POV’S Angel Aura

O que estava rolando aqui, meu povo? Puxa, aqueles mágicos e o Freddy estão tão...estranhos!

Quando eu perguntei ao meu amigo, Bonbon, ele disse que não sabia de nada e pareceu igualmente intrigado.

—Mas esquece!-disse ele- vamos brincar!

Fiz que “não” com a cabeça.

—Não quero brincar-resmungo-quero respostas!

Ele dá de ombros.

—Dá um toque na Ruby, acho que ela sabe o que tá rolando-sugere Bonbon.

—Venha comigo!-convido.

Ele dispensa com gesto de mão.

—Prometi ajudar o tio Frederick com as peças dele!-disse o coelho azul, antes de sair saltitando alegre, cantando musiquinhas japoneses.

Às vezes, acho que Bonbon é fã da Hatsune Miku e saiu de algum mangá shoujo! Só pode ser isso!

Dando de ombros, abri minhas asas e planei um pouco, cumprimentando todos alegremente, até que finalmente avistei uma familiar cabeleira ruiva e espessa.

Lá estava Ruby, com um copinho de café na mão, conversando com um asiático, de cabelos negros, pele amarelada e olhos castanhos. Ele segurava uma prancheta.

Quando ela me viu, acenou. O asiático sorriu carinhosamente, antes de se despedir de Ruby e sumir na multidão de gente, como um ninja.

Pousei em frente a ruiva, que ajeitou seus óculos tortos e sorriu.

—Olá, Angel-cumprimentou ela cordialmente-algum problema?

—O que diabos está acontecendo?-pergunto-está tudo tão estranho!

Ela suspira.

—Estamos passando por momentos...complicados, querida-diz ela-precisamos de tempo para nos assegurarmos de que tudo ficará bem...por que não se distrai um pouco? Passeie por aí com Nio e Jason, eles estão sozinhos a um tempo!

Assinto ligeiramente, um pouco irritada por ter sido ignorada e tratada como criança. Abro novamente minhas asas, me despeço da cientista e voo, planando por aí, tentando vislumbrar Nio e Jason.

Logo, avisto-os, conversando num canto afastado dos demais. Sorrindo, pouso na frente deles, sobressaltando-os.

Quando percebem que é apenas eu, se acalmam. Nio sorri amigavelmente, e Jason só dá um leve aceno de cabeça, evitando contato visual. Sorrio animadamente.

—Olá, Nio, oi, Jason!-cumprimento alegremente, pulando de uma perna só- tudo bem com vocês?

—Olá, Angel-diz Nio, contente.

Olho, indagadora, para Jason, que só murmura algo incompreensível, talvez um tímido “olá”.

Não sei, ele é muito caladão, é difícil dizer! Jason é tão...misterioso!

—E então, Angel, algum problema?-pergunta Nio, curiosa.

—É que eu quero passear pela pizzaria-digo-tem muita sala legal para conhecer. Quero companhia. Podem vir comigo?

Nio olha rapidamente para Jason. O garoto a encara e eles ficam assim, olhando um para o outro. Parece uma conversa, um entendimento mútuo. Por fim, Jason murmura mais alguma coisa e Nio assente.

—Jason prefere ficar...-diz Nio timidamente.

Suspiro, triste, mas logo sorrio alegremente.

—O.k., vou falar com o Ghost!-exclamo.

Antes que eles falem algo, saio voando numa rajada alta.

POV’S Ghost

Depois de minha declaração para Mari e um tour por mais quinhentas salas, antes de ser barrado pela energética Angel Aura.

A garota de características de dragão planou acima de mim e sorriu alegremente, como se tivesse ingerido muito açúcar e altos níveis de cafeína.

Esboço um sorriso.

—Olá, Angel-cumprimento.

—Olá, Ghost!-exclamou ela, empolgada.

—O que foi?-pergunto.

—Quero passear, me acompanhe!-insiste ela- por favor, Ghost!-ela dá um olhar de “cachorrinho-pidão-triste-que-caiu-do-caminhão-de-mudanças”.

Suspiro, mas sorrio.

—Certo, Angel, te acompanho!-digo.

Ela rodopia no ar e bate palmas, empolgada.

—Vamos, vamos, vamos, menino Whirl!-exclama ela.

—Estou indo!-falo- mas para onde vamos, Angel?

—Passear, caminhar, conhecer essa pizzaria maluca!-cantarola ela.

Dando de ombros, vou seguindo-a pela, desviando das pessoas e animatronics que encontrava.

Logo, estávamos do lado de fora daquela sala bizarra dos mágicos. Respiro profundamente o ar frio da noite que penetrava na pizzaria.

A pizzaria estava escura como nunca, e tinha um ar sombrio que não era visível antes.

Talvez saber que pessoas haviam sido mortas ali contribuísse por aquele clima macabro e sinistro...

Sentindo um calafrio na espinha, me viro para Angel Aura, que parecia empolgada. Antes que pudéssemos dizer algo, ouvimos uma voz familiar:

—Fazzfuck, não é perigoso vir aqui com esses bichos rondando?-era a voz do...Víncent?! Ah, aquele bastardo estúpido!

Alguém bufou.

—Pare de ser tão galinha, Víncentinho!-uma voz feminina sedutora repreendeu, divertida.

Ouvirmos risadas, e Fazzbear logo disse:

—Nossa amada tem razão, Vínce. Venha...

E ouvimos o som de uma porta ser fechada. Olhei para Angel Aura. Ouvi um entendimento entre nós, então, silenciosamente, fomos andando, seguindo o som da conversa.

Para pessoas que deveriam ser furtivas, parecia um carnaval!

Paramos em frente ao escritório de Fazzbear e colamos os ouvidos na porta. Começamos a ouvir o papo.

—Então, minha missão é...me livrar desses brinquedinhos?-ouvimos a mulher desdenhar, cética.

—Sim, gata, mas eles são perigosos-diz Víncent.

Arrisco a olhar pela janelinha da porta. Vi Víncent, Charlie e uma moça.

Ela era bonita, de cabelos soltos e loiros, olhos castanhos num tom escuro e pele clara. Vestia uma camiseta de malha colada preta, jaqueta e jeans escuro e sapatos e luvas da cor de uma ônix. Segurava uma pistola e uma faca pontiaguda.

—Podemos contar com você, Lívia?-pergunta Fazzbear.

A mulher sorri diabolicamente.

—Agora, vamos quebrar o estereótipo de que apenas os mocinhos vencem-diz a loira.

Percebi que ela estava sentada no colo de Víncent, brincando descaradamente com ele.

—Sim, boneca-concorda Fazzbear- é agora...

Olho para Angel, assustado. Ela parece igualmente nervosa. Então, corremos silenciosamente, prontos para avisar aos outros.

Agora, Víncent e Fazzbear tem uma aliada poderosa.

Poderosa até demais.