Unidas pelo Sangue escrita por All StarCherry


Capítulo 11
A Reunião de meios-sangues


Notas iniciais do capítulo

poxa, esse capitulo foi sofrido,
nossa...
bem, mas tá ai ne?
espero que vcs gostem e... recomendaçoes e um aumento na minha popularidade seriam bem vindos ein? =]
então...
vamos ao capitulo...

Ps: Qeru uns 10 reviews ein?



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Cap.: 11. A Reunião de meios-sangues

 

- Está próximo filhote dos céus... – e a voz riu novamente – Está muito próximo...

 

E novamente eu acordei suada e ofegante, minha visão tremia junto com minhas mãos e pernas. Eu toquei minha testa com as costas das mãos talvez por puro instinto, estava frio, muito frio.

 

Um tanto groge ainda dei uma olhada no relógio de inicio foi difícil me acostumar com a luz que entrava pela janela e ainda mais com a minha própria visão, mas ela foi se acostumando até que bocejei um tanto cansada e agora via o horário que o relógio marcava: 7:18

 

Eu fiquei um tempo parada olhando pro relógio ainda sem acreditar, quer dizer, é brincadeira né? Por que esses sonhos não decidem logo se me fazem acordar lá pela madrugada pra eu ficar pau da vida logo, ou se me acordam atrasados pra eu ficar literalmente me ferrando pra chegar na hora?

 

Passei meus olhos pelo chalé de um modo rápido. Thalia não estava em seu lugar e muito menos Atha – o que me deixou confusa e preocupada, mas eu na tinha tempo a perder.

 

Ainda um tanto confusa, mas apressada, levantei da cama num pulo peguei uma calça jeans, uma camiseta preta junto com um all star roxo [N//A.: Sim a Aléxis vai usar all star ó/] e fui até Luna.

 

Eu não sabia muito bem se devia acordá-la com calma como costumava fazer, mas eu não podia demorar então tudo que eu fiz foi sacudir ela de leve e logo ela me olhou cansada mais sorrindo e não pude deixar de retribuir.

 

- São... – e eu olhei novamente o relógio – ... 7:20 – e ela logo levantou rápido já indo em direção ao armário pra pegar uma roupa – Já separei a minha então... acho que vou primeiro – e ela apenas assentiu enquanto mantinha seus olhos fixos em cada peça de roupa.

 

Acho que nem cheguei a tomar 4 minutos de banho, ele não me dava nenhuma espécie de “relaxamento” para mim, então eu simplesmente tomei o mais rápido possível. Quando eu sai Luna nem abriu a boca pra falar comigo, ela foi direto pro chuveiro e saiu uns 3 minutos depois.

 

Eu peguei todos os presentes do papai e fui pondo pelo caminho assim como Luna enquanto corríamos em direção a casa grande, eu não sei por que, mas eu não deixava de sorrir, talvez pelo fato de isso me lembrar de casa, quando nós acordávamos atrasadas e o John que sempre estava lá fora esperando a gente.

 

Que saudade eu tenho do John, desde que ele foi para uma tal missão com o Nicolas e um tal de Grover – que Percy dizia ser amigo – eu não os vejo mais. Percy disse que eles estão bem e para eu não me preocupar com isso, mas eu não os via desde de que havia chegado ao acampamento, já que assim que eu cheguei eles tiveram que partir...

 

Realmente, eles faziam falta, mas eu não pude pensar direito nisso já que quando percebi já estava na casa grande com Luna ofegante ao meu lado. Eu bati na porta de leve esperando alguma reação até que escutei cascos no chão de madeira da casa grande e a porta se abriu.

 

Quiron me olhou aliviado, mas continha uma expressão um tanto preocupada em seu rosto, ele abriu um pouco a porta em um sinal para nós entrarmos enquanto apenas assentíamos já entrando na sala da casa grande.

 

Ele olhou pra mim preocupado e apenas me apontou a cadeira para eu sentar, e foi o que eu fiz. Luna se sentou ao meu lado, mas eu só mantinha meus olhos em Quiron, afinal ele havia me prometido que assim que soubesse de algum modo de fazer tudo voltar ao normal ele me avisaria, mas o problema é que ainda tinha a profecia...

 

Minhas esperanças de conseguir uma resposta quase se quebravam ao saber que ele poderia querer falar da profecia também, mas eu mantive meu coração quieto e minha esperança apesar de tudo firme.

 

- Primeiramente – e eu relaxei, quer dizer, “primeiramente” significa que ele tem muito mais o que contar, eu acho... – Sobre os semi-deuses filhos dos grandes... nós pretendíamos fazer uma reunião, mas parece que a informação acabou vazando e agora sabemos da existência de um semi-deus filho de Poseidon que está nos arredores de Nova York, mas isso discutiremos depois, quando reunimos os lideres dos chalés.

 

E eu assenti ainda meio desesperada, ele suspirou profundamente e então continuou:

 

- Quanto... – e ele parecia estar sem palavras – Quanto... quanto as suas “mudanças”... Consegui alguém que pode lhe explicar alguma coisa sobre isso, na verdade ele se ofereceu então não lhe pergunte demais, tirar duas ou três questões a limpo podem clarear mais sua mente e até encontrar uma solução.

 

Eu não conseguir dizer “sim” tudo que saiu foi:

 

- Quem? Onde? – e eu limpei a garganta – Quer dizer, quem? Quem vai me tirar essas duvidas e... Quando? Onde?

 

- Agora – e meu coração bateu lento, ele me apontou a porta e tudo que eu fiz foi levantar e sair, não me importava mais se Luna me seguia ou não, eu apenas queria saber.

 

Quando eu abri a porta que dava pra varanda da casa grande uma brisa suave veio ao meu rosto, não era apenas suave, mas também convidativa.

