You escrita por PepitaPocket


Capítulo 14
Visitas Inesperadas




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— Sinto, muito se atrapalhei alguma coisa querida. – Unohana dissera entregando o vaso de flores, para Orihime que os pegou com um sorriso um tanto abobalhado, já que nunca tinha recebido algo assim, e o mais inusitado é que o presente vinha de sua chefa.

— Não atrapalhou nada, senhora... Por favor, entre. – Orihime dissera um pouco corada, ainda mais quando os olhos azuis de Unohana a encararam, avaliativos.

— Ichigo? Há quanto tempo! – A mulher então dirigiu sua atenção para o ruivo que deu um sorriso amarelo para a mulher que o fitou dos pés a cabeça, apenas por força do hábito.

Ele havia aprendido com os anos de convivência, que Unohana era a pessoa mais gentil e razoável da família Ishida, mesmo que Uryuu tenha se tornado um pouco melhorzinho com o passar dos anos.

— Vocês se conhecem? – Orihime perguntou fazendo um gesto para que seus dois visitantes se dirigissem ao sofá.

— Sim. – Os dois disseram em uníssono, enquanto Unohana sorria, Ichigo fazia uma expressão esquisita.

— Ichigo é muito amigo de meu filho, mesmo que ambos não queiram nunc admitir aquilo. – Aquilo surpreendeu um pouco Inoue, que lembrava de a médica ter mencionado que tinha um casal de filhos.

Ela só não esperava que o mundo fosse tão pequeno, e iria fazer com que ela “começasse algo” justo com o melhor amigo, do filho de sua chefa.

— Unohana sempre foi muito gentil em me receber na sua casa. – Ichigo coçou sua nuca, tentando sorrir, mas aquela era uma fase de sua vida que ele não gostava de pensar.

— Você sempre foi um bom garoto, Ichigo. – Unohana lhe sorriu com gentileza, mas seus olhos estavam repentinamente frios, e Ichigo sabia o motivo disto: - Diferente de muitos outros que não ligam para as pessoas ao seu redor. – E sua frase a seguir, era a confirmação de que as coisas entre Uryuu e Unohana nunca se resolveriam.

O que era triste, ele sofria por não ter mãe, e seu melhor amigo continuava brigado com a sua, apenas porque ela não lhe deu apoio quando ele optou pela farmácia, e não pela medicina como ela queria.

— Bem, acho que vocês querem ficar um pouco mais a vontade. Então, vou deixa-las a sós. – O rapaz dissera não se sentindo muito animado, em ficar ouvindo Unohana e Inoue falar sobre amenidades.

— Que isso, faço questão que você fique, querido. – Unohana dissera fazendo uma expressão sinistra e fazendo com que Ichigo quase que paralisasse no sofá, então ele lembrou-se de todas as vezes que Inoue falara de sua chefa, e por incrível que pareça ele não ligara um ponto ao outro, em parte porque estava muito tempo acostumado a olhar o próprio umbigo apenas, como Karin constantemente a acusava.

E era péssimo associando nomes e rostos.

— Faz tempo que se conhecem? – A mulher perguntou olhando indiscretamente para a mão do jovem casal, que só não havia se encontrado ainda, por causa do constrangimento, pois estava implícito que essa era a sua vontade.

— Hã, foi logo que eu cheguei na cidade. – Orihime disse sentindo-se constrangida por aquele vergonhoso encontro. Ela torcia para que sua chefa não quisesse saber os detalhes.

— Entendo. – A mulher disse tomando um pouco do chá que Orihime havia servido.

— Sobre a reunião com o reitor da universidade, falta muito pouco para finalizar a documentação, se a senhora quiser... – Nervosa Orihime começou a falar sem muito controle de suas palavras, mas o sorriso de Unohana a tranquilizou instantaneamente, enquanto Ichigo ficara mortificado como sempre acontecia desde que era criança.

— Querida, não falaremos sobre trabalho, você precisa descansar... Minha visita aqui é para prestar solidariedade, a alguém que estimo muito. – A mais velha falara com sinceridade, e aquelas palavras aqueceram o coração de Orihime que desde novinha foi sempre muito solitária.

— Hai, senhora. – Ela disse torcendo que seus olhos não ficassem marejados.

E, vendo aquela cena Ichigo entendeu porque os colegas empurravam Orihime, para lidar com Unohana. Ela era incrivelmente imune, a toda temeridade que a mulher causava a todos a seu redor, simplesmente por causa de suas caras e bocas muito assustadoras, e era algo que ela não fazia por querer, tão pouco.

