Tão Perto. Tão Distante. escrita por Mia Golden


Capítulo 23
Billy


Notas iniciais do capítulo

Volteeeeiiiii
Realmente esse foi o tempo em que mais fiquei sem postar gente, desculpa, mas agora estou firme e forte. Vamos recomeçar?

:)



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Aquela semana foi tensa. A mãe de Mona foi enterrada na segunda. Mona já havia sido liberada pelos médicos, agora ela ficaria por responsabilidade da justiça. Seu padrasto já estava na cadeia e esperava julgamento.

Hannah parecia tão envolvida com a história de Mona que a todo momento queria estar por perto para ajudar. Mona não era mais a mesma, é claro. Ela mal falava e muitas vezes queria ficar sozinha.

Quando voltamos às aulas, os comentários pelos corredores eram sobre o acontecido. Mona ainda estava sobre a guarda da justiça em um lar para meninas na outra cidade. Soube que os Albertinis a queriam para dar-lhe abrigo e proteção, mas o conselho tutelar ainda não havia chegado a uma decisão.

As aulas foram um pouco tensas. Situações como a que Mona passou, abriu os olhos de muitos e vários se sentiram mais conscientes que a violência domestica é algo serio. Soube até de pessoas que procuraram os conselheiros da escola para conversar sobre. Pelo menos isso teve um lado bom.

Estávamos na hora do intervalo. Estávamos todos em uma única mesa. Estava ao lado de Hannah.

— Falou com a Mona, Hannah? – perguntou Sarah.

— Falei com ela ontem. Ela disse que esta bem, mas eu acredito que não.

— Como assim? – perguntou Nico curioso. Ele estava sentado do outro lado de Hannah.

— Ela disse que não é muito legal por lá. É entediante.

— Nunca que eu iria imaginar dizer isso mas...pobre Mona! – disse Lory encostando a cabeça no ombro de Wesley.

— Mas ela não iria ficar na sua casa, Nico? – perguntou Davis.

Nico pensou um pouco.

— Meus pais estão tentando ajudar. Eles ficaram bem sensibilizados com o caso dela.

— Espero que seus pais consigam Nico. Deve ser ruim ficar longe, ainda mais sem conhecer ninguém. – disse Hannah.

— Espero que sim! – disse Nico suspirando.

Depois que a hora do intervalo acabou, todos nos dirigimos para as nossas próximas aulas. Quando terminou o dia, fomos cada um para suas casas. Hannah parecia um pouco distante depois do acontecido com Mona. Talvez tudo isso tenha trazido memórias ruins a ela.

— Hannah! – a chamei quando estávamos no estacionamento da escola. Ela se virou e me viu.

— Oi. – disse ela colocando a mochila dentro do seu carro.

— Você esta bem? – perguntei pegando na sua mão.

Ela suspirou profundamente. Sabia que ela não estava bem.

— Mais ou menos. – disse ela com um olhar distante – São essas coisas que aconteceram...eu só...

— Hannah... – a puxei em minha direção e a abracei. Ela encostou a cabeça no meu peito. – Você não precisa ficar assim.

— É. Eu sei!

— Então relaxe! – disse dando um beijo no topo da sua cabeça.

Senti que ela puxou uma respiração profunda e soltou.

— Obrigada Billy. Obrigada por estar ao meu lado.

— Sempre vou estar minha linda!

Senti que ela riu. Ela se afastou e me olhou sorrindo.

— Você é que é mais lindo!

Ri com o seu comentário. Hannah era linda sim.

— Somos dois lindos então.

Ela riu mais agora. A abracei de novo.

— Hannah?

— Sim.

— Posso lhe perguntar algo?

— Pode.

Ainda estávamos abraçados.

— Quer sair comigo?

Hannah levou alguns segundos para responder.

— Achei que nos nunca iríamos fazer isso.

Me afastei e a olhei.

— Isso foi um sim?

— Sim.

— Essa semana passou tão rápida, porque amanhã já é sábado...pode ser amanhã?

— Pode.

— Não tem nada para fazer com seus amigos?

— Não.

— Então vamos amanhã.