 

Ela parecia me chamar, me chamar para virar meu rosto para a rede aonde eu havia repousado e Luna me abraçado pouco depois de eu notar minha nova “aparência”, mas ao me virar para lá tudo que encontrei foi um homem de uma aparência de 20 anos, cabelos negros uma expressão um tanto sonhadora, mas com uma aparência de um surfista profissional.

 

Estava vestido de armadura grega de ouro e couro reforçados.

Ele estava de olhos fechados e parecia se concentrar em algo, eu me aproximei dele aos pouco, apenas por curiosidade eu fui avançando alguns passos.

 

- Aléxis... – ele disse numa voz autoritária, mas também simpática, eu talvez pela surpresa andei três passos pra traz e ele sorriu – Não tenha medo – e ele abriu seus olhos, verde azulados, como o mar – Vim ajudar você. Sou Éolo, o deus dos 4 ventos, vou tirar suas duvidas, pelo menos algumas – e ele riu simpático enquanto me fitava com seus olhos que me lembravam o mar.

 

Eu continuei um tanto sem reação quando ele se levantou e andou até mim, ele foi se aproximando mais e mais e isso me deixou um tanto desconfortável, mas eu nada falei. Foi quando ele passou a mão por minha bochecha esquerda, ele parecia concentrado, como se tentasse descobrir alguma coisa sobre a minha pele.

 

Continuei quieta e firme em meu lugar, então ele passou a mão por meus cabelos loiros e pareceu examiná-los aos poucos.

 

- Não eram loiros não? – ele perguntava sem me olhar, mas como se soubesse de minha resposta.

 

- Não, não eram – e eu continuei quieta.

 

Ele se aproximou de uma mexa minha e a... cheirou?? Bem, eu não sei exatamente o que ele fez, só sei que inspirou profundamente o cheiro do meu cabelo, eu nada disse, depois de Afrodite ter me cheirado e agora essa, eu realmente não to nem um pouco surpresa com esses deuses.

 

Será que pra eles isso é comum? Ficar cheirando as pessoas assim... Coisa estranha...

 

Foi quando ele aproximou mais seu rosto do meu. Ele estava tão perto que aquilo chegou a me assustar, nós estávamos com os narizes quase colados e ele mantinha sua mão no meu rosto, era como se ele fosse me beijar, mas ele parecia não estar pensando nisso, ele parecia concentrado em meus olhos.

 

- Azuis... – ele murmurou baixo – Azuis eletrizantes...

 

- Sim azuis – e eu dei um passo para trás enquanto desviava de sua mão que pousava em meu rosto – Agora me responda: Por que eu estou assim? O que aconteceu comigo?

 

Ele ainda me encarou por alguns segundos um tanto pensativo, ele não olhava em meus “olhos” exatamente, parecia mais era estudá-los aos poucos, ele passou seu olhar para os meus cabelos e depois para minha pele quando enfim me olhou nos olhos.

 

- Você já levou um raio alguma vez?

 

- Um raio?

 

- É. Um raio.

 

- Algumas vezes – dei de ombros – Eu...

 

- De um meio-sangue? – ele disse apressado

 

- Bem eu... levei um da Thalia antes de desmaiar, mas o que isso...

 

- Você já tinha levado um antes?

 

- Eu... Não eu... acho que não...

 

- Interessante – disse ele, então pegou uma faca em seu cinto, eu estranhei um pouco e apenas o olhava tentando parecer firme.

 

– Não se mexa – e ele fechou a faca completamente em minha mão esperou dois segundos até rolá-la pela mesma, me provocando um corte profunfo.

 

- Ai! Ei, você ta louco é??!

 

- Concentre-se

 

- Concentre-se? Você me corta e ainda quer que eu me concentre???!

 

- Apenas concentre-se! – ele dizia enquanto ainda encarava minha mão agora aberta e com o corte exposto quando eu fechei meus olhos tentado me livrar da ardência em minha mão.

 

- Me concentrar no que? – eu disse ainda brava

 

- No vento, na eletricidade em tudo ao seu redor, em cada pessoa presente em um raio de 200 metros, na mudança dos ventos, na respiração de cada ser vivo, apenas concentre-se nisso – ele disse num fôlego só.

 

Eu inspirei profundamente enquanto minha mente tentava captar cada brisa e cada ser ao meu redor, eu não sei como, mas era como se eu pudesse enxergar com olhos fechados, era como se eu sentisse a localização de cada pessoa pelo simples fato das brisas terem impacto com o corpo das pessoas, formando uma provável imagem de todos em minha cabeça.

 

Não imagens coloridas, era mais como uma visão totalmente negra que de acordo com o impacto das brisas parecia pintar a tela negra em minha cabeça com o formato de cada pessoa, cada animal, cada planta e até a casa grande, os chalés e as árvores com uma tinta branca.

 

Era como ver por olhos negros que enxergavam imagens quase borradas em branco, mas que estavam sempre em movimento. Como ver um quadro diante de si ganhar vida, mas enxergar por ele me dava uma sensação de liberdade, era bom ver por estes olhos.

 

Eu respirei novamente profundamente quando apenas escutei o murmurar baixo do deus:

 

- É incrível – e ele soltou de leve a minha mão

 

Eu a puxei um tanto sem saber o que fazer, mas ela não tinha corte algum, muito menos sangue, apenas uma espécie de borrado vermelho sangue – Como um sangue seco. Eu olhei minha outra mão ainda sem entender e esta também não havia nenhum dos dois, nem sangue, nem corte algum. Eu ainda fitava as duas sem entender quando ele apenas pegou a faca em sua mão que continha meu sangue.

 

Ele a fitou por um tempo, como se aquela faca fosse uma obra prima, quando ele lambeu o sangue da faca.

 

Tudo bem, deuses cheirando as pessoas eu até agüento. Mais um deus “lambendo” o meu sangue?? O que esses deuses têm na cabeça??!

 

Seus olhos pareceram longe por um momento, quando ele me fitou nós olhos.

