Meu escudo... escrita por Lady M


Capítulo 30
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Só consigo postar, revisar e escrever no período de férias -.-
Essa Fic merece ter um final! Até a era antiga dos Vingadores já chegou ao fim e eu ainda não acabei por aqui @.@
Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/658527/chapter/30

Pov Natasha Romanoff:

Depois de passar três dias em coma, mais dois dias sem visitas além do Clint e do Nick estava claramente entediada. Sei da minha atual condição, falando assim estar grávida parece até estar doente, sei que tem algumas coisas das quais vou ter que abrir mão para poder continuar com essa gestação. 

Meu pequeno herói, esse pequeno pontinho, mal tinha dois meses de vida e já tinha me salvado da morte. 

Coloquei a mão sobre meu ventre liso sussurrando:

— Vou ficar te devendo uma garotão.

Clint entrou no quarto sem bater segurando a minha bandeja do almoço.

— Mal descobriu que tem um neném aí e já está falando sozinha.

Ele ajeitou a minha bandeja de almoço e eu dei um peteleco no braço dele.

— O filho é meu e eu decido quando devo falar com ele ou não, Barton.

Clint deu de ombros ajudando a abrir as embalagens do meu almoço. Depois que acordei ele passou bastante tempo comigo, sei que parte deste zelo é culpa, pois um dos agentes do Ultron que me atacou naquela missão era uma versão dele.

— Laura ficou assim também? Falando com a própria barriga?

Clint soltou uma gargalhada.

— Na verdade não, ela começou a planejar o quarto, a escolher as roupas, sem nem saber o sexo do bebê ela começou a escolher nomes. No fim o louco que ficava falando com a barriga dela era eu.

Nat sorriu ao imaginar Clint tentando um contato com Coop e com o Francis dentro da barriga de Laura.

Com o semblante sério Clint me avisou:

— Vão liberar as visitas do Steve hoje a tarde, acho que ele tem o direito de saber que você está grávida Nat.

Aquele assunto já estava decidido, Nick, Bruce e Clint seriam os únicos que saberiam daquela gestação, pelo menos até os agentes do Ultron serem eliminados e os nossos problemas com o governador resolvidos. Esse bebê corre um grande risco, ele é a mistura perfeita entre os soros de um super-soldado e uma espiã-viúva negra, projetos criados pelo governo americano e soviético para serem armas. O DNA do pontinho poderia gerar o exército dos sonhos, um exército para conter os vilões e até mesmo os heróis, uma boa medida para o governador contra os Vingadores. Nick temia isso, Bruce conseguia visualizar o mesmo quadro, Clint sabia desse porém, mas diferente dos dois primeiros ele era a favor de contar para o Steve também.

— Não vou me estressar tendo essa mesma conversa novamente Clint. Eu já disse que vou contar para ele depois que for seguro.

Clint colocou a mão sobre a minha.

— E se a situação com o governador nunca ficar segura? Você vai fugir? Vai ter a mini Nat longe do pai dela? Vai escondê-la do mundo e do próprio pai?

— Eu não sei Clint.

— Mas uma hora vai ter que pensar sobre isso.

Abaixei a cabeça derrotada, aquela discussão tinha drenado a minha vontade de comer a sobremesa, mas Clint insistiu e só saiu dali quando terminei de almoçar. Peguei no sono e tive sonhos agitados, tudo porque não conseguia lidar com a culpa que começava a me corroer. Steve queria ter filhos, pelo menos isso ficou subentendido no chá de fralda dos gêmeos do Stark. James Rogers Romanoff ou seria melhor James Romanoff Rogers? Uma decisão que não seria apenas minha. Ele me culparia por ter roubado momentos dele, por roubar lembranças que poderiam ser nossas, não somente minhas.

 

Pov Steve Rogers:

Liberaram a minha visita à ala hospitalar. Nat estava acordada quando entrei naquele quarto branco e esterilizado, a cara de impaciência da ruiva me fez sorrir amplamente para ela. Os olhos verdes abertos e atentos em mim, o semblante suavizando a medida que me aproximava dela, a minha namorada, a minha amante, só minha para o resto da vida. Sou rendido por um simples sorriso que ela me dá. Prendo a respiração e tento transmitir calma quando toco seu rosto de leve, acariciando sua face agora corada, tão diferente da Nat sem vida, ensanguentada e inconsciente nas mãos do Hulk.

Declarei:

— Senti sua falta! Falta do seu cheiro, do seu sorriso, dos seus olhos, da sua voz, senti saudade até das broncas ruivinha.

Ela soltou o ar perdida na imensidão dos meus olhos, enquanto eu traçava o contorno do rosto dela com as pontas dos dedos, sentindo o calor que sua pele me proporciona. A devoção presente em cada gesto.

