– Deixa eu ir por favoooorrrr! - implorei para a Carol.

– E se lá for perigoso?

– Mas e se não for? Eu sei me defender!

– Mas quem vai cuidar da Judy e daquele cara?

– Eu cuido - se prontificou Tyreese interrompendo a nossa discussão - Deixa a menina ir Carol, você nem sabe o que tem no Término, ela pode te ajudar.

– Ok, mas seja discreta - fala se redendo.

– EBA, VALEU VALEU VALEU ! - falei dando pulinhos e abraçando a Carol.

Eu sei que parece besteira se animar por louca coisa, mas tinha uma grande chance do Noah e do Thomas estarem lá.

Saimos da casa e começamos a andar, a nossa sorte era de que tinha poucos zumbis no caminho.

[...]

– O que aconteceu aqui? - perguntou Carol atordoada.

– De parece que o Terminus não é nem um puco seguro - falei olhando o local em chamas.

– Venha, temos que ver se o nosso pessoal está ali dentro.

Segui a Carol temendo pela vida do Noah e do Thomas, afinal se eles de fato estivesse lá tem a possibilidade de estarem mortos.

A Carol teve a brilhante ideia de dissecar um zumbi que nós encontramos no caminho e colocar as tripas e o sangue dele em nossas roupas, eu perguntei o motivo daquilo e ela responde que se nós cheirassemos a eles, eles não iriam nos perceber. Entramos no Terminus e eu percebi que a Carol estava certa, os zumbis passavam por nós e ignoravam a nossa presença.

Eu falei para Carol que era melhor nós nos separar, pois aí ficaria mais rápido encontrar o que queríamos. Cada uma foi para um lado.

Fiquei andando sem rumo olhando atentamente o local, ele não parecia muito agradável. Estava distraída quando alga coisa bate em mim me fazendo ir ao chão.

– Mas que merda! - falo com a mão na cabeça, com certeza se formaria um halo alí.

– Sonya? - pergunta uma voz vagamente familiar.

– Rick? - pergunto olhando para ele.

– O que você está fazendo aqui?

– Estou com a Carol, ela achou que provavelmente algum de vocês estivessem aqui.

– Carol? - pergunta ele parecendo perturbado com a minha última informação.

– É ela está viva - falo com preguiça de explicar tudo - O Noah está com vocês?

– Nem ele nem o Thomas, sinto muito.

– Tudo bem - falo abaixando a cabeça evitando chorar na frente dele.

– Você pode nos fazer um favor? - pergunta o Dixon, de onde ele surgiu?

– Claro!

– Está vendo aquele "caixote"? - assenti com a cabeça - Então o Glenn e os outros estão presos nele, você pode liberta-los?

– Posso - respondo animada por ser útil em alguma coisa.

Ando calmamente em direção ao caixote e começo a escutar sussurros vindos lá de dentro, rapidamente quebrei a corrente e abri as portas.

Encarei as pessoas que estavam lá sem saber ao certo o que dizer, foi quando a Maggie resolve se pronunciar:

– Sonya? Ai meu Deus você está viva! - falou me puxando para um abraço.

– É, eu estou - falei passando a mão pelo cabelo - Oi Glenn, Michonne, Sasha, Capeta e outros seres que eu não conheço - cumprimentei fazendo o projeto de xerife olhar feio para mim.

Os outros nada disseram só olharam para mim incrédulos como se fosse impossível eu ter sobrevivido esse tempo todo sozinha. Revirei os olhos com esse pensamento, qual é? Eu conseguia dar conta disso, mesmo que eu tenha ficado junto à Carol e ao Ty eu conseguiria ficar sozinha por um tempo sem morrer.

– Vocês querem sair desse lugar ou não? - perguntei impaciente vendo que eles não iriam fazer nada.

– Vamos gente - falou um homem ruivo e grande, ele me lembrava vagamente o Hagrid (o do livro pois no filme ele não era ruivo).

Saimos por aí até achar o Rick e o Dixon, ambos com a blusa encharcada com sangue de zumbi, bem, eu esperava que o sangue fosse de zumbi.

– Vocês acharam a Carol? - perguntei esperançosa.

– Não - falou Daryl.

– Pera - falou o Capeta se pronunciando pela primeira vez - Você estava com a Carol? - perguntou surpreso.

– Se eu falei... - revirei os olhos diante à estupidez da pergunta dele.

– Vocês quem ficar discutindo aí ou querem sair daqui? - falou uma mulher que eu não conhecia.

– Vamos seguir os trilhos, assim fica mais fácil da Carol nos encontrar - sugeri.

– Ok, vamos fazer isso - falou Daryl.

Devem ter se passado uns 3 minutos que nós saímos e o Carl não parava de reclamar.

– Mas eu juro que a Miller está nos levando para uma armadilha! Aí quando a gente chegar lá ela nos mata e come a nossa carne!

– Acredite Carl, eu não comeria você nem se eu estivesse passando muita fome - falei já cansada daquela discussão.

– Por que? Vai me dizer que você está apaixonada por mim e que não conseguiria me matar? - falou me provocando.

– Não, é que se o seu cheiro já é assim, eu não quero nem saber de como é o seu sabor - falei fazendo o homem ruivo que estava do meu lado rir.

Carl não disse nada apenas fez uma cara de "cu' e me mandou o seu feioso dedo do meio. Eu comecei a rir da cara dele mas rapidamente me calei quando escutei um barulho de traz das árvores.

– Escutaram isso? - perguntou Rick, nós olhamos para ele e afirmamos com a cabeça. Apontamos a arma para o lugar de onde veio.

– Você não vão atirar em mim né? - perguntou Carol levantando as mãos em sinal de rendição.

Bom, a cena que ocorreu foi comovente, envolvendo beijos, abraços e explicações, eu só não vou narrar porque coisas fofas (tirando a Judith) me enjoam.

Logo depois desse "mimimi" todo, nós fomos para a casa onde estavam o Ty e a Judy.

– Ei, você é gay? - pergunto à Carl enquanto caminhavamos.

– Não! - fala rápido de mais para o meu gosto - Por que? - pergunta me olhando com raiva.

– Nada... É que você parece uma menina com o cabelo grande.

– O que isso tem a ver com o fato de eu ser gay?

– Então você é - pergunto olhando maliciosamente para ele.

– NÃO!!! - fala ele provavelmente querendo me bater.

– CHEGAMOS - gritou Carol interrompendo a nossa discussão.

No exato momento em que ela disse isso o Tyreese saiu, com a Judith nos braços, da pequena cabana. Eu vi de canto dos olhos Carl e Rick se emocionarem ao verem sua irmã/filha e irem correndo em sua direção. Virei o rosto para não ter que ver aquela melação toda e vi uma horda de zumbis se aproximando, puxei o braço de Daryl e apontei em direção aos zumbis.

– Eu odeio atrapalhar o momento "família feliz" mas acho que nós temos que ir - falou mal humorado apontando para a horda.

Rapidamente entrei na cabana e peguei os nossos suprimentos, contornando cuidadosamente o homem que parecia estar morto (não me perguntei como isso aconteceu, porque não foi no meu turno).

– Ótimo, o que nós vamos fazer? - pergunta uma mulher, que eu não conhecia, quando eu saí da casa.

– Vamos achar um lugar seguro - fala Rick - Eu prometo.

É, eu só quero ver no que isso vai dar.