Annabele Vermont escrita por Annabele


Capítulo 25
Quanto tempo a vida leva?


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer muuuito a todos que tem lido a fic, e especialmente àqueles que comentam, permitindo assim que eu saiba qual a opinião de vocês sobre o que escrevo. A Fic está quase acabando :'( ainda não decidi se vou fazer uma parte dois, mas também já tenho uma nova história em construção, então não fiquem tristes. Esse é o penúltimo capítulo por Annabelle Vermont, o ultimo mesmo será um bonus por Jacob Black. Então só restam esse e mais dois. Muito obrigada queridos leitores, amo muito voces! Beijooo e aproveitem a leitura. :*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/656283/chapter/25

Meu pai desceu do carro e o contornou até parar perto da varanda onde eu estava, minha mãe saiu do carro e ficou mais longe.

Os olhos do meu pai olharam para além de mim, para a porta da casa. Então ele bufou.

–É claro! Esse é o motivo. – ele falou sem expressar emoção – Ora, por favor Annabele, você vai abandonar sua carreira por um cara qualquer que acabou de conhecer?

Jacob deu um passo a frente, então me virei para olhá-lo.

Nesse instante ouvi a respiração do meu pai parar e seu coração se acelerar.

Jacob o olhou através de mim com um semblante de preocupação, então me dei conta de que o top que estava tinha apenas um fio nas costas, então a tatuagem estava toda aparente.

–Isso é uma piada? – Ele me falou enfurecido.

Voltei meu corpo para ele. Minha mãe estava paralisada.

–Acha descente brincar com a morte do seu irmão? – Ele falou gritando.

Engoli a seco, um nó se formou em minha garganta. Meus olhos se encheram de água.

–Não é uma piada, pai. – falei contendo o choro.

Ele balançava a cabeça de um lado para o outro, olhou para minha mãe.

–Está vendo Lauren? Esta é sua filha!

Dei um passo a frente, minhas mãos tremiam. Minha mãe derramou uma lágrima, mas ela não me julgava com o olhar.

–Sou sua filha também Sr. Vermont.

Ele me olhou nos olhos, completamente decepcionado. Permaneceu quieto.

–Acha que estou brincando com a morte do Rick? Acha que fiz isso para te afrontar? Acha que eu não me importo? – Falei gritando sem conter o choro. Meus lábios tremiam e as lágrimas enturveceram minha visão.

–Eu perdi meu irmão! – Gritei. – EU... Perdi. Todos os dias da minha vida eu preferi ter morrido no lugar dele – os olhos do meu pai começaram a se encher de água. – Você sabe o que é isso? – Gritei. – Sabe o que é ser culpada por um acidente pelo seu próprio pai? Pelo pai que deveria te sustentar em um momento tão difícil?

Ele permanecia calado, as lágrimas caíam sem controle dos meus olhos. E as palavras saíam sem pudor.

–Eu amava o Rick! – apertei minha mão sobre meu peito, olhei para o chão, sem enxergar muita coisa. – amava com todo o meu coração. Mais do que todos nesse mundo, mais do que a mim mesma, eu amava meu irmão... Não foi só você que o perdeu.

Olhei dentro dos seus olhos. Ele não conteve as lagrimas.

–Eu sinto muito por sua perda! Eu sei que você nunca vai se recuperar disso, mas EU NÃO SOU A CULPADA... – minha voz se misturava com os soluços do meu choro, mas não conseguia conter. – Eu não preferi salvar o lobo ao meu irmão, foi um acidente.

Meu pai chorava compulsivamente, minha mãe me olhava com pena.

– Rick nasceu pra viver dentro de mim, guardando minhas costas e morreu pra me dar vida.

Meu pai se ajoelhou no chão. Me aproximei dele.

–Eu perdi a pessoa que mais amava no mundo, e depois você me tirou as outras duas que restavam – olhei pra ele e pra minha mãe. – Perdi tudo que eu tinha naquele acidente. E você acha que eu estou brincando com isso? – perguntei olhando nos seus olhos.

Ele não conseguiu me encarar, olhou para o chão. Minha mãe andou até ele e encostou a mão em suas costas.

–Você só perdeu um filho naquele acidente Alex... Você sabe... Já é hora de corrigir seu erro. Já chega! Culpar a Anna, não vai trazer o Rick de volta.

Ela olhou pra mim, quanta saudade eu sentia daqueles olhos, exatamente iguais aos meus. Fui guardando toda essa saudade em algum lugar muito bem escondido, onde eu nunca encontrava, mas ali estava ela na minha frente, depois de anos sem vê-los.

Minha mãe caminhou um minha direção e limpou as lagrimas do meu rosto.

–Eu sinto tanto. – falou fechando os olhos e deixando algumas lágrimas caírem. – Deveria ter resolvido isso antes, me perdoa minha filha...

Segurei seu rosto eu minhas mãos e olhei dentro de seus olhos.

