Efeito Cinderela escrita por Connor Hawke


Capítulo 26
Crônica temporal - O velocista e a caçadora


Notas iniciais do capítulo

Olá! Tudo bem? Esse capítulo conta o que houve com a Artemis e o Hermes depois que eles chegaram na Terra. A trama acontece paralelamente depois da chegada dos deuses e depois que Herman se separou de Danielle e foi morar em uma fazenda. Aqui, Herman e Ursula (Artemis) não reconhecem Cronos que está personificado como Criss Peters, o irmão mais velho de Zeus, que se chama Jules Peters, e deve aparecer em breve. No entanto, Herman conhece a Danielle. Ele e Ursula não reconhecem Cronos pelo fato de que ao chegar na Terra eles esqueceram a missão de impedir Cronos de atacar o mundo dos mortais e começaram a viver como humanos, sem usar os seus poderes, apesar de ainda possuírem os poderes. E também somos introduzidos a versão terrestre de Mulan, a mulher que se passava por homem para poder lutar na guerra, e que aqui ela é a reencarnação de Artemis. Espero que vocês gostem da minha versão da lenda de Mulan.

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/657891/chapter/26

Terra, algum tempo depois da chegada dos deuses...

Em um dia ensolarado, a filha de um humilde fazendeiro chamado Herman Hale,mais conhecido como Hermes. Ela estava na fazenda dando comida para os porcos.

A garota tinha cabelos negros como carvão,presos em uma longa trança única que ia até a altura da cintura, olhos verdes como a água do mar do Caribe. Vestia uma camisa xadrez vermelha, uma blusa regata branca, cinto de couro marrom com fivela de ferradura, calça jeans preta, e botas de couro preto com fivelas.

Seu nome era Ursula Hale, mais conhecida como Artemis. Ela era filha do primeiro casamento de Herman  com uma mulher chamada Nina Forrest, após seu casamento com Danielle Peters terminar em divórcio.

Posteriormente, Herman se separa de Nina e casasse com uma segunda mulher, uma mulher negra chamada Cecília de cabelos pretos e lisos e belos olhos verdes.

Ursula crescera desde então, sem saber quem era sua mãe verdadeira e tivera que conviver com sua madrasta. A quem ela não se dava muito bem. Sempre se desentendia por não a reconhecer como sua mãe.

O pai dela chega e a encontra com os porcos perto da velha casa na fazenda.

"Olá, Ursula!" Herman cumprimentou a filha.

"Olá, pai!" Ursula retribuiu.

"Eu vim ver o que você está fazendo. Sua mãe está preparando torta de maçã na cozinha" Herman retrucou.

"Eu estou alimentando os porcos como sempre faço e depois eu vou checar o estábulo..." Ursula comentou. "E por favor! Aquela mulher não é minha mãe!"

"Cecília é sua mãe, Ursula. E eu a amo muito" Herman contestou.

"Só se for nos seus sonhos!" Ursula exclamou.

"Olha Ursula. Eu sei que é difícil para você ver a Cecília como mãe, mas você ainda vai gostar dela." Herman tentou convencê-la.

"Vai sonhando!" Ursula rebateu. "Eu tenho que ir até o celeiro e ver como estão os cavalos no estábulo".

Ursula então partiu para o celeiro. Herman a puxou pelo braço.

"Filha, eu ainda não acabei. Vamos sentar e conversar" Herman sugeriu.

"Me solta! Eu não tenho tempo para ficar discutindo sobre a minha madrasta" Ursula contestou.

"Ursula, eu só quero ter uma conversa de pai para filha com você. Eu não estou querendo te forçar a nada. Só estou pedindo um tempo para conversa com você" Herman se justificou.

"Mas eu não quero falar sobre essa mulher" Ursula insistiu.

Foi então que um portal logo se abriu perto deles, deixando os animais apavorados.

De dentro dele, um homem de cabelos pretos e olhos castanhos, vestindo um sobretudo preto com uma camisa, uma calça, e botas da mesma cor surgiu.