Ela deu de ombros tentando deixar o ar menos denso entre nós dois. 

— Foram apenas alguns dias, nem deu tempo de sentir saudades Steve.

Sentei na beirada da cama fitando as mãos dela dentro das minhas.

— Deu tempo de sentir medo Nat.

Ela colocou as mãos no meu rosto fazendo um carinho que transmite paz.

— Não deveria sentir medo de nada Capitão.

Suspirei.

— Mas eu sinto, um medo irracional de te perder, não estou pronto para isso, talvez eu nunca esteja de fato pronto para isso.

Nat desceu as mãos do meu rosto para os meus ombros, depois acompanhou o contorno dos mesmos, os olhos dele acompanhavam o trajeto de suas mãos, ela admirava cada lugar com esmero, com olhar clínico.

— Eu te amo Steve Rogers e quando você me diz essas coisas, mesmo que angustiado, faz meu mundo um lugar melhor. Sou egoísta o suficiente para me sentir bem com a ideia de você triste por mim, mas ao mesmo tempo o amo de maneira única e me parte o coração vê-lo dilacerado por qualquer motivo, mesmo sendo: Eu. Então dentro desse conflito eu percebo que nada seria capaz de me tirar de perto de você, nem mesmo a morte. Você não precisa ter medo de me perder, eu sou sua, completamente sua e nada nem ninguém pode mudar isso, muito menos me afastar de você.

Ela terminou o discurso unindo nossas mãos. Essa foi de longe a maior declaração de amor que ela já me fez.

Aproximei nossos rostos, colando nossas testas até nossos hálitos misturarem.

— Eu também te amo ruivinha.

Então demos fim a ínfima distância entre nós, tornando-nos um, pelo menos ali podíamos matar todas as nossas incertezas e medos. Fiquei com ela até que pegasse no sono, de acordo com as enfermeiras Nat precisava descansar bastante antes de receber alta pela manhã.

Saí da sala e encontrei Tony no elevador, fomos juntos até a sala de operações e começamos as novas buscas pelo meu agente Ultron sem sucesso. Fui dormir menos angustiado, pois agora sabia que Nat estava realmente bem.

 

Pov Natasha Romanoff:

Steve passou a tarde comigo e o cheiro dele fez meu corpo entrar em êxtase. Sabe aquilo que dizem sobre mulheres grávidas sentirem a libido insaciável? Não é mentira! Além do desejo ele também me passou conforto, amor e saudade. Quando acordei sozinha naquela madrugada senti uma solidão diferente, sempre gostei de ficar sozinha, mas sem ele uma parte de mim também ia embora.

Notei que a ala hospitalar estava tranquila, sem nenhum movimento de enfermeiras, mas escutei um barulho incomum perto da porta, algo que fez meu sexto-sentido apitar. Soltei os aparelhos que estavam ligados no meu corpo e sem dificuldade nenhuma me livrei da agulha do soro, transformando-a em uma arma, andei calmamente para porta e ela logo foi escancarada. Dois homens com roupas pretas, armados e com máscaras de esqui invadiram o quarto, mesmo com aquela camisola horrorosa e reveladora de hospital me coloquei em um combate corpo a corpo com eles. As armas foram facilmente tiradas deles e a agulha do soro foi útil, rasguei a artéria jugular de um e deixei o outro desmaiado no chão do quarto. Saí da ala hospitalar notando a caos que estava a Torre, os funcionários do refeitório e da enfermaria estavam claramente desesperados correndo pelos corredores. Entrei na sala seguinte e para minha sorte tinha um uniforme feminino de enfermeira ali, vesti e prendi o cabelo, conferindo os machucados que eu adquiri sumirem aos poucos, agora que o pontinho estava comigo a minha cicatrização era quase instantânea, isso me dava uma leve inveja do super-metabolismo do Steve.

Na sala tinha uma saída, o duto de ar, entrei nela, o meio mais seguro para me deslocar pela Torre sem precisar entrar em um combate corpo a corpo novamente, pelo meu bem e pelo do pontinho.

Dentro dos dutos de ar pude escutar um pouco dos diálogos entre os invasores, nada que prendesse a minha atenção até escutar um sotaque levemente alemão, eu me lembrava daquele sotaque. No vídeo que analisamos dos experimentos realizados com Buck, Wanda e Pietro, aquele sotaque era similar ao do médico que realizava experimentos com eles. Minhas mãos foram direto para o meu ventre, aquele ser estava ali para pegar seus “experimentos” de volta e se soubesse da existência do pontinho ia querer capturá-lo também.

