Sam acordou de uma noite conturbada de sono, ao lado da maca de Gabriel.O menino ainda não havia acordado, e Sammy sentiu as lágrimas voltarem aos seus olhos, ao ver seu ‘’amigo’’ deitado ali, inerte.

–Gabe? – Sussurrou Sam baixinho, para não acordar Bela, que estava dormindo do outro lado da sala. – Gabe, você está me ouvindo? Porque você não acorda e nós vamos brincar lá fora, hein?

Sam esperou pacientemente, mas Gabriel nem sequer moveu-se. O menino mais novo, saiu da cadeira de onde estava acomodado, e foi se juntar a Gabe na maca. Aninhou sua cabeça no peito do menino, e abraçou a cintura do mesmo, deixando algumas lágrimas caírem enquanto se aprofundava no sono.

–Vamos logo Lúcifer. –Disse Meg delicadamente, batendo na porta do quarto do garoto.

Meg tinha chegado cedo na casa dos Novak’s. Miguel tinha chamado-a e a Dean, para poder ir ao Hospital encontrar com Bela. Charlie e Adam estavam com Mary na casa dela.

–Eu não quero ir, Meg – A menina escutou a voz do garoto , meio abafada.

–Ok -Meg suspirou, e pegou uma das presilhas que mantinham seu coque, e colocou na fechadura do quarto de Lúcifer, abrindo a porta em seguida.

O garoto estava afundado em meio a cobertores e travesseiros. Seus brilhantes olhos azuis estavam embaçados , por conta da água que residia neles. Seus cabelos loiros estavam bagunçados, e sua boca tremia.

O coração de Meg apertou, e ela se aproximou da cama lentamente.

–V-vai embora, Meg

–Não – Respondeu a menina.

Lúcifer fechou os olhos e tentou limpar seu rosto e arrumar o cabelo.

–SAI, MEG! –Berrou Lúcifer, virando-se de costas para ela, e deitando na cama.

Meg suspirou.

–Você sabe que não adianta gritar comigo, Lúcy.

Carinhosamente, Meg tirou uma mecha de cabelo da testa de Lúcifer, e se inclinou para dar um beijo na testa dele.

–Gabe vai ficar bem, Ok? Daqui a pouco ele acorda e vai voltar a grudar chicletes no seu cabelo.

Lúcifer soltou uma risada de nariz, e soluçou.

A morena levantou a coberta onde o menino estava deitado, e se enfiou em baixo dela, para logo depois abraçar a cintura do loira e apoiar a cabeça no ombro dele.

–Dorme...quando você acordar eu ainda vou estar aqui.

–Hum...Dean? – Chamou Castiel baixinho

–Hum? – Questionou o loiro.

–E-eu acho que a Meg e o Lú não vão descer.

–É...vamos dar play, então. – Dean apontou o controle

Na televisão passava o filme ‘’Titanic’’

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx 2 horas depois xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

–DEAN! Ela não pode deixa-lo! Ela tem que segurar! Ela não pode ir embora!

Dean olhou para o lado, e viu o desespero estampado nos olhos de Castiel, que estavam arregalados.

–Calma Cass –Dean riu – El...

–DEAN! ELA O SOLTOU! –O pequeno Castiel começou a chorar - ELA DISSE QUE NÃO IRIA! ELA O SOLTOU!

Dean ficou surpreso.

–Cass, calma, ok? É só um film....

–NÃO, NÃO,ISSO ACONTECEU! TAVA FALANDO NO INCIO! ELA DEIXOU ELE MORRER, DEAN!

Dean chegou para o lado e abraçou Castiel

–Cass? É um filme, olha – Dean desligou a TV – Só um filme, ok?

Castiel se aninhou nos braços de Dean e olhou para ele.

–Promete que não vai me deixar?

Dean arregalou os olhos, e disse sincero.

–Sim, Cass, eu prometo que não vou te deixar.

–Como ele está? – Perguntou Miguel, depois que o médico responsável pelo caso de Gabriel saiu da sala, após um exame.

–Ele...não apresenta sinais de melhora evidente. – Disse o médico cuidadosamente – Se ao passar de 24 horas, ele não apresentar nenhuma melhora....seria melhor que desligassem os aparelhos.

Bela arregalou os olhos

–Não...não há nada que possa fazer!? Tem que haver algo! Qualquer coisa, por favor!

O médico fechou os olhos, e quando os abriu, havia tristeza em seus olhos castanhos.

–Se algum de vocês tem religião. É melhor rezarem.

A mulher deu um soluço alto, e virou-se para abraçar Miguel, que tinha lágrimas silenciosas escorrendo por sua face.

Sam estava de espreita atrás dos adultos. Quando a sala foi reaberta, o pequeno saiu correndo para dentro dela, e pulou na maca de Gabe.

–Gabe! – Sussurrou Sam urgentemente – Eles...e-eles querem desistir de você! Não podem! Eles não podem! Acorda, Gabe, mostre a eles! – O menino deu um soluço alto – Mo-mostre-os que você pode conseguir! Você não quer fazer um piquenique? Com muitos doces, Gabe! Vamos lá, por favor.

Sam sacudiu os ombros do menino, esperando alguma reação.

Miguel entrou correndo na sala, e agarrou Sam pela cintura, o tirando de cima de Gabe

–Sam! – Exclamou Miguel –Sabe que não pode fazer isso! Você tem de deixa-lo quieto!

–Vocês querem desistir dele! NÃO PODEM! NÃO PODEM!

Miguel fechou os olhos

–Não vamos desistir dele! Apenas não há chanc...

–SIM! VOCÊS NAÕ PODEM ! NÃO PODEM!

–Oque está acontecendo? -Perguntou Bela entrando na sala, exasperada.

–Vocês querem desistir dele! NÃO PODEM! Por favorrr....não...

–Sam... – Bela deixou uma lágrima escorrer. – Não temos escolha....ele se foi.

–Não – Sam sentiu como se o estivessem matando. Uma vontade absurda de gritar o deixava louco, sua cabeça começou a doer – E-eu faço qualquer coisa...eu ju-juro, qualquer coisa...por favor...

–Sa...Sam...Sammy?

Os três escutaram uma voz , praticamente abafada , tentando pronunciar um nome.

–GABE? –Chamou Sam feliz – Gabe você voltou!

GABRIEL! –Gritou Bela, correndo até a cama, e passando a mão nos cabelos e rosto de Gabriel. Miguel se aproximou da cama, incrédulo, sorrindo mais do que jamais fizera.

Sam pulou do colo de Miguel e caiu na cama, ao lado de Gabriel, o abraçando forte em seguida.

Gabriel o agarrou com seus bracinhos, e disse baixinho.

–Que tal aquele piquenique agora?