Nossa Primeira Série escrita por Matthew McCarty


Capítulo 11
Segundo Dia do Passeio!


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, estava tão concentrado nos casais que escrevi sobre eles e esqueci das crianças. Por isso, tive que fazer mais de um capítulo e postá-los na ordem certa. O próximo eu postarei amanhã, despois de minha faculdade. Boa leitura!



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– AHHHHHHHHH! – o grito acordou todos os garotos no grande e espaçoso quarto. Quem gritava era Kouta. E logo depois foi Yoshiki.

– O que aconte... ceu... – Momoi-senpai parou na porta do quarto, olhando para os dois meninos. E teve que segurar a risada. Não porque aquilo fosse engraçado, mas porque estava tendo um enorme déjà vu. Kouta e Yoshiki estavam sem o obi de seus yukatas e em seus peitos se encontrava uma palavra em vermelho. Kanjis perfeitamente desenhados sobre a pele pálida de ambos. E dizia claramente “Vingança”. Mas não fora isso que assustara os pequenos. Claro que não foi isso, eles sequer tinham percebido a presença da palavra em seus peitos. O grito se devia ao desastre de rabiscos coloridos na cara e pescoço de ambos.

Algo parecido tinha acontecido em um acampamento de verão em Teikou. Kise e Aomine desapareceram durante a tarde e Akashi fingiu tê-los perdoado. Mas no dia seguinte, estavam com os rostos maquiados e, na testa, eles tinham escrito: Venham me ver. Kise e Aomine nunca tinham passado por um treinamento espartano, até aquela tarde de verão. Lembrava-se com clareza como ela e Tetsu-kun precisaram cuidar dos machucados e do extremo cansaço de ambos.

Deixando o passado de lado, ela precisava resolver a situação. Não precisava perguntar o que tinha acontecido. Só um aluno seria capaz de tamanha maldade e que sabia desenhar kanjis tão bem.

– Masaki... – chamou ela, parecendo intimidante. O ruivo se levantou e inclinou-se para frente.

– Acatarei sem reclamar qualquer punição, sensei – aqueles grandes olhos heterocromáticos se fixaram nela. Ele sabia que era impossível esconder a autoria daquela travessura da professora, mas mesmo assim não parecia ter medo disso.

– Você... – e fazia bem em não temer. Satsuki jamais tinha ido contra Akashi e, por mais que tentasse, não conseguia ir contra Masaki também. – Você vem comigo. Vamos conversar. Kouta e Yoshiki, vocês dois vão se lavar. O resto, colocando a roupa e indo tomar café da manhã no jardim.

O ruivo a seguiu para fora da sala, com olhares curiosos sobre ele, mas logo foram se limpar e vestir. Seitarou suspirou.

– Vocês deviam saber que não devem aprontar com Masaki. Seus pais nunca lhes disse o quanto o pai dele era assustador com seus castigos? – o garoto simplesmente não entendia como alguém podia ser tão tolo a ponto de aprontar alguma com aquele menino ruivo.

– Você diz isso, mas eu lembro que semana passada você jogou tinta no cabelo da Hana-chan de propósito e disse que foi acidente – replicou Kouta, colocando uma blusa azul.

– Isso porque ela é tonta. Eu nunca faria nada assim com o Masaki.

– Yoshi-chin, porque você levou castigo do Masa-chin também? – perguntou Noa, curioso.

– Eu vou lá saber!

– Você chamou ele de monstro! – lembrou-lhe o de olhos dourados, se sentindo um tolo por achar que tinha sido perdoado pelo bolinho voador do dia anterior.

– Eu disse que ele não era um monstro que podia ouvir de tão longe!

– Mas ele conseguia ouvir de longe. Então... – o Aomine fez um tremendo bico ante a afirmação de Hikaru, que até o momento estava só se trocando em silêncio.

– Levou por bocudo – riu Kouta, ganhando um olhar bem ameaçador de Yoshiki.

– Cala a boca! Se você não ficasse brincando com comida isso não teria acontecido! – gritou o menino de cabelos claros, encarando seu colega.

– Quem tem que calar a boca é você! Aposto que se você não tivesse falado pra mim que eu tive sorte, Masaki nunca ia saber que tinha sido eu que lancei o bolinho! – replicou ele, peitando o outro. Hikaru levantou as mãos e deu um tabefe na cabeça dos dois.

– Hikaru! – gritaram os dois. O menor deu de ombros.

– Fiquem quietos, ou a professora vai brigar com todos.

