O Retorno dos Antigos escrita por João Victor Costa


Capítulo 4
Mundo Púrpura




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[Alguns dias atrás]

Todos estavam bastante ansiosos com a missão. Se tudo desse certo seria um grande passo para a rebelião.

Andrea, Igor e Renata, juntos, formularam um plano que basicamente consistia em entrar em um complexo centro de inteligência de segurança máxima da Cavalaria, invadir os computadores por dentro, roubar todo o tipo de informações que conseguissem e, é claro, sair de lá ainda vivos.

Andrea achava que eles tiveram sorte. O lugar era todo rodeado por símbolos de proteção, mas nenhum deles lhes causava muitos problemas além de um pequeno enfraquecimento em seus poderes, já que, de certa forma, estavam todos ligados com o primeiro espírito primordial. O espírito do Cosmos

Através dos olhos de sua águia espiritual, cujas penas constantemente mudavam de cor para se adaptar ao ambiente, como uma camuflagem natural, Andrea notara os símbolos de proteção contra os doze espíritos primordiais e mais alguns outros. Símbolos contra os poderes de hospedeiros que eles não gostariam que lhe fizessem uma visita destruidora. Era como um aviso para gente como ela, que dizia algo como: “Não ultrapassem”.

A verdade, depois que Igor contara para os amigos sobre os símbolos, era que eles não iriam ser tão afetados quanto imaginavam.

— Aposto que conseguiram com algum exemplar antigo. - disse ele. - Esses símbolos foram criados por Libra para todas as coisas que existiam. É como uma forma de dizer que, não importando o quão forte fosse algo, ele poderia ser contido por uma mera representação.

“Nossos poderes vem do Cosmos, dos espíritos estelares. Mesmo assim, o símbolo de proteção contra o espírito do Cosmos não nos afeta de forma absoluta. Nossos espíritos patronos têm seus próprios símbolos que bloqueiam completamente nossos poderes, mas acho que, ou a Cavalaria não tem conhecimento disso ou eles simplesmente não têm lugar ou paciência para pintar imagens específicas de proteção contra os poderes de centenas de espíritos por aí.”

— Por isso eles só desenham os principais. - disse Andrea. - Mal sabem eles que talvez nem sejam aqueles hospedeiros que irão lhes causar maior dor de cabeça.

— É, mas quando capturam ou vão caçar um hospedeiro específico, eles usam o símbolo de proteção do espírito patrono dele. - comentou Renata.

— Claro. - disse Igor. - Eles também não são tão idiotas quanto parecem.

Então, a boa notícia para a invasão era que não precisariam se preocupar com os símbolos, o que realmente era um enorme alívio para todos eles, com o fato de que ninguém ali teria uma ideia brilhante caso aquilo fosse um verdadeiro problema.

O plano, apesar de ser bem arriscado, era simples. Andrea e sua águia, Aquila, observariam o melhor momento para colocar tudo em prática. Renata iria tratar de entrar na instalação pelo esgoto, considerando que os dutos de ar eram monitorados por sensores. Quando estivesse lá dentro, fariam um feitiço de ligação, que faria com que Renata trocasse de lugar com Igor. Então ele, usando sua magia da mente, entraria facilmente em qualquer lugar com os funcionário sobre seu controle, e copiaria todas as informações que precisavam para seu HD.

Provavelmente daria tudo certo.

— É agora. - disse Andrea, enquanto sua águia planava um pouco abaixo das nuvens noturnas.

Igor e Andrea estavam nas galerias do esgoto, logo abaixo de uma casa noturna, enquanto pessoas dançavam e bebiam lá em cima. Era o lugar mais perto da central de controle que eles conseguiram arrumar sem que fossem detectados. Andrea não podia deixar de notar os ratos e baratas que passavam por ali a todo momento, mas tentou ignorar e focar na preparação de um ritual, ajoelhada no chão sujo, de costas para a grade que na qual Renata havia passado a quase uma hora. Era máximo que eles podiam se aproximar. Apenas a hospedeira da serpente poderia se transformar em uma cobra e passar por ali.

— Pode deixar. - disse ela. - Desligando aqui.

Renata retirou o comunicador do ouvido e jogou ele para afundar no pequeno rio de imundice do esgoto. Estava sozinha, fazendo um longo passeio no escuro. O cheiro era ruim, até mesmo para a mulher serpente, mas ela aceitara fazer parte daquela missão e não podia decepcionar os outros.

— Ah, porque eu sempre fico com as partes complicadas…

Renata continuou andando. Já estava bem longe dos amigos, sem nenhuma dificuldade de enxergar no ambiente mal iluminado, até encontrar o caminho que procurava. Um longo percurso pelos canos para entrar em uma base bem protegida por um lugar onde certamente ninguém imaginaria que alguém poderia entrar.

