Nossa Primeira Série escrita por Matthew McCarty


Capítulo 2
Aproximação


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo! Estou me esforçando muito para conseguir publicar um capítulo por dia, espero que dê tudo certo.

Boa leitura!



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Os olhos heterocromáticos se fixaram nos castanhos, ao mesmo tempo em que o olhar arroxeado era dirigido ao único olho negro visível. Como tinham acabado daquela maneira?

Após uma tarde agradável no parque, Furihata chamou Himuro para jantar em sua casa, já que seus filhos tinham se dado muito bem e brincavam como se fossem amigos de infância. Passaram no mercado para comprar o necessário, cozinhariam juntos para seus pequenos, como uma espécie de comemoração por aquele encontro. Ao sair do mercado, Masaki tinha ficado um pouco tenso e segurou a mão de Noa com firmeza, lançando um olhar para o castanho. Este rapidamente entendeu o temor do filho: um carro preto de vidros escuros tinha estacionado no outro lado da rua quando entraram no mercado e ainda estava lá quando saíram, sem que ninguém tivesse saído ou entrado no carro.

Sorriu tentando acalmar o pequeno, mas quando se deu conta, dois homens de terno e com quase dois metros de altura pararam diante deles. Masaki e Noa, que estavam na frente, correram para trás das pernas de suas mães, que juntaram os ombros numa tentativa de ser uma barreira entre aqueles brutamontes e seus pequenos. Os homens olharam para ambos com seriedade e apontaram para o carro. Furihata começou a dizer para os pequenos irem para casa sem eles, porém um dos homens revelou que recebeu ordens para levar os pequenos também. A situação se tornou muito clara para os dois, que seguraram seus pequenos em braços e entraram no maldito carro. Era impossível fugir a partir dali. Uma vez que uma ordem saía da boca daquele que os encontrara, nada podiam fazer a não ser obedecer.

Agora estavam de frente com o passado. Himuro já tinha cansado de fugir, por isso retornara ao Japão, e Furihata jamais fugira: mudar de casa não podia ser considerado fugir de Akashi Seijurou. No meio daquela luxuosa sala de estar, Murasakibara e Akashi tinham se levantado ao ouvirem a porta se abrir, olhando diretamente para aqueles que foram seus amados anos atrás. Não demorou muito para a atenção de ambos se focarem nos dois pequenos que se agarravam com força aos outros dois.

Noa e Masaki se entreolharam após ver onde estavam. Até o distraído Noa percebera a tensão no ar. Aqueles dois homens parados diante deles tinham uma presença forte e nenhum dos dois precisava perguntar quem eram eles: as semelhanças falavam por si mesmas. O mais alto deles Masaki decidiu chamar de Titã Roxo e o ruivo de terno Noa preferiu chamar de cara assustador, mas não tão assustador tanto quanto Masaki. O primeiro a se aproximar foi o ruivo maior, o que fez Masaki apertar a mão de sua mãe com força. Furihata respirou fundo e decidiu ser o primeiro a falar.

– Masaki, este é...

– Não quero ouvir – a resposta fria e cortante surpreendeu a todos na sala, que olharam para o pequenino.

– Masaki... – Akashi pronunciou o nome com certa preocupação. Não gostava daquele olhar. – Eu sou...

– Não quero ouvir, eu disse – a posição de Masaki se tornou mais agressiva, com ele dando um passo pra frente, sem soltar a mão da mãe. – Eu sei quem é você, mas não estou interessado em ouvir nada sobre você. Mãe, eu quero ir pra casa.

– Aka-chin... – o Titã Roxo murmurou, preocupado também com a reação do pequeno. Akashi não lidava bem com negativas e rejeições.

– O que disse a ele? – Furihata olhou no fundo daqueles olhos que um dia foram capazes de fazê-lo tremer.

– Nada. Como acaba de saber, Masaki não tem interesse em você.

– O que disse ao meu filho sobre mim, Kouki?! – a exclamação veio quase como um grito e Noa, assustado, escondeu o rosto na curva do pescoço da mãe.

– Não me chame pelo nome – a calma do castanho parecia infinita ao responder. – Eu não contei nada de você a Masaki, ele decidiu que não se interessa por você sozinho.

– Impossível ele ter uma opinião dessa sozinho! Ele é uma criança! – com a raiva ardendo em seus olhos, Akashi segurou Furihata pelo pulso, atraindo-o para perto. – O que falou pro meu filho?! Vamos, Kouki, me responde! O que você disse pra ele?!

– Solta minha mãe!

– Calado, Masaki! Isso é assunto para adultos.

– Solte-o agora!

– Não tente me dar ordens, eu sou seu pai.

– Eu não tenho pai! Nunca tive e não é agora que vou ter! – o grito paralisou Akashi e o castanho aproveitou para se soltar dele. Rapidamente, pegou Masaki no colo e abraçou-o, antes de beijar os cabelos de seu pequeno e senti-lo esconder o rosto em seu pescoço.