Ele pousou no chão perto deles e o portal se fechou atrás dele.

Aquele misterioso homem era Criss Peters, mais conhecido como Cronos, irmão mais velho de Jules Peters, pai da ex-mulher de Herman.

"Olá, Herman!" Criss o cumprimentou.

Herman estava apavorado. Ursula não mexeu um músculo, não estava apavorada, apenas não se sentia intimidada com a aparição daquele homem.

"Quem é você e como sabe o meu nome?" Herman inquiriu.

"Você não sabe quem eu sou? Você por acaso perdeu a memória ao chegar na Terra?" Criss o questionou.

"E-Eu não sei do que você está falando. Por favor, vá embora agora!" Herman balbuciou.

"Não, infelizmente eu tenho algo a tratar com você, Herman" Criss devolveu. "E eu sei muito bem quem é você".

"Quem é você?" Ursula cortou. "Deixe o meu pai em paz!"

"Você, eu conheço você de algum lugar...acho que já nos encontramos antes..." Criss tentou recordar quem era aquela garota.

"Espere um pouco. Já sei, você é Artemis" Criss acusou.

"Quem? Eu não sou ninguém" Ursula contestou.

"Você também perdeu a memória?" Criss insinuou. "É uma pena. Achei que você também me reconheceria."

"Deixe-nos em paz!" Herman exclamou.

"Não posso. Sabe, eu matei a maioria dos deuses que caíram aqui na Terra. Isso significa que poucos de nós sobraram.  E agora eu estou aqui, porque você Herman, tem algo que eu quero e que vai me ser muito útil" Criss revelou.

"Está bem, o que você quer, forasteiro?" Ursula inquiriu.

"O que eu quero? É muito simples. Um dom que o seu pai possui. Eu quero, a velocidade dele. Para que eu possa viajar no espaço - tempo, e poder matar os outros deuses antes que eles venham para a Terra." Criss retrucou.

"E porque você acha que o meu pai tem tal habilidade?" Ursula devolveu.

"Porque o homem conhecido como Herman Hale é na verdade, Hermes, o mensageiro e deus da velocidade." Criss revelou.

"Por favor, deixe-nos à sós!" Herman suplicou.

"Não, eu vim de tão longe para buscar o que me interessa.  Eu matei um homem, um arqueólogo que violara a minha tumba no Egito, dentro da pirâmide de Gisé." Criss contou.

Herman estremeceu.

"Olha, Herman, vamos fazer o seguinte. Eu pego o que eu quero e você vive" Criss sugeriu "Enfrente-me e eu o matarei. Afinal, eu sou o mais poderoso entre os deuses".

Ursula então entrou na frente do pai, estendeu os braços e afastou as pernas, fazendo uma barreira.

"Você não vai tocar um dedo sequer no meu pai" Ursula exclamou.

"Saia da minha frente, garota. Eu sei quem você, e não estou interessado na sua habilidade." Criss rebateu.

"Não, se você quiser matar o meu pai, vai ter que me matar primeiro" Ursula insistiu. "Ou quem sabe, porque você não mata a minha madrasta? Eu não gosto dela mesmo".

"Garota, você está fazendo eu perder o meu tempo. Saia da frente" Criss esbravejou.

"Não!" Ursula negou.

Criss então disparou raios das palmas de suas mãos e eles acertaram o peito de Ursula derrubando-a no chão.

O corpo de Ursula começou a estremecer.

"Ursula!" Herman berrou em desespero.

Herman foi tentar socorrer a filha que estava tendo convulsões, mas Criss interferiu fazendo o tempo congelar com um olhar.

Herman e Ursula ficaram congelados no tempo.

"Agora é a hora para a colheita!" Criss exclamou.

Criss conjurou um relógio, desenhando um círculo com o dedo indicador direito e um relógio surgiu. Em seguida, ele pegou um ponteiro do relógio e o segurou. O relógio se desfez, e o ponteiro se transformou em uma foice nas mãos dele.

