À primeira vista escrita por Yasmin


Capítulo 12
Carta de Alforria


Notas iniciais do capítulo

Boa noite Gente! Voltei...

Ficaram com saudades?

Esse capitulo esta ....? - complete a frase nos comentários, vou ficar muito grata. Pois hoje fui dormir 4:40 da manhã pra terminar esse capitulo, mas como estava sonolenta, não fiquei confiante em publicar.

Tenho tambem uma boa noticia! Estou de Ferias do no trabalho, ou seja, vinte e seis dias, livre para escrever e tudo mais! Estou maravilhada.


Bom Carnaval pra vocês! Não pulem muito. Fiquem sóbrios, para não acordarem casados.

Tenho que comentar também que fiquei muito feliz com a repercussão do ultimo capitulo.

Gente nova comentando e minhas fieis leitoras como sempre dando suas opiniões.

Beijos Galera! Espero que gostem!



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— Oi, princesa!—diz Peeta, beijando meu pescoço, enquanto estou deitada de bruços.

— Prometa que da próxima vez, que Madge e Melissa proporem um passeio como o de hoje, diga a elas que não posso, que você não deixa. Sei lá! Invente alguma coisa! As duas juntas são um perigo. O Nick até já dormiu e, tenho certeza que acorda só amanhã. Já Greasy, saiu daqui exausta, se pedir demissão a culpa é da sua irmã!  - ele ri e conto a ele o que as duas aprontaram. Alguns passeios foram legais, fui a lugares desconhecidos, tive um dia típico de turista que ainda não tinha feito. Mas no final, me levaram a uma feira de Sex shop.

 — E você comprou alguma coisa lá?  - pergunta curioso

 — Claro que não, como eu ia entrar com um bebê? - Graças ao Nick consegui me safar, mas, Greasy, não teve desculpas

— E você, porque demorou? - digo me sentando na cama, afrouxando o nó de sua gravata.

— Tinha uns problemas para resolver, amanhã quero estar livre, vamos retornar a delegacia, lembra? -  fomos mais cedo, mas como, queria falar diretamente com o amigo, que é pai de Cato, porém não estava. Ficamos de retornar amanhã. Permaneço em silencio, pois esse é um assunto que me deixa preocupada, algo me diz, que o maluco do Kevin, não vai desistir de qualquer que seja sua pretensão comigo e, isso me assusta tanto, que já estou ficando sem dormir.

— Ei, não fica pensando nisso! Já disse que ele não vai mais se aproximar, ok? – ele me abraça, inalo seu perfume e me aconchego em seus braços, pois só assim me sinto segura. Se antes de conhecê-lo, tudo que tinha era minha família, que pra mim ainda é meu porto seguro.  Nick e Peeta se tornaram o pilar que me sustenta. Sei que não é saudável, depender tanto assim de alguém para sobreviver. Juro que nem me reconheço, nunca fui tão passional como agora. Ele me pega nos braços e me leva para até o banheiro. Nos despimos juntos e entramos na banheira.  Sei que não será um simples banho e, depois de me entregar a ele mais uma vez sem nenhum pudor, fico de costas sobre seu peito enquanto recebo, uma massagem, nos ombros.

— Alguma novidade sobre a anulação? - quero que resolva logo isso, mas, também não quero que encontre a tal da Jully, fico apreensiva só de imaginar.

— Isso é pressa para se casar comigo senhorita? - diz mordendo meu pescoço.

Levanto minhas pernas, olhos meus pés e falo com uma falsa seriedade - Porque? Vai me enrolar? Se pensa que vou ficar esperando sua ex-mulher dar sua carta de alforria, quando ela bem entender, está muito enganado! – ele bufa e começo a rir, pois sei que não gosta quando me refiro a esse fato, pois para ele, esse casamento nunca existiu.

— Gosta de me provocar com esse assunto, não é? Mas saiba que por mim, já estaríamos casados! Quando te vi na praia aquele dia e soube que era a amiga do meu filho, fiquei maluco! Depois que ficou só de biquíni então, meu cérebro parou. Não dormi aquela noite, só imaginando uma forma de fazer você ser minha! Não te queria sozinha, disponível pra qualquer um! Por isso agi o mais rápido que pude, mesmo que me achasse um maluco. Então não diga, que vou te enrolar, porque está mais fácil você fazer isso!— fico derretida todas as vezes que diz essas coisas, já eu nem sei como agir, confesso que a rapidez que estamos indo me assusta um pouco. Não que eu tenha dúvidas dos meus sentimentos. Não por isso! Tenho plena convicção do que sinto.