A puxei de novo para meus braços.

Na manhã seguinte acordei animado. Minha mãe e Jenny perceberam. Elas até riam de mim, mas eu não me importava, hoje seria o dia em que eu definitivamente pediria Hannah em namoro. Sentia que já estava na hora. E Hannah também não parecia tão tensa ao meu lado como antes, agora ela já ficava mais a vontade.

Apesar da minha decisão, me sentia um pouco nervoso e ansioso. Eu amava Hannah e sei que ela também sentia o mesmo.

O dia passou se arrastar até que chegou a hora de me arrumar para sair. Depois de pronto, desci para ir buscar Hannah. Minha mãe e Jenny ficaram admiradas quando apareci na sala para me despedir.

— Mas esse meu filho parece um modelo! – disse minha mãe admirada.

Eva também estava na sala e sorria.

— Eu vou sair com a Hannah, como eu havia falado.

— Sim, nós sabemos...Hannah tem sorte! – disse Jenny.

— Hoje é um dia importante para mim, talvez venha com novidades! – disse um pouco nervoso.

Mamãe se levantou e veio em minha direção. Ela se aproximou deu uma ajeitada na gola do meu casaco. Ela me olhou com ternura.

— Você tem se tornado um garoto incrível Billy. Sei que Hannah também percebeu isso e que viu e vê em você uma pessoa boa. Ela vai dizer sim, tenho certeza. – minha mãe me beijou no rosto e me abraçou. Tive que me curvar um pouco porque minha mãe é mais baixa.

— Obrigado mãe! – a beijei na testa. – Estou indo!

Jenny correu e me abraçou também.

— Boa sorte! – disse ela pendurada no meu pescoço e logo me dando um beijo.

— Valeu maninha! – disse dando uma piscada.

Antes de me virar vi que Eva parecia emocionada.

— Tchau Eva.

— Tchau Billy!

Cheguei à casa de Hannah em dez minutos. Como deve ser um encontro, é claro que fui até a porta da casa para buscá-la. Assim que entrei, fiquei na sala esperando um pouco. Davis apareceu com Carly nos braços.

— Billy! – disse ele se aproximando e me cumprimentando. Carly deu um sorriso só com quatro dentes.

— Oi Davis! Oi lindinha! – disse segurando uma mãozinha de Carly que já queria ir para meu colo.

— Não bebê, assim você pode sujar a roupa dele e então acaba a noite – Davis disse com ar de brincadeira. Carly deu uma risadinha. – E então, nervoso?

Ri com o comentário.

— Mais ou menos.

Davis riu.

— Ela também estava um pouco nervosa hoje...droga! Não diga a ela que eu disse isso! – disse Davis rindo e olhando para trás.

— Não digo!

Davis parou de rir e me observou.

— Cuide bem dela ouviu?

— Eu vou!

— Muito bem!

Ouvimos passos pela escada. De repente aparece Hannah. Ela estava linda com um vestido curto azul com um casaco preto. Ela usava botas de salto alto que iam até os joelhos. Seus cabelos estavam soltos e ela parecia um pouco maquiada. A olhei por alguns segundos.

— Terra chamando Billy! – disse Davis balançando a mão na frente do meu rosto.

Sai do transe e olhei para ele que parecia prestes a cair na risada. Voltei a olhar para Hannah. Ela veio caminhando em minha direção. Parecia um pouco corada.

— Bem...acho que vamos olhar um filme não é Carly? – disse Davis se afastando. – Boa noite para vocês! – assim ele desapareceu no corredor.

Hannah estava com um sorriso sem jeito. Tive vontade de beijá-la naquele momento.

— Você esta linda! – disse admirado.

— Obrigada! – ela respondeu corada. – Você também!

Sorri com o elogio.

— Vamos?

— Sim. Claro!

Assim que saímos, fomos em direção ao meu carro. No caminho fomos conversando coisas aleatórias. Ela parecia mais nervosa do que eu, então conversar coisas até bobas estava ajudando um pouco.

