À primeira vista escrita por Yasmin


Capítulo 17
Cobranças


Notas iniciais do capítulo

Boa noite Gente!
A cada capitulo venho aqui pedindo desculpas pela demora e vou fazer isso novamente. Porque a vida não esta fácil aqui fora..
São muitos compromissos! E estou tentando por todos os meios continuar escrevendo. Algo que me apaixonei de um jeito louco e viciante.
Enfim, vamos para de bla bla bla.
Quero agradecer os comentários, favoritações e tudo mais, bem como dedicar esse capitulo a minha nova leitora Savannah que deixou um lindo comentário.! Esse capitulo é para você flor.

Estarei nas notas finais, com alguns recadinhos basicos..

Boa leitura!



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—Você é culpado! O acostuma acordar cedo assim! — Peeta ri, são seis da manhã e Nick já está acordado.  Acho que dormi por meia hora. Peeta não me deu sossego a noite toda. Bom, confesso que não dei sossego a ele também. Estávamos com saudade um do outro. Então a madrugada foi curta para nos dois. Só encerramentos nosso momento quando o dia já estava claro. Isso, porque tivemos a consciência que temos um bebê para cuidar. Uma criança elétrica de um ano que acorda cedo igual o pai. Posso afirmar que isso ele não aprende comigo. Sempre tive problema em acordar cedo, era um martírio para mim. Rezava para me tornar chefe o quanto antes e não ter  que cumprir as riscas meu horários. O dia que isso aconteceu, quase soltei fogos e tudo mais. Foi por isso que escolhi ser jornalista também. Nossos horários são mais flexíveis.

—Ele gosta de aproveitar o dia.—Diz o pai de defendendo. Enquanto meu príncipe suga sua mamadeira sem tirar os olhos de mim.

—Então aproveite o dia vocês e me deixam dormir! —Digo irritada de sono.

— Não! Ele quer você, não é rapaz? Quer a mamãe não quer? —Diz  provocando Nick, o deixando agitado e bastante animado. Ele pula pra cima do pai, então, aproveito para deitar me cobrindo  da cabeça aos pés.

—Katniss, pode acordar. Eu estava bem quieto! Você que me seduziu a noite toda! —Ele puxa o lençol me causando frio.

—Estava quieto? Quando disse que ia dormir no meu apartamento fez uma cara de cachorro  que caiu da mudança. Tive dó e vim aqui. O que aconteceu depois foi culpa sua.—Falo rindo e me cobrindo novamente. Ele argumenta com o filho pedido que durma. Rio dele pois esta cansado e com sono. Acho graça do seu jeito. Nick quer morde-lo e ele faz de tudo para que o filho durma.

—Não Nick, papai quer dormir! —O coloco em cima do  meu peito tentando acalmá-lo. O quarto está com pouca luz e gelado devido á temperatura do ar condicionado. Penso que se deixá-lo quieto conseguirei fazer com que durma novamente. Então de forma calma canto para ele que aos poucos abre a boquinha bocejando. Juro que nunca  vi coisa mais linda.

Escuto meu nome, uma voz conhecida! A voz da minha mãe! Penso que estou sonhando. Escuto novamente, porém agora um pouco mais audível. Abro os olhos estranhando a claridade. À primeira pessoa que vejo é  ela. Mãe? Abro olhos de vez, ajeitando minha camisola. Nick e Peeta não estão mais no quarto.

—Bom dia fujona!—diz ela sorrindo. Bom sinal! Não deve estar com raiva por tê-la abandonado no meio da noite.

— Bom dia! —Digo deitando novamente.

—A noite foi boa em! —A praga da Melissa entra no quarto.

—Seu namorado foi no parque com o filho. E, eu estou faminta. Porque não tem comida na sua casa filha? Está comendo congelados? — Rio disso. Minha mãe é bastante paranoica com o assunto alimentação. Não gosta de nada industrializado. Deve ter visto minha dispensa vazia e deduzido que vivo comendo no fast food.

—Faço minhas refeições aqui. A Greasy cozinha maravilhosamente bem! —Ela não presta atenção no que digo. Fica olhando ao redor do quarto, fixa seu olhar no closed que é bem grande e está aberto. Tem vários vestidos meus, sapatos são vários. Parece até que moro aqui. —Vou escovar meu dente e já preparo o café. — Digo me levantando.