 

- Você possui o gene Z avançado – ele murmurava baixo, mas sorrindo de um jeito sonhador.

 

- Gene Z?

 

- São seus genes de poder, os seus são... “diferentes” digamos.

 

- Diferentes?

 

- Sim, eles são geneticamente mudados, há tempos isso não ocorre com um semi-deus...

 

- Mas que negocio é esse? Isso é bom? Ruim?

 

- Já sentiu como se suas veias pulsassem com o seu poder? No seu caso, como se por elas passassem raios a toda velocidade e que às vezes fosse tão difícil de controlar que tudo simplesmente fugisse do controle? – e eu apenas o olhava atenta – É o gene despertando. Quando você levou esse raio da filha de Zeus, tudo simplesmente se expeliu não foi? – e eu assenti com a cabeça ainda concentrada em cada uma de suas palavras – Isso é bom – e ele parecia pensativo – muito bom... – ele murmurou mais para si mesmo

 

- Ta, mas como isso pode me ajudar? O que tem de mais?

 

- Além de aumentar os seus poderes e ainda lhe dar mais controle sobre eles ao mesmo tempo, diminui também o seu cheiro que já é grande, acredite... – eu já ia começar a protestar quando ele apenas disse – Mas enfim, para o cheiro de quase um meio-sangue normal ou até... um simples mortal.

 

- Mas... como... – e ele me cortou

 

- Os genes Z são apenas ativados quando seu portador leva uma carga de poder de um meio irmão seu, no seu caso, um raio de outro semi-deus qualquer. Entenda, os raios dos céus são diferentes daqueles lançados por um semi-deus, são de mesma natureza é claro, mas o do semi-deus carrega os genes de poder de seu pai, sendo assim, quando entram em contato com o corpo do portador dos genes Z avançados eles simplesmente despertam e acabam expelindo o poder do semi-deus durante um tempo indeterminado até o semi-deus aprender a equilibrá-lo em si.

 

- Sim, mas... – e novamente ele me cortou

 

- E o seu cabelo? E os seus olhos? – ele dizia como se previsse minhas perguntas – E a sua pele?

 

- E a minha pele? – eu perguntei estranhando

 

- Você não percebeu? Ela está dourada e... prateada, mas creio que isto não se refira a situação atual.

 

- O que?

 

- Os seus cabelos e olhos sofreram esta pequena “alteração” como um “efeito colateral”. A energia que esta se expelindo de você está ocorrendo de um modo tão... “apressado” e “pesado” que acidentalmente clareia o seus cabelos e olhos, pois entenda, é muita carga de poder que esta percorrendo o seu corpo e... bem, ele está acostumado com tanto poder.

 

E mais e mais perguntas giravam por minha cabeça

 

- Vai ficar assim pra sempre?? – eu perguntava com certo desespero em minha voz

 

- Não, – ele disse por fim – Apenas enquanto você se acostuma a este poder ele ficara assim, depois poderá controlar este efeito normalmente, como isto ainda está no começo é provável que fique assim por um bom tempo, mas voltará ao normal, não se preocupe.

 

- Graças! – e eu não sei se foi por intuição ou apenas por felicidade e gratidão que o abracei, ele pareceu surpreso – Obrigada, obrigada mesmo – e ele logo me retribuiu.

 

- Ainda não há o que agradecer criança – ele falou em meu ouvido – Ainda terás de lutar contra os quatro ventos e por ultimo, a mim, Eolo, o deus dos ventos...  – e meu corpo se enrijeceu quando seu abraço apenas tornou-se mais apertado – Acha que lhe escolhi apenas por escolher? Você pode ir mais além do qualquer um já foi... Acredite. Por que quando chegar à hora – e um calafrio passou pela minha espinha – eu não vou pegar leve...

 

E logo ele desapareceu com uma brisa um tanto forte aparecendo caminhando em direção a colina.

 

- Adeus filha de Zeus – disse ele sem ao menos olhar para trás.

 

- Espera!! Éolo! – e agora eu notava Luna me encarando um tanto sem reação, enquanto ele apenas parou de andar – A Luna, a minha irmã – eu esclareci – É possível que ela tenha esse gene Z também??! – e eu o senti sorrir

 

- Varia de pessoa a pessoa – ele disse simplesmente

 

- Mesmo para gêmeas? – eu quis saber e novamente o senti sorrir

 

- Mesmo para gêmeas – ele confirmou – Até... – e ele deu dois passos até sua imagem ser levada pelos ventos

 

Eu fiquei um tempo parada olhando para onde antes estava o deus enquanto minha cabeça tentava processar cada informação do que ele havia me dito quando eu senti os braços delicados de Luna me abraçarem com felicidade e um tanto de esperança. Eu a abracei de volta ainda olhando para onde havia estado o deus a pouco, foi quando ouvi cascos contra o chão de madeira da casa grande e Quiron me olhou surpreso então sua expressão mudou ficando um tanto séria.

 

- A reunião será às 10 horas, poderiam avisar aos lideres dos chalés?

 

- Hãnn... – e eu tentava forçar meu cérebro novamente a funcionar – Claro – eu disse por fim

 

- Obrigado – e ele me olhou com pena – Espero que tenha ajudado em alguma coisa

 

Como eu odiava quando as pessoas me olhavam assim... Desviei seu olhar do meu e fitei o acampamento por um tempo, mas eu ainda podia senti-lo atrás de mim.

 

- É melhor irmos tomar café – e me virei para Luna – Vamos?

 

- Vamos – ela confirmou, eu dei uns três passos quando:

 

- Deve ficar preparada – dizia a voz de Quiron enquanto eu me mantive imóvel – Éolo não simplesmente escolhe ajudar semi-deuses por ajudar, você despertou a curiosidade do deus, assim como de outros – e eu estranhei, ele falou como se soubesse disso há muito tempo, mas ele logo continuou com seu tom de um aviso – Éolo é um deus bom, mas ainda assim um deus poderoso, ele não escolhe um semi-deuses por escolher...