Não disse onde a levaria, só disse que era uma surpresa. Saímos da cidade, por que lá havia um restaurante bem legal. E não queria nenhum conhecido atrapalhando nossa noite se fosse em nossa cidade.

Assim que estacionei em frente ao restaurante, Hannah me olhou admirada.

— Uau Billy...nó vamos...aqui? – perguntou ela dando uma risadinha.

— Sim!

— É lindo!

O restaurante era o melhor da cidade e era um dos mais procurados. Não era extremamente chique, mas a comida que era boa. Eles tinham de tudo. Por isso o sucesso.

Sai do carro e me dirigi ao outro lado para ajudar Hannah. Peguei em sua mão e fomos em direção a entrada. Quando chegamos a recepção, disse meu nome e a atendente nos levou até nossa mesa. O lugar estava cheio.

Assim que nos acomodamos. Os cardápios foram trazidos. Hannah parecia nervosa com tantas coisas. Mas no fim acabemos escolhendo os pratos mais simples. Eu até poderia ter crescido em uma família rica, mas sinceramente nunca gostei de comidas cheias de frescura. Acabava que sempre saia das festas com mais fome.

Pedimos um bife a parmigiana e suco. Às vezes olhávamos para alguns pratos de outras pessoas. Alguns comiam uma miniatura de comida, já outras pareciam que não comiam a anos. Isso nos fazia rir. Enquanto esperávamos, continuávamos a nossa conversa. Não queria me precipitar. Não seria aqui que pediria a Hannah para ser minha namorada. Já tinha o lugar certo.

Assim que nossos pratos chegaram, começamos a comer. Estava delicioso, Hannah às vezes fechava os olhos quando mastigava, o que me fazia rir e ter uma vontade de beijá-la.

Ficamos mais de uma hora no restaurante. Comemos sobremesa e ainda repetimos. Depois de satisfeitos, estávamos prontos para sair. Hannah queria dividir a conta, mas disse que não. Eu havia convidado. Acho que isso é ser um cavalheiro, não é?

Assim que fomos para o carro, Hannah me olhou.

— Ainda são onze horas! Aonde vamos agora?

Cheguei bem perto dela e disse em seu ouvido.

— Essa noite é tudo surpresa!

Senti que ela estremeceu, mas acabou rindo sem jeito.

— Billy... – disse ela dando uma ajeitada no cabelo.

— Não fiz nada! – disse com cara de inocente.

Abri a porta do carro para ela que logo entrou. Iríamos continuar na mesma cidade. Levaria Hannah no drive in. Soube que uma vez ao mês eles faziam essa sessão de cinema ao ara livre na cidade. Tenho que dar essa ideia para o tio Alex colocar em nossa cidade.

A distancia do restaurante até o drive in era pequeno. Mas como tínhamos que estar de carro, chegamos em quatro minutos. Quando chegamos, já havia uma fila de carro para entrar. Hannah me olhou maravilhada.

— Oh meu Deus! Eu achei que isso só existia em filmes dos anos 60! – disse ela sorrindo.

— Legal não é?

— Muito!

Passamos pela entrada e um rapaz nos deu um bilhete que valia pelo filme e meu lugar com o carro. Assim que fui entrando, algumas pessoas nos guiavam até chegar ao nosso lugar. Assim que estacionei, estava satisfeito com o lugar. Dava para ver bem a tela.

Hannah estava com o folheto da programação.

— Que filme é? –perguntei. Pelo horário esperava que não fosse nada picante ou parado.

— Humm, se chama... antes que termine o dia. Parece bom. Bem romântico! – disse ela me olhando – Você gosta de filmes românticos, Billy?

— Prefiro os de ação e aventura!

— Normal! – disse ela rindo.

— Mas hoje eu vou abrir uma exceção! – disse me ajeitando no banco e pegando sua mão. – Por você eu faço isso.

Ela corou um pouco. E se ajeitou no banco também.

— Bem... – ela limpou a garganta. Era linda! – Vai que você acabe gostando!

— Quem sabe!

Deixaria Hannah aproveitar o drive in e no fim sim eu falaria com ela. Soube que a ultima sessão, depois do filme, as pessoas podiam ficar mais uma hora para admirarem a lua e o alto para verem a cidade. O drive in ficava no alto. Esse momento era perfeito.