—Como estão Prim e as crianças?—Estamos na cozinha preparando o café. Peeta foi no mercado ontem, comprou comida para um batalhão.

—Estão bem! Sofia e Lucas também! Seu irmão do mesmo jeito.—Diz torcendo o nariz. Marcos é policial. Não para em canto nenhum e com mulher nenhuma. Ele é um homem e tanto, um  ótimo filho, irmão e amigo. É o mais velho, porém  a responsável pela casa quando mamãe não estava era eu. Ele era baixinho demais para o cargo. Mas na adolescência ele esticou, tomando as rédeas da situação. Alem de ter se tornado um homem alto e lindo. Mamãe diz que ele é a copia exata de  papai. Porém estraga todos os planos que dona Clara fez pra ele de ser um pai de família.

—Muitas garotas? —pergunto rindo.

—Ele já está passando da idade de casar e ter filhos! —Ela sempre dizia isso pra mim. Era um mantra.

 —Acho que essas as coisas acontecem no tempo certo mãe. Não se preocupe, quando menos esperar, o seu sonho de ver todos seus filhos casados e encaminhados vai se realizar. — digo já preparando o terreno.

—Que anel é  esse? —Diz segurando na minha mão.

—O Peeta me deu! — Falo rápido de mais.

—katniss! —Diz meu nome de forma interrogativa. Deixo as frutas e a faca que estava em cima da mesa. Melissa que estava centrada no celular, arregala os olhos.

—O Peeta me pediu em casamento! —Ela fica em silencio.  E consigo ouvir as engrenagens do seu cérebro trabalhando de modo acelerado.

—Você não aceitou não foi? — olhando pra mim e Melissa e depois pra mim novamente.—Disse que é muito cedo não disse? Falou pra ele que você vai ficar aqui durante um ano não foi? Em katniss? Foi isso que combinamos lembra? — Quando informei da oportunidade  de trabalhar, ela endoidou e fez drama. Chorou, ficou sem falar comigo até o dia do embarque. Então garanti a ela que seria temporário. Não duraria mais que um ano. Confesso que até o momento não tinha pensado nisso. Morar aqui para sempre, realmente não estava nos meus planos. Mas agora eu só  quero ficar com os dois. Não importa onde for.

—Eles não estavam nos meus planos mãe, mas, aconteceu.

—Aconteceu o que katniss? Tem o que? Três, quatro meses que está aqui. Acabou de conhecer esse rapaz. O Nick é  lindo, apaixonante! Mas, não precisa aceitar se casar com ele. Sei que sempre te cobrei isso. Que conhecesse alguém e inicia-se sua família. Mas não aqui! Vai abandonar sua família? Vai ficar aqui para sempre? —Sua fala é de espanto. Ela abandona a fruta que esta em sua mão, saindo da cozinha e em seguida bate a porta da sala com força. Agora sei de quem puxei essa mania de fugir de uma discussão. Foi dela!

—Não vou abandonar ninguém! Só não  nos veremos com tanta frequência. — Falo de forma calma com ela, depois que a encontrei em um dos quartos vazio do meu apartamento.

—Se lá você vivia ocupada. Imagina aqui. Vai me ver cada cinco anos!

—Sempre que dava eu ia pra casa mãe, não seja injusta. Aqui não vai ser diferente. Nas férias posso ir. Ou você poderá vir sempre que quiser. Por favor, entenda. Os dois são importantes pra mim. Deveria ficar feliz.

— katniss esse é  seu primeiro relacionamento. Casar é coisa séria. É pro resto da vida!

—Sei disso. E é com ele que quero me casar. É  o homem que amo. E não vou abrir mão disso. —Ela me olha como se eu não fosse eu. Está  assustada com minha declaração. Por abrir meu coração. Algo que nunca fiz.

—Preciso de um tempo. Pode me deixar sozinha por favor. — Ela está chorando. E não sei o que dizer. Então faço o que me pede. Abro a porta saindo do meu apartamento e vou para o de Peeta. Agradeço  por ele estar fora. Desde o princípio sabia do chilique que dona Clara iria fazer quando soubesse  do casamento. Só  não imaginava que iria reprovar minha escolha. Não que ela não tenha gostado dele. Peeta é  uma pessoa apaixonante. Simpático até  demais para meu gosto. Mas, para ela e como se ele estivesse roubando sua prole para sempre.

—E aí? Ela está mais calma. —diz Melissa receosa.