Subi pelos dutos tentando chegar no último andar antes dos invasores, foi uma subida difícil, já que não possuía nenhum mapa. As direções estavam confusas e uma náusea me pegou de surpresa, tinha que sair dali antes que desmaiasse. Abri a saída e caí no quarto do Bruce. Ele remexeu na cama, mas acabou abrindo os olhos os semicerrando na escuridão.

— Quem é você e o que faz aqui?

Tirei a máscara de enfermeira e Bruce reconheceu-me. Ele levantou da cama e sem fazer barulho trocou de roupa, colocou os óculos de grau, andando até o computador. Nós dois conversamos rapidamente, enquanto eu invadi o sistema de segurança da Torre no modo alternativo, ativando a sexta-feira e convocando o Tony. As escadas já tinham sido invadidas até o quarto andar. Wanda e Visão estavam combatendo os invasores, Buck estava protegendo a agente Carter assim como Steve, aquilo fez a raiva nublar a minha visão. Deixei o computador e Bruce me indicou o guarda roupa, acabei trocando de roupa parcialmente, uma blusa preta dele, a calça branca das enfermeiras e o sapato branco, prendi o meu cabelo com um elástico de escritório e tirei a arma do duto de ar, a mesma arma que peguei do cara desacordado. 

Bruce desceu as escadas na frente transformando-se em Hulk, sempre que algum projétil vinha em minha direção, fossem eles balas ou pedaços da parede destruída, ele me protegia. Chegamos no quarto andar no mesmo momento que Tony.

Tony perguntou:

— Alguém sabe o que eles querem?

Wanda respondeu:

— Eles querem seus brinquedos de volta. Acham que eu e Buck já passamos muito tempo longe do domínio doentio deles.

Os olhos azuis do Steve pousaram em mim e pude vislumbrar alívio em sua expressão. Nós lutamos unidos e dessa forma exterminamos aquele exército sem dificuldades e capturamos seu chefe que fez tão mal a Wanda e Buck, um membro da Hydra. Agora sim sabia que o pontinho sentia-se mais seguro em segredo, além dos nossos problemas atuais sempre teríamos o nosso passado para nos atormentar.

Steve me abraçou quando todos estavam conversando.

— Fiquei preocupado com você.

Dei de ombros.

— Não precisa começar a ter cabelos brancos por minha causa Steve, eu consigo me virar, sou uma espiã lembra.

Ele acariciou meu rosto e me olhou desaprovador.

— Mesmo que tenha todas essas habilidades e vantagens não posso deixar de me preocupar com a sua segurança Agente Romanoff.

As pessoas ao nosso redor assistiam a cena claramente satisfeitas, até mesmo a agente Carter parecia feliz para minha surpresa.

 

Pov Steve Rogers:

O pior daquela invasão sem explicação era não saber nada da enfermaria, Nat estava presa lá. No fim acabei encontrando-a, vestida com uma blusa que claramente não era dela, os fios presos de maneira desleixada, a calça branca manchada de sangue, algo que me preocupou de imediato, a arma na mão bem no meio da ação. Ela não muda mesmo!

Abracei ela quando tudo se acalmou e  tentei manter os pensamentos assassinos e incoerentes sobre controle, brigar com ela por se colocar em risco depois de sair de um coma não adiantaria nada. Fiquei setenta anos dormindo no gelo e acordei combatendo deuses e extraterrestres, não sou a melhor pessoa para passar esse tipo de sermão, mas o agente Barton era, então eu iria pedir uma ajudinha para ele mais tarde.

Subimos juntos para conferir os quartos que não estavam destruídos. Wanda e Visão subiram para um quarto no quinto andar, fazendo Buck ir dormir no quarto da Carter, Bruce continuou no quarto dele, Nat deixou o quarto dela no sexto andar para o Tony e o Barton. Ela veio dormir no meu quarto e eu a agradeci por isso, tê-la por perto já era o suficiente para terminar aquele pesadelo de uma maneira melhor.

Acordei com ela entre os meus braços dormindo tranquila e serena. Beijei a testa dela com carinho e fiz cafuné em seus fios ruivos. Nat sorriu mesmo inconsciente, as mãos dela estavam pousadas no meu peito.

— Se você soubesse o que estou planejando para nós dois nesse final de semana, você arrumaria um jeito de me desencorajar.

Ela passou os braços em volta do meu pescoço e colou o rosto no meu peito suspirando.

Beijei a testa dela e assim que fechei os  meus olhos, deixei o calor e o cheiro do corpo dela guiarem os meus sonhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obs.: Não sei se ainda há leitores por aqui, mas mesmo assim, vale a tentativa.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu escudo..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.