 — O que sua família pensa disso tudo? Não acharam muito precipitado? -  pergunto, pois sei que minha família vai achar uma loucura, que perdi o juízo. Especialmente minha mãe.

— Madge e minha mãe, me ameaçaram, disseram que se eu fizer algo e estrague tudo, iam cozinhar meus testículos. Annie e Finnick te adoram e o mais importante deles, gosta mais de você do que de mim. Então não tem com que se preocupar! Acha que sua família vai colocar algum empecilho? — pergunta receoso e digo a verdade

— Primeiro minha mãe vai achar que estou maluca, vai ter uma sincope e vai ficar sem falar comigo por uns dias, mas depois vai querer te conhecer e tenho certeza que vai ficar encantada por vocês! E no dia do nosso casamento vai dar graças a Deus por você desencalhar a filha dela —  ele fica pensativo.  O deixo na banheira e começo a me arrumar pra dormir, pois amanhã, teremos um dia cheio e estou exausta pelo passeio de hoje.

No meu pesadelo, estou em um parque, vestida de noiva. A minha volta não há uma alma viva. De repente sinto uma mão sobre meus olhos. Sorrio, penso que é Peeta. Mas quando me viro, deparo com Kevin, também vestido de noivo.  Corro sem uma direção. Mas logo adiante vejo um casal com um bebê. Minha respiração para quando os reconheço. Ambos parecem felizes. Nick, estava no colo de Jully.  E Peeta, concentrado em uma tela. Mas tudo piorou quando escutei meu príncipe, chamando Jully de Mamãe. Em seguida ela começou a niná-lo como faço todos os dias. Tentei falar com Peeta, mas me chamou de louca e me ignorou. Depois o maluco do Kevin, apareceu e me chamava de amor, me levando a força, não sei para onde, porque graças a Deus, acordei -  “Foi só um pesadelo Katniss - digo a mim mesma.  Olho em volta e a tremedeira começa a passar depois que  vejo Peeta,  ao meu lado em nossa cama. Segundos depois, escuto o choro do meu príncipe. Vou até ele. Vejo que não sou a única com sonhos ruins. O pego em meus braços e sussurro - Mamãe está aqui!  - ele abre suas horbes azuis e sua careta de choro se transforma em alivio - Mamãe está aqui, meu menino! – repito

Ele esfrega os olhos, leva as mãozinhas a boca e depois na lateral do meu rosto.

— Mamã!  - balbucia ele

— Mamã! - dessa vez grita

— Shiuuu, vai acordar o papai, garoto!— sussurro para ele

— Papai! Mamã! – diz sorridente

Ele continua repetindo, “Mamã”. E a mesma emoção que senti, quando o peguei em meus braços pela primeira vez, vem à tona. O laço que existe entre nós, não existe em outro lugar. Costuma dizer-se que quando uma criança nasce, com ela nasce uma mãe. É uma ideia bonita, mas nem sempre ela encontra correspondência na vida real. Por vezes a criança nasce, e só mais tarde na vida desse rebento de luz é que vai nascer a mãe que o vai amar. Assim é com uma mãe adotiva, que nasce quando o seu olhar se cruza com o do filho que não gerou no ventre, mas que naquele momento, e daí em diante, se planta com firmeza no seu coração. Assim é, e assim foi comigo. Posso afirmar com a mais cognitiva certeza, que nasci de novo quando o vi pela primeira vez. O amo mais do que minha própria vida. O sangue que corre em suas veias não é o meu, mas consigo enxergar sua alma e ver nele a extensão daquilo que sou. Nós nos adotamos e ponto!

— Sim, meu bebê, sou sua mamãe! – digo espalhando beijos por seu rosto. Não o coloco no berço, deito com ele na cama extra que possui em seu quarto, até pegar sono novamente.