—Pediu um tempo pra digerir. Estava chorando. Sou insensível por achar a reação  dela  um exagero? —falo ressentida.

—Mães são todas iguais, só mudam de endereço. Ela precisa se acostumar com a ideia. Nem eu me acostumei ainda. —diz sorrindo.

—Qual ideia? Que vou ficar aqui definitivamente ou que vou desencalhar primeiro que você?

—Isso, joga na cara. Fique sabendo que não ligo pra isso. Esse negócio de viver com um homem só para o resto da vida não é  comigo. Mas, saiba que não estou contente de perder minha melhor amiga. Só vou permitir porque o Peeta é lindo. E deve ser muito bom de cama. Pelo amor de Deus Katniss, quase não dormi ontem com os seus gritos. Ainda bem que estou indo embora. — Bato no seu braço, pelo comentário desnecessário.

—Só estou me vingando dos tempos de faculdade. Lembra? —Melissa e eu dividíamos um apartamento e, ela sempre levava os namorados enquanto eu ficava segurando vela. Vela não, uma tocha Olímpica para ser mais exata. Depois que entrava para o quarto eu só conseguia dormir com fones de ouvido.

—Há como me lembro, bons tempos! Você devia ter aproveitado mais!—Ela se joga em minha cama.

—Mas e você? Não quer ficar aqui também? O Marvel é um bom partido. —Ela já tinha confidenciado que saíram e deram uns beijos. Mas disse que “não deu liga”. Não deu liga” é a forma que usa pra contar quando esta dando certo com um  dos seus romances.

—Já disse que não! Sabe que prefiro os morenos. Um moreno em especial! Mas não quero falar desse idiota, cretino. Vai tomar um banho, daqui a pouco o lindo do Nick  e seu noivo chegam!—Não faço ideia  de quem  é esse moreno cretino. Mas não vou insistir, sei que não vai falar. Melissa tem esse jeito torto dela. Mas é uma mulher sensível, quando ama chega a ficar boba.

Depois do banho, Melissa e eu inventamos de preparar o almoço. Peeta ligou dizendo que  demoraria um pouco porque passaria na mãe para pegar o restante dos inúmeros brinquedos que meu príncipe ganhou.

  Enquanto nos concentramos no Risoto, ela  não para de falar sobre meu desentendimento com a Delly. Já não basta Peeta me encher de piadinhas a todo momento com isso, tenho que aguentar Melissa. Embora o clima animado. Não me sinto bem, completa, melhor dizendo. Saber que minha mãe não aprova meu relacionamento me deixou decepcionada. Ela  não pode ficar feliz por mim e pronto? Não, ela tinha que levar tudo para o outro lado. Não sou a primeira filha de alguém nessa situação. Gostaria que ela compreendesse meus sentimentos  e abençoasse minha união.  Passei tempo demais vivendo em torno da minha família, por minha família. E focada nos meus objetivos. Fui dedicada a ponto de me isolar dos prazeres mundanos. Enquanto as garotas a minha idade iam em festas, eu enfiava a cara nos livros e depois no trabalho. Passei minha adolescência e minha juventude assim. Mas, agora quero viver. Quando sai do Brasil, soltei a respiração que estava presa. Navegar é preciso! Disse a mim mesma. Desde minha chegada descobri emoções, qualidades e defeitos que existem em mim. O frio na barriga pelo primeiro beijo de amor. A emoção de escutar meu príncipe me chamando  mamãe pela primeira vez. Ou as aquelas inseguranças bobas que nos mulheres gostamos de cultivar. Emoções e descobertas que só o amor verdadeiro podem nos proporcionar. E de uma coisa tenho certeza. Não vou abrir mão disso jamais.

Depois de um tempo os dois chegam e vão direto para o banho. Nick estava com a maças rosadas, do sol da manha, que pegou. Já fazia dias que não ele não ia no parque. Algo que adora. Fiquei mal por privar isso dele. Mas Peeta, recomendou isso a Greasy, até a poeira baixar e o maluco do Kevin estar atrás das grades pelas atrocidades que cometeu. Ainda penso nisso, não com a freqüência que deveria. Fui egoísta? Quando neguei a ajudar e agora que não estou sofrendo como deveria pelo fato da mulher que mais amo, se indispor com minhas escolhas? Juro que não sei o que pensar.

