Ela andava devagar por aquele lugar, vendo cada detalhe que conhecia de trás pra frente. O lugar tava silencioso e o que ela só ouvia era o barulho de suas botas. Os corredores daquela clínica causavam arrepios nela, as paredes azuis com brancas podia ter o intuito de acalmar mas para ela, eles expressavam tristeza. Ela se imaginou quantos momentos de choro teve naquele mesmo lugar. Ela sente isso toda vez que iria visitar avó. Sensação que talvez fosse tarde demais, que não desse tempo de se despedir dela. Ela sentia medo. Medo de perder uma das mulheres na qual sempre foi sua base, que é uma inspiração na sua vida mas ela sabia que mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer. Nada durava para sempre. Peggy Carter já estava muito doente. O médico já tinha avisado para que ela se preparasse porque a mais velha não poderia aguentar por mais muito tempo. Depois dos acontecimentos com o Darren na Pym Tech e o Scott assumindo o traje do Homem formiga, ela e seu avô Hank Pym ficaram mais próximos. Ela gostava disso mas não nega que sentiu falta dele na sua infância. Porém o avô estar fazendo de tudo para recuperar o tempo perdido e ela sente que quando sua vó morrer, ele vai estar lá para amparar ela.
Quarto 512. Antes de entrar ela respirou bem fundo e girou a maçaneta. Lá estava ela. Deitada com as mãos sobre a barriga olhando pro lado mas quando a neta entrou, ela sorriu. Isabelle sorriu junto e sentou na cadeira ao lado da mulher deitada.
- Como se senti?
- Como sempre. Esperando a morte me levar.
Toda vez que a Peggy falava isso, Isabelle sentia um frio na espinha.
- Não diga isso. Eu acho que ainda não to preparada pra perder você. - A morena sorriu triste já sentindo vontade de chorar.
- Minha querida, você é mais forte do qualquer outra pessoa. Lembrasse sempre: nunca perca sua esperança e coragem. Acredite elas vão ser suas maiores aliadas na sua vida.
- Eu sei. Você sempre repetia isso para mim e eu sou grata por toda educação que a senhora me ensinou.
As duas riram e logo em seguida a mais velha se engasgou. A neta pega um pouco de água e dar para a avo.
- Você estar bem? - pergunta a menina aflita.
- Minha querida! tão bom ver você. Sempre tão linda.
E ela tava assim de novo. Era assim sempre. Conseguia conversar com a avó mas logo depois ela perdia a memória. Ela sorriu triste. Era tão grata a avó por tudo e tudo que ela queria era só tirar o sofrimento dela. Isabelle viu a hora e teve que se despediu da avó. Antes de sair ela deu sorriso e acenou pra mulher que tinha se tornado sua segunda mãe. Ela sentia um aperto toda vez que se despedia. A morena saiu do quarto e estava tentando se equilibrar segurando vários papéis e sua bolsa. Muitos dos papéis era um modo de descobrir quem era o cara da HIDRA que estava no dia que o Darren enlouqueceu. Precisava hackear e descobrir quem era ele pois o mesmo roubou umas das partículas que o Darren produziu. Isabelle imaginava o caos que vai ser se isso chegar em mãos erradas. Enquanto ela tentava botar sua bolsa em um dos ombros, ela sente seu rosto bater em algo forte e cai pra trás. Todos os papéis se espalharam e ela começou a resmungar umas palavras baixa. A coisa que ela esbarrou ou melhor a pessoa era um homem loiro, forte que automaticamente se abaixou de frente pra ela pedindo desculpa sem olha para a mulher e ajudando a pegar os papéis espalhados. Tinha um homem do lado dele. Ele era moreno e parecia querer rir da situação, mas não dela e sim do loiro que tava meio atrapalhado. Depois de ajuntar tudo, ele dar pra morena os papéis e a ajudar a se levantar. Nesse momento ela pode reparar melhor em seu rosto. Ele tinha olhos azuis intensos, tinha uma expressão preocupada provavelmente pensando que ela se machucou. Ele era muito bonito e tinha olhos azuis intensos e ela se perguntou se já tinha visto uma pessoa tão bonita assim. Realmente ela concluiu na sua cabeça que ele e a pessoa mais linda que ela já viu. Meu Deus. Não e para ela ficar pensando nessas coisas, nem conhecia o cara. Ela tratou de afastar esses pensamentos e balançou a cabeça. Mordeu o lábio inferior e finalmente disse:
- Não precisa se desculpar, eu tava meio distraída tentando se equilibrar com esse tanto de coisas. A culpa não e sua.
- Mesmo assim, eu podia ter evitado. Me desculpe eu vou me sentir melhor. - Ele deu um sorriso sem graça. Ela achou o gesto fofo.
- Tudo bem. Desculpado. Se sente melhor? - ela encarou o loiro
- Você não faz ideia.
Isabelle sorriu sem mostra os dentes e longo se desmanchou quando viu a hora. Tinha que estar na casa do Hank pra ajudar o Scott com alguns golpes e a Hope para tentarem achar o capanga da HIDRA.
- Olha rapazes o papo ta bom mas o trabalho me chama. Até um dia.
O loiro iria falar alguma coisa com ela mas a mesma já tinha passado por ele que nem um furacão deixando o homem sem falar. No chão tinha uma coisa brilhando. O loiro viu uma espécie de pulseira. Provavelmente era da morena, deve ter caído quando eles se esbarraram. Era uma pulseira delicada, tinha 3 bonecos. Talvez fosse ela e os pais dela. Parecia ter um valor especial. O homem guardou em seu bolso com a promessa que iria devolver para a mulher. O loiro chamou seu amigo e continuaram a seguir o caminho até o quarto 512.