Era uma vez, num tempo muito distante do nosso, onde yokais e deuses ainda andavam livremente entre os mortais e guerras sangrentas aconteciam por todos lados sem nenhum motivo. Crueldade e medo estavam tão impregnados na sociedade da época, que viver belas histórias mesmo que por um curto espaço de tempo era um privilégio para poucos.

Infelizmente, lendas de heróis improváveis e yokais gananciosos eram muito mais populares nas rodas em volta da fogueira. É difícil saber como essa história chegou até mim. Talvez as moças sussurravam entre si, longe do olhar severo dos pais ou maridos, enquanto lavavam panelas e roupas no riacho. Imagino aquelas jovem mulheres parando seus afazeres e suspirando sonhadoras, desejando secretamente por um instante estarem no lugar da protagonista, para em seguida, envergonhadas, dizerem umas paras outras que tudo não passava de uma lenda. Não as culparia, afinal, acreditar em amor, principalmente entre yokais e humanos era tão absurdo quanto é para nós acreditar em magia ou destino.

Contudo, me sinto na obrigação de passar a diante. Se essa história sobreviveu por quinhentos anos de desesperança e ódio, com certeza algo de valioso podemos tirar dela. Quem sabe não seja ela, uma lufada de esperança no novo caos que vivemos nessa não menos incerta era? Seja como for, prometo que dividirei com vocês cada linha, cada palavra que ouvi e guardei como um tesouro comigo.

Então venha comigo, feche os olhos e voltemos juntos a Sengoku Jidai. É hora de reviver a breve e bela história de amor entre um nobre e soberbo Daiyokai e uma frágil e corajosa humana.

A inesquecível história de Sesshoumaru e Rin.