Enquanto Peeta  e Melissa arrumam a mesa,  vou até meu apartamento chamar minha mãe para o almoço. Assim que entro uma raiva se apodera de mim.

—Onde vai com essas malas? —Pergunto olhando fixamente pra ela, que esta com rosto vermelho. Andou chorando, sei disso.

—Pra nossa casa! Sua irmã ligou, esta precisando de mim. —Rio com sua fala. Prim mesmo depois de casada não corta o cordão umbilical, não deixa minha mãe ter sua própria vida.

—Novidade!—Falo debochada e isso lhe causa estranheza, pois nunca manifestei o que pensava sobre a dependência de minha irmã mais nova.

—Sua irma esta trabalhando bastante. Cuidando dos negócios da família que você abandonou.

—Abandonei? —pergunto incrédula.

—Sim, abandonou. E agora esta abandonando sua família pra viver aqui, longe de casa. Não me diga que nada vai mudar Katniss. Você e eu sabemos que é mentira. Lá você morava duzentos quilômetros de distancia. Quantas vezes nos víamos? Se eu quisesse te ver, tinha que ir até você. Vivia ocupada pra tudo. E aqui? A milhares de quilômetros, vamos nos ver quando? A cada cinco anos? Não vou aceitar isso. Meu voo é de madrugada! —Não entendo essa mulher quando contei que estava namorando faltou dar pulos de alegria, não se falava de outra coisa. O que ela pensou?

—O que mudou de ontem pra hoje? Tudo isso é porque falei do noivado? O que pensou mãe? Que ficaria com ele somente até o final do meu contrato. Que os amaria  durante todos esses dias e voltaria pra casa, como se nada tivesse acontecido?

—Nem sua família você nunca amou Katniss! Como pode saber que ama os dois! —Eu poderia escutar tudo dela, menos isso. Minha mãe e eu nunca fomos as melhores amigas. Sempre nos amamos a distancia. Quando era pequena, era uma desobediente de carteirinha. Dei trabalho. Não por namoradinhos ou essas coisas de meninas assanhadas. Sim, porque era muito independente, trabalhava desde os treze anos. Ajudava com as despesas da casa e já estudava no período noturno. Isso a deixava louca comigo. Mas fazia o que era necessário. Eu sabia que seu salário de professora não dava pra manter quatro bocas mais o aluguel. Quando fui estudar fora não falava comigo, mas colocava Marcos atrás de mim feito sarna. Só fomos ter uma relação mais saudável, depois que me formei, quando passei a ser um pouco mais presente, porém vieram outros projetos que me distanciaram um pouco mais. Mas tudo que fazia era em beneficio deles. Será que é tão difícil entender.

—Se é assim que pensa. Tudo bem! Mas saiba que quem esta se afastando de mim agora é você, não porque precisa. Mas, por puro capricho. —Digo isso  e me retiro.

—Diz pra mim, porque  está assim, diz? — Acabamos de almoçar, Nick dormiu  e aproveitamos para deitar também. Minha mãe não almoçou conosco. Disse a ele que ela estava com dor de cabeça. Fiquei com vergonha de dizer sobre a rejeição que demonstrou por nosso relacionamento. Fui tão bem acolhida por sua família e pala primeira vez na vida sinto vergonha de minha mãe.

—Só estou com sono. Vamos dormir! —falo isso. Ele está em cima de mim. Me olha fixamente, sabe que estou mentindo mas não fala nada. Depois beija a ponta do meu nariz, se ajeita e me puxa para ficando sob seu peito. 

—Vocês brigaram?—Quebra o silêncio e confirmo com a cabeça. —Nick e eu somos os motivos? —Fixo meu olhar no seu antes de responder.

—Não é bem vocês! É a situação. Ela não gostou de saber que vou me casar e morar definitivamente á milhares de quilômetros longe dela. Mas, vai entender. Só precisa de um tempo. Esquece isso! —Digo isso o apertando nos meus braços, inalo seu cheiro e beijo sua boca. —Te amo! —Não sou muito de me declarar, mas deu vontade de dizer.

—Sua mãe tem que entender que agora você é minha!

—Vai lá e, fala isso pra ela!

—Ok!—Diz tentando se levantar mas não permito.

—Brincadeira, capaz de te xingar. Fica aqui, me faz dormir. Ainda estou muito cansada da nossa maratona.

