Apaixone-se e depois corra! escrita por Davink


Capítulo 2
Netsu 熱


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde o/

Tá, nem tão boa assim, porque certas pessoas cof cof Jamilly cof cof quase comeu o meu fígado porque demorei pra atualizar e.e

But cá estou eu, atualizando. Espero que gostem do capítulo, porque deu trabalho escrever tudo o que eu havia imaginado em apenas duas horas :v

Boa leitura ♥



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Entendam.

Quando comecei o dia definitivamente não cogitei a ideia de termina-lo trancafiado em uma enfermaria abafada e suja com o meu professor novo de química.

Não. Definitivamente não.

E se eu soubesse que uma desgraça dessas fosse acontecer, não teria saído da minha humilde cama. Mas nããããoooo, aquele mini projeto de ser humano que atendia pelo nome de Chico tinha que vir com aquele papo de: "É um professor novo! Temos que dar uma festa de boas vindas. E blá, blá, blá"

E eu como o idiota que sou, escutei o que ele disse.

Resultado?

Estou preso nessa sala com um completo desconhecido, e o pior ele não para de me encarar com uma cara estranha.

— Será que sua majestade poderia mover vosso traseiro real dessa maca e me ajudar a abrir essa maldita porta? - Questionei já sem paciência, eu possuía uma serie de objetos pontiagudos e metálicos em mãos que estavam sobre uma pia quando havia chegado, e tentava inutilmente abrir aquela porta do demônio, ele por sua vez apenas rolou a cabeça sobre o colchão e me encarou, o rosto completamente vermelho pelo ar abafado da sala.

— Ah, por quê você é tão... tão... tão... chato? – Completou me olhando com completo desgosto, os olhos semicerrados e o suor escorrendo pela lateral de sua testa. Os cabelos negros se encontravam completamente encharcados e como se não fosse o bastante ele parecia que iria desmaiar, no entanto isso não eram motivos o suficiente para que ele ficasse sentado o tempo todo enquanto euzinho tentava abrir aquela maldita porta.

Sem contar que ele já estava sem camisa, o que para não dizer constrangedor e deselegante era um fator que insistia em tirar minha atenção a cada cinco minutos.

Maldito tanquinho.

— Você não podia simplesmente relaxar e esperar até que alguém venha até aqui abrir a porta? Uma hora ou outra alguém vai sentir a nossa falta, afinal eu sou o professor super gostosão, lembra?

Limitei-me a rolar os olhos quando lembrei do surto que as garotas tiveram quando o viram pela primeira vez, pareciam um bando de lobas famintas. Tá eu admito que era algo raro, um professor tão jovem e digamos assim, totalmente provido de beleza externa viesse para o colégio Okiura, porém aquilo não havia servido de nada senão para encher ainda mais o ego do cara.

Foi aí que me dei conta, podiam até dar por falta daquele imbecil narcisista, mas e quanto a mim? Eu tinha certeza que Chico sequer percebera que eu havia desaparecido e para ajudar estávamos no ultimo andar da escola. Ninguém sequer pensaria em ir procurar naquelas salas abandonadas.

Maldita hora em que decidi vir para a escola num sábado.

Mas já era de se esperar, com minha habitual má sorte, aquilo era fichinha parar mim.

— Sério, olha pra mim. – Pedi com calma, ou pelo menos com o que havia sobrado dela, não era nada normal que a porta houvesse fechado do nada com nós dois lá dentro, e eu tinha uma leve impressão de que o professorzinho de meia tigela tinha algo a ver com isso. — Você não tem mesmo as chaves com você?

Ele apenas sorriu e desviou o olhar.

— Já disse que não, e além do mais não sei porque está tão irritado, afinal a culpa de estarmos aqui é somente sua. - Disse devagar, parecendo entediado com a minha preocupação. — Se você não tivesse corrido feito um louco desvairado assim que me viu, eu não teria te seguido para saber o que estava acontecendo, e assim não estaríamos aqui, agora vai, me conta por que ficou tão assustado...

Levou um pirulito meio derretido aos lábios, e Deus de onde ele havia tirado aquilo?

Tudo bem, talvez eu tenha me exaltado um pouco e realmente tenha parecido um louco quando sai correndo sem motivo aparente, porém ninguém entenderia se eu dissesse: "Olha , nosso professor novo se parece com meu primeiro namorado! Que no caso me deu um belo pé na bunda e depois foi embora quatro anos atrás."

Quando o vi, senti que iria morrer.

Achei que depois de tanto tempo "sozinho" eu tivesse superado, no entanto bastou alguém meramente parecido com ele aparecer para eu ter uma pane interna. Por isso corri, não queria que me vissem chorando ou até mesmo minimamente abalado.

Eu havia me tornado mais forte, criado para todos a minha volta um novo Pico, eu não era mais aquele garoto afeminado, o antigo Pico estava morto e enterrado junto com aqueles babados e frufrus idiotas.

Nem mesmo Mokkun poderia trazê-lo de volta.

Sentei-me no chão, exausto. Por mais que eu negasse veementemente, estava um calor infernal naquela sala e o controle do ar condicionado era acionado pelo lado de fora, ou seja, estávamos fritos, literalmente.

— Não foi por nada... – Respondi meio grogue, a voz já estava saindo arrastada e cansada, eu precisava de água. Escondi a cabeça entre as pernas na tentativa de amenizar a vertigem, o calor era tanto que as paredes da sala já estavam começando a dançar a Macarena na minha frente. — Eu só me assustei com essa sua cara de pamonha assada.

