2ª Temporada - Eu, filho de Severo Snape? Nunca! escrita por AFM


Capítulo 10
A revelação


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, sejam muito bem-vindos ao último capítulo desta história!!! Agradeço à todos que leram, acompanharam ou comentaram, foi muito gratificante pra mim. Espero que gostem do que escrevi hoje, fiz com muito carinho, abraços e até uma próxima!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/656861/chapter/10

Snape, parado no centro da sala, estava beijando Lílian, que permaneceu imóvel com a atitude do homem.

–Desculpe -disse ele se afastando da mulher.

–Não... não, tudo bem. Não tem problema -respondeu a ruiva um tanto zonza.

Ficou um clima estranho entre os dois, que surpreendentemente, com aparente tanto assunto para falar um com o outro, ambos ficaram calados, em um silêncio um tanto constrangedor até que este foi quebrado pelo ruído da tranca da porta se abrindo. Era Harry, que entrava de fininho, mas logo percebeu que os presentes na sala notaram sua presença.

–Aonde você estava? -indagou Snape mudando uma feição avergonhada para uma de fúria.

–Eu... eu... estava na casa do Rony -Harry respondeu tentando achar as palavras certas.

–Não, você não estava porque eu já chequei. Mandei uma coruja para a casa dos Weasley e eles disseram que você não estava lá.

–Mandou uma carta para o senhor e a senhora Weasley só porque eu sumi por algumas horas?

–Bom... devido às circunstâncias desta noite, achei o seu sumiço preocupante.

–Não, não achou. Estava só querendo xeretar a minha vida mesmo!

–Olha como fala comigo, garoto. Já passa da meia-noite e você por aí, sabe-se lá onde ou pior, com quem.

–Parabéns, bem-vindo à minha nova fase de vida chamada adolescência.

–Você sabe que eu não gosto de conversar com sarcasmo.

–Boa noite, então -disse o garoto subindo as escadas.

–Pode esperar aí!

–O que foi agora? Eu estou cansado, quero dormir um pouco, será que dá pra você sair do meu pé?

–Você não sai daqui antes de me dizer aonde estava e com quem!

–Como você é chato, eu já disse que estou... ah, mãe? -Harry disse notando a mulher que estava no canto da sala, encolhida.

–Oi, querido -disse sorrindo.

– O que está fazendo aqui?

–Snape me chamou para saber se eu sabia onde você estava -disse olhando para o homem, que não aparentava uma feição nada satisfeita.

–Nossa, como você é exagerado -exclamou Harry voltando novamente sua atenção a Snape.- Colocou panfletos de desaparecidos com a minha foto também?

–Não dê uma de engraçadinho!

–Bom... -começou Lílian-, acho melhor eu ir. Depois nos falamos, Harry -disse acariciando rapidamente o rosto do filho e com um ligeiro olhar constrangido a Snape, saiu pela porta.

–Boa noite -disse Harry voltando a subir as escadas.

–Harry!

–O que é?

–Eu não terminei de falar, não me dê as costas enquanto eu não acabar! Você estava com Tiago, não estava?

–Não.

–Não minta para mim! Até hoje cedo, você estava normal e agora anda dando escândalos sem motivo? Só pode ser influência daquele homem.

–Já que você não passou pela fase da adolescência, deixa eu lhe contar uma curiosidade: adolescentes dão chiliques sem motivo aparente. E mesmo assim, você não acha que eu tenho um motivo bem grande para estar assim?

–Tudo bem, sei que não deve estar sendo fácil para você e é por isso que eu estou querendo conversar para que eu possa ajudar.

–Eu não preciso da sua ajuda, e quer saber? Eu estava com ele sim. Estava com o meu pai! -disse e logo subiu as escadas pisando fundo, deixando Snape sozinho na sala, pasmo com a notícia.

No dia seguinte, Harry, que mal dormira a noite passada, acordara cedo com a campanhia da sala. Esperou um pouco para ver se alguém atendia, mas ela continuou a tocar até que resolveu levantar da cama, o qual fez com demasiada preguiça, e desceu para abrir a porta. Ao abrir, deu de cara com cinco conhcidos rostos, que pareciam extremamente excitados. Eram Gina, Rony, Fred, Jorge e Hermione.

–Quanta gente -exclamou Harry.- Parece até uma fila de cinema.

–Ci... o quê? -perguntou Rony.- Isso é algum objeto dos trouxas?

–Calado, Rony -exclamou Hermione.