 

- Como ele sabe tanto sobre mim? Como ele sabe tanto sobre os céus? – eu perguntei ainda imóvel.

 

- Ele é o deus dos ventos e Zeus dos céus, é obvio que eles se conhecem bastante, e se dão bem, mas nem sempre é foi assim – e eu suspirei fundo – Você já teve a sensação dos céus brigando com sigo mesmos? Éolo não se interessa por um semi-deus qualquer e Zeus não gosta quando ele se mete com um dos seus da ultima vez... bem... Eles tiveram uma briga um tanto forte.

 

- O que aconteceu? – e eu continuava imóvel

 

- Isso foi há muito tempo, o filho de Zeus não foi o suficiente e o deus o matou sem piedade – e um calafrio passou pela minha espinha, mas eu continuei imóvel – Mas entenda, ele aguarda por aquele que possa tanto dominar os raios quanto os ventos, ele procura pelo semi-deus que complemente não só a ele, mas também a Zeus, o semi-deus que possa manter o equilíbrio.

 

- E o que isso tem haver comigo?

 

- Você é quem é. E com os genes Z agora...

 

- Você sabia! – e eu me virei para ele – Você sabia! – eu repeti – E não me contou nada!

 

- Não estava na hora... Tente entender

 

- Não! Eu não quero entender! – foi quando eu senti um aperto forte em meu braço esquerdo e notei Luna que fitava o chão, mas me apertava forte.

 

Aquilo me deixou sem reação e tudo que eu fiz foi continuar a andar, Quiron não discutiu, mas senti que seus olhares ainda estavam sobre mim. Eu me virei para Luna que agora fitava as árvores, mas eu sabia que ela não estava concentrada nelas.

 

- Ei... – eu disse baixo – Tudo bem?

 

- Não gosto disso – disse ela magoada – Somos sempre as ultimas, a saber sobre um assunto que se dirige a nós e somente a nós

 

- E você acha que eu gosto? – e ela me olhou como se eu tivesse feito à pergunta mais idiota do mundo e revirou os olhos enquanto eu ri baixo e ela apenas sorriu – Eu odeio isso, eu simplesmente odeio isso... – eu murmurei baixo.

 

Eu não sei se ela me ouviu ou não por que ela ficou quieta ao meu lado enquanto caminhávamos em direção ao refeitório. Eu tentei me manter quieta e indiferente quanto ao fato dela não falar uma palavra sequer, mas a Luna estava me deixando preocupada então eu simplesmente parei de andar, ela me olhou estranhando talvez, mas eu não reparei em seu rosto apenas a abracei apertado.

 

Não era muito a minha praia ficar com essa de abraçando e abraçando as pessoas, mas Luna era minha irmã e se ela precisasse por mais que eu odiasse ou estivesse cansada eu não podia negar, eu tinha que cuidar dela.

 

Ela ficou uns bons três segundo sem reação até que finalmente me abraçou de volta, ela estava nervosa e bastante já que me apertou mais forte.

 

- Calma – e eu suspirei – Vai ficar tudo bem ta? Eu to aqui – e ela apenas sorriu e eu lhe sorri de volta.

 

Continuamos assim por um bom tempo até que ela me soltou rindo e eu simplesmente sorri.

 

- Não sei o que faria sem você – ela disse feliz e eu lhe sorri novamente

 

- Nem eu – e logo caminhávamos novamente em direção ao refeitório.

 

Quando chegamos à porta eu simplesmente senti como se me chocasse contra algo ou alguém e simplesmente cai pra trás enquanto massageava minha testa dolorida

 

- Au – eu disse por fim enquanto Luna simplesmente me olhava um tanto divertida, quando seus olhares caíram em frente a mim curiosos.

 

- Desculpe – disse o garoto dono dos olhos cor da noite, era o tal Nico ele sorria entre abobado e sem jeito enquanto eu ri divertida.

 

Ele me ofereceu a mão que eu rapidamente aceitei e logo ele me ajudou a levantar do chão em um simples impulso

 

- Obrigada – eu disse

 

- Está atrasada – e ele continuou a me olhar

 

- Nós estamos – eu disse quando ele me olhou confuso e apenas depois pareceu notar Luna que o olhava tentado se forçar a lembrar quem era o rapaz dono dos olhos cor da noite – Essa é Luna, minha irmã – e ele pareceu confuso, mas simplesmente a cumprimentou cordial – Sou...

 

- Aléxis – ele me cortou – Percy me falou de você – e então ele pareceu lembrar de algo e simplesmente sua expressão de tornou nervosa e ele me olhou entre sem jeito, bobo e apressado – Foi um prazer te conhecer – e logo ele se foi tão rápido quanto apareceu.

 

Eu achei um tanto engraçado o fato dele parecer tão bobinho e inocente considerando que ele já teve ter uns 16 anos. Luna parecia ainda pensativa ao meu lado, mas ao notar meus olhares ela simplesmente sorriu e logo nós pegamos um tanto de comida e nós sentamos à mesa de Zeus.

 

Apenas havíamos nós no refeitório, o que eu não estranhei muito, todos no acampamento tomavam o café cedo, até mesmo os de Hermes. Eu olhei no relógio por um breve momento e ele marcava 9:10. Nós tomamos um café rápido e logo nos dirigimos aos chalés.

 

Primeiro nós fomos ao de Demeter e as irmãs Valery e Wendy assentiram como se soubessem sobre do que se tratava, elas pareciam tristes e com medo de certo modo, mas do que elas teriam medo afinal? A profecia não falava delas e sim de nós, nós que deveríamos estar com medo, mas é claro que eu não lhe disse isso, ela devia ter seus motivos, então quem sou eu para contestá-los?

 

Em seguida nós fomos ao chalé de Hefesto. Os garotos de Hefesto mal pareciam prestar atenção em nós, mas quando falamos sobre a reunião foi como se todos parassem e o líder do chalé nós disse que estaria lá, mas os filhos de Hefesto ainda pareciam muito atordoados quando saímos.