“Você é incrível Orihime”. – Ichigo pensara sentindo um estranho calor subir por seu peito, ele já havia sentido aquilo anteriormente, mas ainda não estava pronto para admitir que estava se apaixonando por aquela garota.

— Então, Orihime que conhecer algumas histórias constrangedoras de quando Ichigo era criança? – Unohana perguntara dando um sorriso de divertimento, ainda mais quando Ichigo fizera uma expressão bizarra.

A ruivinha por sua vez, não se fez de rogada, e sorriu feliz em poder desvendar algumas coisas a mais sobre Ichigo. Ele por sua vez se remexeu desconfortável, com a possibilidade de ter seus “segredos sórdidos” descobertos pela garota amada.

...

Mas, para o alivio do ruivo, o interfone tocou.

— Orihime, posso subir? É a Karin! – A irmã do Kurosaki complementou sem necessidade, parecia bem animada.

E, em parte era por causa dos momentos agradáveis que ela passou com seu namorado, aquela tarde.

Ishida por sua vez, vinha acabrunhado ao seu lado.

Quando Karin anunciou que iria fazer uma visita a Orihime, ele se fez de desentendido na esperança de ela apenas pegar as chaves e ir dirigindo até lá.

Mas, ela acabou insistindo tanto que eles quase acabaram brigando por causa de uma bobagem como aquela, e para não ter de passar a noite no sofá ou ver Karin fazer algo assim, ele resolveu ceder e ir com sua namorada visitar Orihime.

Que por sinal, estava merecendo uma visita a qual ela estava devendo.

— Claro, pode subir, Karin. – Orihime disse animadamente.

Já se posicionando na porta, para receber os dois recém-chegados.

— Ishida-kun, que surpresa! – Orihime arregalou seus olhos castanhos, quando viu seu amigo quatro olhos ali parado na porta, mas sua expressão não era das mais amigáveis, no entanto.

— Oi, Inoue-chan, desculpe não ter vindo antes, estive ocupado com o trabalho. – O outro falara educadamente, antes de desajeitadamente se aproximar da garota que apenas o abraçou ao modo urso, como era sua especialidade.

Desacostumado com aquilo, ele ficou apenas ali inerte, recebendo aquele estranho cumprimento, e sorrindo aliviado quando a garoto o soltou e ele pode voltar a respirar.

Ichigo, por sua vez foi o primeiro a notar que Uryuu tinha chegado, e até ele previu que aquilo não iria “dar bom”.

— Kurosaki-kun, vocês já conhecem. Mas, creio que a Retsu-sama, não. Ela é minha chefe. – Orihime disse educadamente, calando-se quando Unohana e Uryuu se viraram e trocaram um olhar intenso que gelou imediatamente o clima cordial no ambiente.

— Retsu-san, a quanto tempo. – Antes mesmo que Uryuu abrisse a boca para falar, Karin saiu na frente e fez exatamente como Orihime havia feito com Uryuu e deu um abraço de “quebrar os ossos” em Unohana.

Que por sua vez, foi afável e retribuiu o gesto, embora seus olhos não tivessem se afastado de Uryuu nem por um momento.

— Vocês se conhecem? – Orihime perguntou um tanto desnecessariamente, já que teoricamente Ichigo cresceu na casa de Unohana, e era amigo do filho dela, e então olhando de um para o outro, a garota teve um estalo.

— Não me diga que... – A ruivinha ficou boquiaberta com as estranhas coincidências rondando sua vida, naqueles últimos tempos.

— Sim, Retsu-san, é minha futura sogra. – Karin disse sorridente.

PLAFT!

Tatsuki que vinha entrado com uma porção de compras, deixou a caixa de ovos cair no chão, juntamente com os dois litros de leite e outras coisinhas que fizeram uma tremenda bagunça no hall de entrada.

— Merda. – Ela praguejou sua falta de sorte de ter chegado no momento mais inoportuno de todos.

Nervosa, Orihime levantou-se para ajudar Tatsuki, mas acabou arrastando consigo a mesa com chá e biscoitos, tornando ainda maios a bagunça no meio da sala.

— Céus! ORIHIME! – Todos disseram em uníssono, mais preocupados com a garota que tropeçou no tapete e caiu de cara no meio dos seios da Unohana que a amparou com mãos surpreendentemente firmes.

— Está tudo bem? – Tatsuki esquecendo todo seu constrangimento, ainda mais pela sua entrada nada triunfal ali, se aproximou de Orihime que se encolheu toda envergonhada, antes de responder com um aceno afirmativo com a cabeça.