–Vocês tem algo contra dormir? -Harry indagou com os olhos lacrimejantes, ainda de sono.

–Você tá brincando? -disse Jorge.- Quando Gina nos disse o que tinha acontecido, queria voltar do caminho e vir aqui ontem mesmo. É verdade mesmo?

–Não, eu menti -falou Gina aborrecida com o irmão.

–É... é sim -confirmou Harry.

–Uau -disse Fred com os olhos arregalados.

–O pai de vocês sabe disso, foi ele quem achou os meus pais.

–É, mas papai ainda não voltou pra casa, deve estar preso no Ministério resolvendo esse assunto, então não tínhamos como saber de maiores detalhes -comentou Gina.

–Venham, entrem -Harry convidou dando passagem aos cinco que prontamente adentraram à sala.- Querem comer alguma coisa?

–Não, vinhemos apenas ouvir a história -disse Jorge com os olhos brilhantes, tamanho entusiasmo.

Os seis garotos subiram as escadas em direção ao quarto de Harry, e lá chegando, depois de acomodados, o garoto contou por mínimos detalhes o que acontecera noite passada.

–Nossa, Harry -começou Hermione-, que barra. Desculpe ser intrometida, mas como vai ficar sua situação com Snape? Do jeito que você falou dos seus pais, parece até que quer voltar a morar com eles.

–E o pior que quero sim. Eu sei que é estranho, já que só convivi com eles durante um ano da minha vida, mas é que, mesmo achando que estavam mortos, sempre foi a imagem deles que me vinha à cabeça toda vida que lembrava da palavra família.

–Entendo, mas acho que você deve pensar muito antes de tomar qualquer decisão que possa magoar alguém que você gosta.

–Por que não vamos almoçar lá em casa? -sugeriu Gina.- Soou mais como uma sugestão, mas mamãe disse que era uma ordem que tínhamos que lhe dar.

–Acho que pode ser uma boa ideia -disse Harry sorrindo.

Os seis voltaram a descer as escadas em direção à residência dos Weasley e, já na porta, se depararam com Snape.

–Ah, oi professor -cumprimentaram os Weasley e Hermione.

–Oi crianças. Aonde é que vocês vão?

–Vamos para minha casa -informou Rony.- Passear um pouco por lá, sabe, antes das aulas recomeçarem.

–Entendo. Tudo bem, mas não volte muito tarde -disse olhando para Harry.

–Pode deixar.

Os seis saíram da casa de Snape e logo chegaram à casa de Rony, onde , da porta, a senhora Weasley já os esperavam. Ela deu um esmagante, mas gostoso abraço em Harry e logo os chamou para o almoço. Os garotos passaram a tarde jogando quadribol no pequeno campo que tinha próximo à casa, mas com a supervisão severa de Molly, que temia que algum trouxa os vissem voando nas vassouras.

A tarde fora agradável, mas logo acabara.

–Tudo que é bom dura pouco -informou Harry vendo que já estava na hora de voltar para casa.

–Quem dera que as aulas fosse rápidas e legais desse jeito -falou Rony.

–As aulas são ótimas, você é que é um cabeça de bagre! -exclamou Hermione fazendo Harry sorrir.

–Bom, eu já vou indo, até mais -disse se despedindo dos amigos e dando um abraço agradecido à senhora Weasley.

–Precisando ou não, sempre pode nos visitar, querido!

De volta à sua casa, Harry entrou um tanto que desconfiado, devido à sua discussão com Snape na noite anterior.

–Oi -Snape falou assim que Harry abriu a porta.- Como foi lá?

–Foi ótimo.

–Olha, eu vou à Hogwarts, mas se precisar de alguma coisa, peça à Winky, ela está na cozinha.

–Tudo bem, mas o que vai fazer na escola a essa hora?

–Bom, Dumbledore me chamou para resolvermos algumas pendências antes do retorno das aulas.

–Uhm, tá bom então -disse subindo as escadas.

–Espera -exclamou fazendo o garoto parar a dois degraus.- Olha, eu sei que ficou um clima estranho entre a gente, mas eu não quero ser um empecilho para você. Se quiser ver Tiago, eu não irei intervir, mas me prometa que irá me avisar antes e que se ele quiser lhe ver, que venha aqui em casa, tudo bem assim?

–Tá, parece ótimo -Harry disse com uma enorme empolgação dentro de si.

–Então...até mais tarde -disse saindo pela porta.