 

No chalé de Ares foi diferente, alguns pareceram felizes, outros até ansiosos, mas Clarisse foi a única que pareceu pensativa, ela concordou e me mandou um olhar diferente quando saímos, como se me alertasse de algo, mas eu não queria prestar atenção nisso, eu não queria prestar atenção a nada nem a ninguém por que eu sentia que aquilo não me deixaria tranqüila... e muito menos feliz.

 

O chalé de Dionísio até reagiu bem, mas Kevin pareceu nervoso, ele era o líder do chalé e como tal assentiu firme e forte, ele era uma boa pessoa, Mary escolheu bem... ela sempre escolhe bem.

 

O chalé de Hermes pareceu nervoso, os irmão Stoll pareceram perder a felicidade que antes carregavam dançando em cima da cama enquanto seus irmãos riam e batiam palmas. Eles me olharam por um momento com medo até seus olhares se tornaram frios, mas também fortes e eles assentiram enquanto saímos do chalé, a July pareceu nervosa e me olhou magoada quando eu sai sem simplesmente lhe olhar nos olhos.

 

Não me entendam mal, eu não gostaria de olhar em seus olhos e ver medo, eu não me sentiria bem, acho que ninguém se sentiria bem...

 

No chalé de Afrodite, Margaret, a líder do chalé pareceu mais nervosa do que qualquer uma de suas irmãs, apenas Mary foi diferente, ela primeiro suspirou triste e cansada quando então me olhou confiante, eu estranhei um pouco, mas ver confiança em seus olhos me deu força pra continuar.

Margaret ainda nervosa assentiu tentando parecer forte e logo eu sai do chalé.

 

Já Thyler no chalé de Apolo pareceu pensativo e até triste enquanto seus irmãos pareciam não prestar a mínima atenção e Mel apenas aparentava mais nervosismo após ouvir sobre a reunião, Thyler me olhou pensativo e apenas assentiu de um jeito triste quando se virou para Mel que apenas o olhou com medo nos olhos, eu sai de lá tentando parecer indiferente em relação a qualquer coisa, mas a Mel não ficava com medo por nada... pra ela estar preocupada tinha que haver uma boa ração...

 

Mas eu não queria pensar nisso, eu obriguei a minha mente a se desligar por um tempo e minhas pernas somente a andar enquanto íamos ao chalé de Atena. Eu procurei Annabeth com os olhos antes de ao menos tentar conversar com um de seus irmãos.

 

Não é que eu seja antipática ou qualquer coisa, porém eu sabia como os filhos de Atena ficavam nervosos diante a qualquer coisa de errado com o acampamento... imagine se eles soubessem da reunião? Eles simplesmente estourariam meus tímpanos com tantas perguntas que poderiam me fazer.

 

Então tudo que fiz foi perguntar por Annabeth e o único que seus irmãos responderam é: “Percy”. Nós fomos ao chalé de Poseidon, porém eles não estavam lá. Nós íamos passando de lugares a lugares a procura de Percy e Annabeth, quando enfim decidimos nós separar para buscá-los com a promessa de que se um de nos não os encontrasse a tempo, apenas esperaria na porta da cada grande.

 

Já estava começando a ficar cada vez mais e mais aborrecida com o fato de não encontra-los em lugar nenhum sendo que tínhamos apenas uns poucos minutos antes da reunião, quando novamente eu esbarrei em algo forte e cai pra trás um tanto sem entender.

 

- Será que agora eu vou ficar esbarrando toda hora em você? – e eu escutei um riso sem graça e um tanto sem jeito ao mesmo tempo

 

- Me desculpe – disse Nico, o dono dos olhos cor da noite enquanto me oferecia a mão que eu rapidamente aceitei novamente – Mas é você que tem que parar de topar comigo – ele dizia sem jeito e com sorriso bobo.

 

- Tanto faz, o negocio é que se a gente continuar se topando eu vou ficar dormente de tanto cair no chão – eu disse mais para um resmungo enquanto ele apenas riu entre abobado e sem jeito – Mas sério, tenho que encontrar Percy e Annabeth rápido! Você os viu por ai?

 

- É sobre a reunião não é?

 

- É que...  Perai! Como você sabe? – o olhei sem entender

 

- As noticias voam pelo acampamento – disse Nico – Ficaria surpresa com que velocidade os boatos sobre a reunião se espalharam tão rápido pelo acampamento, além de que: Já estava mais que na hora de tudo isso acabar e as coisas começarem realmente a esquentar – e por um segundo pude ver em seus olhos magoa e tristeza, porém seu rosto estava rígido e frio quando ao notar meu olhar ele apenas sorriu bobo novamente e disse – Vou lhe ajudar – e pareceu pensar um pouco – Por onde já os procurou?

 

- Nos chalés, na arena, nos estábulos, no refeitório, na floresta... – eu falava pensativa enquanto contava com os dedos –... em tudo! – soltei cansada – Pelo menos pelo o que eu me lembre. Estou sem opções para procurar – confessei.

 

E logo sua expressão tornou-se pensativa e até divertida quando ele me olhou sorrindo

 

- Já procurou na praia? – e tudo que eu consegui pensar foi algo como: “Estúpida, estúpida, estúpida! A praia é claro! Como fui burra!”.

 

Sem pensar duas vezes eu o puxei comigo em direção a praia.

 

Era incrível como eu havia sido tão burra a ponta de não me dar o trabalho de procurar na praia, segui segurando sua mão até a praia e exatamente como ele havia adivinhado lá estavam eles dois.

 

Não vou mentir em relação ao que vi. Quer realmente saber? Pois bem, Annabeth e o Percy estavam no maior amasso na areia da praia.

