Supernatural: Segunda Temporada escrita por Mabel_Cullen


Capítulo 4
Capítulo 4: Com Coisas Mortas Não Se Deve Brincar


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!!^.^



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Em uma casa, uma garota nos seus 24 anos, cabelo castanho bem escuro e olhos amendoados, está sentada na mesa da cozinha, esfregando as mãos uma na outra com uma expressão preocupada.

- Certo. – diz um rapaz com a mesma idade, porte médio, cabelo um pouco enrolado e olhos castanhos escuros, entrando na cozinha e colocando garrafas de cerveja na mesa. – Temos cerveja, chocolate e... Temos que esperar para a tortura ‘’Emo Rock’’.

O rapaz se vira e liga o rádio da sala ao lado da tv.

- Garantia para curar qualquer coração quebrado. – continua ele.

- Você não precisava fazer tudo isso. – diz a garota forçando um sorriso para ele. – Eu estou bem.

- É... Posso ver isso. – diz o rapaz ironicamente. A menina pega as mãos do rapaz e o olha.

- Obrigada, Neil. – agradece ela. – Você é um bom amigo.

- É... Eu sei. – diz ele com um sorriso. De repente alguém bate na porta.

- Deus... Provavelmente é ele. – diz a garota ficando mais aflita.

- Eu cuido disso. – diz seu amigo e vai atender a porta.

- Onde ela está? – pergunta um rapaz alto e loiro.

- Apenas deixe ela pensar sobre isso por alguns segundo, certo? – diz Neil a ele.

- Eu preciso falar com ela. – diz o rapaz já entrando na casa.

- Uma outra hora. – diz Neil não o deixando passar.

- Saia da minha frente, Neil! – se estressa o rapaz e entra o empurrando bruscamente . Neil fecha a porta rapidamente nervoso. Os dois vão para a cozinha, mas a garota não está mais lá.

- Angela? – pergunta Neil olhando todos os lados preocupado.

...

Na estrada, a moça dirige o carro rapidamente enquanto chora sem parar. Seu celular toca. Ela o pega e o atende.

- Me deixa em paz, Matt. – diz ela.

- Angela, eu sinto muito. – diz ele.

- Você sente muito? – pergunta ela nervosa. Dá uma risada forçada. – Que ótimo.

- Angela, me escute. – pede Matt.

- Eu não quero te escutar. – diz ela e vira em uma curva na estrada com o carro cada vez mais rápido. – Estou cansada de te escutar.

- Me escute. – pede ele novamente.

- Não... – diz Angela. - Eu te amava.

De repente ela olha para a frente e vê outra curva, mas é tarde demais. Em seguida o carro bate em um muro que rodeia uma fazenda. Fumaça sai do escapamento. Muito sangue da boca de Angela cai em cima do celular jogado no chão.

- Angela? – pergunta Matt, mas em vão.

...

No dia seguinte, Sam, Dean e Jane dirigem pela estrada.

- Qual é, Sam? – diz Dean. – Isso é estúpido.

- Por quê? – pergunta ele sem entender.

- Visitar o túmulo da mamãe? – pergunta Dean. – Ela nem deveria ter um túmulo.

- Eu acho que é uma boa idéia irmos até lá. – diz Jane. Sam lhe dá um sorriso.

- Não sobrou corpo nenhum depois do incêndio. – continua Dean.

- Mas ela tem uma lápide. – diz Sam.

- É... Colocada pelo nosso tio, um cara que nem conhecemos. – diz Dean. – Então vocês querem ir prestar condolências para uma placa de granito colocada por um estranho? Qual é.

- Dean, não é isso o que o Sam quer dizer. – diz Jane. Dean a olha pelo retrovisor. – Não se trata do corpo ou do caixão. É sobre a memória dela.

- É. – concorda Sam. – E depois do que houve com o papai, parece ser a coisa certa a fazer.

- É irracional, isso sim. – diz Dean. Jane e Sam reviram os olhos.

- Olha, Dean... Ninguém pediu para você vir. – diz Sam. – Só eu e a Jane está perfeito.

- Ah... Nem pens... – começa ele. - ... Que tal mudarmos a direção para o ‘’Road House’’. Não ouvimos nada sobre o demônio ultimamente. Deveríamos estar caçando aquele desgraçado, lembram?

- É uma boa idéia... Deveríamos mesmo. – diz Jane ironicamente. – Fala sério, Dean. Você mesmo disse que eu ainda não me recuperei o bastante. Se eu não estou pronta porque você estaria?

Ele não responde.

- Só me deixa lá, eu arrumo uma carona e encontro com vocês amanhã. – diz Sam.

- Não. Eu vou com você. – diz Jane a ele.