Criss empunhou a foice, e correu na direção de Herman. Então ele desferiu um corte nas costas de Herman, fazendo com que sua foice extraísse a velocidade de dentro dele com a ponta da lâmina super afiada e que nunca perdera o corte.

Quando a lâmina terminou de drenar o poder de Herman, o tempo voltou a correr normalmente. Porém, Herman havia ganho uma cicatriz em sua costa que começara a se fechar, porém Herman começara a soltar espasmos de dor, impedindo-o de salvar a filha que tinha ficado inconsciente no chão.

A foice de Criss desapareceu magicamente.

"Está feito" Criss concluiu. "Sua velocidade agora é minha".

Herman continuara urrando de dor. Logo, ele sucumbiu e se arrastou para perto da filha e tentou despertá-la, mas ela não reagira.

"Ursula, por favor! Acorde!" Herman balbuciou.

Sem resposta. Herman continuou tentando.

Criss estava se divertindo com o sofrimento alheio de suas vítimas. Ele começara a gargalhar.

O senhor do tempo abriu um novo portal espalmando seus dedos, e em seguida correu para dentro dele usando a sua super - velocidade recém adquirida.

Depois de atravessar o portal, Criss desaparecera junto com o mesmo que se fechara em seguida.

Herman ficou agonizando perto da filha. A cicatriz nas costas dele estava demorando para se fechar e a pele dele começava a arder.

[...]

3 horas depois, quando a cicatriz havia se fechado, Herman usou todo o ar que ainda sobrara nos pulmões para pronunciar um único nome, o de sua mulher.

"Cecília!" Herman exclamou alto. "Cecília!"

Rapidamente, Cecília saiu de sua casa e ao ver o marido e a filha caídos no chão, correu até eles. Ela se aproximou de Herman e se ajoelhou.

"Herman!" Cecilia exclamou em desespero.

"Cecília, chame...uma...ambulância..." Essas foram as últimas palavras de Herman, antes dele perder a consciência e desmaiar.

"Herman! Eu vou chamar a ambulância, só não morra! Por favor!" Cecilia se lamentou.

Lágrimas caíram do rosto de Cecília.  Ela começou a chorar pelo marido.

[...]

Depois de um tempo, Cecília voltou o seu olhar para Ursula. A garota estava com alguns rasgos e manchas de queimado, um dos rasgos era bastante grande, deixava o abdômen e parte dos seios dela expostos e com ferimentos graves. O corpo de Ursula estava sem reação.

Mais tarde, Herman estava em uma cama ao lado da de sua filha Ursula que havia passado por uma operação e fora enfaixada, na UTI do hospital.  Herman estava vestindo o pijama do hospital e com a sonda no dedo indicador da mão esquerda.

Cecília estava ao lado de Herman com uma cara de choro.

"O que realmente aconteceu com vocês?" Cecília inquiriu.

"Eu não sei, querida. Eu estava tentando ter uma conversa de pai e filha com a Ursula, e..esse cara apareceu. Eu não sei quem ele é. A última coisa que eu lembro é de estar caído no chão com uma ferida em minhas costas." Herman comentou.

"E a nossa filha, Herman? Eu espero que ela não morra." Cecília desejou.

"Eu também espero, querida." Herman replicou.

De repente, uma mudança brusca ocorre no eletrocardiograma. Os sinais vitais de Ursula começam a cair e o alarme soa. Herman volta o olhar para Ursula e vê no aparelho os sinais de Ursula começando a baixar e alerta a mulher.

"Querida, enxugue essas lágrimas e vá chamar um médico" Herman pediu.

"Está bem!" Cecília consentiu.

Cecília sai da UTI e grita como uma louca para tentar encontrar um médico.

"MÉDICO! Eu preciso de um médico!" Cecília berrou.

Rapidamente um médico e duas enfermeiras que estavam conversando no balcão da recepção viram Cecília berrando no corredor e foram até ela.

"O que está acontecendo, senhora?" o médico quis saber.