No dia seguinte Peeta e eu, nos dirigimos até a delegacia. E como previ, não conseguimos nada a nosso favor, aliás, o pai de Cato ainda deu um sermão nele, por ter agredido o Kevin.  Mas, disse que ficaria em alerta e ia verificar se o maluco tem ficha na polícia. E que caso ele me surpreendesse novamente, era para contatá-lo imediatamente. Mas peço a Deus para que isso não seja necessário. Mas hoje estou radiante, nem isso, consegue estragar meu humor. Meu sorriso é de orelha a orelha por Nick ter me chamado de mamãe. E minha intenção era passar o dia todo com ele. Mas no caminho de casa, meu chefe telefonou solicitando minha presença em uma reunião.

Peeta, não gostou muito, acho que tinha feito planos para hoje, pois ontem chegou tarde da noite, porque ficou adiantando o trabalho para não comparecer a empresa hoje. E eu como tinha material adiantado e já aprovado pelo setor de correção do jornal, nem ia me dar o trabalho de aparecer por lá, essa semana.

Chego na redação e vou direto para a reunião. Fico atenta ao assunto, pois se trata de um caso de corrupção. Ainda não há uma denúncia oficial, mas depois que publicarmos a matéria, a coisa vai ficar preta para o lado do congressista. Conseguimos esse furo, como um golpe de sorte. A esposa do acusado, descobriu um caso extraconjugal de longos anos que o marido vinha mantendo e resolveu tornar o assunto público por vingança, recebendo uma boa quantia do jornal. O senhor Smith, requer muito que esse artigo seja meu, pois alegou que estou habituada com esse tipo de assunto e, foi bem generoso em ressaltar para os meus colegas de trabalho, que venho de um dos países mais corruptos do mundo! Frisando para todos que sou a mais apta para trabalhar na matéria e também me deu carta branca, para utilizar qualquer recurso que ajude a matéria se tornar o assunto do mês, na cidade de Nova York. Depois que o material chega em meu e-mail, analiso os documentos e entre eles vejo a informação da ação de divórcio e partilha de bens que ela alega que grande parte foi adquirido, com dinheiro público. Assim, como no Brasil, os processos judiciais daqui também são eletrônicos, mas esse tipo de causa, é segredo de justiça e só pode ser acessado com uma a senha pessoal de um advogado! Depois de tanto insistir com o jurídico, consegui a bendita senha e nesse momento já tenho 80% em mente o que vou escrever, pois a esposa traída juntou provas suficientes, para comprovar o alegado! E o acusado, vai ter que vender as cuecas para reembolsar o dinheiro que desviou, sem contar os anos que ficará preso.

— Achou alguma coisa? - diz Clove

— Nem imagina! Ela praticamente o entregou a policia, nem o advogado do diabo ganha essa causa!  - respondo

Enquanto converso com Clove, recebo uma mensagem de Peeta, dizendo que como o abandonei, resolveu ir para o escritório! E no final do torpedo, dizia que se eu fizer isso, quando estivermos casados, vai me deixar de castigo! E para provocá-lo, respondo perguntando qual seria punição! Mas, não responde!

— Você e Peeta já pensaram em uma data, para o casamento?  -  diz se sentando em minha mesa

— Não conversamos a respeito, mas como é apressado, tenho certeza que não vamos demorar muito! — Não quero dizer a ela, que ele está impedido por já possuir matrimonio. Clove está sendo uma boa amiga, mas, não contei isso nem a Melissa.

Assim que fico sozinha novamente, volto me concentrar na ação de divórcio. Leio e releio os autos por inúmeras vezes, não quero perder nenhum detalhe. Procuro minha agenda e seleciono a data de hoje para fazer algumas anotações.  E reparo que anotei os dados pessoais de Peeta para procurar a Ação de anulação do casamento do meu noivo. Insiro os dados no sistema e encontro o que preciso, mas, não consigo ver os andamentos do processo, pois esse também é segredo de justiça e nem com a senha do advogado do jurídico consigo acessar. Somente com a senha do procurador que nesse caso é a vaca da Delly.

Me dirijo imediatamente, para setor jurídico, pois vou fazer o possível, para que esse assunto se resolva logo, sem a necessidade da Jully aparecer, quero ela o mais longe possível de Peeta e Nick.