– Shhh, Masaki, calma. Calma, nós vamos pra casa agora, não fique nervoso. Akashi-san, já deve saber onde moro e meu número de telefone. Ligue e podemos marcar um encontro mais favorável para nós.


– Eu não quero vê-lo nunca mais – sussurrou Masaki, sem se mexer.

– Eu tenho certeza que na próxima vez, Akashi-san será mais educado e agradável. Confia em mim? – o ruivo não sabia o que dizer. Mesmo depois daquela tremenda rejeição, Furihata estava tentando marcar um encontro e convencer Masaki de aceita-lo?

– Confio, mamãe – assentiu o pequeno.

– Muito bem. Vamos para casa. Tatsu... – o castanho olhou para o amigo, porém este sorriu calmamente.

– Não se preocupe comigo, Kou-chan. Se acontecer algo, eu sei onde você mora – com um assentir o castanho saiu da sala, fechando a porta atrás de si. Himuro dedicou um olhar para Akashi e de repente ficou preocupado.

– Atsushi, acho melhor ajudar o ruivo a se sentar e pedir um pouco de água para ele. Ele não parece nada bem – enquanto o de cabelos roxos guiava Akashi até o sofá, Himuro sentou-se em uma poltrona com seu pequeno no colo, acariciando as costas deste para acalma-lo. Por coincidência, Atsushi fazia o mesmo com Akashi.

– Como... – o ruivo estava desnorteado, tinha sido rejeitado por seu próprio filho.

– Você é bem tontinho, né? – comentou Himuro, balançando a cabeça. – Forçando um encontro como este, acabou criando uma imagem agressiva na mente de Masaki. E agindo como agiu, só confirmou ainda mais essa imagem. Vai ser difícil para você se aproximar do Masaki agora, vai ter que começar do zero... Não, acho que vai ter que começar dos 50 negativos.

– O quê? – Akashi lançou um olhar para o moreno, porém se conteve para não acabar estapeando o moreno.

– Veja pelo lado bom, Senhor Tonto-Absoluto. Kou-chan está disposto a lhe ajudar nessa aproximação. Então lhe aconselho ir descansar, esfriar a cabeça e amanhã ligar para ele.

– Está me dando ordens?

– Estou lhe dando um conselho – ao perceber que mais nada sairia dos lábios do moreno, Akashi se levantou, aceitando os conselhos deste. Himuro era amigo de Furihata, e parecia se dar bem com Masaki. O mais sábio seria ouvi-lo e mais tarde agradecer pelo conselho.

– Vou deixa-los conversar. Meu motorista tem ordens de leva-los onde desejem ir. Boa noite – Akashi se retirou e finalmente Murasakibara pode se concentrar na pequena figura ao colo de Himuro.

– Muro-chin... – sussurrou ele, com medo de terminar ficando na mesma situação de Akashi ou até pior, se considerasse que era mais impulsivo que o ruivo. Teria muito cuidado com o que dizia ou como agia. Estava irritado por Himuro ter lhe escondido aquilo por tantos anos, mas resolveria isso depois e longe de Noa. Não suportaria ouvir a mesma coisa que Akashi ouvira de seu filho.

– Atsushi – Himuro estava nervoso? Muito. Imaginara aquele encontro de mil maneiras, menos daquela. Agora, esperava que Noa não terminasse agindo como Masaki. – Noa, Atsushi quer lhe conhecer.

Alguns segundos se passaram sem que o pequeno se mexesse. Quando o fez, Murasakibara soltou o ar que nem percebera estar segurando. Devagar, quase em câmera lenta, Noa desceu do colo de sua mãe e ficou parado ao seu lado, as bochechas vermelhas de vergonha e sem saber o que fazer.

– Noa – chamou o arroxeado, atraindo o olhar curioso do menor. – Noa, você... Você sabe quem sou eu? – Noa elevou os olhos até sua mãe, que sorria de maneira calma, lhe dando confiança. Aquele homem não dava medo, como o pai de Masaki. E também não tinha gritado com sua mãe. Assentiu timidamente, olhando outra vez para o arroxeado.

– Você é meu pai – pronunciou lentamente, como se não tivesse certeza de suas ações.

– Sim – respondeu Murasakibara, com um sorriso difícil de conter. – Sim, eu sou seu pai. Posso... Posso te abraçar? – outra vez, Noa olhou para sua mãe e, ao perceber que nada tinha a temer, assentiu antes de ser abraçado com força pelo maior.

– Noa... Meu filho – o maior se levantou e rodou com o menino em seus braços. – Noa! Noa! Meu filho Noa!

O pequeno começou a rir, abrindo um grande sorriso ao ser rodado no ar. O sorriso mais lindo da face da Terra, para Himuro. E agora também para Murasakibara.


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Notas finais do capítulo

Ihhhhh! Deu ruim pro lado do Akashi desta vez xD Próximo capítulo os demais casais e filhos entrarão na história.

Espero que tenham gostado! Obrigado por dedicarem seu tempo para ler esta fic.



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