"É a minha filha, doutor. Ela está muito mau, acho que ela vai morrer. Os sinais vitais dela caíram" Cecília relatou.

"Fique calma, nós vamos cuidar disso. Me leve até ela" o médico exclamou.

O médico, as enfermeiras e Cecília correram para a UTI.

Chegando lá,  o médico viu que os sinais vitais de Ursula e outros dados estavam todos zerados e as linhas que ondulavam, retas.

"Rápido,enfermeiras, massagem cardíaca!" o médico exclamou.

"Sim, doutor!" as enfermeiras replicaram juntas.

As enfermeiras foram até o corpo de Ursula e tentaram reanimá-la com a massagem cardíaca. Elas iam se alternando.  Depois elas voltaram seus olhares para o monitor. Os sinais não voltavam. Insistiram mais um pouco na massagem cardíaca. Nada.

"Desfibrilador!" o médico sugeriu.

Uma das enfermeiras foi buscar o desfibrilador enquanto a outra ficou ao lado da paciente.

Minutos depois, a outra enfermeira chega com o desfibrilador e a outra enfermeira se afasta da paciente.

A enfermeira com o desfibrilador  esfrega os aparelhos um no outro para maior contato,  e o introduz no abdômen da paciente. Com um choque, o corpo de Ursula se levanta. Os sinais voltam, mas com pouca intensidade e voltam a cair.

A outra enfermeira tenta a massagem cardíaca.

"Vamos lá, reaja!" exclama a enfermeira.

A enfermeira se afasta e a outra aplica o desfibrilador mais uma vez. Os sinais voltam e caem de novo.

Massagem cardíaca.

"1,2,3, 4...vamos lá, querida!" a enfermeira insiste.

Sem resposta. Herman e Cecília se desesperam ao ver as enfermeiras tentando reanimar Ursula e ela sem nenhuma reação.

Mais uma vez o desfibrilador é usado. Os sinais voltam e caem.

Outra vez é tentada a massagem cardíaca e nada. O médico que supervisionava as enfermeiras continuava atento e esperançoso.

"Terceira tentativa, depois dessa se nós não conseguirmos reanimá-la, nós fizemos tudo o que pudemos." o médico concluiu.

Mais uma vez as enfermeiras usam o desfibrilador e a massagem cardíaca. Nada. os sinais no monitor estavam zerados.

"Nós fizemos o que pudemos. Desculpa, senhor e senhora" o médico declarou.

"O quê? Nós perdemos nossa filha?" Cecília exclamou.

"Infelizmente. Ela não está reagindo...só podemos espera por um milagre. E eu não sou de acreditar nesse tipo de coisa" o médico retrucou.

"Não! Isso não é possível! Eu quero a minha filha de volta!" Cecília contestou.

"Eu sinto muito, senhora" o médico se desculpou.

"Sente muito? E se fosse a sua filha ali, idiota?" Cecília falou retoricamente.

"Olha senhora, eu entendo a sua dor, mas...não há mais nada que possamos fazer para trazê-la de volta" o médico informou.

"Querida,  eu estou vivo pelo menos. Nós podemos tentar fazer mais filhos" Herman retrucou.

"Não, Herman.  Eu quero a Ursula de volta!" Cecília bradou.

"Eu sei, querida. Mas..." Herman tentou confortar a esposa, mas foi em vão.

Enquanto isso, naquele mesmo dia no reduto asiático, Little Asia, a mulher de um vendedor de uma loja de penhores estava em casa, na cama, e sente contrações em seu abdômen. Ela solta um espasmo.

A criada, uma mulher chinesa idosa, vestindo um tradicional vestido chinês verde vai até a gestante.

"Você está bem, senhora Chang?" a criada inquiriu.

"Não! Eu quero que você chame o meu marido. Acho que a criança está querendo nascer" a gestante retrucou.

"Sim, senhora" a criada fez um reverência e se retirou do quarto.

[...]

