Contato escrita por Aleksa


Capítulo 10
Impulsos


Notas iniciais do capítulo

O início das mudanças drasticas XD



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                            Capitulo 10 - Impulsos

                           

No fim da festa peguei o telefone de Carlisle, todos estavam indo embora e Yura estava dormindo no sofá.

- Alice, você pode levar Yura pro quarto dele? Por favor.

- Ah sim...

Eu pus Yura nas costas e levei-o de cavalinho até a porta do corredor, que eu abri e fechei atrás de mim, assim que fechei a porta disse:

- Mentiroso...

- Mas admita, eu sou bastante convincente...

- É, é mesmo.

- Se divertiu?

- Ah, sim claro, a sua família é muito simpática.

- É mesmo.

- Tá certo que eu meio que me senti sua babá, acho que é assim que a sua mãe me enxerga...

- É verdade, acho que ela não concebe a idéia de que o filho fofinho dela tenha uma mulher na vida dele que seja mais do que uma “amiguinha”.

- Esse negócio de amiguinha foi muito estranho.

- Eu sei.

- Aliás, o que foi que você me deu?

- É verdade você não abriu... Sabia que comprar presente pra você é um porre?

- Ah é? E por quê?

- Eu não sei qual das suas duas personalidades eu presenteio.

- A que você gostar mais... – ele disse beijando meu rosto.

- Podia ter dito isso antes né...

- Haha, melhor. Assim você pensa bastante.

- Será que eu já não penso o bastante em você durante o dia todo?

- Nunca é o bastante. – ele disse me arrastando através da porta do quarto dele.

- Você é doido? Sua mãe tá na sala! – eu disse prendendo as minhas mãos no batente.

- Eu me responsabilizo... – ele disse com um sorriso que eu já conhecia.

Dentro da minha mente eu já me responsabilizava dizendo “e lá vamos nós de novo...”. Eu sei que é hipocrisia já que eu queria isso tanto quanto ele, mesmo assim pensar que a linda e agradável mãe de Yura estava sentada na sala, provavelmente pensando por que eu demorava tanto...

- Só um segundo... – Yura disse me soltando e caminhando até o fim do corredor...

Na verdade, pensando melhor... Eu acho que quero isso mais do que ele, ele só deve estar entediado...

- Pronto. – ele disse aparecendo na porta novamente.

- O que? – eu disse um tanto decepcionada, me sentindo rejeitada de novo.

- Disse a minha mãe que você me faria compania, já que eu me sinto sozinho aqui, nesse grande quarto vazio, sem ninguém por perto...

- Ela foi embora?

- Não...

- Por que não disse pra ela ir?

- Quero assim...

- Tudo sempre tem que ser do jeito que você quer, não?

- Claro. – ele disse sorrindo.

Eu suspirei frustrada. Como argumentar com alguém como ele?

- O que foi?

Yura fechou a porta atrás de si, caminhou através do quarto de devagar até se sentar no meu colo e ficar mexendo no meu cabelo.

- Nada, só que eu nunca sei o que você esta pensando...

- E... Você quer saber?

- Não sei bem...

- Você sabe que eu responderia, não sabe?

- Até acho que sim, mas acho que prefiro continuar ignorante... Pelo menos por enquanto...

- Sei... – ele disse sorrindo.

Devagar Yura me empurrou pra trás, era impressionante ver como os olhos dele nunca se alteravam, calmos e frios sempre, e com esses olhos, eu me esqueci completamente da mãe dele que continuava na sala, do que ela iria pensar se visse aquilo (provavelmente a culpa seria minha), de como eu seria odiada por ela para todo o sempre... E como Yura não faria nada a respeito, afinal, prejudicaria seu tão bem construído disfarce, e também faria tudo muito mais interessante pra ele...

- Tente não fazer muito barulho, apesar de eu gostar, minha mãe continua na sala...

- Hahahaha, fique calmo, vou me conter.

- Boa menina... – ele disse sorrindo tranquilamente, ele sempre sorria assim nessas horas...