Mas, não estamos falando de pessoas comuns, não é?

Renata se encolheu. Seus braços se uniram à barriga e começaram a adquirir uma textura diferente, assumindo a forma de uma serpente, cuja escamas era de uma coloração negra e azulada com listras brancas ao longo dela. Uma serpente altamente mortal. Ela rastejou cano adentro, se expandindo e se contraindo pelo duto apertado durante um longo tempo, até se encontrar no ralo de um banheiro.

E mais um detalhe: O banheiro estava ocupado.

O homem que fazia suas necessidades estranhou a movimentação abaixo, olhou para o lado algumas vezes e se inclinou para ver melhor, não conseguindo identificar nada pelos furos do ralo. Ele se virou, achando que estivesse ficando louco, e a serpente, em uma incrível força e velocidade, irrompeu-se do esgoto como uma mola e saltou-se para cima do homem, com suas presas duplas à mostra, enroscando-se ao redor de seu pescoço, sufocando-o enquanto o veneno que penetrava pela mordida recém-aberta começava a agir em sua corrente sanguínea, causando paralisia em seus músculos.

Depois que o homem parou de se mover, após terríveis contrações, Renata aguardou, esperando que alguém batesse na porta do pequeno banheiro e perguntasse sobre o que estava acontecendo, mas felizmente, isso não aconteceu.

A mulher se transformou novamente em humana, ainda com as presas venenosas presentes em sua boca e, com sua invisibilidade, abriu a porta do banheiro e saiu agachada.

Ela sentiu frio no seu corpo, afinal, estava completamente nua. Suas roupas, abandonadas no esgoto. Renata precisava ser rápida. Ela e os outros precisavam terminar aquilo antes que alguém seguisse para o banheiro masculino e se deparasse com o corpo do homem, com espuma escorrendo por sua boca.

Renata respirou profundamente e andou mais alguns metros, quando uma mulher passou direto por ela. Ufa. Até então estava dando tudo certo. Precisava apenas encontrar a sala principal de controle e conseguir acesso a um computador.

Passou por corredores e observou as salas enquanto seguia para o salão principal. Todas aquelas pessoas desempenhadas em manter uma falsa paz. Todos determinados a exterminar pessoas como ela, simplesmente por ter nascido daquele jeito.

A sala de controle central era um ambiente circular onde os computadores ficavam em volta, com seus monitores exibindo a típica interface simples e brilhante, e pessoas constantemente andando de um lado para o outro segurando papéis ou canecas de café. Havia um computador vazio, para sua sorte. O computador que, minutos antes, estava sentado o mesmo homem que ela assassinara no banheiro.

Renata era uma assassina e já estava conformada com isso. Não se arrependia nem um pouco.

Andrea olhou mais uma vez para o relógio.

— É agora. já deu tempo.

Igor concordou com a cabeça. Agora era a sua parte na missão.

No chão a sua frente Andrea havia desenhado um círculo com três símbolos diferentes do lado de fora, que representavam o espírito do Céu, o espírito do Mar e o espírito da Terra. No centro, estava uma pena de falcão.

Igor estendeu a mão e se concentrou até fazer aparecer uma moeda dourada. Era como um comércio espiritual, cujo as mercadorias eram feitiços ou pedidos e cujo a moeda de troca era tempo de vida.

— Espírito das mensagens e dos viajantes, eu o invoco.

Igor lançou a moeda para cima do círculo e o tempo pareceu desacelerar quando ela desapareceu no ar. Frio percorreu por sua barriga enquanto uma grande energia invadiu o lugar e, na frente deles, como se estivesse aparecendo de uma fenda invisível, surgiu um homem com gigantescas asas de falcão.

— Hm. O que vocês querem com o preço de dez dias de vida, com base no deus do Tempo, e que eu, Thong Dip, possa lhes oferecer? - perguntou o espírito. - Uma magia, eu presumo.

— Quero trocar de lugar, como base o deus do Espaço. com Renata, hospedeira estelar da serpente,

— Muito interessante. - disse Thong, com a mão no queixo. - Considerando a localização atual da mulher.. Hm. Terei prazer em os ajudar.

Igor sentiu uma breve náusea e quanto deu conta de si novamente, ele já não estava mais com Andrea, no esgoto, em meio à sujeira, mas em uma estranha sala movimentada com dezenas de computadores.

Ele imediatamente sentiu uma pontada de desânimo e dor. Talvez pelo tempo de vida que aquele feitiço lhe custara ou talvez por agora estar sendo afetado pelos símbolos de proteção.

