Annabele Vermont escrita por Annabele


Capítulo 4
4. Coisas boas de ouvir e... coisas difíceis de dizer.




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Acordei atrasada, Nancy ligou pra avisar que eu teria uma reunião com os diretores de uma empresa interessada em fazer uma parceria pela manha, então coloquei um vertido tubinho preto, um sapato de salto e um casaco, afinal era uma reunião importante. Cheguei na Vermont 5 minutos antes dos diretores. A reunião ocorreu perfeitamente bem, e existia grande possibilidade de fecharmos o negócio. Estava em minha sala preparando um relatório, quando Nancy telefona:

– Senhorita Annabele, o senhor Jacob Black está aqui na recepção...

Olho no relógio do monitor e já são 11:50.

–Obrigada Nancy, diga que já estou saindo. E mais uma vez: não precisa do senhorita Annabele, pode ser só Anna, ok?

–Tudo bem.

Salvo meu trabalho e pego minha bolsa, logo percebo que estou arrumada de mais para um almoço, mas agora já não tem mais tempo.

Atravesso o corredor até a recepção. Ele está sentado em um sofá, com uma calça jeans escura e uma camiseta preta, percebo sua surpresa ao ver minhas roupas. Ele se levanta e me cumprimenta com um beijo no rosto que me traz a tona as mesmas sensações da noite anterior.

– Nancy, você também já pode ir almoçar.

–Ok Anna, bom almoço a vocês. Manda um abraço pro Billy, Jake.

–Beleza Nancy, ele está com saudade do Jeorge.

Eles sorriem e seguimos em direção à porta. Às vezes esqueço que todos se conhecem aqui, entramos no carro, ele sorri e me surpreende:

–Você está linda.

–ah! Obrigada. Tive uma reunião importante logo cedo.

–Está com fome?

–Bastante, acordei atrasada e não tive tempo de comer nada.

–Pois é, festa na terça feira a noite não é pra executivas como você. – ele me provoca – Talvez só jovens de 19 anos como eu aguentem...

Rimos enquanto ele me olhava.

–Meu pai preparou uma lasanha de família, é bom que você coma bastante mesmo.

– Então ele escolheu bem o cardápio. – sorrio.

Durante o caminho conversamos sobre coisas banais, mas não queria que o caminho acabasse, entende?

Chegamos em sua casa, ele entrou na frente. Passamos pela sala e chegamos à cozinha, seu pai estava retirando a lasanha do forno. Era um senhor de uns 60 anos, com cabelos compridos, sentado em uma cadeira de rodas.

–Olá, famosa Annabele! Seja bem vinda. – disse estendendo os braços para um abraço, nos abraçamos.

–Olá senhor Black, é um prazer conhece-lo.

–Ah o que é isso? Por favor, só Billy.

–Tudo bem... – sorri – já estou famosa na cidade?

Jacob olhou para seu pai com olhos preocupados. Ele nos olhou e sorrio.

– Moça bonita e novata em cidade pequena é recita de fama.

Jacob respirou aliviado. Sorri.

–Além é claro, dos elogios que Jacob usa pra te descrever... – Ele dá risada em provocação ao Jacob.

Jacob também não contém a risada.

–Depois conversamos mais sobre esses elogios Billy. – Digo olhando fixamente para Jacob, que desvia rapidamente o olhar.

–Com certeza... Agora vamos comer enquanto está quente.

Estava tudo delicioso, o almoço, a conversa, Jacob... Opa, quer dizer, o almoço e a conversa.

Depois de comer, eu e Jacob fomos lavar a louça e Billy foi tirar sua soneca, antes é claro, agradeceu minha presença e a requisitou mais vezes. Jacob e eu ainda precisávamos voltar a trabalhar, então não nos demoramos muito e pegamos o caminho de volta. Ele estacionou o carro em frente à Companhia.

– Obrigada pelo convite Jacob, gostei muito do seu pai.

–Eu que agradeço Annabele. – Ele me olhou sorrindo.

–só Anna.

–só Jake então. – Sorri.

Dessa vez eu que me aproximei para beija-lo, novamente ele estava mais quente do que o normal e ainda mais cheiroso. Ele demorou um pouco para se afastar. Saí do carro e entrei rapidamente na empresa. Nancy me recebeu com um grande sorriso e duas levantadas de sobrancelha, como quem diz: humm, aí tem coisa!

