Fiquei um tempo em silêncio, meio surpresa com a pergunta e logo depois sorri.
–Quero.
Armin sorriu de volta e estava perto de me beijar novamente, quando Alexy entra no quarto com três copos de suco. Na hora nos separamos, meio constrangidos. Alexy deu um sorriso malicioso.
–Atrapalhei algo?
–N-não! -Eu e o Armin dissemos ou mesmo tempo.
Alexy riu ao ver a nossa reação.
–Aqui. Trouxe suco para nós! -Alexy disse sentando do nosso lado e colocando os sucos perto de nós.
–É de que? -Perguntei.
–Laranja.
–Hum! Adoro suco de laranja!
Armin pegou um copo e deu um gole. Fiz o mesmo.
–Então, o que vocês vão fazer nas férias?
–Nós vamos na casa de uns parentes. -Alexy respondeu e logo em seguida deu um gole no suco.
–Mas não ficaremos as férias inteiras lá. -Armin completou. -E você? Vai fazer o que?
–Bem... Ainda não sei. Provavelmente vou fazer o que sempre faço nas férias. Ler, jogar, comer e dormir. Mas talvez eu vá à praia.
–Meus pêsames. -Disse Armin.
–Huh?
–Sol forte. -Alexy disse.
–Ah, sim! Não gosto de sol forte também, mas fazer o quê. Sabem o que eu estava pensando?
–O que? -Eles perguntaram.
–Estou pensando em pintar o meu cabelo. Sempre tive uma certa vontade de pintá-lo.
–De qual cor? -Alexy perguntou animado.
–Roxo! O que acham?
–Ficaria bonita de qualquer jeito! -Armin sorriu.
–Eu acho que é uma ótima idéia! Podemos ir à um salão hoje ainda!
–Hoje? Acho que não dá, meus pais surtam se eu aparecer do nada com o cabelo roxo!
–Então vamos falar com eles! -Alexy disse me puxando.
–Agora?
–Agora!
–Mas...
–Sem mas! Vamos! -Alexy se mostrava empolgado.
–Espera! Me deixa ao menos pegar a minha mochila!
–Hum. Tá, vai lá.
Sorri e voltei ao quarto para pegar a minha mochila.
–Você vem Armin? -Disse pegando a minha mochila que estava em cima da cama do Armin.
–Vou! -Ele disse se levantando. -Quero ver no que isso vai dar!
Saímos e começamos a andar no caminho para a minha casa.
–Olha... Eu duvido um pouco que eles deixem. A minha mãe é de boa, ela é mais do tipo que fala "O cabelo cresce!", então ela até deixaria. Mas não sei o meu pai.
–Fica fria! Eu te ajudo! -Disse Alexy.
–Você está mais animado que eu, Alexy!
–Ah, acho que é uma boa idéia. É bom dar uma mudada no visual, por isso estou animado!
Depois de um tempo chegamos na minha casa e entramos. Todos estavam na sala, menos o Daniel. Daniel está trabalhando? Ainda não o vi desde que acordei!
–Oi mãe! Oi pai...
–Oi filha. -Os dois responderam.
–Eu tenho uma coisa para pedir!
–Sim? -A mãe perguntou curiosa.
–Posso pintar o meu cabelo de roxo?
Meu pai engasgou quando tomava o seu café e a minha mãe se mostrava surpresa. Ela sorriu.
–Mas é claro que p...
–Não! -O pai a enterrompeu.
–Por que? -Dei uma rápida olhada para o Alexy como quem dissesse "Viu?" e voltei a olhar para o meu pai.
–Qual o problema de pintar o cabelo? -Perguntei.
–Isso é coisa para... -Ele parou para pensar por um instante. -Delinquentes!
Puxei Alexy para o meu lado.
–E ele por acaso tem cara de delinquente?
Sério que o meu pai disse isso? Não acredito! Que desculpa mais esfarrapada! Coisa para delinquentes, é? Alexy deu um sorriso para o meu pai.
–Bem... Não.
–Pois é, né! -Escutei Alexy rir do meu lado, mas foi tão baixo que acho que apenas eu percebi, já que ele estava do meu lado.
–Philippe... Deixe ela. Cabelo cresce! Se não ficar bom ele vai crescer de novo e sem a tinta! -Não disse que ela falaria isso? Hehe.