Assim que começou o filme, o barulho das pessoas diminuiu. Com o passar do filme, realmente achei ele interessante e às vezes até engraçado. O filme é claro que era um romance. Hannah parecia estar amando, pois parecia bem concentrada. Ela ainda segurava minha mão e eu sempre a olhava. As vezes olhava para os outros carros. A maioria era de casais, alguns concentrados no filme, outros se beijando e outros com os vidros embaçados...não preciso nem dizer.

Assim que o filme terminou e Hannah secando as lágrimas o que eu achei fofo, ela saiu do carro e foi até o banheiro. Fiquei lá me preparando, pois a partir daquele momento eu poderia dar o primeiro passo para ter Hannah para sempre em minha vida.

Assim que ela voltou nos endireitamos no carro.

— Que pena que terminou! Amei o filme!

— Eu vi! – disse colocando seu cabelo atrás da orelha.

— Vamos embora agora? – disse ela parecendo um pouco decepcionada.

— Não! A última sessão tem o direito a mais uma hora pra ver o luar.

— Legal! – disse ela se ajeitando melhor no banco e olhando para o céu.

Eu não conseguia tirar meus olhos dela.

Ficamos admirando a linda noite estrelada. Levou uns dez minutos até eu criar coragem. Ainda olhando para o céu, eu comecei aos poucos.

— Hannah?

— Sim.

— Você gostou da noite?

— Claro! Foi muito boa!

Sorri. Agora me virei para olhá-la.

— Essa noite é muito especial para mim! – disse.

Hannah me olhou e sorriu.

— Pra mim também foi.

— Hannah...

— Sim.

Olhei outra vez para o céu para que eu não dissesse nada que fosse pressioná-la demais e assusta-la.

— Eu...eu te amo!

Hannah pareceu prender a respiração.

— Desde a primeira vez que eu vi você, algo dentro de mim mudou. Mudou de um jeito que eu nunca senti por ninguém.

Hannah estava em silencio, mas não desviou o olhar.

— Você é a garota que eu amo Hannah! A garota com que eu quero passar o resto da minha vida!

Respirei fundo e continuei.

— A garota que eu prometi que iria mudar e esperar pelo tempo que fosse. A garota que eu quero, e muito que no futuro seja minha esposa e mãe dos meus filhos. Nem que eles não sejam nossos. Independente das marcas que ela tem do passado, quero ela assim mesmo...não me importo. Eu amo você...Hannah... – me virei para olha-la de frente. Ela tinha lagrimas nos olhos. – Quer começar essa história comigo? Quer ser minha namorada?

Hannah deixou as lágrimas caírem pelo seu rosto. Ela fungou e olhou para o céu. Respirou fundo e olhou para as mãos. Parecia uma eternidade.

— Sabe... – ela começou com a voz embargada – Eu nunca iria imaginar ouvir tudo isso de você! A minha vida teve tantos baixos do que altos, mas só agora que esta indo bem. – ela também se virou e ficou de frente para mim – Obrigada por me aceitar como eu sou...você é especial para mim Billy! Me tornei uma outra pessoa também quando conheci você. Me senti mais valorizada...mais amada. Obrigada mesmo.

Sorri e a puxei para um abraço. Mesmo ainda não ter ouvido a resposta, queria lhe abraçar.

— Eu também amo você Billy! E minha resposta é sim! – ainda estávamos abraçados. Lhe apertei mais.

Um grande alivio tomou conta de mim, mas também a felicidade de ter esperado o seu tempo para que tudo desse certo.

Nos afastamos. A olhei com carinho. Ela ainda estava emocionada. Peguei em seu rosto e a beijei. Agora eu poderia dizer que estava beijando a minha menina.

A puxei para meu colo e ficamos ali namorando. Ainda faltavam alguns minutos para o fim da noite. Não me importava. Pois tinha a vida inteira com Hannah. Teríamos muitos momentos especiais. Mas esse de hoje, é o melhor até agora.


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