– Idiotas – sussurrou Seitarou.

– Masa-chin! – Noa correu até o menor, que estava entrando. – Sa-chin brigou com você?

– Ela disse que vai conversar com mamãe. E ele sim vai me castigar – Masaki disse, com um doce sorriso. – Mas tudo bem, eu devo pagar as consequências pelo que fiz. Que nem Kouta e Yoshiki pagaram. Não é?

Os dois garotos engoliram em seco e se viraram para terminar de se trocar. O café da manhã foi mais calmo, especialmente porque estavam no jardim e todas as crianças se distraiam olhando para a paisagem que não tinham na cidade. A professora foi conversando com cada aluno e perguntando que atividade eles gostariam de fazer. Hikaru e Masaki decidiram ajudar a cuidar da horta. Yoshiki e Seitarou queriam alimentar os animais. Kouta e Noa nem duvidaram em ajudar a fazer doces caseiros.

Hikaru estava cuidado de hortaliças com a ajuda de um fazendeiro, enquanto Masaki se dedicava a cuidar de uma bela roseira.

– Você não tem medo de se furar com esses espinhos? – perguntou Hikaru, olhando para o ruivo.

– Rosas são como pessoas. Se tiver medo de se furar com os espinhos, nunca vai conseguir ver a verdadeira beleza das pétalas – respondeu ele, acariciando uma das rosas. – Foi minha mãe que me ensinou isso.

– Você acha? – Hikaru se agachou ao lado do ruivo. – Se a gente tiver medo da parte ruim, a gente não consegue ver a parte boa?

– Sim, eu acho. Mas não é fácil não ter medo das coisas ruins – explicou o ruivo. – Você tem medo de algo, Hikaru?

– Ah? – os olhos azuis claros foram ao chão, pensando na pergunta. – Sim. Muito, muito medo. E você?

– Sim, eu também tenho muito medo de algo – algo no sorriso doce de Masaki fez Hikaru ficar encantado. Era como se o outro soubesse exatamente o que temia ou tivesse medo da mesma coisa que ele. Um pouco longe dali, Noa estava com doce até os cabelos.

– Eu disse pra você não bater tão forte! – irritou-se o menino, pegando um pano de prato e limpando-se.

– Eu não bati forte! A colher escorregou da minha mão! – explicou Kouta, também se limpando. Ambos tentavam fazer geleias juntos, com a supervisão de uma mulher. Ela tinha ido ao banheiro enquanto os dois continuavam a seguir a receita.

– Toma cuidado então, Kouta-chin! – Noa suspirou e olhou pela janela. – Vai demorar muito pra gente ir pra casa?

– Não está gostando do passeio, Noa?

– Não é isso... Nunca fiquei longe de mamãe por muito tempo – confessou o garoto e Kouta assentiu, entendendo.

– O tempo passa rapidinho. Você vai ver, ele vai estar lá te esperando e vai ficar muito feliz em saber que se divertiu aqui - Noa olhou para o colega, confuso.

– Como você sabe disso?

– Quando eu estava na creche passei uma noite longe de mamãe, uma festa de pijamas. E de manhã mamãe ficou muito feliz quando contei a ele tudo que fiz de divertido – Kouta podia ver nos olhos de Noa as saudades que este sentia e o entendia muito bem. – Por isso, vamos nos divertir muito hoje também!

– E sem irritar o Masa-chin!

– Isso. Sem irritar o Masaki – ambos riram e voltaram a fazer as geleias. Enquanto isso, perto das galinhas...

– Yaaaaahooooo! – Yoshiki corria atrás de uma galinha, que ia muito afrente dele. Seitarou, por sua vez, corria de um galo enfurecido.

– Socorro! Ele vai me bicar de novo! – gritava Seitarou.

– Então solte esse pintinho, Seitarou! – respondeu Yoshiki, parando de correr e vendo o amigo.

– Tá bom! – o menino se aproximou rápido de Yoshiki e entregou o filhotinho nos braços deste. Então o galo pulou em cima do Aomine.

– Ahhhhhh! Sai daqui! Saiiiiii! – agora, era o de cabelos claros que corria do galo. Deixou o pintinho no chão e continuou correndo até esbarrar em Seitarou e os dois caírem na lama. Ambos se olharam por um momento, até Seitarou sorrir e jogar uma bola de lama na cara de Yoshiki. Não demorou muito para os dois estarem brigando, um enfiando lama na cara do outro, tentando não rir para não acabar engolindo terra.