- Não. – diz Sam e lhe dá um sorriso. – Vai com o Dean. Ele vai precisar da sua ajuda.

- É. – concorda Dean. – Eu não quero ficar grudado com aquelas pessoas, jogando conversa fora até vocês dois aparecerem.

- Ou vamos todo juntos, ou não vamos. – diz Jane por fim. Sam e Dean se olham. Este último revira os olhos e cede.

...

Um tempo depois ele andam a procura da lápide pelo cemitério. Jane e Dean andam pelas lápides enquanto Sam para especialmente na frente de uma. Se agaixa, pega uma faca de bolso e abre um pequeno buraco na grama.

- Eu acho... Acho que o papai gostaria que você ficasse com isso. – diz ele colocando um colar de dois pingentes com nomes gravados no buraco à frente da lápide da mãe. Em seguida ele o tampa. – Eu te amo, mãe.

Dean olha para as lápides com uma expressão nada confortável. Jane se aproxima dele e para ao seu lado.

- Está tudo bem. Eu também não me sinto muito bem nesse lugar. – diz ela com um sorriso rápido a ele.

- Acho que ninguém se sente. – diz Dean.

- É... Com certeza. – diz Jane. – Dean... Ele nem conheceu a própria mãe. Ele queria vir aqui para pelo menos tentar se sentir perto dela.

- Você acha que eu a conhecia o bastante? – pergunta Dean nervoso.

- Não foi o que eu quis dizer. – diz Jane. – E eu concordo que para você foi mais difícil do que para o Sam... Mas, você não deve guardar seus sentimentos para você... Sabe disso.

Dean a olha com uma expressão mais calma.

- Eu vou sempre estar aqui para você. – continua ela e põem a mão no ombro dele carinhosamente.

- Nem sempre. – diz Dean e olha para o irmão. Jane lhe dá um sorriso e o abraça. Dean arregala os olhos surpreso.

- Para os dois. Sempre. – responde ela perto do ouvido dele. Os dois se olham e se dão um sorriso carinhoso. De repente, uma brisa balança os cachos de Jane, ela vira a cabeça na direção oposta, onde vê uma árvore diferente, meio caída, a única com folhas mortas, sem vida. Ela se aproxima.

- Onde você vai? – pergunta Dean a olhando se afastar.

Sam se levanta e olha para Jane, que toca na árvore. Ela dá uma batida nela, é oca. Olha para o chão em seguida, onde há um círculo feito de grama morta. Uma lápide com flores mortas está em cima dele. Dean e Sam a olham.

- Angela Mason? – sussurra Jane olhando em volta e vê uma pequena casa afastada. Fecha os olhos. Em sua mente vê um homem dormindo dentro dela, sentado em uma cadeira com a cabeça recostada na mesa em cima de seus braços. – Talvez eu consiga descobrir algo.

- Do que ela está falando? – pergunta Sam, parando ao lado de Dean.

- Não sei. – responde ele sem entender também. – Acho que ela sentiu algo.

Jane abre os olhos, se levanta e vai até eles.

- Angela Mason, era uma estudante da universidade local. O funeral foi há três dias. – comenta ela.

- E? – pergunta Dean ainda confuso.

- E que a lápide dela está sobre um círculo perfeito de grama morta. – continua Jane. – Não usaram pesticidas nem químicas. Temos que investigar. Tem algo estranho aqui.

- Certeza? – pergunta Sam. Jane confirma com a cabeça.

- Ótimo. – diz Dean se virando para o carro. – Pé na estrada.

...

Os três vão até o escritório do pai de Angela, onde ele os atende.

- Dr. Mason? – pergunta Jane.

- Sim. – ele confirma.

- Eu sou Jane e estes são Sam e Dean. Nós éramos amigos da Angela. – mente Jane. -  Queríamos oferecer nossas condolências.

- Por favor, entrem. – diz o homem com um sorriso.

Ele junto de Sam e Jane se sentam enquanto Dean anda pela sala olhando tudo.

- Ela era uma ótima garota. – diz Jane, enquanto o Sr. Mason revira as páginas de um álbum de fotos.

- Ela era sim. – concorda ele com outro sorriso. Dean vê um livro fora do comum em uma das prateleiras da sala.

- Esse é um livro diferente. – diz ele o pegando da estante.

- É de grego antigo. Eu ensino no curso. – diz o Sr. Mason. Dean põe o livro de volta e se senta junto deles.

- Acidente de carro... Isso é horrível. – continua Jane.

- Angie estava voltando para casa e... – começa o Sr. Mason relembrando.

- Deve ser difícil perder alguém dessa forma. – diz Dean. – Às vezes parece que a pessoa ainda está por perto. É como se ainda púdessemos sentir sua presença.

Jane e Sam o olham surpresos.

