Swan Song escrita por ellegumz


Capítulo 1
The Dark One


Notas iniciais do capítulo

Começando!
Espero que quem passar por aqui goste e, caso goste, deixa um recadinho pra eu postar a próxima parte.
Descobri que escrever sobre essas duas é maravilhoso. :)

Divirta-se!



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–– Emma Swan.

Silêncio.

–– Emma Swan. Emma Swan.

O ar se tornou mais pesado quase de imediato. Uma espiral de fumaça densa rodopiou do chão para o teto e de dentro dela, a Dark One surgiu com elegância e sorriu sem prazer. O cabelo louro estava quase branco, preso em um coque que realçava o rosto mais fino e mais pálido do que Regina Mills se lembrava sobre ela. As vestes pretas serviam apenas para destacar ainda mais aquela palidez.

Demorou um segundo para se situar e então o olhar rígido caiu sobre a morena. Íris de esmeralda vazias de qualquer sentimento, tão sem vida quanto a pedra preciosa.

–– Você ainda insiste. –– O tom de reprovação de Swan foi proposital.

–– Entre. –– Saiu do caminho da porta aberta ao falar. –– Há algo que você parece não ter compreendido ainda, Dark One. –– Sorriu com o canto dos lábios ao vê-la atravessar a pequena varanda e pronunciou a última frase de forma lenta, com um pequeno franzir de nariz e os olhos escuros atormentando os da outra. –– As trevas em você não me assustam nenhum pouco.

–– Não? –– Os olhos da loura cintilaram. –– Então você permanece tola, Majestade.

Empurrou a porta para ouvi-la se fechar e parou diante da Prefeita. Talvez perto demais, as duas perceberam.
A atmosfera mudou em um instante quando o sopro do desafio implícito na frase de Regina alcançou as sombras que dançavam dentro de Emma. A morena sentiu um calafrio alertá-la do perigo iminente quando os dedos gelados de Swan tocaram sua bochecha numa breve carícia antes das unhas afundarem em sua pele.

Não se moveu. Por que ela não se moveu?

Um curto rugido animalesco escapou do peito da loura e um impulso de raiva a fez agarrar a garganta de Regina, empurrando-a para trás até fazê-la colidir com a parede branca, ao lado de um quadro de Henry aos cinco anos.

Ainda assim, Mills não se moveu. Os olhos dela capturaram os da outra e os arrastaram para dentro deles. Desafiaram. A expressão da Dark One se contorceu em dúvida e ódio: NÃO. PODIA. ENTENDER. Noite após noite, ela a invocava. Ela era atacada como naquele momento. E ela não reagia. Onde estavam as bolas de fogo, os perigos da lendária Rainha Má? Onde estavam seus duelos mortais, sua sede por sangue e suas maçãs envenenadas? Onde estava a maldade em seus olhos, a rigidez na postura de queixo erguido, o escárnio nos lábios vermelhos?

Apertou o suficiente para interromper a passagem de ar. O prazer fluiu por suas veias e correu por seu sangue quando percebeu que queria machucá-la, queria quebrá-la com seus delicados dedos da Salvadora que um dia já tinha sido.

Queria ver o sangue concentrado nas bochechas, os lábios desesperados por ar.

–– Você vê agora? –– Sibilou quase tocando a bochecha dela com os lábios. –– Eu posso, e eu vou arrancar o seu coração.

–– Nã-n-ão. –– Arfou. –– Você não vai.

A loura a soltou como se tivesse levado um choque nos braços. Em um piscar de olhos, estava do outro lado do hall. As mãos apertaram o balcão de madeira, embora sua real vontade fosse socá-lo até destruí-lo, mas os olhos continuaram presos em Regina, que tossiu e inspirou várias vezes ao apoiar as mãos sobre os joelhos em uma tentativa de não ceder ao peso do corpo e cair.

–– Como você pode...?

–– Eu confio em você, Swan. –– Explicou, recuperando a postura.

–– Por quê? –– Emma piscou algumas vezes. Parecia genuinamente confusa, um vislumbre da mulher que fora dominada por aquela Fera das trevas. –– Henry desistiu... Na verdade, todos desistiram. Até mesmo meus pais e Hook, Regina. –– Houve dor na pronúncia daqueles nomes. –– Por que você não?

–– Eu tenho duas razões muito simples: Primeiro, eu te fiz uma promessa.

–– Então agora você é uma mulher de honra, como o amado Robin Hood? –– A provocação ácida escapou antes que pudesse perceber.

Regina rolou os olhos.

–– Segundo, –– Prosseguiu. –– Eu já estive em seu lugar, Miss Swan. Eu sei como o poder seduz, a magia negra cobre o coração e... Como o preço de tudo é alto demais, como todos se afastam porque você os destrói.

–– Eu estou melhor assim. –– Respondeu simplesmente, quase sem emoção.

–– Você acha que sim. –– A morena sorriu. –– Siga-me, Dark One.

–– Não. –– Grunhiu. –– Até onde eu sei, você perdeu a adaga que eu lhe confiei, então eu não preciso obedecer.

–– Não, mas vai. –– Respondeu com mau humor e arrogância. –– Eu invoquei você.

–– Quando você invoca, precisa estar disposta a fazer um acordo. –– Para a Prefeita, ainda era estranho ouvi-la falando sobre acordos e magia negra. –– E eu sei que você não está disposta a pagar o preço de nenhuma magia, querida.

–– Eu irei propor um acordo. –– Disse. –– Depois que você me seguir. –– Acrescentou e os olhos escuros brilharam vitoriosos. –– Podemos?

–– Eu deveria ter te matado há dois minutos, Majestade.

Aquela foi uma brincadeira? Talvez de péssimo gosto e muito sarcástica, mas a primeira em muito tempo. Swan ficou mais surpresa do que Regina ao perceber que fizera uma brincadeira, porque a morena sabia - dissera à outra desde o primeiro dia em que acordaram em Storybrook, sem memórias de seis semanas e Camelot - que a Emma que conhecia ainda estava lá.

Não precisava segui-la, Swan sabia. Mas ficou interessada em descobrir qual acordo ela inventaria para ganhar um pouco de tempo e tentar descobrir alguns de seus novos e sombrios segredos. Além disso, eram duas da manhã. Não podia dormir e as coisas ficavam ligeiramente tediosas, irritantes e por fim enlouquecedoras durante a madrugada, já que não tinha uma roda para transformar palha em ouro e manter os piores pensamentos longe o suficiente, como Gold tivera.
Aproximou-se um só passo e Regina tocou seu braço por cima da jaqueta de couro para que desaparecessem em uma nuvem de fumaça roxa.


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