 — Oi Sara, preciso acessar este processo, pode me ajudar? 

— Do que se trata Everdeen? – não vou dizer que estou fiscalizando a vida do meu noivo, então minto.

— Acho que uma dessas partes, estão envolvidas no caso, congressista! – ela me olha desconfiada, mas começa a fazer algumas ligações para conseguir o que quero.

— Sinto muito Katniss, só com a senha da advogada! Não consigo te enviar as cópias! -  não desisto, insisto pra tentar saber ao menos o teor do processo. Ela me explica minuciosamente, cada ato.

— Como assim já se encerrou? Sabe dizer a data do arquivamento? - pergunto e ela retorna a ligação, para o informante.

— O casamento foi anulado, e o processo foi arquivado a mais de vinte dias. É muito importante? Posso buscar mais informações, mas vai demorar um pouco! - diz ela e agradeço, mas informo que não é necessário. Não entendo, Peeta tinha dito que o processo estava parado, ontem mesmo escutei ele falando com o detetive, querendo saber se tinha encontrado a fujona.

 Rapidamente volto para meu setor, pego minha bolsa e mendigo por um táxi, pois a única forma de matar minha curiosidade é falando com Delly. E como sei que ela não vai abrir a boca para falar comigo. Peeta vai ter que intermediar isso.

— Peeta Mellark, por favor! - anuncio na recepção assim que chego ao trabalho de Peeta. Nunca tinha vindo aqui. Meu noivo é tão modesto, sempre se refere ao local de forma simples. Mas vejo que aqui é absolutamente sofisticado. Raramente falamos sobre trabalho, mas sei que atua na indústria farmacêutica, um negócio de família fundado pelos bisavós. E desde o falecimento do pai, a empresa está na responsabilidade dele e de Finnick.

— Veio visitar o noivo cunhadinha? -  escuto a voz de Finnick, logo atrás.

— Oi, tudo bem? Vim fazer uma surpresa! - não avisei a Peeta que viria, porque a única forma de encontrar a Delly é vindo aqui. E se tivesse avisado, ele iria inventar mil desculpas.

 Finnick como sempre, muito simpático e prestativo, se oferece para me levar a sala de Peeta.

 — Já vou adiantar! Ele está mal humorado e quando souber que veio sozinha, vai ficar uma fera! Então cunhadinha, use o poder que Deus te deu pra acalmá-lo! – diz malicioso assim que saímos do elevador e,  finjo que não entendi. Pois tanto ele, quanto Gale, adoram me provocar sobre esse assunto.

— Verônica, essa é Katniss, noiva do seu queridinho! -  ele me apresenta a secretaria de Peeta e, fico feliz em saber que não é uma Delly da vida.

— Oi querida, ele fala muito de você! Que bom que veio, quem sabe ele melhora o humor, está bem rabugento hoje! – agradeço e me despeço de Finnick, enquanto ela me acompanha até a sala do meu noivo.

— Fica à vontade, daqui a pouco ele retorna! – diz e me deixa sozinha. Olho em volta e noto o quanto esse lugar se parece com o dono. Consigo imaginá-lo falando ao telefone, com os pés em cima da mesa, segurando sua bola de Baseball. Em sua mesa, possui três porta-retratos, o maior possui uma foto dele junto de seus pais e irmãos, na outra Nick e eu estamos dormindo em uma rede e tenho certeza que foi tirada no dia que nos conhecemos. A terceira foto, estamos os três juntos na praia, lembro que pedimos a um desconhecido para bater essa foto, foi na nossa primeira semana juntos.

— Katniss, aconteceu alguma coisa? – diz, assim que entra na sala

Me aproximo e passo meus braços em torno de seus pescoço — Não, só vim saber sobre o meu castigo, não respondeu a mensagem. E fiquei sabendo que está de mau humor! Posso saber porque? -  Digo carinhosa, mas continua sério.

— Você é teimosa, pedi pra não ficar andando sozinha por ai. Parece até que quer se encontrar com aquele desgraçado! - assim que termina sua fala, me afasto.

— Mau humor posso aguentar Peeta, mas esse tipo de insinuação, não! - digo o encarando

— Que inferno Katniss, o dia está uma merda e você não ajuda! - fala alterando a voz

— Vim te visitar e, é assim que me recebe? – pergunto já irritada, nos encaramos por uns segundos até que se retrai.