—Você estava incrível, vamos repetir, amei quando....—Tampo sua com minhas  mãos interrompendo sua fala.

—Da pra parar de ser exibido Mellark. —Ele ri e fala do meu ataque de fúria contra Delly. Momentos depois consigo dormir.

Acordo com falatório de Nick pela babá eletrônica. Procuro Peeta pelo quarto, mas não esta. Amarro meu cabelo em um coque e sigo até o quarto do meu bebê. Ele está no berço com suas perninhas gordas arreganhadas. Esta crescendo demais, parece  que toma fermento. Vai ser um homem lindo daqui á alguns anos.  Vai me dar trabalho, rugas e cabelos brancos.

—Oi Mamãe! Já acordou?  Venha vamos comer a salada e frutas!—Pego ele  e coloco no seu carrinho. Não me arrisco a andar com ele. Tenho medo de perder o equilíbrio e machucá-lo. Mas graças a Deus na semana que vem vou tirar era bota, voltarei  a trabalhar e serei mas útil para cuidar dele.

Na sala ligo a TV e coloco um desejo de ursinhos que chama sua atenção. Enquanto ele come, digo o nome de casa fruta, para que ele comece a assimilar.

—Banhanha, Banhanha!

—É, quer mais banana? — pergunto colocando mais uma colher com a fruta na sua boquinha. Escuto o barulho da porta de abrindo. Me assusto quando vejo  minha mãe entrando por ela., logo atrás o Peeta.

—Oi dorminhoca! — Ele se aproxima beijando meus lábios.

—Aconteceu alguma coisa? —Pergunto me direcionando aos dois.

—Não, mas vou deixá-las a sós para conversarem! — Ele responde sorrindo. Olho pra minha mãe, que também sorri timidamente. —Vem filho, vem brincar com papai! —diz para o filho fazendo menção de pega-lo.

—Não! —Meu bebê responde sua nova palavra perfeitamente. Antes ele só negava com a cabecinha. Agora tudo que falamos ou pedimos ele diz “não”.

Peeta fica um bom tempo tentando solta-lo  de mim. Só  consegue depois de oferecer um banho na banheira grande do nosso quarto. Ele faz cócegas nele que gargalha irradiando alegria por todos os cômodos.

—Ele é  um bom pai e vai ser um bom marido também. —Ela diz se sentando ao meu lado depois que os dois partem. Olho pra ela estranhamente. —Me  desculpa por minha ignorância filha. Só estava com medo  de te perder de vez. Tenta me entender, essa cidade é grande, diferente do nosso mundo. Me  desculpa. —Sua fala é sincera. Toda essa preocupação dela tem fundamento. Nunca fui uma filha presente. Desde os dezessete anos sai de casa para estudar em outra cidade e por lá mesmo fiquei. Depois comecei a trabalhar, viajar com muita frequência. Só tinha tempo pra ir em casa nas datas comemorativas e feriados prolongados. Sempre soube que isso a entristecia, mas eu precisava disso. Sei que é  pouco tempo pra uma pessoa mudar assim. Mas o amor muda tudo, sou prova disso.

—Eu que tenho  de pedir desculpas Mãe. Sei que fui muito reclusa, insensível e ambiciosa. Mas só  agi daquele maneira porque precisava melhorar nossa situação. Amava vocês demais. Não te queria trabalhando tanto.

—Eu sei katniss. Tenho um orgulho enorme de você e dos seus irmãos. Não te mudaria por nada. Você não era insensível filha. Você só e forte demais. É  uma líder, sempre foi. Isso você herdou do seu pai. De mim é  que não foi. — Rio disso. Quando criança eu era muito Travessa. Ela dizia que só me amava porque  era a cópia do meu pai.

—Obrigada, estou feliz que esteja aqui. E que entendeu minhas escolhas. Não consigo ficar sem eles mãe. Acho que fico doente se isso acontecer.

—O Nick é apaixonante! O Peeta muito bonito. Mas não foi só  por isso que se apaixonou por ele. Agora eu entendo. Toda mãe cria seus filhos e sonha que no futuro eles encontrem alguém digno. Hoje sei que vou te deixar em boas mãos. Nunca vi um homem mais apaixonado katniss. E olha que ele só conhece essa katniss que está aqui. Qualquer homem nesse mundo daria de tudo pra ter querida. Não é  só  pela beleza. Mas, pela mulher que se tornou. Juro que estou sem palavras. Agora entendo porque atacou aquela moça  na festa ontem. Isso mesmo filha cuida do que  é  seu. — O que esses dois conversaram? O que Peeta falou pra ela. O que ela falou pra ele?

