A conspiração escarlate escrita por Drafter


Capítulo 44
Risco e Oportunidade




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A parede de pedra estalou com uma pequena explosão. Pedaços de rocha e migalhas de poeira voaram no mesmo instante, enchendo o ar com uma fina camada de pó. Os pés de Kurama tocaram essa mesma parede logo em seguida, servindo de impulso para que ele mudasse a trajetória do salto.

Pousou com os dois pés no chão, agachado e pronto para atacar ou se defender novamente. Com os olhos afiados, focalizou Bozukan — que escapara do seu golpe por milímetros de diferença.

Outras explosões ecoaram a sua volta, junto de gemidos fracos e abafados. Ele tentou umedecer a garganta, que doía pelo ar empoeirado, mas a boca estava seca. Os cabelos grudavam na nuca, a testa ardia e ele sabia que era questão de tempo para que os músculos do corpo também se contraíssem em dor. Não fosse a cura de Botan, ele talvez não resistiria tanto.

Bozukan vinha em sua direção, o corpo completamente eletrizado. Kurama respirou fundo e levantou. Deixaria para se preocupar consigo mesmo depois.

Tomou impulso, dando um salto lateral para escapar do ataque iminente. Durante o ato, recolheu algumas das sementes que trazia consigo e as reuniu na palma da mão. Assim que pisou no solo novamente, soltou-as. Em menos de um segundo, já tinham sido engolidas pelo chão.

Repetiu o gesto, fazendo arcos pelo ar e deixando os pequenos grãos por onde passava. A estratégia irritava Bozukan, que o perseguia com igual velocidade, desferindo golpes que atingiam as paredes e faziam ainda mais poeira se levantar.

Na terceira vez, parou perto de Kuwabara, que parecia estatelado no chão. Tinha os olhos arregalados e os braços erguidos, embora ligeiramente dobrados.

— Está tudo bem? — Kurama perguntou com pressa, elevando a voz para chamar a atenção do amigo.

Kuwabara piscou os olhos dezenas de vezes antes de abaixar os braços e apoiar os cotovelos no chão. Olhou para onde tinha vindo a voz de Kurama, mas tudo que viu foi um borrão, seguido de uma breve explosão. Ele virou o rosto, protegendo os olhos dos possíveis estilhaços. Uma rachadura agora marcava o solo que Kurama ocupava um segundo atrás. O ruivo já tinha sumido do seu lado.

Kuwabara se levantou correndo, o coração acelerado sem compreender o que tinha acontecido. Se lembrava de Bozukan em pleno salto, as garras e dentes afiados em sua direção. Se lembrava das espadas que produzira em ambas as mãos e erguera em uma tentativa desesperada de se defender. E elas continuavam ali, uma em cada mão. Faiscavam no ar, iluminando o espaço vazio ao redor. E só. Bozukan desaparecera.

Levou os braços para a frente de modo defensivo enquanto olhava nervosamente para os lados. As cenas pareciam vultos diante de seus olhos. Por um instante, ele ficou confuso, sem saber o que fazer.

Um novo estrondo, muito mais alto do que todos os outros, eclodiu. O chão tremeu e fez Kuwabara colar as costas na parede, sentindo os tímpanos quererem explodir com o volume ensurdecedor. Um zumbido continuou enchendo seus ouvidos mesmo depois que o barulho cessou, e ele reconheceu aquele som na mesma hora.

Procurou Yusuke com os olhos. Encontrou o rapaz deitado, a camisa arrancada do corpo, as costas paralelas ao chão e os joelhos dobrados para cima. Arquejava forte. Tinha a mão direita esticada para o alto, a esquerda servindo de apoio.

Seu primeiro ímpeto foi correr até ele. Desfez o par de espadas de energia que tinha nas mãos e se jogou para a frente, batendo os joelhos no piso. Quando o alcançou, olhou para a mesma direção que Yusuke, girando os olhos para o teto.

Nada. Nenhum sinal de Bozukan.

Olhou de novo para Yusuke, que já baixava as mãos para o lado do corpo.

— Eles estão sumindo? — Kuwabara perguntou — O que diabos está acontecendo por aqui?

Yusuke continuava deitado, a respiração pesada. Sentia um peso descomunal pressionar suas costelas. Se virou para o amigo com cuidado e apoiou um dos cotovelos no chão. Ergueu ligeiramente o tronco em sua direção. Uma pontada o atingiu em cheio, e ele fez uma careta para espantar a dor.

— Parece que a gente está perdendo tempo com mais um truque barato — Yusuke respondeu entre os dentes, irritado.

De repente, uma sombra vinda do alto os cobriu por inteiro. Instintivamente, rolaram um para cada lado, abrindo espaço para o que quer que fosse. Na mesma hora, uma enorme pedra atingiu o chão onde estavam, se quebrando em mil pedaços.