- Já sentiu algo assim? – pergunta Dean.

- Eu sinto às vezes. – responde o Sr. Mason. Dean olha para Sam e Jane.

- Isso é perfeitamente normal, sr. Mason. – diz Sam. – Especialmente com tudo que o senhor está passando.

- Sabem? Eu ainda ligo para ela. – diz o sr. Mason. – E o telefone toca antes que eu me lembre que... A família é tudo, sabem? Angie era a coisa mais importante da minha vida. E agora, eu estou perdido sem ela.

Jane se levanta e se aproxima da janela olhando para o horizonte lá fora.

- Nós sentimos muito. – diz Sam. Dean olha para os lados.

- Nós já vamos. – diz Jane se virando. – Obrigada por nos receber, sr. Mason.

- Eu é que agradeço. – diz ele com um sorriso para ela que retribui. – Voltem com cuidado.

...

Os três saem do escritório e vão para um motel.

- Tem algo errado aqui. – diz Jane sentando em uma das camas.

- Só que temos um problema. – diz Sam sentando ao lado dela e lhe dando um beijo. – Até agora só temos um pouco de grama morta e mais nada como pista.

- Algo tornou aquele túmulo um solo não-sagrado. – diz Jane.

- E se ela for apenas uma garota normal, vítima de um acidente de carro qualquer? Vocês ouviram o pai dela. – pergunta Sam.

- Ela não é. – diz Dean. – Talvez o pai dela não saiba tudo que há para saber sobre a Angela. Não podemos ir embora sem saber se há algo mesmo acontecendo.

- Dean... Eu sei o que está havendo aqui. – diz Sam se aproximando dele. Jane e Dean o olham. – Isso tudo tem haver com o túmulo da mamãe, não é?

- Do que você está falando? – pergunta ele. – Não tem nada a ver com isso.

- Você não chegou nem a cem metros dele. – diz Sam. – Talvez esteja imaginando uma caçada que não existe só para poder não pensar na mamãe e no papai.

Dean olha para o irmão nervoso. Jane se levanta e olha para Sam também.

- Pára. – pede Jane a ele. Sam a olha sem entender. – Agora... É você que está sendo injusto. Não tem esse negócio de existir caçada. Tem sim alguma coisa acontecendo aqui e eu vou descobrir quer seja com você ou não. Mas não fale assim com o Dean, ele só...

- Jane... Está tudo bem. – diz Dean a olhando surpreso. – Não precisa fazer isso.

Sam continua olhando Jane também surpreso.

- Me desculpem... Eu só, não quero ver vocês dois brigados. – diz ela e sai do quarto para tomar um ar.

- Quer tentar me bater de novo? – pergunta Sam se virando para o irmão. – Dessa vez você acerta... A Jane não está aqui. E se isso fará com que você se sinta melhor...

- Não... Não dessa vez. – diz Dean e vai em direção à porta.

- Onde você vai, Dean? – pergunta Sam.

- Eu estou indo beber... Sozinho. – responde ele sem se virar e bate a porta com força quando sai do quarto.

Em seguida ele vai em direção ao carro e vê Jane encostada nele.

- Oi. – diz se aproximando.

- Oi. – responde ela e desvia o olhar rapidamente.

- Eu... – começa Dean.

- Não precisa dizer nada, Dean. – diz Jane constrangida. – Eu fui uma idiota, me desculpa. Não se zangue comigo, por favor. Eu só piorei as coisas. Eu gritei com o Sam e...

Dean a abraça sem deixá-la terminar. Jane arregala os olhos surpresa.

- Obrigado. – agradece ele.

- Ele não estava sendo justo. – diz Jane. – Sabe... O que eu deveri fazer? Ficar parada e não...

De repente Dean a beija e Jane não consegue se mover, seu corpo paraliza completamente. Suas costas se pressionam mais no carro. Dean a rodeia com os braços, tocando no Impala. Seus lábios se separam lentamente e então se olham.

- O que eu fiz? – diz Dean a si mesmo sem tirar os olhos de Jane. – Olha, eu...

- Você ia beber, não ia? – pergunta Jane o interrompendo rapidamente.

- Sim. – confirma ele confuso.

- Eu vou com você. – diz Jane. – Estou precisando.

- Ok. – concorda Dean com um sorriso. Como se nada tivesse acontecido, os dois entram no carro e partem para um bar.

...

Em sua casa, Matt assiste à televisão enquanto bebe uma cerveja. Ele assiste um vídeo que ele gravou com Angela. Os dois estão felizes. Matt vai até a cozinha para pegar outra cerveja. As flores de um vaso em cima da mesa de frente para a tv, murcham de repente. Matt assiste com uma expressão desanimada, como se não conseguisse suportar a perda. Ele pára a fita bem no rosto de Angela. De repente o reflexo de uma garota aparece na televisão. Alguém está atrás dele. O rapaz se vira e se espanta com o que vê. Em seguida  muito sangue é espirrado na tv e Matt cai morto.