Algum tempo depois,  o marido da gestante chega. Ele estava vestindo uma camisa regata branca e uma cueca boxer, chinelo de dedo nos pés. Ele estava assistindo TV.

"Olá, querida!" o homem a cumprimentou.

"Sui,  eu acho que vou dar a luz ao nosso filho. " a gestante informou.

"Lin, você quer que eu ligue para um hospital?" Sui inquiriu.

"Não. Essa criança está querendo muito nascer. E...até chegarmos no hospital, vai demorar" Lin contestou.

"Está certo. Sra.Wei, você já fez algum parto antes?" Sui interrogou a criada.

"Bem, para falar a verdade...nunca" a criada atestou.

"Há sempre uma primeira vez para tudo. O que acha de tentar?" Sui sugeriu.

"Bem, acho que pode ser..." a criada falou meio apreensiva.

"Vamos lá! Eu fico com a minha esposa e você fica olhando a criança" Sui retrucou.

Então a criada puxou toda a coberta da cama para fora dela, se aproximou da gestante começou a olhar para a intimidade da gestante. Sui ficou ao lado da esposa segurando na mão dela, e a mulher iniciou o trabalho de parto.

[...]

Algumas horas depois, Lin continuara a gemer e a empurrar a criança para fora de si, até que ele começou a sair.

"Está vindo. Eu já estou vendo a cabeça dela" a criada informou.

"Continue empurrando, Lin" Sui retrucou.

Lin continuara a se esforçar. O esforço que ela fazia era tamanho. Ela de repente ficou toda vermelha e começou a chorar de dor.

Aos poucos a criança foi saindo até que finalmente, após uma última contração da mãe, a criada pegou a criança nas mãos. O bebê começou a espernear alto.  A criada tentou acalmá-lo.

"Calma, nenêm" a criada retrucou.

A criada embalara a criança, para que a mesma não mais chorasse.

"Deixe-me ver o meu filho!" Lin suplicou.

"Está bem. É uma menina muito bonita" a criada comentou.

"Uma menina? Eu esperava um menino!" Sui contestou. Ele ficou bastante irritado ao saber do sexo do bebê.

A criada entregou a menina para a mãe e ela a segurou em seus braços.

"Ela é tão linda." Lin exclamou.

"Sim, ela é" a criada atestou.

"Não. Eu não vou tolerar isso.  Ela será criada como um garoto" Sui praguejou.

"Mas ela é uma garota, assim como a mãe dela, e a criada" Lin contestou.

"Não, Lin. Eu vim planejando várias coisas para o dia que nosso filho nascesse e eu esperava muito que ele fosse um menino, não uma menina." Sui devolveu.

"Mas eu sempre desejei ter uma menina, Sui." Lin sentenciou.

Para Sui, ter tido aquela menina era uma contradição em seus planos, suas expectativas.

[...]

O tempo passou e a pequena bebê havia crescido. O pai dela a vestira como um garoto, e até mesmo pedira que a criada cortasse o cabelo dela bem curto para parecer um.

Sentada em um banquinho perto da pia do banheiro estava a garota que havia sido chamada de Mulan Chang.  Ela vestia uma camiseta branca masculina, uma bermuda também masculina, e tênis masculino.

Os cabelos da garota iam caindo na pia do banheiro.  Mulan se olhava no espelho e começava a verter lágrimas.

"Pare de chorar! Meninos não choram!" o pai da garota exclamou.

"Mas pai, eu sou uma garota!" Mulan contestou.

"Você é um garoto! Eu não tenho uma menina como filho!" Sui contestou.

"Eu sou sua filha!" Mulan exclamou.

"Não!" Sui negou.

Quando a criada acabou de cortar o cabelo da garota, ela acabou se desmanchando em lágrimas.

"Mulan,  não chore." a criada a reconfortou.

"Eu sou uma menina, não um menino!" Mulan começou a bater o punho fechado na pia do banheiro.

"Pare Mulan, você vai acabar se machucando!" a criada aconselhou.

"Vá se lavar!" Sui ordenou.