Cobriram os olhos, mas se levantaram depressa, assustados.

— Foi mal! — Ouviram alguém gritar.

Kiki estava a alguns metros dos dois, às voltas com pedregulhos de todos os tamanhos que usava para atacar e se defender simultaneamente. As lascas de pedra orbitavam em volta da garota, acompanhando seus movimentos — exceto por algumas, que escapavam do poder da menina e arrebentavam a distâncias irregulares no solo, jogando seus detritos por toda parte.

As mãos sangravam. Os olhos pareciam arranhados pela poeira e o pulmão começava a lhe cobrar mais oxigênio. Ela se esforçava para continuar de pé, lançando os pedaços de rocha que encontrava na direção de Bozukan, esperando por uma abertura. O youkai, contudo, esmigalhava as investidas de Kiki com faíscas elétricas que dizimavam qualquer tentativa.

Alterava os passos constantemente, em um zigue-zague irregular que ora a afastava, ora a aproximava do oponente. Se sentia tonta, um desespero mordaz de quem sabia que morreria lutando.

Em um breve momento, sentiu algo queimar do seu lado. Fora rápido, porém intenso; tão forte como se o próprio sol a tivesse tocado, e ainda assim, tão ligeiro quanto um sopro. Ligeiro o suficiente para ela simplesmente ignorar a sensação e seguir na sua batalha individual.

Kiki na hora não percebeu, mas fora por pouco que não se chocou com Hiei durante uma de suas manobras, o braço completamente em chamas.

Hiei, por sua vez, tampouco percebera. Em meio segundo, já estava longe da garota.

O dragão parecia querer rugir na pele do demônio, mas algo o prevenia de libertá-lo. O ódio o alimentava, era verdade, mas aquela mera cópia de Bozukan não merecia conhecer seu poder. O guardaria para o verdadeiro.

A única coisa que o incomodava era a velocidade do youkai, que quase parecia superar a sua. Hiei ricocheteava pela câmara, tentando ganhar em aceleração, mas falhava em cada tentativa. Uma fração de segundo era tudo que precisava, mas nem mesmo isso ele conseguia.

Pela câmara, as paredes chamuscavam em contato com o braço de Hiei. Alguns ossos e restos mortais que cobriam a superfície se desfaziam em carvão tão logo recebiam o calor das labaredas que o demônio tinha invocado. Eram bem menos poderosas que as Chamas Mortais, mas potentes o suficiente, ele julgava.

O calor também fazia o cheiro da decomposição humana aumentar. Eles já estavam todos com seus narizes acostumados com aquele odor, mas de repente, era como se sentissem pela primeira vez.

Hiei, mais uma vez, nada reparou.

— Ah, que se dane! — exclamou.

E, como não ganhava de Bozukan em velocidade, simplesmente parou. Foi uma parada brusca, inesperada, mas tão rápida que apenas olhos muito treinados poderiam notar. Na mesma hora, Hiei estava em movimento novamente; dessa vez, porém, na direção contrária.

A rapidez com que se locomovia não permitiu Bozukan perceber imediatamente a mudança do youkai. Antes que pudesse reagir, Hiei já estava sobre ele, o fogo praticamente entrando pelos poros. O soco o atingiu na mandíbula, com tamanha força que seria capaz de lhe quebrar todos os ossos da face.

O demônio foi arremessado em direção à parede mais distante. Hiei parou e pousou no chão, apoiado pela mão que não utilizara no ataque. Antes disso, no entanto, o terceiro Bozukan já tinha desaparecido.

As chamas se apagaram do braço de Hiei, deixando marcas enegrecidas. Ele as olhou com um ar ligeiramente vago, certo de que sumiriam em breve. E, ainda assim, o dragão se destacava.

Sorriu, só com o prazer daquela imagem.

De súbito, sentiu um desequilíbrio repentino nos pés. Os firmou no chão, tentando recuperar a estabilidade. Olhou para baixo, procurando o motivo.

Rachaduras começavam a se formar no piso ressecado, como se algo debaixo do solo tentasse ganhar vida. Hiei pulou para o lado, se afastando da fissura.

As rachaduras ganharam o chão, se espalhando pela câmara. Faziam um barulho oco, tão ressequido como aquele ambiente. Hiei as acompanhou com o olhar. Mais ao longe, Kuwabara e Yusuke faziam o mesmo.

Até que algo brotou das fendas. O chão, antes estéril, fez surgir estruturas estranhas, verde-escuras, grossas, cobertas de espinhos afiados. Igualavam em tamanho a um homem adulto, algumas até um pouco mais.