Ri baixinho.

Pensei que ele fosse retrucar com uma frase ridícula sobre como ele era incrível, mas no fim não houve nada. Somente alguns segundos de silêncio, até que o vi seus pés pararem a alguns centímetros dos meus.

— Está se sentindo bem? – Pôs a mão em minha testa. — Você está parecendo um pimentão, precisa de algo? Um remédio, água...

Ele parecia tão desesperado que me assustei, logo ele já estava revirando armários e gavetas atrás de sabe-se lá o que, eu não me sentia tão mal, no entanto pela reação dele eu deveria estar parecendo um morto vivo.

Senti o mundo rodar mais algumas vezes, minhas pernas bambearam e o chão parecia-me tão convidativo que não resisti. Quase dei um belo beijo técnico no assoalho de mogno.

Foi aqui que ele me segurou..

Não sei quanto tempo permanecemos daquele jeito, seus braços me envolvendo e segurando-me próximo a seu peito nu. Não me lembro de quando foi a ultima vez em quem meu cérebro havia ficado tão ativo, mas me peguei com o rosto tão colado a sua pele que quase seria capaz de contar as células ali existentes.

Ele me pegou no colo, eu queria afasta-lo e pedir para que parasse com aquilo, mas ao mesmo tempo aquele abraço me parecia tão familiar. Sua respiração rente a meus cabelos, o jeito como seu peito subia e descia a cada respiração. Eu tinha quase certeza que já conhecia aquele padrão, mas seria insano demais para acreditar.

Se ele fosse realmente ele, eu saberia não?

Sim, eu saberia.

Não importava o quanto eles fossem parecidos eu não podia confundi-los, não podia me deixa levar para dentro daquele mundo de mentiras novamente, Mokkun nunca voltaria e aquele era um fato. Eu só podia aceitar esse fato e seguir em frente, ou ficar remoendo o passado para a vida inteira e essa era uma coisa que eu nunca iria fazer, não importavam as circunstâncias.

Fui colocado sobre a maca, ocupando o lugar onde ele estivera momentos antes.

Aquele perfume. Seria possível? Poderia ser apenas uma coincidência e nada mais.

Eu deveria chama-lo? Por aquele nome que só eu e ele conhecíamos, deveria desenterrar aquelas lembranças dolorosas? Mas e se... E se não fosse ele, e se fosse outra pessoa, como eu me explicaria?

Mas e se fosse?

Eu queria gritar, era doloroso demais sentir aquilo, tão perto e tão longe.

Observei suas mãos trabalharem tão furiosamente quanto minha mente, enquanto ele misturava com água algo que havia retirado do bolso, em perguntava se ele fosse mesmo o Mokkun porque não me dissera nada?

Quer dizer, ele se lembrava de mim, não?

— Caham... – Chamei, o corpo todo tremendo, os dedos afundavam na pele, arrancando filetes mínimos de sangue. — Eu já estou bem. – Sussurrei meio rouco, não eu não estava nada bem. — Pode relaxar se quiser, Mokkun...

Aquela palavra saiu tão arrastada que parecia feita de areia. Tive medo de sua reação, porém ele apenas levantou uma das sobrancelhas.

— Não você não está nada bem... Hmmm...Seu nome é Miyamoto, certo? - Indagou analisando algumas folhas que deduzi ser a lista de presença. Seria imperceptível a qualquer outra pessoa, mas ele parecia confuso ao ler algo escrito ali. — Na verdade acho que você está com Intermação, mas vai ficar melhor se tomar isso...

Me entregou um liquido branco nada confiável.

— Está tudo bem.,. – Disse sorrindo. — É só água hidrogenada, pra você esfriar um pouco.

Relutante levei o liquido a boca, no entanto o que mais me preocupava é se ele não havia escutado eu chamando-o por aquele nome, e se ouviu porque não reagiu a isso ou até mesmo me corrigiu.

— Sabe, eu...

A porta se abriu em um rompante, um Chico de olhos arregalados e cabelos desgrenhados apareceu rente ao batente, mal conseguia respirar. Ao seu lado uma garota de cabelos cumpridos e olhos negros nos encarava curiosa.

— Mas. o que. Diabos. Vocês. Estão. Fazendo. aqui? – Chico questionou quase desmaiando. – A festa já vai começar, vamos!

E pôs-se a correr, fiquei encarando aquela porta que fora aberta com tanta facilidade por Chico, essa desgraça não estava trancada?

No fim nem tive forças para brigar cm aquele idiota, oque quer que ele estivesse tramando, iria ter volta. Com certa dificuldade me levantei da maca quando ele já estava saindo. Antes de me dar as costas, deu seu ultimo aviso.

— Ah, e por favor na escola me chame de Okiura-sensei, ok?

Eu não poderia ter amado um homem tão puramente

mesmo na cegueira da ignorância perdoei seu jeito patético

eu aprendi que amor é como um tijolo

você pode construir uma casa ou afundar seu corpo

 

Judas - Lady Gaga


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Notas finais do capítulo

Gaga sim , porque Gaga é mara :v E por que a fic é baseada na letra da musica.

É isso, espero que tenham gostado. Digam-me que acham? Será que o Okiura-sensei é mesmo o Mokkun? Hein, meu povão? Comentem onegai, quero saber o que acham