Yura nunca se apressava pra nada, mesmo que eu visse o desejo que ele tinha de fazer-me dele uma vez mais... Ele NUNCA se apressava. Suas mãos, seus olhos, seu toque, sempre, muito suave, muito tranquilo... Ele tinha uma calma que só aumentava a minha impaciência, e ele sabia disso...

- Por que você faz isso?

- Isso o que?

- Você sabe...

- Eu sei? – ele disse se fazendo de desentendido. Nem se quer havia terminado de soltar o meu cabelo e, inexplicavelmente, minha blusa já estava aberta...

- Claro que sabe, não se faça de cego...

- Me esclareça...

- Você é muito lerdo Yura!

Ele sorriu vitoriosamente. Havia feito com que eu dissesse o que ele queria que dissesse...

- Se acha isso então faça você... Eu não me oponho...

- Você está fazendo de propósito, não está?

- Já disse o que eu penso... – Yura não se incomodava de esperar para conseguir EXATAMENTE aquilo que queria, mesmo que isso me levasse a loucura, como de fato levava.

Novamente eu me encontrava numa encruzilhada Será que meu coração aguentaria? Eu não sei se conseguiria despir Yura... Havia começado algo assim na enfermaria... Mas era diferente... Ainda mais se ele continuasse me olhando como olhava...

 - Então? O que vai fazer? Você sabe que eu pertenço a você pra que me use como quiser, não sabe?

- Yura! – eu me surpreendi em como ele falava dele mesmo quase como um objeto.

- O que?

Eu não sabia o que dizer. Meu rosto estava vermelho, eu sabia que estava. Como ele podia ser tão casual com palavras assim? Seu tom de voz nem se quer se alterou...

- Sabia que adoro quando você cora desse jeito? – ele disse acariciando o meu rosto.

- Você adora várias coisas Yura. – eu disse revoltada com a forma como ele colocava as palavras.

- E você é uma delas.

Yura disse, se aproximando devagar do meu pescoço. Eu odiava aquela calma! Eu queria que... Que ele perdesse o controle como eu! Aquela frieza inabalável, aquela calma em palavras ditas tão suavemente quanto um sussurro...

- Não diga isso...

- E por que não?

- Eu não sei dizer, só não diga.

- Eu sei que você gosta... – ele disse rindo.

Será? Ultimamente ele tinha sabido me analisar melhor do que eu mesma... Se bem que eu podia notar que meu corpo ficava mais quente, e meu coração batia mais rápido. Talvez ele tivesse razão...

- Talvez você esteja certo...

- Eu sei que estou.

- Então... – eu disse, aceitando como e o quanto eu o desejava, esperando que ele me quisesse também. – Pare de conversar, e faça algo...

Seu sorriso me dizia que ele já sabia que eu estava completamente sem ação, que eu já tinha perdido ou esquecido qualquer resistência que pudesse ter a ele, que nos meus olhos ele poderia ler: “faça-me sua, e silencie a minha angustia”... Detesto ser previsível.

- Como você quiser...

Se ele não parasse de falar, e logo, eu iria tomar providências, e provavelmente as coisas não iam ficar bonitas, apesar de eu achar que ele se divertiria bastante também...

- Diga. – Yura disse olhando nos meus olhos.

- O que?

- Eu sei que você está pensando alguma coisa. O que é?

- Se você não acabar com essa tormenta que você causa dentro de mim, eu serei obrigada a tomar alguma providência... – resistir é inútil.

- Que tipo de providência?

Essa foi a gota d’água. Minha tolerância explodiu, minha mente ficou branca. Tudo o que eu ouvia eram as batidas aceleradas do meu coração e a voz irônica de Yura...

- Tipo isso...

Empurrei Yura pra trás. Eu realmente tinha perdido o controle. Yura tinha um olhar interessado, parecia querer saber do que eu era capaz, ao contrário de mim, claro.

- Acho que vou gostar das suas providências.

- Provavelmente... Mas, sinceramente? Eu não ligo.

Com os joelhos, eu prendi as duas mãos de Yura na cama. Se a mãe dele entrasse, com certeza pareceria que eu estava tentando fazer alguma coisa muito errada...