— Desculpa Amor! Falei besteira, me perdoa! Porque não me ligou? Teria ido te buscar! - sinto que está tenso e não quero brigar com ele, por isso o abraço e cochicho no seu ouvido.

— Fui cuidadosa! Porque está assim, eu sou a mal humorada da relação, você é o gentil lembra? -  ele ri -  É sério, posso te ajudar? Quer uma massagem? — seu humor melhora, diz que cheguei em boa hora e que além da massagem, precisa de mim para outros coisas. 

— Falando sério, o que devo a honra de sua visita, achei que ficaria ocupada hoje! – conto a ele sobre o caso do congressista e entro no verdadeiro assunto que me trouxe  até aqui — Como estava toda empolgada no processo do divórcio, me lembrei do seu. E a Sara do jurídico, me deu ótimas noticias! – ele arqueia as sobrancelhas, me dirige para um sofá que possui ao lado e pede para que prossiga -  Você não esta mais casado, ou seja, está livre da Jully, pode encerrar as buscas! - falo estonteante

— Como assim? Delly disse que está parado! -  pergunta e, me irrito com a confiança que dispõe pra essa mulher.

— Delly disse... Delly disse! Para de ser lerdo Peeta! Sua advogada está mentindo. É isso que dá, ficar dormindo com as funcionárias! - ele me puxa fazendo com que eu fique sob seu colo e diz — Sei, que não gosta dela amor, mas ela é responsável. Não ia colocar seu trabalho em risco. Por que acha que faria isso? – juro que minha vontade é de socar a cara dele por dois motivos: Ele me pediu em casamento, tem a obrigação de acreditar em mim. E segundo, porque está defendendo a vaca.

— Acho não, tenho certeza! Você disse que quando entrou com o processo vocês estavam ficando!  Não foi? - ele balança a cabeça confirmando - Então, realmente ela é uma boa advogada! Juntou aos autos outras decisões como exemplo para seu caso, facilitando o entendimento do juiz e garantindo a procedência do pedido de anulação. Porém, como você, terminou com ela. Passou esse tempo todo omitindo a sentença e quando soube que estava comigo, inventou a história da citação só pra você ir atrás da sua ex. Ou seja, quis se vingar, por tê-la trocado. Você não sabe o que uma mulher com raiva pode fazer e se ainda não acredita chama ela e pede pra te mostrar o processo! – imediatamente, ele telefona para secretaria e solicita a presença da Delly. Enquanto ele a questiona me limito a observar a conversa. Peeta, argumenta e pede várias vezes para que mostre o processo, mas se nega e diz que não existe decisão alguma. Até que ele perde a paciência e grita nervoso. E só assim, ela, conta a verdade e chora sem parar. Lagrimas de crocodilo, penso. Quando começa a relatar os momentos que passaram juntos. Declarar seus sentimentos por ele. Um nó se forma em minha garganta. Pois consigo ver que não está mentindo e, tudo que sinto é pena dela. Amar alguém e saber que esse alguém ama outra pessoa, deve doer tanto, que nem consigo imaginar o quanto, pois tive a sorte de amar alguém que sente o mesmo por mim! Me levanto, indo em direção a porta, não quero ficar ouvindo seus lamentos e quero que Peeta resolva isso sozinho. Ele pede que eu fique, mas me recuso e informo que aguardarei na recepção.

Vinte minutos depois Delly sai irritada, batendo a porta com força e me olha com tanta raiva, que parece uma louca. Peeta vem logo em seguida, trazendo com ele minha bolsa. Nos despedimos de Verônica e caminhamos até o estacionamento em silencio. Toda essa história de Delly, me deixou, digamos que aérea, ainda estou assimilando suas palavras. O que me tira de minha distração é a fala de Peeta, dirigida a Greasy, pelo celular, pedindo que  fique com Nick esta noite, pois diz que vamos dormir fora.

— Por que disse isso, onde vamos dormir? – pergunto confusa

— Na praia, quero você só pra mim hoje! 

— Peeta, e o Nick? - não gosto de passar tanto tempo longe, ainda não é nem uma da tarde.

