POV’S Âmber

Aquele lugar necessitava urgentemente de uma limpeza. Pelo amor de * Harley Procter e James Gamble, ninguém limpava aquela pizzaria?! Eu vi manchas pelo chão, tufos de poeira e mofo pelo teto! Argh, não me levem a mal, mas sujeira e eu...não é uma combinação nem um pouco boa! Fiquei tentada a limpar aquele lugar inteiro!

Certo, até agora, tirando a sujeira, a pizzaria é bem aconchegante. Lively explicou nossas funções e tudo o mais. Ah, divertir as crianças, vai ser tão, tão...maravilhoso! Eu amo crianças!

–Bem, e agora?-perguntou Tiger, coçando o queixo de modo pensativo-apresentamos todos os lugares que conhecemos, então...

Bolt levantou a mão.

–Eu sei o que podemos fazer!-disse aquele energético garoto-vamos comer a torta do Wolff! Eu ainda estou com fome!-ele encarou a mim, Blake e Hunter, seus olhos cor-de-rosa brilhando-vocês querem comer com a gente?

Hunter sorriu.

–Com certeza!-disse o lobo branco.

Blake bufou.

–Tanto faz-disse o lobo negro.

Eu fiquei um pouco acanhada.

–Tudo bem...-eu não sabia se podia confiar nesses pessoal estranho. Eu precisaria de um pouco de tempo.

Bolt bateu palminhas como uma criança de três anos.

–Oba!-comemorou ele- vamos, queremos mostrar a nossa sala!

Segui aquele pessoal. Eles nos levaram a uma sala enorme, o chão colorido, as paredes brancas, um barzinho num canto, um palco com holofotes. Nós nos sentamos numa mesinha de bar. Blake estava encostado numa parede, distante, então, eu tive que aturar Hunter, que não parava de lançar cantadas péssimas.

Wolff, o DJ lobo cinzento, serviu torta alemã. Eu cutuquei minha fatia com o garfo, meio desconfiada. Wolff olhou pra mim com uma cara engraçada.

–Qual é o problema, Âmber?-perguntou o lobo cinzento- a torta não tá boa?

Forcei um sorriso.

–Estou sem fome-menti.

Ele arqueou uma sobrancelha, desconfiado.

–Tudo bem-disse ele, por fim- me dê seu pedaço e eu guardo na geladeira pra você...

Estendi o prato com a torta e ele guardou na geladeira. Ao meu lado, Hunter devorava sua terceira fatia.

–Ah, cara, isso é muito bom!-disse o lobo branco, a boca cheia de torta.

Eu me afastei daquele maluco. Olhei para o palco e vi Bolt, Wolff, Lively e Tiger brincando de uma batalha de Rap; Blake estava num canto mais afastado, comendo sua torta em silêncio; Hunter terminou de comer e foi brincar com os outros no palco.

Eu? Fiquei sentada na mesinha de bar, deslocada. Suspirei.

–Ei, vamos brincar-surpresa, me virei pra trás e vi Lively sorrindo para mim.

Eu dei um sorriso sem-graça.

–Desculpe, não me leve a mal, mas estou um pouco...cansada, sabe?-eu me sentia mal em mentir, mas eu não sabia se podia confiar nela.

Ela sorriu e deu de ombros.

–Tudo bem-disse Lively-então, se não quer brincar, por que não dá um passeio pela pizzaria? Talvez encontre algo legal pra fazer...

Pensei um pouco; até que era uma boa ideia... Assenti de leve para Lively.

–Certo, vou fazer isso...-falei.

Ela sorriu.

–Até daqui a pouco, Âmber-disse ela.

Saí para explorar a pizzaria. O primeiro lugar que meio a mente foi aquele em que saí, perto do palco. Eu estava passando por um corredor escuro, quando ouço uma voz:

–Olá, senhorita! O que faz por aqui?-tomei um susto e quase gritei. Virei para trás e vi um rapaz estranho dentro de uma caixa. Ele tinha cabelos negros e pele pálida, olhos violetas e linhas roxas debaixo dos olhos que iam até suas bochechas. Se vestia no estilo vitoriano. Ele deu um sorriso, apoiado com os cotovelos na caixa.

–Quem é você?-perguntei, automaticamente dando um passo para trás.

Ele ergueu as mãos pedindo calma.

–Eu sou o Marionete- apresentou-se ele-fique calma, não vou fazer nada!

Ergui uma sobrancelha, ainda desconfiada.

–Qual é o seu nome, senhorita?-perguntou Marionete.

–Todos me chamam de Âmber-respondi.

–Belo nome-comentou Marionete-como a senhorita, aliás...

Ele era bem mais cavalheiro que Hunter. Com certeza. Fiquei sem-graça com o elogio.

–Bem, como você é nova por aqui-começou Marionete-vou te dar um presente...

Meus olhos se estreitaram.

–Que tipo de presente?-perguntei.

Ele entrou dentro da caixa. Me aproximei e espiei dentro dela, e logo, Marionete saiu, quase trombando em mim. Ele me estendeu uma pelúcia idêntica a ele. Peguei o brinquedo, hesitante. Era uma gracinha!

–É lindo!-elogiei.

–Que bom que gostou!-disse Marionete, sorrindo.

–Foi você quem fez?-perguntei, curiosa.

Ele assentiu, rindo.

–Bem, é um belo trabalho-comentei.

Ele deu de ombros.

–Faço o que posso-respondeu Marionete-essa pelúcia vai fazer você nunca me esquecer. Até mais, Âmber!-ele entrou dentro da caixa.

Sorri e voltei saltitante para “Ballade”, agarrada a pelúcia.