Acordei com a pelúcia do Pikachu que Armin me deu do meu lado. Sorri e abracei o Pikachu, lembrando daquele dia no evento. Mas depois olhei para a minha cômoda e lá estava um ursinho de pelúcia que o Kentin me deu. Suspirei. Preciso falar com o Kentin, ele não apareceu na escola depois daquilo. Levantei da cama, escovei os dentes, tomei um banho e troquei de roupa. Desci as escadas. Hoje essa casa está muito quieta. Parecia que não havia ninguém em casa, então resolvi ir para o parque. O dia estava nublado e com uma brisa fria. Sentei na grama e encostei num tronco de uma árvore. Peguei meu celular, coloquei o fone de ouvido e coloquei uma playlist com músicas do Linkin Park. Estava sendo um dia estranho, calmo demais. De repente um cachorro enorme veio correndo na minha direção. Quando me viu parou de correr e sentou, olhando para mim. Permaneci ouvindo as minhas músicas. Coloquei uma das minhas mãos na orelha do cão e comecei a fazer carinho. Ele parecia gostar.
–Dragon! -Ouvi de longe alguém gritar.
O cachorro começou a balançar o rabo. Apesar do tamanho, ele é bem manso.
–Ah Dragon, te achei!
Olhei para cima e era Castiel.
–Estranho... O Dragon não te atacou. -Castiel disse enquanto colocava a guia de volta na coleira.
–Ele não parece um cachorro do tipo irritado. -Disse tirando os fones de ouvido. -Bem diferente de certos donos... -Sussurei para mim mesma.
–Pois ele é. É raro ele gostar de alguém que não seja eu. -Castiel terminou de arrumar a coleira. -Bom, até mais Lily.
–Até. -Ele foi embora.
Estranho. Hoje ele até que estava amigável. Coloquei os meus fones de volta e fiquei mais um tempo no parque, observando as folhas das árvores mexendo conforme a brisa batia nelas. Vi de longe um garoto passando, era bem bonito. Alto, cabelo castanho escuro e olhos avermelhados. Depois de um tempo resolveu voltar para casa. Abri a porta e estava tudo escuro. Acendi a luz.
–Surpresa! -Várias pessoas gritaram. Estavam lá a Rosa, Alexy, minha Mãe, a Tia Agatha, Daniel, Íris, Violette e Kim.
–Feliz aniversário! -Rosa e Alexy chegaram me abraçando.
–Obrigada!
Depois Íris, Violette e Kim se aproximaram.
–Eu sei que não somos tão próximas, mas eu vim aqui te dar um feliz aniversário! -Íris disse sorridente.
–Isso aí, feliz aniversário guria! -Kim também estava sorrindo.
–Feliz aniversário... -Disse Violette, tímida como sempre.
–Obrigada!
As três me abraçaram e depois chegou o Daniel.
–Feliz aniversário Maninha! -Daniel bagunçou o meu cabelo e me abraçou.
–Obrigada Mano! -Disse enquanto o abraçava.
Depois foi a vez da Mãe e da Tia Agatha. Estava muito feliz, porém ainda faltava algo, ou melhor, alguém. Onde está o Armin? Olhei em volta tentando achá-lo, mas nada do Armin.
–Procurando alguém? -Rosalya falou.
–Não...
–Tem certeza? -Alexy falou.
–Tenho!
–Também não sei onde o Armin está.
–Eu não perguntei nada, Rosa!
Alexy começou a rir.
Todos estavam no sofá conversando. Daniel aproveitou para conhecer a Violette, a Íris e a Kim, já que elas são da minha escola e ele quer conhecer todos que são meus amigos. Minha mãe e a Tia Agatha conversavam normalmente. Ouvi a campainha tocar.
–Eu atendo!
Abri a porta.
–Acho que cheguei meio atrasado! -Disse Armin sorridente.
–Não, não está atrasado! Vamos entrar. -Disse dando passagem para o Armin.
–Antes de entrar, eu quero te dar algo.
–O que? -Disse fechando a porta, já que não entraríamos agora.
Armin pegou uma caixinha do bolso e deu para mim. Curiosa, abri a caixinha. Era um lindo colar de prata, nele havia um pingente de espada. Na espada havia como detalhe, uma pequena pedra azul escura. Fiquei um tempo observando aquele colar.
–É... É lindo...
–Que bom que gostou.
Ele tirou de baixo da camisa um colar que estava em seu pescoço, era mais masculino que o meu, mas também era prata e tinha praticamente a mesma espada.
–São parecidos. -Disse pegando no pingente do colar dele, observando os detalhes.
–Era essa a intenção! -Armin sorriu. -Quer ajuda para colocar o seu colar?
–Quero! -Sorri.
Armin pegou o colar da minha mão, se aproximou e passou os braços em volta do meu pescoço, tentando prender o colar. Conseguia sentir sua respiração em minha testa.
–Pronto. -Armin se afastou um pouco, mas sem tirar os braço em volta do meu pescoço.
–Obrigada! Eu adorei... -Disse mexendo no pingente.
Armin sorriu e foi se aproximando de mim. O-o que ele pretende fazer? Olhei para ele sem entender. Estava corada. Havia apenas alguns centímetros de distância entre nós. De repente um carro parou na frente de casa, que fez com que Armin se afastasse quase imediatamente de mim. De dentro do carro saiu meu pai. O que ele faz aqui?
–Lily... -Meu pai sorriu.