—Não ataquei aquela vaca por ele! — ela revira os olhos—Tudo bem, aproveitei a situação. Me vinguei sim. Mas, vamos parar de falação porque a senhora não almoçou  ainda. —Levo ela comigo até cozinha. Requentamos o almoço. E aproveito para acompanha lá. Conto detalhadamente como foi minha aproximação com os dois, o namoro, pedido de casamento, um caso a parte que a deixou emocionada . Revelo sobre  a casa que compramos prometendo levá-la para conhecer até o final  da semana. Pois não passará muitos dias aqui. Até porque as férias de Melissa já estão acabando.

— Oi! — Abro a porta do escritório. Nick está  está brincando com uns blocos de montar.

—Vem cá, senta aqui! — Peeta me chama e me jogo no  seu colo.

—Trabalhando no final de semana Mellark!—Vejo que está analisando uns contratos da empresa. Ele sempre me repreende quando trabalho nos finais de semana. Então hoje é  minha vez.

—Culpado! — Ele ergue às mãos se rendendo e fecha o notebook.

— O que disse pra minha mãe que a faz mudar de ideia assim tão rapidamente? —Pergunto curiosa. Quero saber como driblou a teimosia de dona Clara.

—Garanti a ela que vou cuidar de você. Que te amo e negociei algumas coisas.

—Negociou?

—Sim! Depois de casados vamos pra sua casa a cada três meses. Você não vai comer comida congelada. E daremos a ela mais três netos.

—Mais três netos? Tudo  bem mais três netos então!—Falo lhe beijando. Só paro quando sinto suas mãos geladas dentro de minha blusa.

—Amor!—segura meu rosto com as duas mãos —Vamos nos casar logo, não to dizendo daqui uma semana. Dois meses é  tempo suficiente para arrumar tudo. Não vou esperar um ano. Não vai me enrolar por todo esse tempo dona katniss.—Rio de sua fala que sai irritada. E juro que não entendo essa pressa. Geralmente  somos nós  mulheres que queremos que essa data se realiza pra ontem.

—Me de um motivo pra casar as pressas assim ? —quero entender, será  que ele acha que vou voltar atrás. Que não o amo suficiente  pra isso.

—Quero te dar um presente.

—Um presente?

—Sim, um presente que só posso te dar depois do casamento. Vai katniss, vamos anunciar hoje no jantar.

—Posso saber que presente é esse?

—Não, é surpresa!

—Então posso saber que jantar é esse?

—Sua sogra fez reserva em um restaurante. Quer conhecer melhor sua mãe. Todos estarão presentes. Será as sete, então é melhor começar a se arrumar logo, já que demora  mais de duas horas.

—Demoro porque me atrapalha! Vou avisar minha mãe e Melissa.

—Não, volta aqui. Você não respondeu? —Ele me segura e olha seriamente nos meus olhos.

—Daqui dois meses está perfeito pra mim!—digo segura, ignorando o frio na barriga. Ele sorri lindamente, não sei o que está aprontando. Não faço ideia de que presente  seja este.

Já estamos no restaurante  escolhido, todos estão presentes. Nossas mães  em uma conversa calorosa. O avós de Peeta também vieram, porém estão mais enturmados com a neta Madge que é bem maluca e animada. Os demais não param de lançar piadinhas sobre meu ataque de fúria contra a vaca atolada. Embora tudo isso, o jantar corre perfeitamente. Peeta não desgruda. Não depois que encontrei meu chefe sentado a umas três mesas a nossa frente e não para de olhar em nossa direção.

—Aquele cara está enchendo, se ele olhar pra você novamente e ficar sorrindo, vou quebrar aquela dentadura dele.

—É o editor chefe do jornal. O Sr Smith, já lhe falei dele. —Digo acenando com a mão, retribuindo seu cumprimento.

— Aquele é  seu chefe katniss, achei que fosse um velho. Porque mentiu? —Olho pra ele e rio discretamente. Mesmo todos  percebendo sua visível irritação, não tenho tempo de explicar por que logo o pivô de sua ira se aproxima de nossa mesa.

—Minha  funcionária favorita. Como está senhorita Everdeen? —diz o senhor Smith. E nesse momento consigo escutar suspiros femininos de nossa mesa.