— Amor, a Greasy, cuida bem dele! É só hoje, amanhã cedo já estaremos em casa, prometo! - tento argumentar alegando que não trouxe roupa, mas ele lembra que deixei o necessário na casa de veraneio. Desisto, seja lá o que for que esse doido está aprontando, vou ter que encarar. O caminho todo vai beijando minha mão, só solta quando precisa. Um sorriso travesso não sai do seus lábios, me deixando intrigada. Em tempo recorde chegamos a casa de praia, mas não ficamos muito tempo lá! Ele orienta que eu pegue minha roupa de banho e o necessário para passar a noite fora.

— Onde vamos Peeta? Se não disser, pode ir sozinho! - digo já irritada, odeio esse suspense

— Para de ser curiosa! Já vai saber!  Não confia em mim? - diz e me beija. Reviro os olhos e o sigo até o carro.

— Tudo isso pra andar de barco Mellark? - pergunto assim que estaciona na marina.

— Sim, se tivesse contado, você teria recusado! Mas eu preciso desse tempo com você, esquecer aquele desgraçado e aquela droga de casamento que graças a Deus já foi anulado!  Só quero ficar sozinho com minha noiva! É pedir muito? - ele tem razão, nosso relacionamento é bem tumultuado, quase nunca estamos sozinhos, quando não é a família dele!  Tem o Nick! Não que esteja reclamando, amo cada segundo com meu príncipe, mas um casal as vezes precisa de privacidade! E ele vive reclamando disso!

Enquanto ele cuida da direção da lancha, vou para a parte interna guardar as comidas e bebidas que trouxemos e, aproveito também para colocar meu biquíni! Quando retorno ao convés, o vejo de óculos escuros, sem camisa, descalço, somente com a calça social! O músculo em sua costa é evidente. Peeta não é nenhum fanático por academia. Mas todas as noites, faz no mínimo quarenta flexões.

— Quer me matar assim? - digo o abraçando por trás

— Assim como? - pergunta se fazendo de bobo

— Desse jeito, com tão pouca roupa! Você é uma tentação sabia? - ele me coloca em sua frente e, pede que eu assuma o controle da lancha— Não tem medo que estrague sua lancha de meio milhão de dólares? — pergunto

— Não é minha, é do Finnick! E tem razão, sou maluco por deixar uma mulher no comando. Estou correndo risco de vida! — diz debochado

—  Não devia falar isso para uma feminista e se você continuar, com isso, vou perder a direção, por sua culpa, não porque sou mulher! - Digo me contorcendo porque não para de me apertar contra seu corpo, me deixando arrepiada.

— Não há onde você bater! Só tem água aqui! Apesar que garotas sempre dão um jeito de colidir em alguma coisa — diz e dou uma cotovelada, na sua barriga.

Depois de algum tempo, ele estava no controle novamente e eu agarrada em seu pescoço sentindo a brisa batendo em minha face. Minutos depois chegamos até a ilha, que viemos quando o conheci.

— Estamos sozinhos Everdeen! - Diz ele se aproximando.

— Estou vendo! O que pretende? – pergunto inocente

— Bom! Aqui é deserto e você não vai ficar reclamando "Aí Peeta, que água fria! Nossa, não estou acostumada com isso! No Brasil a água é morna!"  - imita minha voz e meu jeito reclamao, me fazendo morrer de rir.

— Não falo assim! Seu bobo!

— Fala sim! - agarra minha cintura e me direciona até a água.

Ele desfaz o nó do meu cabelo, deixando os fios caírem em minhas costas, e eu retiro seu óculos, colocando em volta de sua cabeça! Beijo seus lábios! Sinto o gosto da cerveja que bebeu agora pouco.

— Dança pra mim! — diz ele

— Quê? - pergunto não entendendo

— Dança igual aquele dia! Você sabe. Sonhei com você dançando daquele jeito, por pares de dia — lembro do momento e fico envergonhada e respondo.

— Eu estava parcialmente bêbada, então não sei se consigo fazer de novo!

— Você disse que não estava! —  estreita os olhos

— Você já ouviu algum bêbado confessar que está bêbado? - ele me olha com aquele olhar que sabe me fazer mudar de ideia, bufo vencida e digo. 