 

Eu não sou daquelas pessoas de interromper isso, mas eu não tinha tempo! O pouco tempo que tinha corria pelo relógio, então tudo que fiz foi entrar sem esperar um convite dizendo:

 

- Ei galera! Rápido! Quiron precisa de nós! – e eles praticamente pularam pra trás. Percy me olhava com certa reprovação e até raiva enquanto Annabeth simplesmente se deixou tomar pelo vermelho em seu rosto e logo o baixou fitando o chão – Não me olhe assim – eu disse a Percy – Não temos tempo se quer pra respirar! Vamos. Temos uma reunião.

 

E logo já estávamos nós quatro caminhando em direção a casa grande comigo praticamente arrastando esses dois até lá já que eles nem conseguem andar e sequer prestar atenção de tão vermelhos que estão.

 

Agora você pensa: Esses dois? Ah, que fofo o Percy e Annabeth estão com vergonha! *0*

 

Mas não, não é a Annabeth e o Percy a quem eu estou arrastando. Quem eu estou arrastando é a Annabeth e o Nico já que o Percy de tão emburrado foi disparado a minha frente. Será que ele não entende que eu não tive intenção? Ou melhor: Não tive escolha. Mas ele parece não ligar, na verdade acho que talvez ele nem esteja pensando direito na reunião.

 

De certo modo eu me sinto aliviada por isso, todos no acampamento reagem com medo quando aviso da reunião, mesmo ele não estando como eu gostaria que estivesse, sabe: “seguro”. Não o culpo por estar emburrado.

 

Quase não percebi quando chegamos a casa grande e Quiron apenas me mandou um olhar preocupado e logo adentrou a mesma sem mesmo dizer um “oi” e foi quando notei Luna que me olhava entre uma mistura de feliz, preocupada, triste e ao mesmo tempo com esperança.

 

Eu apenas lhe disse sem som um: “calma”, e ela apenas assentiu com a cabeça enquanto adentrava também a casa grande.

 

Suspirei longamente e voltei meus olhos para Nico e Annabeth. Nico já se mantinha firme e frio, mas ainda assim um tanto corado. Já Annabeth tinha uma expressão cansada e pensativa, ela suspirou fundo passou seus olhos rapidamente por mim um tanto sem reações e logo os passou por Percy que assentiu firme com a cabeça, mas ele também parecia triste e cansado...

 

Luna nos guiou até o quarto onde todos se encontravam, era um quarto mediano. Ele tinha uma mesa enorme no meio e em volta algumas cadeiras, havia mais algumas ao canto do quarto, mas eu não pude pensar em mais nada quando vi todos a nossa espera, cada qual sentado em uma cadeira. Até Thalia estava lá.

 

Eu estranhei um pouco o fato de vê-la lá me fitando curiosa já que a pouco eu nem sabia onde ela estava, pois quando eu acordei ela não estava no chalé, mas lá estava ela, de pé me fitando curiosa. Tentei esquecer sua presença por um tempo e passei meus olhos por todos na sala.

 

Eles podiam parecer indiferentes, mas em cada um eu podia ver medo. O que eu estranhei um pouco foi que ao lado de Margaret – a líder do chalé de Afrodite – estava Mary que sorriu simpática ao encontrar meu olhar.

 

Ela parecia estar lá mais como um apoio do que como uma pessoa escolhida de confiança para participar da reunião – não que a Mary não seja de confiança, mas pelo que eu saiba pessoas que não são lideres do chalé – mas que são requisitados pelo próprio com a honra de poder participar da reunião – apenas podem estar na reunião apenas por ser alguém de confiança ou pela opinião do líder do chalé do por que ela deveria participar dela.

 

Mas eu não ousei abrir a minha boca para falar isso, foi quando eu notei que Mary não era a única em pé ao lado ao líder do chalé, já que ao lado de Thyler havia uma Mel nervosa que me fitava como se eu fosse a causa de seu nervosismo e um Travor me olhou com pena por um momento e voltou seus olhos pra quem quer que estivesse ao meu lado.

 

Como eu odiava aquele olhar... Eu sei que todos aqui no fundo me olhavam assim, eu tinha certeza, então tudo que eu fiz foi por minhas mãos com um tanto de força na mesa e me por a olhar Quiron.

 

- Fale – eu disse mais como uma ordem

 

- As noticias correm rápido pelo acampamento – soltou Mel e eu lhe dirigi o olhar – Especialmente as profecias – e sua voz confirmava a certeza que cada um de nós tinha apenas de se olhar para ela, ou seja, que ela estava mais nervosa que nunca e Quiron pareceu aliviado e nervoso ao mesmo tempo.

 

- Então, – e ele pareceu tentar juntar as palavras certas – Como já sabem...

 

- “Todos os dois filhos de cada grande deverão se unir...recitou Valery sem ao menos dirigir-me o olhar

 

- Para juntos o caminho até o grande monstro descobrir continuou Wendy que também parecia indisposta a me olhar nos olhos

 

- Somente unidas às irmãs de carne e osso conseguirão reunir disse Travis que me olhava triste

 

- Força suficiente com o qual o monstro finalmente irá cair - continuou Connor com o mesmo olhar

 

- Amigos inesperados surgirão pelo caminho disse Margaret, mas ela mantinha seus olhos fixos na mesa.

 

- E do amor a coragem em um ultimo suspiro”soltou Mary. Ela por um momento pareceu consumida por uma enorme tristeza e logo ela voltou seu olhar para mim mais fortes que nunca e tudo que eu pude fazer foi sustentar seu olhar surpresa quando ela apenas sorriu gentil.

Eu não sei explicar exatamente tudo o que seu olhar me transmitiu, mas me pareceu como se ela me mandasse uma enorme confiança, como se colocasse o destino do mundo em minhas mãos apenas com aquele olhar. Nada de palavras, nada de gestos. Apenas o olhar. Foi quando ela sorriu divertida e um tanto carinhosa...