Algumas semanas se passaram e Tiago e Lílian começaram a frequentar a casa de Snape para ver Harry. Não tão frequentemente como o garoto queria, pois eles disseram que estavam resolvendo algumas pendências para que suas vidas voltassem ao normal, mas ainda assim, trazia uma enorme felicidade a Harry vê-los. Harry até que tentava disfarçar um pouco a satisfação em ver os pais, para não chatear Snape, mas não conseguia esconder tamanha felicidade.

Uma certa dia, Tiago e Lílian foram visitar Harry pela manhã.

O homem sentou ao sofá para conversar com Harry, que não parava de falar, enquanto a mulher foi até a cozinha, dizendo apanhar um pouco d'água. No caminho à cozinha, Lílian parou ao ver uma porta entreaberta. Era a porta do escritório de Snape.

–Oi, posso entrar? -perguntou a mulher batendo de leve na porta.

–Claro, entre.

–Escuta, sobre aquela noite em que você me...

–Desculpe -Snape falou interrompendo Lílian.- Eu não devia ter feito aquilo, foi muita grosseria de minha parte.

–Bom, eu não ia dizer isso. Eu gostei. Sei que parece errado em falar isso com meu marido à poucos metros na sala, mas foi o que senti, como nos tempos em que namorávamos -disse se aproximando ao ponto de ficar bem perto do homem de olhos negros.

Os dois se aproximaram e quando parecia que sairia um beijo novamente, um forte estrondo foi ouvido, seguido de um intenso clarão. Lílian caía aos poucos aos olhos de Severo, direto para o chão. Ao chegar ao piso, pressionava com toda a força a barriga com as mãos e ao retirá-las por um momento, viu-se uma imensa quantidade de sangue jorrando. Logo Tiago e Harry chegaram apressados para ver o que tinha acontecido e logo depois de avistarem Lílian caída no chão, olharam para Snape. Este estava com a face gélida, sem aparente impacto sobre o acontecido, e em sua mão direita, estava sua varinha, a qual ainda saía resquícios de faísca.

–O que foi que você fez? -indagou Tiago perplexo.

–A mulher que eu amei jamais me amou como amou o marido e nunca o trairia desta maneira -disse voltando o olhar à mulher caída no chão.

–Esperto Snape, muito esperto -disse Lílian, que àquele momento, aos olhos de todos os presentes já não era mais Lílian. Dos cabelos vermelhos brotaram volumosos fios castanhos escuros e da face singela, apareceu um rosto maldoso e bastante conhecido de todos. Era Belatriz Lestrange, que mesmo à beira da morte, deu seu último suspiro em forma de sua maldosa risada.

–Não se brinca assim com os sentimentos dos outros -disse Snape encarando Tiago, que logo se deu conta do acontecido e retirou cautelosamente sua varinha do bolso.

–Nem pensar -exclamou uma voz conhecida de Harry.- Afaste-se dele!

Era Dumbledore, com sua habituais vestimentas azuis. O velho homem apontava para Tiago sua varinha e lhe ordenava que se afastasse de Harry, o que o homem o fez imediatamente, diante da varinha do diretor de Hogwarts apontada para sua garganta.

–O que está acontecendo aqui? -perguntou Harry assustado, sem entender o que estava se passando.

–Se afaste dele, Harry -ordenou Snape.

–Revele-se! -ordenou Dumbledore a Tiago, que logo abriu um grande sorriso sarcástico, e aos poucos foi se transformando de Tiago Potter à Lorde Voldemort.

Harry mal podia acreditar no que estava vendo. Pela segunda vez, via o bruxo das trevas se tansformar diante de seus olhos, agora e da primeira vez há quatro anos em seu quarto, em Hogwarts.

–Esperto, meu caro Snape. Achei que não fosse perceber.

–Cale essa sua maldita boca. Você irá voltar para Azkaban e de lá nunca mais sairá.

–Isso é o que veremos. Já fugi uma fez, outra não é impossível. Até um dia Harry Potter, foi divertido ouvir você me chamar de pai por todos esses dias -disse sorrindo para o garoto, enquanto era levado da casa por funcionários do Ministério.

–Eu vou sair daqui e não quero que ninguém me siga -Harry falou com a voz soluçante, dando as costas a Snape e Dumbledore.

–Vá atrás dele -aconselhou o diretor de Hogwarts.- Explique o que aconteceu a ele. Nessas horas, não é bom ficar sozinho.

Snape logo saíu atrás de Harry, que já estava do lado de fora da propriedade, caminhando sem rumo pela rua.

–Harry!

–Me deixa em paz!