— Nem tem música, como quer que eu dance? - ele rapidamente vai até o barco e coloca uma música qualquer, digo que não vou conseguir sozinha e que vai ter que me acompanhar. E sem pensar duas vezes, estamos na areia dançando uma música um pouco agitada. Com o término dessa, um som mais lento toma conta do ambiente. Confesso que estou amando esse momento e quero aproveitá-lo da melhor maneira possível!Colamos nossos corpos e dançamos lentamente. Em toda minha vida, nunca me senti tão sensual como aqui e agora! É mais uma coisa que Peeta consegue despertar em mim. No final dessa canção, não existe outra. Vamos em direção a água, ele me prende em seus braços. Passo minhas pernas em torno de sua cintura. Dá alguns passos,  se inclina e me deita na areia, ficando sobre meu corpo. Nosso beijo não é mais contido, está mais para algo selvagem e se não pararmos agora sei bem o que vem depois.

— Peeta! - digo em um sussurro, ele sabe o que quero dizer! Que ficar com ele em um local tão público não seja uma boa ideia.

— Não tem ninguém aqui! – olho para os lados, isso aqui esta mais para uma ilha deserta o único som que escuto é o canto dos pássaros, o leve barulho dor mar e nossas respirações se misturando. Realmente, não é uma má ideia, penso. Reinicio o beijo no mesmo ritmo que estávamos, e perco  qualquer resquício de juízo que existiu em mim um dia.

— Adoro esse lugar! Mas você precisa conhecer minha praia preferida! — estamos deitados sobre almofadas na parte externa da lancha, observando o céu estrelado — Todas as vezes que me sentia sozinha, corria pra lá. A lua se encontrando com o mar, a brisa nem muito quente nem muito fria. A verdadeira perfeição da natureza! – digo fechando os olhos.

Sinto seus dedos la lateral do meu rosto.

— Você é tão linda!  Sou perdidamente apaixonado por você! E não existe ninguém no mundo, capaz de mudar isso. E como agora sou um homem livre, por que não nos casamos logo? - arregalo os olhos e começo a rir de nervoso

— Você nasceu de sete meses, só pode! Não tem uma semana que estou noiva e já quer casar! Sei que sou incrível, que não vai encontrar outra igual a mim, mas, podemos esperar mais um pouco, daqui um ano talvez! -  assim que termino minha fala, ele se senta, me dando as costas

— Um ano? Esta com dúvidas Katniss? — pergunta chateado,mas não é nada disso, só não entendo seu desespero, não quero casar às pressas, nunca idealizei de como seria esse momento, estava convicta que nunca aconteceria. Mas agora a realidade é outra. Quero ter tempo de planejar, ainda mais na minha condição de estrangeira, tenho tanto o que ver ainda.

Me sento e miro fixamente em seus olhos — Não seja bobo seu bobo! Só quero que a cerimônia seja digna do nosso amor e isso necessita de tempo. Então, não fica falando besteira, pois sua cota está esgotada por hoje! A propósito, você poderia agir mais e falar menos!  – demoro mais um minuto até convence-lo, do porque devemos esperar mais um pouco. Quando compreende, sorri lindamente me deixando inebriada. Peeta  me deita sobre as almofadas e tira minha roupa, admira  meu corpo de vários ângulos diferentes, beija em lugares novos. Não há pressa, hoje não vamos ser interrompidos pelo choro do meu príncipe. Temos tempo, oito horas para ser mais exata. Fazemos amor vagarosamente, cada um provocando o outro até não conseguirmos mais resistir, e então passamos a um outro extremo, afoitos e sem fôlego. 

Depois de nosso ato de amor ao luar, ele me leva em seus braços para pequena suíte, existente na parte interna da lancha. Estou sobre seu peito, beijo sua pele e sinto aroma de pitanga, meu hidratante de pele. Inalo seu cheiro, misturado com o meu e, antes de fechar os olhos digo — Eu sou sua e você é meu, não precisamos estar casados para comprovar isso! Mas, quero ser sua esposa e te chamar de meu, para sempre! 

— Promete que será meu para sempre? — pergunto

 — Para sempre!


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Notas finais do capítulo

Gostaram?