Todos notaram Igor e lançaram olhares arregalados para ele. Conversas entre colegas se cessaram. Alguns tomaram susto de súbito, deixando papéis caírem no chão.

Antes que alguém pudesse emitir algum grito que pudesse levar a uma confusão maior, Igor abraçou seu próprio corpo e depois liberou uma onda de energia púrpura, que se espalhou rapidamente pela sala. Todas as pessoas ficaram com os olhos brilhando na mesma cor.

Elas podiam lutar internamente contra elas mesmas, mas nenhum humano havia se mostrado forte o suficiente para resistir. Estavam todos sobre o seu controle.

— Continuem o trabalho. - disse ele, confiante, também com os olhos roxos.

As pessoas simplesmente o ignoraram enquanto ele copiava todas as informações que haviam na memória para o seu HD. A mulher que havia deixado os papéis caírem se abaixou para pegar, como se ela apenas fosse uma pessoa desastrada.

Dez minutos era o tempo que demoraria para copiar tudo para o seu HD. Igor aproveitou esse tempo e navegou por pastas e arquivos aleatórios, procurando por algo interessante, até encontrar um que lhe chamara mais a atenção, nomeado TSOH.

— Hãn? Por que escreveriam hosts ao contrário?

Quando abriu a pasta, se deparou com uma lista enorme de espíritos e, ao lado, mostrava uma foto, descrição do hospedeiro e qual seria a sua “situação”. Ele ficou apertando a seta para baixo e observou os rostos, com uma legenda escrito as palavras: “capturado”, “identificado”, “executado”, ou, quando não tinha uma foto, “desconhecido.” Era como um programa de dados sobre tudo o que a Cavalaria sabia sobre os hospedeiros.

Igor se surpreendeu com a quantidade de hospedeiros presos e, mais ainda, com a quantidade de hospedeiros identificados. Seu rosto e de seus amigos não estava naquele arquivo, nas respectivas abas que representavam seus espíritos patronos. Significava que eles ainda não foram identificados, mas não contava com que aquilo ficasse daquela forma por muito tempo.

Terminou de copiar os arquivos, e seguiu pelos corredores com seu HD, tentando não se confundir com as plantas da instalação que ele havia estudado e memorizado no dia anterior, que Andrea havia conseguido.

Ele esbarrou em uma mulher bem vestida que segurava uma xícara de café, pegou a da mão dela e continuou andando, apressado, deixando ela hipnotizada onde estava. Ele se afastava cada vez mais e, em breve, a sua magia se quebraria e as pessoas voltariam ao normal.

O objetivo agora era chegar nos painéis de energia, Igor encarou um homem armado que havia acabado de virar o corredor e já foi tirando uma pistola do coldre quando o hospedeiro tocou-lhe o rosto e lhe lançou sua magia.

— Você vai ficar aqui e se certificar de que ninguém irá me seguir.

Igor continuou andando, virou à direita e se deparou com mais guardas.

— Parado!

Lançou sua onda de poder e enfeitiçou o primeiro guarda que também sacava sua arma. Como uma marionete, Igor o controlou com as mãos e o homem deu um soco forte no colega ao seu lado e depois, pegou uma faca de arremesso que estava em seu cinto e lançou certeiramente no outro colega logo atrás.

Igor correu e passou direto por eles, virando à esquerda onde encontrou uma porta que estava escrito: “Perigo, alta tensão.” Entrou na sala justamente quando mais um grupo de soldados se aproximava.

— O que você está fazendo? - gritou um deles, para o homem que Igor havia enfeitiçado segundos antes.

— Olha os olhos dele. Ele não é mais quem era!

— Atirem!

— Não. Não!

O feitiço do homem foi quebrado mas antes que pudesse protestar e dizer que não fora ele que atacara seus próprios colegas, já havia sangue escorrendo por dezenas de furos em seu corpo.

O som dos tiros das metralhadoras fez Igor ficar ainda mais atônito, ouvindo tudo pela porta. Poderia ser ele recebendo aqueles tiros.

— Chequem todas as salas!

Droga, eles iam entrar ali. Igor ouviu a porta se abrindo e um homem entrou. Antes que ele pudesse notar quem estava ali, Igor já o havia enfeitiçado, tomando controle de seu corpo. O guarda estremeceu por alguns segundos. O hospedeiro teve medo de que talvez a magia não funcionasse, mas não. Nenhum humano resistia ao poder da mente.

Igor ficou nervoso enquanto o guarda com olhos púrpuros fechou a porta e ficou o encarando enquanto abria o quadro de força. A xícara de café que ele pegara da mulher ainda estava em sua mão, embora um pouco do líquido quente havia caído em sua mão.