Meu pai bufou.
–Faça o que quiser. -Ele disse indo para a cozinha para pegar mais café.
–Precisa que eu te dê dinheiro, filha? -Minha mãe perguntou sorridente.
–Não, vou usar um dinheiro que ganhei da tia!
–E quanto é? Pode não ser o suficiente. Salão normalmente é meio caro.
–São cem reais mãe, não precisa me dar mais!
–E se faltar, eu dou um pouco do meu dinheiro! -Alexy sorriu. Fiquei meio surpresa, porém feliz.
–Não vai precisar dar do seu dinheiro, Alexy! Bom, vou pegar o meu dinheiro.
–Posso chamar a Rosa para ir com a gente? -Alexy perguntou.
–Mas é claro! -Disse subindo as escadas para ir ao meu quarto.
–Pov's Armin on-
Alexy foi para o lado de fora, ligando para a Rosa. Sentei no sofá e percebi a mãe da Lily olhar para mim com um sorriso um tanto estranho.
–Com licença... Há algo errado, dona Lúcia?
–Não, nada. -Ela respondeu sorridente. A mãe da Lily é uma pessoa alegre, não? -Vocês estão namorando, não é?
–Huh? -Assustei um pouco com a pergunta dela. Onde ela quer chegar? -Sim, estamos.
Ela sorriu.
–Aposto que na primeira vez em que ela te viu, a primeira coisa que ela reparou foram seus olhos. Eles são muito bonitos.
–Obrigado. -Sorri. -Com licença... Lily está demorando um pouco para voltar.
Ela fez que sim com a cabeça e eu levantei, indo para o quarto da Lily.
–Pov's Lily on-
Droga! Onde está? Onde eu deixei? Comecei a revirar a minha gaveta. Depois de um tempo ouvi alguém abrir a porta do meu quarto.
–Lily?
–Oi Armin. -Disse me virando para falar com ele. -Não estou achando o dinheiro. Não está na minha cômoda, lembro de deixá-lo aqui...
–Quer que eu te ajude? Assim poderemos ir mais rápido!
–Quero! Não sou boa em procurar coisas, nunca fui...
Eu e Armin começamos a procurar.
Armin olhou para a minha cama e sorriu.
–Você dorme com o Pikachu que te dei?
–Durmo! Ele é muito fofo. Gosto de dormir com ele.
Ele sorriu e tirou o Pikachu do lugar.
–Achei o dinheiro!
–Onde? Onde estava?
–Embaixo do Pikachu!
–Nossa! Como sou burra! Por que não procurei antes por aí? -Dise pegando o dinheiro e o colocando na minha mochila. -Vamos?
–Vamos.
Saímos de casa e lá no quintal estavam Alexy e a Rosa. Rosa parecia animada.
–Não acredito! Você vai mesmo pintar o cabelo? Adorei a ideia! -Disse Rosa, já vindo para cima de mim.
–Sim! Eu vou!
–Você vai ARRASAR!
–Sei... Sei... -Ri. -Então, agora que estamos todos aqui, vamos?
–Vamos! -Eles responderam em uníssono.
Já no caminho vi o meu irmão voltando de carro para casa. Ele parou o carro e desceu para falar comigo.
–Onde vai, mana? -Ele disse sorridente.
–Vou num salão pintar o meu cabelo!
–Ah legal... Espera... Como assim? Pintar o cabelo?
–Sim. Vou pintar de roxo.
–Os pais deixaram?
–Sim. -Mostrei a língua para ele, o que fez o Alexy, a Rosa e o Armin rirem.
–Bom, desde que se sinta bem fazendo isso. -Ele bagunçou o meu cabelo. -Ah, oi Rosa! Oi Alexy! Oi Armin!
–Oi Dan! -Rosa respondeu.
–Oi mano! -Alexy respondeu. Desde quando Alexy o chama assim? Só eu o chamava de mano. Parece que ganhei outro irmão!
–E aí? -Respondeu Armin.
Daniel olhou para o carro e logo em seguida voltou a olhar para nós.
–Ei, querem que eu dê uma carona? -Ele perguntou sorrindo. Sério, meu irmão é uma máximo!
–Valeu mano! -Disse animada. -Queremos sim!