O impacto na rede foi dolorido, mas foi um alívio. Muito melhor do que cair no concreto e morrer. Pensar nisso me faz rir, me faz esquecer tudo de dificil que tenho que passar.
De repente sinto a rede ser puxada e eu vou rolando até a beirada, um rapaz me ajuda a descer. De início eu não prestei atenção no rapaz, mas assim que me firmei no chão olhei para ele.
Ele é bonito, mas tem algo mais. Ele está machucado, isso está nos olhos dele.
- Alguém te empurrou? - Ele pergunta.
- Não.
- Qual o seu nome?
- Bea... - Não sei se devo usar meu nome, quero deixar o passado de Abnegação para trás.
- É um nome difícil? Você pode mudar agora, mas é a sua única chance.
- Tá... Tris! - Digo confiante depois de alguns segundos.
Ele me lançou, que eu acho ser o começo de um sorriso e gritou por cima do ombro:
- Primeira a pular: Tris!
Várias pessoas estavam ali, mas eu só tinha percebido ele.
- Bem vinda a Audácia!
- Obrigada.
Esse foi o momento onde tudo começou.
Quando todos pularam os nascidos na Audácia foram separados dos transferidos. Assim que todos estavam em seu lugar o rapaz que me ajudou se colocou em frente do grupo e começou a falar.
- Meu nome é Quatro, eu vou ser o instrutor se vocês.
O dia foi tão calmo quanto qualquer coisa que envolva os Audaciosos, fizemos várias coisas, mas no final tivemos um tempo para dar uma circulada no lugar.
Eu estava andando sozinha, encontrei um corredor vazio e quieto, o que é algo difícil se tratando so complexo da Audácia.
Fiquei uns vinte minutos sentada na calmaria que me lembrava minha mãe.
- O que você está fazendo aqui Inicianta?
Quando olho para cima vejo o Quatro, ele estava parado no meio do corredor com os braços cruzados me olhando, não um olhar intimidante como ele costuma dar para todo mundo, era mais do tipo curioso.
- Nada. Só pensando.
- Tudo bem. - Ele disse e veio sentar do meu lado, claro que eu estranhei, ele era o cara mais antisocial que eu vi na Audácia, ele é quase como um Abnegado. Quase.
- Então, transferida da Abnegação. É uma grande mudança.
- Sim. Vou precisar me acostumar com todo mundo tocando todo mundo sem motivo. Mas eu prefiro aqui.
- Não gostava da Abnegação? - Ele perguntou se virando para me olhar, eu também vireie percebi o quão perto estavamos, nós respiravamos o mesmo ar.
- Eu não me encaixava. - Eu sussurei.
- Te entendo.
A distância entre nós estava elétrica, eu podia sentir. Será que ele sentia?
Nós estavamos olhando fixamente nos olhos um do outro. Sinto como se ele estivesse dispindo a minha alma e descobrindo todos os meus segredos.
- Eu devo ir. - Ele disse e se levantou. - Até mais Tris.
E ele sai andando até sumir. O lugar onde ele estava ainda está com sua presença, isso foi algo estranho. Não sei se sou previlegiada por esse momento de paz com ele, mas acho que não.
No outro dia no primeiro dia de treino percebi que não. Ele pegou demais no meu pé. Careta isso, careta aquilo, mas tem algo de bom nos olhos dele sempre que ele fala comigo. E eu vou descobrir mais disso...