–Senti sua falta. – A abracei fortemente.

Jacob passou por nós duas e estendeu a mão ao meu pai. Que levantou a cabeça e olhou para Jake por um segundo, então segurou sua mão e se levantou do chão.

Minha mãe me soltou e ficou ao me lado, meu pai deu dois passos em minha direção e sem conseguir me olhar falou baixinho.

–Não imaginava que se sentia dessa forma por todos esses anos... Tenho sido cruel com você. – ele levantou os olhos até os meus – por que não me falou essas coisas antes?

–Achei que não fosse necessário.

Ele olhou sem foco para a frente por alguns segundos.

–Tem razão... Eu nunca deveria ter descontado minha dor em você.

Ele respirou fundo e me olhou nos olhos, com grande pesar.

–Eu sinto muito Annabele.

–Todos nós sentimos.

Depois que os ânimos se acalmaram, entramos todos em casa, Jake monitorava todos os meus movimentos. Estávamos sentados na sala de estar, todos mais calmos, porém com uma estranheza no ar, como completos estranhos.

–É uma bela casa! – minha mãe sorriu.

Sorri timidamente em resposta.

Ela olhou para Jake que estava sem camisa, pois iriamos para a ronda antes de tudo acontecer.

–Esse é Jacob Black. Estamos vestidos assim por que iríamos correr.

Ela sorriu para ele, meu pai continuava sem me olhar nos olhos.

–Acho que é um motivo considerável para largar a carreira. – minha mãe falou rindo. Ri também, Jake ficou envergonhado.

–É isso o que você quer Anna? Morar aqui? – meu pai falou pausadamente, quase em hesitação.

–É. É o que eu quero.

Ele desviou o olhar.

– Então tudo bem.. – voltou a me olhar timidamente – você é uma excelente profissional, não vou encontrar ninguém com sua competência para te substituir, mas como você disse: é a sua vida. Gostaria que continuasse dirigindo a filial daqui e coordenando a Vermont à distancia, mas se não quiser eu vou entender.

–Vou continuar. Posso executar a maioria das minhas atribuições à distancia, só não quero morar em outro lugar...

–Então tudo bem! – Ele ainda me olhada envergonhado, com hesitação. E permaneceu assim a noite toda.

Eles decidiram passar a noite em La Push e voltar na manha seguinte para Seattle, onde pegariam um avião. Jake comunicou aos outros que não poderíamos fazer a ronda naquela noite. Jantamos todos em minha casa, sem trocar muitas palavras, ainda estranhamente desconfortáveis e não familiarizados uns aos outros.

Já era tarde quando Jake decidiu ir embora, o acompanhei até a porta.

–Você vai ficar bem? – Me olhou preocupado.

–Vou Jake, está tudo bem agora.

Puxou-me para um abraço acolhedor e reconfortante. Depois beijou o topo da minha cabeça. Olhei em seus olhos negros, ultimamente tão familiares aos meus e beijei seus lábios calmamente. Era inexplicável como estar perto dele me acalmava.

–Se precisar de alguma coisa me liga quando quiser.

Sorri.

Ele foi embora e ficamos nós três em casa. Pai, mãe e filha. Uma família com pouca afinidade e muito pesar no coração. Erros cometidos de todos os lados e uma muito recente sensação de libertação.

Arrumei o quarto de hóspedes para que eles dormissem. Minha mãe sentou na poltrona e ficou me olhando, enquanto meu pai tomava banho.

–Ele parece ser um bom rapaz – se referiu ao Jacob.

– Ele tem se tornado muito importante para mim.

–Você está tão diferente, Anna! Uma mulher linda.

Sorri em resposta.

Eles foram dormir e depois do banho me deitei em minha cama. Respirei fundo. Muita coisa havia acontecido essa noite. Sete anos de posicionamentos equivocados vieram a baixo. Eles não imaginavam o quanto suas atitudes influenciavam minha vida, não pensaram que durante dos os dias eu me culpava por tudo. Acharam que eu só os tinha abandonado, tinha fugido de tudo, desistido de reconstruir as ruinas da família Vermont.

Quantos anos pra consertar um erro?

Olhei pela janela, uma lua cheia brilhava no céu.

Os anos que foram necessários. Levou o tempo que era pra ser. O tempo que me ensinou a viver sem meu irmão, sem meus pais. O tempo que me fez entender quem eu sou, o tempo que permitiu que eu perdoasse a mim mesma, que confiasse em mim, que ficasse forte, corajosa. O tempo que me mostrou o que realmente importa.

Olhei para o criado mudo onde tinha um porta-retratos com minha foto e do Rick de quando éramos crianças. Passei os dedos sobre ele.

–Sei que está aqui! Como você disse: “Sempre ao lado”... Obrigada por todo o amor que me fez sentir, isso a gente nunca esquece irmão.

Seu olhos verdes abençoaram meu sono.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Annabele Vermont" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.