 

A Mary mudou muito... desde a profecia até minha luta com Thalia, ela mudara muito... só espero... só espero que ela seja a mesma por dentro... é só isso que eu espero...

 

- "União que apenas a grande bruxa poderá formar - disse Annabeth que agora parecia entender do que realmente tudo isso se tratava.

 

- ‘Dois que se tornar um para serem dois’” – Completou Thalia que agora me fitava com seus olhos indecifráveis

- “Dos amigos corajosos um lhe trairá Dizia Percy 

 

- E um retornará das cinzas para logo mais voltar” – Completou Clarisse que parecia entre preocupada e pensativa enquanto fitava a mesa talvez em busca de obter respostas.

 

- Os meio-sangues descobertos uma voz seguirão disse Kevin que parecia não se mover, ele estava com um pé na mesa como se costume, mas sua expressão era séria. Mais séria do que de costume.

 

- A voz daqueles que os abandonaram entãodisse Travor que desviava os olhos para o chão.

 

- Um rebelde seguira calmo os olhos eletrizantes Continuou Mel que se concentrava em fitar a mesa ainda com sua expressão visível, mas ela parecia se forçar ao máximo para esconde-la. 

 

- E da pergunta à resposta de um fantasma amigo Tentou acompanhar o filho de Hefesto que se mantinha nervoso e pensativo, mas tentando parecer forte. 

 

- ‘Onde estará a nova meio-sangue perdida no tempo’?”Terminou Thyler que mantinha o queixo encostado as mãos que se apoiavam na mesa pensativo. Ele me olhou por um breve momento com seus olhos frios que bateram em mim preocupados até voltarem frios novamente a Quiron.

 

- Sim – concluiu Quiron – Agora nos resta entende-la – e ele se virou para Annabeth – Annabeth? – foi quando ela o encarou ainda distraída, mas assentiu firme – Por favor então.

 

- Bem... – por um momento ela pareceu indecisa, mas os seus olhos logo se tornaram fortes enquanto passavam por cada um de nós - “Todos os dois filhos de cada grande deverão se unir”. Significa uma união entre 2 de todos os filhos de cada grande, o que significa...

 

- Que a mais meios-sangues filhos dos grandes – disse Melena mais para si mesma

 

- Sim – “ continuou Annabeth – Para juntos o caminho até o grande monstro descobrir”. Está mais que obvio, mas o grande monstro...

 

- Tifon – disse Quiron – Ele fugiu faz duas semanas – E todos menos eu e Luna pareceram horrorizados, amedrontados, assustados e outros até com certa raiva.

 

- M-mas... – dizia Annabeth

 

- Não nos contaram nada! – interveio Clarisse com raiva – Nada! – ela repetiu com fúria.

 

- Pois logo após veio à profecia

 

- De que profecia você esta falando Quiron? – perguntou Luna.

 

Nunca tinha contado a ela sobre eu saber da profecia, mas eu me sentia na obrigação de lhe dizer isso, se alguém tinha lhe contar nosso peso, que esse alguém seja eu. E antes de se quer Quiron abrir a boca eu me pus a falar.

 

- “As filhas do deus grande irão surgir – comecei em tom audível para todos na sala – E juntas, o destino irão cumprir – mas Luna se quer me olhava – Atrás do monstro que sozinho fugiu – ela parecia não querer acreditar em minhas palavras – Sete deverão ir – e ele virou seu rosto para mim aos poucos – Com a ajuda de um amigo contaram os olhos lacrimejando aos poucos e logo lagrimas já caiam de seu rosto, mas ela não parecia ter reaçãoQue será aquele que os deixou em uma missão” – Suas lagrimas caiam enquanto os olhos me fitavam confusos negando qualquer coisa que eu pudesse ter dito.

 

Houve um silencio no quarto por um tempo que não fui capaz de notar. Tudo o que eu sabia era que a tinha magoado e ela certamente não me perdoaria tão cedo.

 

- Eu... – mas eu não conseguia encontrar as palavras – Luna, eu... – e meu coração se partia ao ver como ela se negava a ouvir o quer que fosse negando com a cabeça freneticamente e engolindo seus soluços surdos – Me perdoe – foi tudo que pude dizer mesmo sabendo que ela provavelmente não ouvira.

 

Eu apenas precisava dizer. Foi quando Thalia talvez por um gesto de pura educação lhe ofereceu a mão e Luna se agarrou a ela em um abraço apertado e chorou quieta em seus braços. Ver aquela cena apenas deixou o que restava de mim mais aos cacos.

 

Não estava com raiva de Thalia ou seja lá o que você estiver pensando, é que a única pessoa a quem ela realmente se sentia segura em abraçar e chorar, ou simplesmente soltar seus segredos, medos, angustia e tristezas era eu.

 

Por um momento meu corpo se tornou frio e sem vida enquanto minha mente vagava por qualquer lugar, mas ao ouvir um dos cascos de Quiron bater no chão talvez por puro desconforto – ou seja lá o que fosse – foi como se minha alma voltasse de imediato ao meu corpo. Não como se a vida realmente voltasse a ele, mas como se minha mente voltasse ao quarto onde ainda ocorria a reunião.

 

Não sei como a minha voz saiu, mas pareceu fria já que todos me olharam assustados, afinal eu geralmente usava minha voz fria para ameaças a quem eu não gosto ou apenas de brincadeira por que todos ficavam com certo medo e desconforto quando encontravam meus olhos e ouviam minha voz.

 

- ‘As filhas do deus grande irão surgir’. Esta mais que obvio – e eu me virei para Annabeth – Não é Annabeth?

 

Por um momento seus olhos pareceram vagos entre mim e qualquer um de seus pensamentos e então ela murmurou baixinho:

 

- O que? – e a cor em seus olhos voltaram de imediato – Ah sim, mais que obvio – ela disse apressada – ‘Atrás do monstro que sozinho fugiu’...

 

- Tifon – respondi.

 

- Exato, ‘ Com a ajuda de um amigo contaram’.