- Fique quietinho e coopere, está bem?

- Eu não me oponho, faça o que você quiser.

A primeira coisa a sair foi a gargantilha de renda de Yura, eu arrebentei a fita e joguei longe.

Em seguida, cada um dos botões da camisa de Yura foram abertos, conforme eu descia devagar ao longo do tronco dele, que estava estaticamente parado.  A pele sensitiva de Yura era muito macia. Além de tudo, as coisas iam de mal a pior, e cada vez mais eu me perdia na extensão dos pensamentos obscuros da minha mente...

Nem preciso dizer como ele se divertia com isso tudo. Os contornos da pele de Yura se adaptavam para que as minhas mãos as percorressem, seus lábios se encarregavam em garantir que a temperatura da minha pele não baixasse, e seus dedos, em atiçar e provocar a fera e a loucura que por si só já me consumiam...

Yura se adaptava a qualquer coisa, com tanto que isso lhe proporcionasse todo o prazer e diversão que ele queria. Pode-se dizer que ele priorizava os fins aos meios, tipicamente maquiavélico...

- Você fez isso de propósito, não fez? – eu disse tentado afastar pelo menos por alguns segundos a nuvem que cobria os meus olhos.

- Na verdade, dessa vez, não...

A voz de Yura soava indefesa e doce aos meus ouvidos, e eu nem poderia supor que isso seria tão prazeroso. Os suspiros quentes dele acabariam por me fazer desejar mais e mais que ele fosse meu e somente meu...

O tempo não parecia passar. Poderia ser que eu nem se quer soubesse quanto tempo havia se passado desde que isso tudo foi desencadeado... Só depois eu saberia que foi pouco mais de uma hora e meia...

Senti-me muito mal por me sentir tão bem em fazê-lo gemer assim, mas já era muito tarde e o que estava feito, estava feito, mesmo que eu soubesse que faria exatamente a mesma coisa se tivesse outra chance...

 Meu sangue gelou quando me lembrei que a mãe dele estava na sala. Com todo aquele escândalo, ela já devia ter chamado a polícia, mas o que eu faria? Yura estava amarrado no meu pescoço e suas mãos estavam tão tremulas que eu nem se quer sabia se ele estava pensando...

- Yura!

- Hun... O que? – ele disse num tom desesperadoramente sensível...

- Sua mãe continua na sala! – eu disse recobrando o juízo, absoluta e completamente.

- Ah, é verdade... – ele disse desatarraxando os braços do meu pescoço, e se espreguiçando.

- Yura! Concentra!

- O que é que você quer? Você pegou muito pesado comigo... – ele disse com um olhar perdido.

Eu já não tinha a menor noção do que fazer. Yura, ao contrário de mim, colocou uma camisa bem longa e caminhou até a sala, pouco depois voltou, e disse:

- Ela foi embora.

- O que?

- Ela deixou um bilhete dizendo que não queria me acordar. Então foi embora, uns cinco minutos depois de eu conversar com ela pela última vez...

 - Ah... É?

- Ela também disse que gostou muito de você, por você ser tão gentil, e cuidar tão bem de mim.

- Ah é...?

- É o que parece. Aos olhos da minha mãe você É minha babá...

- Nossa... – eu me senti uma pedófila. Babá já é demais também...

- Agora que você não precisa mais surtar, eu vou dormir...

- Ah, já que é assim... Vá dormir... – eu disse enquanto os meus níveis de adrenalina voltavam ao normal.

Eu me levantei e comecei a me vestir de novo. Levei comigo um dos lençóis da cama de Yura, que olhou pra mim e disse:

- Aonde você pensa que vai?

- Pra casa talvez...?

- Nem pense nisso.

- Por que não...?

- Me recuso a te deixar ir antes de você dormir um pouco e tomar um banho... Ah, é. E abrir os meus presentes comigo...

Por algum motivo, me fazia feliz que Yura quisesse que eu ficasse. Eu caminhei ao longo do quarto e me deitei ao lado dele, já semivestida e morrendo de sono... Até que durou bastante.

Foi uma forma estranha, de terminar um dia muito estranho...


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