O senhor Smith é um cinquentão muito bonito, casado e bastante mulherengo, todo mundo na redação sabe que ele e Johanna possuem um caso. Embora toda essa fama ele nunca faltou com respeito comigo, então não me preocupo com a simpatia ou as varias ligações que faz com relação ao trabalho no jornal.. Peeta já tinha reclamado, mas disse a ele que era um senhor e que deveria respeito. Não imaginava que nos encontraria fora do trabalho.

—Melhorando Sr. Smith. Acredito  que na próxima semana estarei de volta. — digo isso e depois  lhe apresento a todos, deixando Peeta mais irritado com os comentários tecidos em relação as nossas mães. Quer dizer,  especialmente aos elogio direcionados a minha sogra.

—Beleza é algo que vem de família Senhorita Everdenn. Não sabia que estava noiva. Pra quando será o casamento?

—Pra ontem! —responde Peeta secamente, me deixando constrangida.

—Espero receber o convite. Bom, preciso ir. Até semana que vem katniss.— Ele se afasta, retornando para sua mesa.

—Esse é seu chefe cunhadinha? Tem uma vaga lá? — Madge se pronuncia, deixando Peeta mais enciumado. Mas logo ela leva um xingo de Gale, que acho bem feito.

—Em casa conversaremos Senhorita Everdeen!—Meu noivo diz irritadíssimo que chega estar vermelho.

Para mudar de assunto, entro no  tema: Casamento, revelando a data do grande dia,  gerando um contentamento e uma discussão saudável entre nossas mães. Porém quando começam a questionar o local da cerimônia. Me sinto perdida. Minha mãe diz que tem ser  no Brasil. Mas, em nossa casa especificamente. Pois como manda as tradições a festa é  dada pela família da noiva. Sem contar que uma cerimônia em nossa propriedade é  a coisa mais linda de se ver. Porém ainda não estou convencida. Peeta, não quis opinar, disse que a decisão é  Minha. Dona Effie deu a sugestão de fazermos duas cerimônias uma para o casamento Civil, que deverá acontecer aqui e outra religiosa que poderá ser no Brasil. Juro que fiquei enjoada só de imaginar em organizar duas cerimônias. Acho que não aguento tanta arrumação. Sou uma mulher prática não gosto de detalhes. Então corri para o banheiro pra ver se mudam de assunto. E aqui estou a mais de dez minutos.

—Esta passando bem moça? —abro os olhos e vejo uma mulher de minha idade. Pelo sotaque, e aparência sei que não é daqui.

—Estou sim, obrigada!

—Veio de qual parte do Brasil? —Ela pergunta em português, olhando para meu batom —Essa marca só vende lá. Sou do sul e você?

—Centro Oeste!

—Quente! Morei em Brasilia, por muitos anos. Vim fazer meu mestrado. Cheguei a três semanas. — É Incrível como nós latinos gostamos de compartilhar nossa vida com estranhos. Devíamos minar ou mudar isso. Evita problemas ou malucos em nossa vida.

—Seja bem vinda! —Digo apenas isso. Ela me olha sorrindo, me dando uma sensação estranha. Mas, logo deixo o local.

Volto pra mesa, mas não demoramos muito, pois logo Peeta fecha a conta. Sei que esta doido para discutir a relação. Quando chegamos em casa, fujo dele, fico um pouco com minha mãe e Nick na brinquedoteca. Ele dormiu demais então esta a mil. Mas depois de um tempo começa o choro sem motivo. Me despeço de Dona Clara, a convidando para dormir no antigo quarto de Greasy, para não ficar sozinha, pois Melissa estendeu a noite com Madge. Porém ela recusa, dizendo que não quer ficar ouvindo meus barulhos. Levo na esportiva seu comentário e lhe desejo boa noite.

Arrumo Nick, trocando sua frauda e colocando seu pijaminha de ursinhos azuis que combinam com a cor dos seus olhos. Fico um bom tempo o beijando como todas as noites. Logo depois entro no meu quarto de fininho, rezando para que meu loiro esteja dormindo e não comece uma briga. Já recebi cobranças demais hoje. Não aguento mais uma. Hoje não. Até entenderei se ele quiser transferir a DR para amanha.