Relutante, Mulan se levantou do banquinho, tirou as roupas e entrou no chuveiro. O chuveiro era bem velho. Os azulejos no box do banheiro eram todos trincados e amarelados, corroídos pelo tempo. A água era extremamente fria.

Mulan abriu o registro do chuveiro e deixou a água limpar suas mágoas. Ela continuou a chorar enquanto se lavava, ensaboando o corpo.

O choro de Mulan se propagou pelo banheiro,  e fez a mãe dela que estava dormindo na cama após o almoço daquele dia, ir até lá e ver o que estava acontecendo. Ela vestia um vestido curto azul, uma calça jeans, e sapatos de salto da mesma cor do vestido.

Lin chegou no banheiro e viu e se espantou ao ver o marido e a criada na porta do banheiro e a filha no chuveiro.

"O que está acontecendo?" Lin inquiriu.

"Nada, querida" Sui disfarçou.

"Como nada? E esse choro todo?" Lin contestou.

"Na verdade, senhora Chang..." a criada interrompeu.

"Quieta! Eu sou o dono dessa casa e eu mando aqui.  Você não tem nada que abrir o bico.  E você já fez o seu trabalho cortando o cabelo do Lang..." Sui esbravejou.

Sui havia falado aquilo alto e claro, fazendo com que a mulher dele ficasse a par do que ele havia feito.

"Como é que é? Você cortou o cabelo da Mulan?" Lin inquiriu.

"É Lang! E sim, eu cortei o cabelo para o nosso filho ficar com cara de garoto!" Sui revelou.

"É Mulan o nome do nosso filho e é uma garota!" Lin bradou.

"Eu vou chamar de Lang de agora em diante!" Sui insistiu.

"O nome é Mulan!" Lin contestou.

Mulan fechou o registro do chuveiro e a criada pegou uma toalha no pequeno armário do banheiro e a cobriu.

"Se enxugue" a criada retrucou.

Mulan enxugou o corpo com a toalha e depois devolveu a toalha para a criada.

Ela então recolheu a roupa do chão e a vestiu.

Sui e Lin pararam de discutir e voltaram seu olhar para Mulan.

"Olha só! Aqui está o meu garoto Lang!" Sui retrucou.

"Lang? O meu nome é Mulan" Mulan contestou.

"É Lang! O seu nome agora é esse!" Sui insistiu.

"Mulan!" Mulan exclamou.

"Lang!" Sui devolveu.

"Eu vou providenciar novas roupas para você e para não contestarem, você vai trabalhar comigo na loja de penhores" Sui comentou.

"Mas, eu não quero, pai! Eu quero trabalhar com a mamãe na floricultura, fazer amigos, me divertir em baladas..." Mulan devolveu.

"Você vai trabalhar comigo e vai se vestir como garoto todos os dias" Sui continuou a insistir.

"Eu não quero!"

E assim nasceu Mulan, ou Lang.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Algumas coisas sobre esse capítulo:

Ursula Hale: Para a personificação de Artemis na Terra, eu não tive muitas opções de nomes que fossem similares a "Artemis", então resolvi escolher "Ursula", por causa de uma garota que eu tinha um crush quando eu estava na escola, e porque segundo um documentário que eu vi, "Ursula" vem do latim "Ursus" que significa "Urso".

Lang - Em chinês significa "Onda" então acho que combinou com a "transição" de Mulan. Segundo um site que eu vi, se traduzir "Lang" para o inglês significa "Lobo".

Mulan é representada aqui pela atriz chinesa Katie Leung que fez a personagem "Cho Chang" nos filmes de Harry Potter. Eu gosto dela, e achei que ela ficava bem como Mulan. Mas cogitei outros nomes, porém a que ficou melhor foi a Katie.

Sui, o pai de Mulan é representado pelo ator chinês Tzi Ma, que esteve na série Ounce Upon A Time como o sábio chamado Dragão, na segunda temporada da série.

Espero que tenham gostado desse capítulo^^

Até mais!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Efeito Cinderela" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.