Passei o resto da tarde terminando meu relatório. Clarie me ligou e combinamos de preparar uma janta na minha casa só para nós duas conversarmos a noite. Então assim que saí do trabalho, passei em sua casa e fomos juntas para a minha. Tomei um banho rápido enquanto ela provava todos os meus sapatos e depois descemos para a cozinha para começar a preparar o jantar.

–E então Clarie, quando sai esse casamento?

–Ai Anna, agora estamos esperando a casa ficar pronta– Ela disse batendo palmas empolgadas.

–Que maravilha!!!

–Pois é, já estou organizando as coisa. Estamos muito felizes.

–Fico muito feliz por vocês.

–E você será nossa madrinha. O Quil vai fazer o convite formal, mas eu não sei esperar, você me conhece. – risos.

–Será uma honra.

Ficamos em silencio por um tempo.

–Você foi almoçar com o Jake hoje? – ela me indagou olhando pelo canto dos olhos, enquanto lavava os legumes.

–Fui..

–E?

–E o que?

–Rolou alguma coisa?

–Clarie! Acabei de chegar!

–Eu sei amiga, mas o Jake esta caidinho por você. Desde quando mostrei uma foto sua pra eles, antes de você vir.

–É muito cedo pra isso Clarie. Eu estou mudada agora.

–Tudo bem, só estou falando por que faz muito tempo que não vemos o Jake assim..

–Por que diz isso?

–É que há algum tempo ele sofreu muito por uma menina, ele estava apaixonado e a menina acabou casando com outro e ai ele ficou muito desiludido.

–E a moça gostava dele?

–Não, na verdade ela só queria a amizade dele. Ela amava o outro.

Ela continuou a me instigar:

–Ele é um cara legal não é?

–É claro que é. E é exatamente por isso que não posso fazer com ele o que sempre acontece. Não sei quanto tempo vou ficar aqui.

–Anna, você tem que criar coragem e dizer ao seu pai que já chega disso. Você vai deixar pra viver quando? Quando estiver velha demais pra viver?

–É complicado Clarie...

–Eu sei que é. E vai sempre ser minha amiga. Mas você não pode viver em função do trabalho. Vocês tem tanto dinheiro que dá pra comprar essa cidade toda! Não precisam de muito mais.

–você não entende... não é pelo dinheiro.

–então por que é?

Fiquei em silencio. Ainda não estava pronta pra falar sobre isso. Nem com Clarie, nem com ninguém.

–Eu sinto muito, mas não quero falar sobre isso. Não agora.

–Tudo bem, eu respeito. Só pensa nisso ta bem?

Ela me abraçou.

–Ta bem.

–Além do mais, você também está caidinha por ele...

–É claro que não Clarie!

–Se não sentisse alguma coisa especial, você já teria deixado alguma coisa acontecer, como você deixava com os outros, apenas envolvimento físico. Mas na verdade dessa vez, você se importa, e não quer ferir os sentimentos dele.

Não consegui pensar em uma resposta. Por que na verdade, não havia o que responder, ela estava certa.

A noite foi regada de conversas femininas e no final a Clarie acabou dormindo lá em casa.

De manhã o Quil foi busca-la pra levar ao trabalho e aproveitou para tomar café com a gente. Depois seguimos cada um para seu lado.

Durante todo aquele dia, as lembranças do passado me atormentaram. Fiquei o tempo inteiro angustiada. Não quis nem almoçar. E para completar meu pai me liga no fim da tarde:

–Annabele?

–Oi pai.

–Como está a filial de La Push?

–Estamos acertando novos contratos com representantes.

–ótimo, quanto mais, melhor.

Fiquei em silencio, engasgada com um turbilhão de coisas pra dizer.

– A mamãe esta bem?

–sim... você já conversou com o representante da D’Loock Corporation?

–Sim, eles vão enviar a proposta por email.

–Ok, cuide-se Annabele.

Ele desligou o telefone..

–Eu estou bem pai, obrigada por perguntar. Tchau.

Fui pra casa. Não me permiti chorar mais uma vez. Desliguei meu telefone. Deitei no sofá e pensei em meu pai e em minha mãe. Pensei em meu irmão... E infelizmente, mais uma vez, o choro foi maior do que o orgulho. Eu acabei dormindo no sofá.


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