— Acho que não viemos em um bom momento, melhor irmos para casa. – Uryuu dissera remexendo os óculos nervoso com o olhar avaliativo que recebera de Unohana.

— Que? Mas, acabamos de chegar... – A Kurosaki disse franzindo o cenho, visivelmente chateada, pelo comportamento de seu namorado.

Ela achava a reação de Uryuu exagerada, com relação a seus pais. Quer dizer, eles não deram apoio para a faculdade, mas eles foram presentes em centenas de outros momentos de sua vida, não era justo ele continuar lhes dando gelo, só por causa disso.

Mas, toda vez que Karin tocava no assunto, Uryuu dizia que ela só estava transferindo para ele, o anseio daquilo que ela não viveu, e claro que isso sempre a magoava, e por fim, eles combinaram não tocar mais nesse assunto.

— Não precisa sair, meu filho. Eu vou. – Unohana dissera calmamente, mas seus olhos azuis estavam tristes, e isso intensificou-se quando Uryuu a encarou com desprezo.

— Pode ficar, senhora. – Ele disse girando nos calcanhares e simplesmente saindo, sem nem olhar para Karin que ficou ali na dúvida se continuava no apartamento de Orihime ou se o seguia.

Ela acabou ficando com a primeira opção, porque tudo que tangia sua mãe, deixava Uryuu sempre insuportavelmente revoltado.

O que a fazia pensar, se algo ainda mais sério não havia acontecido.

Tatsuki, que estava ajudando Orihime a limpar a bagunça que ela mesma fez, observou as costas de Ishida com curiosidade.

Ela sabia que não deveria, ir atrás, mas ela não conseguiu evitar, com a desculpa de que ia buscar uma flanela em seu apartamento, ela saíra apressada.

— Ishida, espera! – Ela teve que descer todos os lances de escada correndo, para alcança-lo, já na saída.

O rapaz olhou para a morena, e sentiu uma estranha cosquinha em seu peito, que ele não estava habituado.

— Tatsuki?! – Ele olhou para ela encarando-a como se perguntasse o que ela fazia ali.

— Está tudo bem? – Ela perguntou sem entender porque estava fazendo aquele papelão.

Mas, agora que havia ido até ali, não iria recuar.

— Eu não pareço bem para você? – Ele perguntou com a mão nos bolsos, e fazendo uma careta que não era habitual.

— Parece chateado. – Ela disse olhando para o chão. – E parece alguém que precisa muito conversar... – Ela disse um pouco hesitar.

— Que... Quer dizer com alguém... Ma... Mais neutro, sabe? – Definitivamente ela deveria estar ficando louca, em estar dizendo algo assim.

— Quer dizer você? – Ele perguntou com um ligeiro divertimento. Porque aquela garota toda arredia, estava se oferecendo para conversar quando há poucos dias ela nem queria chegar perto dele.

— Só... Só se... Só se você quiser... – Ela disse com dificuldade de articular as palavras, e antes que se dessem por conta, enquanto eles falavam eles davam um passo a mais na direção um do outro, por conta da estranha atração que eles estavam sentindo um pelo outro naquele momento.

— Eu... – Uryuu apertara a mão no bolso, relutando com a vontade de tocá-la.

— Uryuu... – Karin chamara por seu namorado, assim que as portas do elevador se abriram, e ela o viu conversando com Tatsuki.

— Tatsuki-san? Achei que você fosse buscar alguma coisa em seu apartamento? – Karin comentou com suavidade. Mas, seus olhos estavam avaliativos.

— Ah, eu... eu... sabe? ... eu, esqueci... hã eu perdi... sei lá.. a chave.. hã... E, vim hã.. Na portaria, pegar a cópia. – Tatsuki disse sentindo seu rosto aquecer.

— Sei. – Karin caminhara na direção de Uryuu e se enlaçara em seu braço, deixando-o ainda mais reticente.

 — Até logo. – Tatsuki girara nos calcanhares e se preparara para sair, mas para sua infelicidade, um objeto metálico que estava em seu bolso caiu no chão.

O que a fez se sentir repentinamente pequena como um anão, ainda mais quando Karin a olhou, e com um sorriso estranho lhe dissera:

— Acho que ai estava a sua chave, o tempo todo. – Ela disse em tom neutro, mas de novo aquele olhar avaliativo, fez com que Tatsuki fizesse a única coisa que ela conseguia naquele momento.

Sair correndo. Enquanto, ela voltava para o apartamento de Orihime, na esperança de que aquelas visitas indesejadas estivessem ido embora e tudo voltasse a normalidade, ou quase.


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