Crônicas de uma escola muito loka escrita por Sorvete de batata roxa


Capítulo 3
Minhas filosofias revoltosas


Notas iniciais do capítulo

Fe: e aí? Filosofei pakas nesse capítulo



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POV Lola
Eu sempre considerei a expressão "não fode" uma das melhores coisas já inventadas pelo ser humano. Você pode usá-la quando um infeliz abre a boca para falar merda, quando tudo na sua vida dá errado, quando o vizinho começa a tocar o último hit do Gusttavo Lima enquanto você tenta se concentrar na lição de casa... São muitas opções.
Ah, eu não podia deixar de lado a situação em que eu me encontrava no momento: quando o seu OTP vai se encontrar no cinema e você não sabe o que fazer para descobrir o que está acontecendo entre eles ou elas.
–Yas, você sabe que filme eles vão ver? -perguntei.
–Não. -ela respondeu.
–Não fode... -resmunguei- Eu tenho que investigar isso! Você me ajuda?
–Sim, eu também shippo eles dois. -ela disse.
A nossa conversa foi interrompida por algumas batidas fortes na porta da sala. Me virei e vi a professora de Língua Portuguesa sussurrando o seu "bordão" antes de entrar:
–Eu vou fazer a chamada e quem não responder está com falta.
Aqui temos mais um exemplo de situação em que você pode usar essa expressão divina: quando você está conversando com a sua amiga e a professora entra na sala.
–Não fode... -murmurei para mim mesma antes de voltar para o meu lugar.
Eu não preciso nem dizer as duas palavras que representavam a importância que eu dava para aquela aula, não é? Eu adorava Potuguês mas, sinceramente, publicidade não era a minha área. Infelizmente, já que a publicidade é o que dá grana.
Nós estávamos no meio de uma aula sobre campanhas publicitárias, quando a professora resolveu explicar sobre o trabalho em dupla que nós precisaríamos apresentar na semana seguinte. Ela mostrou alguns exemplos ridículos de campanhas publicitárias de uma granja de frangos.
Isso mesmo, uma granja de frangos que vendia embutidos. E a pior parte eram os slogans: "Mais saúde, menos colesterol e mais sabor" ou "Granja Itajaí: o frango do século XXI". Fala sério! O frango do século XXI? Existe slogan pior?
Ela até tentou nos convencer de que essa frase sintetizava a ideia de inovação dos embutidos daquela granja.
A pior parte de tudo isso é saber que o débil mental que escreveu essa porra deve estar podre de rico, andando em um carro zerinho, com o intestino entupido de fibras saudáveis e uma garota no estilo panicat no banco do passageiro.
Mas é um puta mantra budista isso aí hein, elevou a minha alma a um nível superior. Só que não.
Voltei a prestar atenção na aula, mesmo já tendo perdido uma parte realmente grande da explicação, quando ela disse que poderíamos escolher as nossas duplas. Dirigi meu olhar ao Marcos, esperando que ele formasse uma dupla com o Lucas, mas ele resolveu juntar a sua carteira à da Julieta. Essa era a minha deixa, a minha hora de brilhar.
Saí correndo por quase metade da sala até chegar ao lugar onde o Lucas estava. Era agora que eu descobriria a verdade sobre eles. Ok, eu havia chegado lá meio descabelada e um pouco apressada, mas pelo menos eu tenho saúde.
Ele me encarou como se eu fosse um filhote de alien e eu praticamente joguei o meu material na carteira vazia na frente da dele.
–Você e o Marcos -comecei- o que tem entre vocês dois?
–Nada. -ele falou meio vermelho.
–Colega, eu consigo reconhecer mentira de longe. -retruquei.
–Por que eu contaria esse tipo de coisa para você? -ele perguntou.
–Porque eu tenho um bom coração e vou te ajudar. -respondi.
–Senta aí. -ele soltou um suspiro em sinal de rendição. Fiz o que ele mandou para vê-lo voltar a falar rapidamente- ele gosta de garotas, satisfeita? Pelo menos é o que ele diz...
–Mas vocês não iam no cinema?
–Vamos como amigos. -ele disse- e como você descobriu que éramos nós?
–Eu tenho as minhas fontes. -resolvi não dedurar a Yas- e você gosta dele né?
–Fala baixo! -ele mandou.
–Ninguém está ouvindo, já estão todos combinando o que vão fazer no trabalho. -falei- eu vou fazer dupla com você para poder te ajudar melhor.
–Mas as pessoas não vão pensar que nós estamos juntos? Porque eu não quero isso não! -ele protestou.
–O que uma assexual pode fazer com você? -perguntei- conversar sobre o clima?
–Eu não sabia, foi mal. -ele falou.
–Eu penso em alguma coisa para nós fazermos depois, temos até a semana que vem para entregar isso. Que filme vocês vão assistir?
–Vingadores 2.
Pelo visto, eu teria muito trabalho.
–Quem convidou?
–Ele.
Talvez nem tanto... Eu consigo resolver essa situação. Eu acho...


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Notas finais do capítulo

Recadinho da tia Ana: COMENTEM



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