–Espera, deixa eu só lhe explicar.

–Explicar o quê? Que você sabia dessa palhaçada o tempo todo e me deixou ficar dando uma de idiota?

–Não. Eu só soube que eles tinham se transformado em Tiago e Lílian para nos enganar há pouco tempo. Antes eu apenas desconfiava. Eu sei que está chateado e entendo perfeitamente, mas eu só queria dizer que sinto muito. Sei que ama muito seus pais e queria tê-los de volta, mas infelizmente, os mortos não podem mais conviver conosco.

Daquela manhã em diante, Harry ficou um tempo sem falar, muito amargurado com o que acontecera, mas logo foi deixando a mágoa de lado com a constante visita de seus amigos, que nunca o deixavam em paz, coisa que, lá no fundo, Harry adorava.

No penúltimo dia de aula, todos se reuniram na casa do senhor e senhora Weasley para uma pequeno jantar. Rony conversava com Hermione incessantemente, desde que descobrira que a garota terminara com o namorado que arranjou nas férias. Os gêmeos brigavam o tempo todo e quando não, ficavam pelos cantos da casa cochichando, coisa que a senhora Weasley não gostava nenhum pouco, pois sabia que daí viria encranca. Snape conversava com o senhor Weasley e com Tobias. Tudo parecia ter voltado ao normal.

–Harry -chamou Gina em baixo tom.

–Ah, oi Gina. Por que está cochichando?

–Vem cá, tenho que te mostrar algo que fiz -disse apontando para a cozinha.

–O que foi que você fe... -Harry disse mal terminando a frase, pois a garota lhe tascara um beijo na boca.

–Desculpe, mas eu precisava fazer isso -falou avermelhada para o garoto que estava um tanto pasmo.

–Não tudo bem, só fiquei um pouco surpreso.

–Eu sei, devia ter falado antes, mas nunca dava certo. Desculpe ter feito isso desse jeito, mas devo confessar que pra mim foi mágico.

–Eu acho que não -interrompeu Jorge, para o susto dos dois.- Quem faz mágica não demora cinco anos para fazer o espetáculo. Por curiosidade, Harry, Gina gosta de você desde o dia que nos encontramos na plataforma do trem.

–Jorge! -exclamou Gina envergonhada.

–Tudo bem, eu meio que notei, mas nunca falei nada porque você era irmã do meu melhor amigo.

–Era? Não sou mais?

–Bom, eu não lhe vejo mais assim -disse sorrindo para a ruiva, que lhe retribuiu o mesmo sorriso.

–Já que os pombinhos estão formados, acho melhor voltarmos para sala, antes que percebam nossa ausência.

Os três voltaram da cozinha, Jorge com a feição de sempre, mas Harry e Gina com as caras de quem tinham cometido um crime e sentaram-se ao lado de Rony e Hermione.

–O que estavam fazendo na cozinha? -indagou Rony.

–Bom... acho que você não vai querer saber -disse Harry sorrindo, para a alegria de Hermione, que encarou com olhos e boca arregalados para a ruiva que sorria.

–Harry -chamou Snape se afastando dos demais.

–Oi?

–O que ela lhe disse na cozinha?

–Você nos viu indo pra lá?

–Talvez.

–Bom... ela me disse que... espera aí, por que pergunta? Sabe de alguma coisa?

–Depende do que ela lhe disse.

–Você sabia?

–Ah, então ela lhe disse -falou com um pequeno sorriso no rosto.- E quem é que não sabia? Acho que só você mesmo e Rony, mas ele não conta porque é muito tapado -disse se afastando e voltando à conversa com o senhor Weasley e Tobias.

–Ei, pode voltar aqui! Por que nunca me falou nada?

–Quer mesmo falar disso agora? O pai dela está bem ali, quer que ele escute? -disse sorrindo e acariciando a cabeça do garoto e voltando ao assunto com os outros dois homens.

A conversa entre as pessoas que ocupavam aquela simples casa naquele dia durou a noite toda, tanto que para os pais daquela sala, foi difícil acordar os filhos para irem ao primeiro dia de aula na manhã seguinte, mas logo depois de acordados, todos se dirigiram contentes ao expresso de Hogwarts, sentando na mesma cabine juntos, como sempre, e conversando até chegarem ao lugar que tanto gostavam.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem!!! Espero que não tenham achado este final muito clichê, mas achando ou não deixem suas opiniões nos comentário se puderem, ok? Beijos!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "2ª Temporada - Eu, filho de Severo Snape? Nunca!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.