Kurama deu um giro no ar. No momento exato, um dos troncos nasceu do local onde pisava — e para onde, estrategicamente, tinha atraído Bozukan. A planta, algo que lembrava vagamente um cacto, prendeu o demônio na mesma hora com seus espinhos, tão finos e compridos que mais pareciam ferrões.

Os espinhos entravam pela sua pele, perfurando ombros, braços, pernas e tronco. Bozukan gritou de dor quando o sangue começou a escorrer dos locais atingidos, mas os espinhos continuavam avançando e se multiplicando sob o corpo do youkai.

Era quase uma completa mancha vermelha quando sumiu, a imagem desbotando como uma tv que se apaga lentamente.

— Toma isso, SEU MERDA!

O grito fez todos se virarem.

Kiki estava coberta de suor, e o sangue dos dedos parecia ter se espalhado por todo o punho. Na sua frente, Bozukan, parcialmente encurralado por uma das plantas de Kurama. Ficara preso em um dos espinhos e a garota aproveitara a brecha. O empurrou com um soco na direção do cacto, forçando seu rosto contra os ferrões.

Chegara a sentir um pouco de choque elétrico ao encostá-lo, mas dor era o que menos a preocupava naquele momento. Repetiu o soco mais duas ou três vezes, apenas para garantir. Estava exausta, mas a satisfação que teve ao esmagá-lo com as mãos era algo único.

Deixou o cansaço dos joelhos vencerem ao desabar com eles no chão. Pelos olhos parcialmente cobertos pelos fios de cabelo rebeldes viu Bozukan desaparecer — o que, por um tempo, achou que fosse apenas seu cérebro pregando alguma peça.

Mas quando se deu conta de que ele realmente não estava mais lá, teve vontade de chorar.

Aquilo era só o começo.

(...)

O olhar de Liu era desafiador. Mais do que isso, era triunfante.

Ele mantinha uma postura assertiva enquanto encarava Enma de igual para igual no Salão Principal do Palácio, com as costas retas e o queixo empinado. Alinhados às suas costas, seis outros membros do Esquadrão o serviam de apoio, fazendo crescer ainda mais a prepotência do ex-Comandante.

— Renda-se, Senhor Enma — um dos oficiais à esquerda de Liu falou — O Palácio está cercado com nossas tropas.

O Rei continuou imóvel, as mãos descansando nas costas, apoiadas uma na outra. Virou o rosto lentamente para o militar que tinha acabado de falar e o estudou por algum tempo em silêncio.

O oficial sentiu o peso dos olhos milenares de Enma caindo sobre ele, devagar e maciços. No começo, sustentou o olhar com firmeza; a medida que o silêncio se prolongava, porém, ele sentia seus ombros encolhendo, uma espécie de constrangimento com fraqueza o consumindo por dentro.

Aqueles olhos tinham o peso de uma tonelada.

— Acha que me assusta, Liu? — Enma perguntou, por fim, se voltando para o centro do grupo. O oficial que falara anteriormente soltou um suspiro imperceptível de alívio.

— Isso não foi uma sugestão — Liu respondeu — Foi uma ordem.

Enma deu um passo para frente — devagar e pesado, tal como o olhar que lançara ao oficial. Quando falou, a voz saiu grave, um ou dois tons acima do que o costume.

— Vai ter que me matar, então — falou.

Os seis oficiais imediatamente soltaram um ruído baixo de assombro. Trocaram olhares curtos, evitando desfazer a postura. Seus rostos se endureceram ainda mais.

Liu, no entanto, sorriu. Por baixo do uniforme, podia sentir o metal frio do Punhal do Guardião tocando-lhe a pele. O impulso de acabar logo com aquilo era imenso.

Ao mesmo tempo, sentiu a tensão entre os companheiros.

— Vou deixar que pense melhor no assunto — Liu respondeu, com um brilho estranho no olhar — Tenho certeza de que vai mudar de ideia.

Ele saiu da sala, mantendo quatro dos membros que o acompanhavam guardando a entrada.

O Rei podia esperar. Liu faria a limpeza do Mundo Espiritual aos poucos. E era com Koenma com quem pretendia começar.

Como Enma reagiria ao ver o corpo sem vida do filho?

(...)

— Botan, você está bem? Botan?

Ayame balançou Botan de leve pelos ombros. A guia tinha o olhar distante, e passara os últimos dez minutos em reflexão, inerte e calada, como se seu espírito estivesse em algum outro lugar.

Despertou com o toque de Ayame, ainda que as pupilas parecessem um pouco perdidas. O rosto preocupado da colega entrou em foco aos poucos.

— Você está bem? — repetiu.

Botan balançou a cabeça energicamente, como se não apenas estivesse respondendo a pergunta, mas também chacoalhando os resquícios de pensamento da cabeça.

