POV’S Diana

Eu realmente não esperava esse comportamento dos animatronics. Posso não ser perita na área de robótica, mas tenho quase cento por cento de certeza que ainda não foi descoberto como dar emoções a máquinas.

Mas ali estava, bem na minha frente, um monte de animatronics abraçando uma desconhecida garota, murmurando palavras e frases compreensivas, como se fossem uma família.

Isso era tão...surpreendente.

Eu olhei para meu pai, que exibia um caloroso sorriso. Parecia feliz com a cena, como se sua missão estivesse cumprida.

Então, outra bomba cai. BUM!

Meu pai decide chamar Louise Monné.

Louise era nossa prima de dezesseis anos, uma garota francesa e bem-sucedida no ramo de tecnologia. Ela havia ajudado meu pai com esquemas, desenhos, diagramas, fornecimento de materiais e a construir um núcleo de-se-lá-o-que para “dar vida” aos animatronics.

Bem, eles parecem bem vivos para mim.

O único problema de Louise era que nossa prima era filha do tio Henry. Henry e papai se odeiam, não se sabe ao certo o porquê. Eles só...se odeiam. Quero só ver no que vai dar quando nos encontrarmos.

Saí de meus pensamentos quando meu pai pigarreia alto.

–Pessoal, já deu...-disse meu pai.

Percebo que o pigarreio não foi para mim, mas sim para os animatronics, que ainda estavam grudados em Anne. Lentamente, os robôs se afastaram, dando últimos abraços, tapinhas nas costas e beijinhos na testa.

Anne se despede de todos e se posta ao lado de Michael, que a segura pela mão.

Alguém ficou com ciúmes? Sei não, hein, Michael Robbins...

Bem, meu pai sorri.

–Eu vou me livrar de Víncent e Fazzbear-anunciou ele- venham- ele chamou a mim, a mamãe, Vaneloppe, Mike, Ana, Anne e Michael.

Acenei uma última vez para os animatronics, que acenaram e sorriram de volta, então, saí com meus pais.

POV’S Ruby

Eu, Âmber, Goldie e Puppet estávamos conversando. Eu estava simplesmente abismada em saber que uma mãe havia feito isso com a própria filha! Isso...não é uma mãe! Goldie colocou a mão em meu ombro, como se para me reconfortar. Olhei para o urso dourado, que só sorriu de modo compreensivo.

–Relaxe, Ruby-pediu Goldie- nós todos estamos indignados com isso, mas precisamos nos acalmar. Michael e Frederick já resolveram o problema, tenho certeza...

Suspirei.

–Tomara que sim-resmungei, entre dentes. Eu ainda estava irritada por tal barbaridade. Que mãe desnaturada e sem escrúpulos!- ainda sim, o que aquela pobre menina passou é...imperdoável...

Âmber assentiu, também chocada. Marionete (ou “Marion”) a abraçou de modo reconfortante.

Nosso grupinho ficou em silêncio por uns tempos, até que Ballon Boy se aproximou timidamente. Marion bagunçou os cabelos do pequeno de forma amigável.

–O que você fez foi muito bonito, Ballon Boy...-comentou Marion, orgulhoso.

Âmber sorriu.

–Sim-afirmou a raposa branca- o que você fez foi algo muito lindo, um gesto pequeno, mas de grande importância...

–Mandou bem, guri-falou Goldie, descontraído, ao meu lado.

Abri um caloroso sorriso para o menino dos balões.

–Muito bem, garoto, você fez uma coisa que ninguém teve a iniciativa de realizar- elogiei.

Ballon Boy corou, mesmo que já tivesse as bochechas vermelhas características de um “Toy”. Era engraçado ver um “Toy” corar; as bochechas deles começam a brilhar, como se fossem luzes LED.

–Bem, eu só achei que seria o certo a fazer...-comentou o menino timidamente- ela parecia triste, então...

–Não se diminua tanto-cortou Goldie- foi algo muito bonito, guri. Estamos orgulhosos.

Ballon Boy estufou o peito.

–Obrigado...-murmurou ele, antes de se retirar.

Acompanhei o garoto e vi que, por onde quer que ele passasse, recebia frases orgulhosas e tapinhas nas costas.

–É, o guri conseguiu a atenção que queria...-observou Goldie, seguindo meu olhar.

Assenti.

–Ele merece-comentei.

Goldie assentiu. Então, voltou-se para Marion.

–Ei, Marion, você já contou para a Âmber que dorme com uma pelúcia igualzinha a ela desde o dia em que se conheceram?-perguntou Goldie, sorrindo travessamente.

Marion corou fortemente.

–GOLDIE!-exclamou Marionete- era segredo, seu linguarudo dourado!

Todos explodimos em altas gargalhadas.

POV’S Charlie

Minha sobrinha vai casar com Michael Robbins! Ah, que dia lindo, colorido! Ei, não me leve a mal. Amo minha sobrinha mais do que tudo e todos, o.k.? Não quer dizer que só por quê mandei matar uma ou duas crianças a sangue frio que eu não tenho sentimentos! Afinal, eu nem mandei matar todas! Umas já estavam mortas, só recolhíamos os corpos! Então, nem venham me criticar, sou só uma vítima dessa sociedade vil e hipócrita.

–Yay, é, é, é isso aí, minha sobrinha vai casar, hum, é isso aí!-eu cantava, dançando na sala de estar.

Poucos sabem que sou muito melhor que a Lady Gaga e a Beyonce, mas é a verdade.

Víncent me fulminou com o olhar.

–Que foi, a dancinha não ficou legal?-perguntei.

–Não me lembre que sua sobrinha vai casar com aquele idiota!-resmungou Víncent, entre dentes.

–Não chame o futuro esposo da minha sobrinha de “Idiota”, Vínce!-reclamei- vamos, é hora de comemorar!

–Ah, cale-se, Lady BeyonceBear-resmungou Víncent.

Dei de ombros e voltei para minha dancinha, até que cansei e me sentei na poltrona. No mesmo momento, Frederick e sua família retornaram.

Ainda bem que parei de dançar!

Toda a família Robbins, Anne e meus seguranças sorriram.

–Bem, Fazzbear, o papo estava ótimo, mas está ficando um pouco tarde, então...-começou Frederick.

–Eu já vou indo, tenho trabalho amanhã, sabe? Preciso cuidar de uns fornecedores da pizzaira...-comentei- bem, foi um prazer! Obrigado pelo jantar e pela linda notícia!

Me despedi de todos, arrastando um mal-humorado Víncent para o elevador.

Comecei a dançar de novo.

–Eles vão casar, ou, yes!-eu cantava.

POV’S Frederick
Assim que Charlie e Víncent foram embora, começamos a arrumar o local. Vaneloppe e Diana cuidaram de arrumar os talheres, copos e pratos no armário, Michael e Anne lavavam a louça (acabaram tomando um belo banho) e eu e Lucy arrumávamos a casa.

Depois, fomos ver os animatronics e ficamos surpresos ao ver que todos dormiam serenamente.

Havia sido um dia bem agitado, afinal de contas.

Levamos as malas de Anne para o carro. Lucy perguntou se eu iria para casa, mas eu disse que não. Nos despedimos e eles rumaram para o nosso lar.

Voltei para o meu escritório e peguei os inúmeros desenhos que eu havia feito com Ballon Boy.

Hora de pôr a mão na massa!