, e eles nunca haviam saído em nenhuma retirada de brinquedos para doação.

Jo: Sim, papai.

Kate: Vocês têm certeza? Porque se vocês derem o Tyrone a coleção vai ficar incompleta...

Castle: E vocês não poderão pegar de volta...

Alex: Papai, nós não precisamos pegar de volta. Eu sou o Pablo, você o Austin, a Jo a Unicqua e a mamãe a Tasha.

Jo: O Tyrone sempre sobra. Agora quem vai ser ele é o Eddie!

Alex: Nós não vamos perder um boneco...

Jo: Nós vamos ganhar alguém na brincadeira! – Jo concluiu a frase, as duas crianças paradas diante dos pais, que sorriam.

Kate: O que você dizia sobre eles nos surpreenderem mesmo? – Kate virou-se para Castle lentamente.

Castle: Vocês dois são as crianças mais especiais do mundo! – Castle abriu os braços, e quando os filhos se aproximaram, Kate fechou o círculo, e o abraço virou uma coisa só.

Kate: Meus bebês!

Jo: Crianças, mamãe. Crianças!

Kate: Ok, minhas crianças!

Castle: Agora eu acho que é mesmo hora do banho, eu estou ficando com fome...

Alex: Eu também!

Jo: Eu também!

Kate: Então vamos lá, Jo toma banho comigo, Alex com o papai.

Kate se levantou, já segurando Johanna em uma das mãos.

Jo: Eu adoro nosso banho de meninas, mamãe!

Alex: E depois, o esconde-esconde será meninos contra meninas!

Castle: É! Espera... que esconde-esconde?

Alex: Que nós vamos brincar no quarto de vocês!

Kate e Castle trocaram um olhar.

Kate: Mas nós não vamos brincar de esconde-esconde...

Alex: Vão sim, eu e a Jo ouvimos. O papai disse que nós vamos usar lanterna.

Jo: E pouca roupa, porque nós estaremos só de pijamas!

Alex: Vai ser muito divertido!

Jo: E depois nós vamos dormir com vocês!

Castle: Vã...vão?

Jo: Vamos. Porque é Dia das Crianças, e nós podemos tudo!

Castle: E nós, pelo visto, nada... – Castle olhou desolado para Kate, que apenas assentiu igualmente tristinha. Quem disse que era fácil “brincar” quando se tinham crianças em casa?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Whole Lotta Love 3 - Especial 2: Crianças" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.