— Temos que fazer alguma coisa! — Botan falou, se levantando apressada — Sr. Koenma, onde ele está? Preciso falar com ele!

Ayame levantou, ainda exibindo a expressão preocupada.

— Eles precisam deixar a gente sair — Botan continuou, agitada, em direção à porta — Eu preciso falar com Sr. Koenma, explicar o que houve. Ele vai resolver isso.

Girou a maçaneta e a puxou, mas a porta estava trancada e não cedeu. Repetiu o gesto, dessa vez com mais força, mas o resultado foi o mesmo. Continuou girando e puxando a maçaneta, fazendo a porta dupla vibrar.

— Botan, espere... — Ayame pediu, segurando seu braço.

Botan, no entanto, se desvencilhou. Agora começava a esmurrar a porta com as duas mãos, fazendo o estrondo ecoar pela sala. Todos os olhares se voltaram para ela.

— Abram essa porta! —ela gritou — Vocês estão cometendo um erro! Isso é um absurdo!

Ayame tentou mais uma vez conter a amiga transtornada, mas seus gestos bruscos a repeliram.

— Isso não faz sentido! Liu não pode tomar o Reikai! — Botan exclamava, mais para si mesmo do que para os outros.

Outras pessoas da sala começaram a se levantar, preocupadas com aquele escândalo. Agora olhavam para Ayame com receio e cobrança, como se ela fosse a responsável por controlar a colega.

— Depois de tudo que ele fez! — Botan continuava — Não é possível que ninguém enxergue o que está acontecendo aqui!

Mais murros na porta. Ayame tentou uma nova aproximação, mas de repente, as duas quase caíram de costas no chão.

A porta se abrira de supetão, por alguém do outro lado que a empurrara com intensidade.

Botan se calou.

Um oficial olhava com ar severo para as duas. Primeiro, mirou Ayame, mas logo em seguida se virou para Botan.

— Você, venha — exigiu, apontando para a guia.

Ela ficou estática, como se todos os gritos anteriores tivessem secado sua garganta e minado suas energias.

O oficial não repetiu a ordem. Simplesmente a agarrou pelo braço e a puxou para fora da sala. Ayame se sobressaltou e tentou alcançar a amiga, mas a porta foi novamente fechada com um estampido e o trinco, fechado.

— O que é isso? Onde está me levando? Eu preciso falar com Koenma!

— Cale a boca! Você não acha que já está criando problemas demais?

— Por que estão fazendo isso? Por que estão apoiando Liu? Ele é-

— Botan! — o oficial gritou, apertando ainda mais seu braço — Eu mandei ficar quieta!

Dessa vez, o oficial a encarou, fitando os olhos violetas da guia. Foram apenas um ou dois segundos, mas o suficiente para deixar Botan sem fala.

Ela era praticamente arrastada pelo corredor. Tentava acompanhar o andar rápido do homem que a carregava sob o olhar de outros membros do Esquadrão, se afastando cada vez mais da sala onde estivera alguns momentos atrás.

— O que está acontecendo? — um dos militares que acompanhava a cena os interrompeu.

— Essa shinigami estava criando muita confusão — o oficial que a levava respondeu — Precisa ser separada das demais.

Botan engoliu em seco.

Em silêncio, tentava entender o caminho que estavam fazendo, e não gostou quando deixaram o prédio principal do Palácio. Sentiu uma angústia tão forte quanto a pressão que sentia no braço.

A sensação piorou quando avistou o Centro de Detenção. Sentiu as esperanças saindo do corpo quando entraram na edificação, se culpando por não ter se acalmado quando Ayame a pediu.

Começou a maquinar estratégias de fuga, uma mais mirabolante do que a outra. Desanimava sempre que lembrava que aquelas celas eram capazes de conter demônios poderosos, e que suas chances de realizar o feito eram próximas de zero.

De repente, pararam na frente de uma das celas. O oficial abriu a porta e a empurrou para dentro. O primeiro instinto de Botan foi encarar novamente o militar por entre as barras de ferro, o rosto tomado de súplica e desespero.

— Botan?

A voz viera de trás dela, do interior da cela. A guia se virou surpresa — não apenas por dividir a prisão com alguém ao invés de ficar sozinha como imaginou, mas porque reconheceu a voz imediatamente.

Koenma a olhava de volta, igualmente surpreso, de pé na frente do beliche.

Ele voltou os olhos para o oficial, um jovem cadete com os cabelos castanhos amarrados na nuca. Kai desviou o olhar, nervoso, se virando para a entrada no fim do corredor.

— Obrigado — Koenma falou.

Kai manteve o semblante sisudo, mas meneou a cabeça de leve, em retorno.

Botan ainda não estava entendendo nada.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela leitura e espero que tenham gostado (apesar da demora, ops =x)

Até o próximo!