Cinco minutos depois, os dois se cansaram e ficaram sentados um ao lado do outro, rindo.

– Idiota – reclamou Seitarou tentando limpar um pouco seu rosto.

– Você quem começou – replicou Yoshiki, também tentando ficar mais “limpo”. Impossível, já que ambos estavam cobertos de lama.

– Cala a boca.

– Hey, Seitarou. O que seus pais fazem?

– Porque quer saber?

– Curiosidade... Você parece saber muito sobre os pais de todos – o de cabelos claros deu de ombros.

– Isso porque meu pai me fala muito sobre eles. Ele é médico, mamãe é arquiteto.

– Meu pai... B-Bom, eu tenho medo de perguntar algumas coisas para ele.

– Aomine-san é uma pessoa muito boa, mas um pouco tonto. Foi o que meu pai disse – Yoshiki concordou com a cabeça e ambos terminaram rindo disso.

– Melhor irmos tomar banho antes do almoço, ou a sensei vai brigar com a gente – aconselhou Yoshiki. Seitarou segurou a mão deste e começou a correr.

– Vamos, vamos! – os dois riram correndo em direção aos banhos.

Durante o almoço, tudo correu bem, mas quando chegou a hora de cavalgar, os meninos se meteram em outra encrenca. O motivo? Um potro puro-sangue, de pelo preto brilhante e muito difícil de domar.

As crianças eram instruídas a montar em pôneis e até ali tudo tinha ido bem, até que Noa ouviu algum cuidador dizer que “um cavalo que não pode ser domado não tem valor nenhum para nós, vamos mata-lo”. Noa assustou-se, caindo do pônei em que estava. Ralou o joelho e as mãos, mas não chorava por causa dos ferimentos. Ele correu e abraçou-se ao pescoço da professora, chorando escandalosamente, pedindo para ela que não deixasse que aqueles caras malvados matassem um cavalinho.

– Vão matar um cavalo? Por quê? – perguntou Kouta, tocado com a notícia.

– O cara ruim disse... Que é por que... Não conseguem domar ele... Sa-chin... – Noa se agarrava com tanta força, que Satsuki percebeu de imediato o desespero do menino. Um par de homens se aproximou dela e das crianças.

– Desculpe-me, professora. Acho que acabei falando algo inapropriado para uma criança – isso irritou bastante a de cabelos rosa, que se levantou com Noa no colo.

– Inapropriado e muito cruel, senhor. O que estava pensando ao comentar em voz alta algo desse tipo perto de crianças? Elas não precisam saber da crueldade humana ainda – o cara fez cara de desdém.

– Quem a senhora acha que é para falar comigo dessa maneira?

– Primeiro, é senhorita. Segundo, eu sou a responsável pelo bem estar e segurança destas crianças. Como pode ver, o senhor provocou que um de meus alunos se machucasse e o deixou em completo desespero.

– Olhe, senhorita, eu estou fazendo meu trabalho também. E se aquele cavalo não serve pro nosso trabalho, ele vai morrer. Que a criança supere isso – um silêncio bem estranho pairou sobre todos eles.

– Idiota – disse Seitarou, olhando para a cara do homem.

– Que insensível! – Kouta exclamou, chorando assim como várias outras crianças.

– Maldito – Hikaru estava muito irritado, em especial pelo fato de Yoshiki estar tremendo de medo atrás dele por causa daquele cara.

– Ahn... Com licença – a voz de Masaki se fez ouvir em meio à confusão. – Pode nos levar até o cavalo que será sacrificado?

– Eh? – o homem olhou para o ruivo de cima, aproveitando da diferença de idade e tamanho para tentar intimidá-lo. – Quem você acha que é para querer mandar em mim, pirralho?

– Quem eu sou? – Masaki sorriu e Satsuki sorriu junto com ele. – Meu nome é Masaki. Filho legítimo de Akashi Seijurou. Conhece esse nome? – o cara arregalou os olhos. Sim, Satsuki sabia que Masaki ia dizer aquilo e como se orgulhou daquele pequeno menino. O homem perdeu completamente a confiança diante do menor, o que era mais do que apropriado: aquela fazenda era da família Akashi.

– B-Bom, eu.... Está bem, por aqui – ele começou a caminhar e todos os seguiram. Satsuki pousou a mão na cabeça de Masaki, sorrindo agradecida para ele e já tendo uma ideia do que o garotinho tentaria fazer. Só esperava que desse certo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim!

Até o próximo!



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