Abro o closed, pego uma camisola limpa e sigo para o banheiro. Tomo um banho quente levando a tensão do dia. Escovo meus dentes e ajeito meu cabelo.Na cama meu noivo esta desejável como sempre. Porém esta começando a me irritar com sua implicância. Nem me olha, esta fixo no meu celular, bisbilhotando não sei  o que.

—Achou  o que esta procurando? —Falo firme chamando sua atenção.

—Não estou procurando nada. Só estou fazendo o mesmo que você. Olha meu celular todas a noites, não olha? —Que exagero, nem o fiscalizo tanto assim. Só faço isso umas cinco vezes na semana. Aliado ao fato que tenho motivos, preciso saber como anda sua vida quando esta longe de mim. Não sou boba, as mulheres de hoje em dia não desistem assim tão fácil. Não com essa escassez de homem ai fora.

—Eu posso! Por que você tem uma legião ai fora sonhando com um deslize meu, pra cair em cima de você. Por isso eu cuido. Já você não tem motivos pra ficar me fiscalizando. Meu passado não me condena Mellark. — Digo isso, tomando meu celular de sua mão e ele ri.

—Você é engraçada! Pode ter ataque de ciúmes, mas eu não. “Ele é um senhor Peeta, mas respeito”,  lembra? Disse isso quando questionei sobre esse velho te ligando as dez da noite. E hoje até a santa da Annie ficou vermelha quando o homem se apresentou a ela. Explica isso pra mim vai.  Fala se não é motivo pra te questionar dona Katniss.

—Eu não menti, pra mim ele é um senhor. Agora se ele chamou a atenção de outras mulheres, já não cabe a mim! E você só esta com toda essa implicância porque ele deu em cima de sua mãe. Não começa com loucura. Estou com sono, boa noite.—Me viro do lado oposto, desligando a abajur.

—Não, não é isso! Você estava sorrindo demais pra ele. Não gosto quando sorri  assim pra outro homem. Você só sorri assim pra mim e pro Nick. —Não consigo não sorrir com sua fala.

—Como era meu sorriso? Por que nem eu sei.—Ligo o abajur iluminando o quarto.

—Não era forçado. Nervosa ou não, você sempre lança um sorriso forçado para as pessoas. Até pra sua mãe. Mas pra mim você sempre sorri de verdade e me sinto especial por isso. Especial por ter o privilegio de seu sorriso. Mas hoje você sorriu igual para aquele homem.  O que me deixou louco da vida. —Por que ele tem que ser assim tão lindo e burro ao mesmo tempo. Deus do céu. Como é burro.

—Sorri por que você estava comigo, mesmo com o dia exaustivo que tive com minha mãe, as cobranças que fez, a cobrança de sua mãe sobre o casamento, estava me sentindo relaxada. Sabe porque? Porque você estava comigo e isso é motivo suficiente pra sorrir não é? Mas, você é burro demais pra saber disso. —Desligo o abajur novamente deixando o quarto iluminado com a luz azul do aparelho de ar condicionado.

—Me desculpa, mas morro de ciúmes de você. Tenho sangue nas veias katniss. — Ele quebrou o espaço que estava entre nós. Sua fala é bem próxima de meu ouvido. Fazendo todo meu corpo reagir ao seu contato de forma automática. —Promete que vai ficar a 100 metros de distancia desse homem. — diz sério, me fazendo rir. Pois esse é o limite que impus a ele sobre a louca da Delly.

—Não sei se consigo. Ele é meu chefe. —Falo brincando. A verdade é que raramente tenho contato direto com  o Senhor Smith.

—Então promete que seu sorriso é só meu. Promete pra mim! —Me viro e respondo.

—Eu sou sua. E todos os meus sorrisos são seus. Pare de falar Mellark e me beija por favor! —digo isso com o coração acelerado. Como se esse fosse o nosso primeiro beijo. Mas a verdade é que todo meu corpo tem vida própria quando estou com ele. Então quando ele me beija sinto novamente que nessa terra só habita nós dois. Katniss e Peeta, contra o mundo.


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Notas finais do capítulo

E ai gostaram, deixem uma fala de vocês nos comentários! Hoje a fic ultrapassou um total de 12 mil visualizações. Não sei o que dizer!

Obrigada de coração!!!!

Vou fazer propaganda da minha outra fic novamente, vão lá deixem um comentario caso se sintam satisfeitos com a historia: https://fanfiction.com.br/historia/669531/The_five_dreams/



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