 

- ‘Que será aquele que os deixou em uma missão’ – completei

 

- Pode ser qualquer um – e ela parecia pensativa

 

- Bianca! – gritou Nico – Pode ser ela – e ele parecia esperançoso, tenso e nervoso. Tudo ao mesmo tempo, como se seu coração pedisse por uma resposta assim como sua mente e ele avançou dois passos até Annabeth – Pode ser ela não pode? – ele disse quase que por impulso

 

- Bem... é possível...

 

- Certo. – ele a cortou e como se tivesse ouvido tudo o que queria ouvir, se calou e sentou a mesa esperando para que continuássemos.

 

- Bem,... – e ela pareceu indecisa – Atrás do monstro que sozinho fugiu’ 

 

- ‘Sete deverão ir’. O Que significa?

 

- Deve escolher sete guerreiros. Sete guerreiros que a levaram desde os meios-sangues perdidos até Tifon.

 

- Sete...

 

- Então, a quem escolhe levar?

 

- Bom eu... – e suspirei fundo – Eu e Luna já somos dois, Percy, Annabeth – e Percy já parecia feliz enquanto Annabeth suspirou pesadamente, mas sorriu ao ver a expressão feliz de Percy – Thalia, – e ela apenas assentiu firme – Nico, – e ele assentiu concentrado em seus pensamentos – e Thyler – eu disse um tanto contra vontade. Meter Thyler nisso era uma coisa que eu queria evitar, mas tê-lo ao meu lado sempre me trouxe certa segurança.

 

Não sei se disse seu nome por puro egoísmo da minha parte de lhe por em uma missão como essa apenas para eu me sentir “confortável” ou se a minha cabeça estava finalmente raciocinando que entre quaisquer das escolhas que apareciam em minha mente ele era a melhor opção.

 

Mas para minha surpresa, ele me dirigiu um olhar calmo, frio e educado enquanto assentiu com a cabeça.

 

- Pois bem – disse Quiron – Temos os sete heróis! – ele anunciou

 

- NÃO! – gritou Maryan – Não, não, não e não!

 

- O que foi Maryan? – perguntou Annabeth

 

- Não está certo! – disse ela – Você devia me escolher! Eu devo estar na missão! – eu sabia que ela ficaria magoada, mas ela era muito frágil, não podia arriscar sua vida, seria egoísmo demais da minha parte.

 

- Não – soltei simplesmente – Não Maryan – e eu tentei soar fria – Não vou escolher você.

 

- Você...! – e ela parecia não encontrar as palavras – Você não entende! Eu tenho que estar lá!

 

- Você não vai – e eu tentei continuar fria – Eu me recuso a levar você, me recuso a ser mais egoísta do que já estou sendo, me recuso a arriscar mais sua vida do que já arrisquei. – e por um tempo tudo que ela fez foi me olhar entre uma expressão de magoa, surpresa e arrependimento, mas eu podia ver que ainda assim ela insistiria na missão – Eu me recuso – eu disse por fim e ela me olhou magoada e saiu às pressas da casa grande.

 

Houve mais um minuto de silêncio e eu pude ver o nervosismos nos olhos de Kevin e então ele se levantou devagar como para mostrar exatamente o contrario do que ele aparentava e disse olhando nos olhos de Quiron:

 

- Eu vou atrás dela – e como por medo dele lhe contradizer ele já estava a caminho a saída, mas Mel o barrou. Ela parecia mais tranqüila, porém ao mesmo tempo nervosa e apenas disse:

 

- Eu irei atrás dela. Você é o líder do chalé de Dionísio – ela o alertou – se alguém aqui não merece ouvir essa reunião essa pessoa sou eu – e por breve momento ela apenas o olhou nos olhos – Você é o líder do chalé de Dionísio – repetiu ela – Comporte-se como tal

 

Ele pareceu magoado e indeciso, porém assentiu e deu um passo atrás e foi quando Mel se foi pela porta. Kevin sentou um tanto relutante novamente. Realmente esse lado da Mel era algo impressionante.

 

Ela podia ser aquela pessoa gentil, brincalhona e simpática, mas quando ela falava a sério com a pessoa era como se todas suas palavras tivessem a razão. Ela sempre arranjava um jeito de mostrar a todos o que realmente devia ser feito. Ela sabia enxergar o certo e o errado de forma avassaladora. Isso era algo nela que me impressionava de um jeito anormal...

 

Eu me concentrei novamente na reunião e logo eu percebi.

 

Clarisse pareceu relaxar na cadeira finalmente, ela antes mantinha o punho cerrado, mas tão cerrado que eu podia jurar que logo isso a machucaria e ela seria obrigada a parar, mas em segundos quando ouviu as palavras de Mel seu punho relaxou.

 

Eu sabia que Clarisse podia ser chata e tudo, mas ela tinha um bom coração. Uma vez quando eu estava passando pela área de treinamento eu vi uma cena que mudou meu modo de vê-la. Clarisse estava tratando dos ferimentos de uma filha de Demeter.

 

A menina chorava e chorava foi quando Clarisse apenas a abraçou e a menina imediatamente parou de soluçar, eu não pude ouvir o que Clarisse disse em seguida para a filha de Demeter, mas ela apenas sorriu e logo Clarisse sorriu junto.

 

- Está certo – disse Quiron me tirando de meus pensamentos – Partirão amanhã pela manhã

 

- Mas... Para onde? – Perguntou Annabeth incrédula – Não temos uma pista se quer de onde ele pode estar. Para onde raios partiremos??!

 

- As noticias vazaram do Olimpo, um novo meio-sangue está nas redondezas de Nova York – e por um minuto ele engoliu em seco – Um filho de um dos grandes foi reconhecido, Jacke Dilan Lake. Percy. – e ele o chamou atento – Seu meio irmão.

 


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Notas finais do capítulo

Tenso...
fiko tenso né? xDDDD
bem... reviews?



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