Ele virou a xícara por cima do quadro elétrico. O líquido escorreu pelos fios e pequenas faíscas começaram a sair. A luz começou a piscar até ocasionar um curto circuito e tudo se desligar por completo.

Igor ouviu gritos do lado de fora sobre a queda de luz. O soldado hipnotizado que estava com ele na sala acendeu uma lanterna.

— Me tire daqui. - ordenou

O homem correu com Igor logo atrás dele e o guiou até saída. Passaram por diversos guardas e como estava no escuro, apenas com as lanternas acessas, ninguém conseguiu notar muito bem o jovem hospedeiro. E os que o faziam, rapidamente tinham a mente alterada para não reagir a sua presença. Os funcionários que antes trabalhavam nas salas, fazendo seja lá o que, agora trancavam as portas e se escondiam atrás das mesas, esperando o caos se acalmar.

Igor sentiu o feitiço no guarda que ele acompanhava começar a se desfazer. A mente daquele homem não iria resistir muito mais tempo. Minutos depois, os dois se encontraram em uma porta que levava à garagem, onde diversos homens armados estavam a postos, com ordens para não deixar ninguém sair.

Igor enfeitiçou outros dois guardas que estavam ali e com sua pequena força tarefa, o suficiente para causar bastante estrago, ordenou:

— Façam uma distração.

Sem piscar os olhos, os homens sob controle do hospedeiro da mente entraram na garagem e dispararam para todos os cantos acertando dezenas de guardas. Começou uma intensa troca de tiros enquanto todos procuravam imediatamente uma cobertura.

— Ele está aqui! O hospedeiro está aqui!

Igor ouviu o som de sirenes tocando em toda parte. Olhou para um dos guardas que ele enfeitiçara, notou granadas presas em seu cinto e deu um grande sorriso. Que tipo de soldado entra em um lugar daqueles portando granadas?

Houve uma breve calmaria entre a incansável troca de tiros.

Ouviram-se o som de “tric” e algo sendo jogado no chão.

Um dos guardas, que usou um dos carros militares como cobertura, observou calmamente enquanto uma granada rolava para entre seus pés, até arregalar os olhos ao se dar conta da situação que havia se metido.

— MERD…!

As granadas explodiram e os guardas voaram, seguindo então das explosões dos veículos. O estrondo obrigou Igor a colocar as mãos no ouvido.

Quando os homens sobreviventes se recuperaram e começou a chegar mais reforços de todos os lados, Igor já estava bem longe de lá, se esgueirando pelas ruas e becos de uma cidade em alerta.

...

Annie estava observando a central de redação da principal emissora de Tv e jornalismo se transformar em um caos.

Todos haviam recebido o anúncio sobre o ataque por parte dos hospedeiros ao principal centro de inteligência da Cavalaria. Como era noite, não havia tantos redatores quanto de costume e Annie havia ficado até tarde, para terminar uma matéria que escrevia sobre coisas não tão importantes quanto aquilo que ela realmente queria escrever, mas, que não podia se quisesse continuar viva.

O jornal havia entrado no ar, interrompendo a programação normal e exibindo a imagem de Fernanda, enquanto ela falava sobre as notícias recentes.

Alguns de seus colegas faziam telefonemas, outros constantemente analisavam as redes em busca de informações postadas por usuários. Outros, pegavam suas coisas e se preparavam para uma viagem de última hora.

“Tudo em busca de uma boa notícia”, pensou Annie, enquanto observava a televisão.

— Boa noite a todos. Temos informações de que o principal centro de inteligência da cavalaria foi atacado a poucas horas atrás. - disse Fernanda, quando a tela foi preenchida por um vídeo gravado pela câmera, em um helicóptero. As imagens exibiam todo o complexo, com dezenas de sirenes vermelhas apitando pelo lugar, sendo substituída por imagens amadoras de patrulhas e pessoas correndo - Foi dada uma ordem de perseguição. Todos da cidade deverão permanecer em suas casas até segunda ordem. Patrulhas vasculham toda a cidade…

Annie não pareceu surpresa enquanto a mulher anunciava as informações. Annie havia previsto que aquilo iria acontecer. Ela havia olhado para o seu diário naquela mesma manhã e vislumbrado as páginas se preencherem de palavras sobre o futuro.

Não aquele futuro necessariamente, onde um pequeno grupo de hospedeiros havia invadido um centro de inteligência para roubar informações, mas um futuro bem pior.

Mas, daquela vez, não era apenas a Terra que iria se consumir em cinzas

Era um futuro bem pior. Um futuro onde tudo terminaria em fumaça.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem e espero que estejam gostando da histórias!
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