...

 No bar, Dean e Jane se sentam em uma mesa enquanto bebem suas cervejas. Olham para os lados tentando não fazer contato visual.

- Escuta... Me deculpa, Jane. – diz Dean finalmente depois de um bom silêncio entre eles. – Eu não sei o que deu na minha cabeça para fazer aquilo.

- Dean... Está tudo bem. – diz Jane com um sorriso. – Você estava se sentindo sozinho e pensou que me beijar seria uma saída. Está tudo bem, nós estamos bem.

- Ótimo. – diz Dean depois de dar um longo gole de sua cerveja, mas um pouco decepcionado. – Sam... Ele nunca saberá disso, eu prometo.

- Eu sei. – diz Jane e termina sua cerveja. – Eu fui muito grosseira com ele. Tenho que me desculpar, mas antes... Temos que descobrir mais sobre o caso de Angela.

Dean concocorda com a cabeça e termina sua cerveja também.

...

No dia seguinte, os dois vão até a casa que Angela vivia com sua amiga. Jane abre a porta facilmente, apenas tocando na maçaneta. Eles entram em silêncio, vêem compras em cima do balcão da cozinha.Dean pega uma das fotos da moça em cima de uma estante.

- Tem alguém aqui. – diz Jane olhando para os lados. Em seguida uma garota sai de um dos quartos e os olha assustada.

- Quem são vocês? – pergunta ela entrando no quarto e trancando a porta rapidamente.

- Espera, espera, espera aí. – diz Dean indo até o quarto e parando na porta.

- Estou chamando a polícia! – grita a garota.

- Somos primos da Angela. – mente Jane.

- O que? – pergunta a garota confusa.

- O pai dela nos mandou aqui para... Para pegar as coisas dela. – continua Dean. – Eu sou Alan e ela é Sara... Alan e Sara Steanwick.

Dean e Jane se olham. A garota destranca a porta e a abre.

- O pai dela não disse que vocês viriam. – diz ela se aproximando deles.

- Bom... De que outra forma teríamos a chave da casa de vocês? – pergunta Jane tirando uma do bolso da calça jeans. Em seguida os três vão para a sala e a garota começa a chorar descontroladamente.

- Então... – começa Dean sem saber o que fazer. – Tenho certeza que você tem uma visão da Angela que ninguém da família dela tem. Nos diga, como ela era? Realmente.

- Ela era ótima... Ótima. – responde a garota. – Quero dizer, ela era tão...

- Ótima. – completa Jane.

- É... – responde ela e recomeça a chorar. Dean entrega a ela lenços de papel. – Obrigada.

- Vocês duas deviam ser bem próximas. – diz Jane com um sorriso.

- Nós éramos. – responde ela com um também. – Mas, não é só ela... É Matt.

- Quem? – pergunta Dean.

- O namorada da Angela? – pergunta Jane lendo a mente dela.

- Ele mesmo. – diz ela. – Ele se matou ontem à noite. Cortou a própria garganta. Quem faz isso?

- Isso é terrível. – diz Dean.

- A morte da Angela estava sendo muito difícil. E eu acho... – diz a garota. - Quero dizer, ele estava confuso a dias.

- Confuso como? – pergunta Jane.

- Ele ficava dizendo que a via em todo lugar. – responde ela.

- Tenho certeza que isso é normal. – diz Dean. – Com tudo que ele estava passando.

Jane olha para Dean que repete as mesmas palavras de Sam.

- Ele disse que a viu! – repete a garota. – Como uma miragem.

- Angela e Matt eram um casal feliz? – pergunta Jane. – Digo... Haveria alguma razão de ela estar brava com ele?

- O que? – pergunta a garota sem entender. – Não. É claro que não. Por quê?

- Curiosidade. – responde Jane.

- Onde Matt vivia? – pergunta Dean e dá um sorriso para a garota.

...

No hotel, Sam assiste a tv no canal erótico. Dean e Jane entram no quarto e ele desliga a televisão rapidamente. Os dois o olham desconfiados.

- Oi. – diz Sam. Dean olha para a Tv e para o irmão. – O que?

- Constrangedor. – diz ele e Jane abre um sorriso discreto.

- Onde vocês dois se meteram? – pergunta Sam mudando de assunto.

- Estávamos trabalhando no nosso caso imaginário. – responde Dean.

- E aí? – pergunta Sam.

- Você estava certo, não achamos muito. – responde Dean. Sam concorda com a cabeça.

- Exceto que o namorada da Angela morreu ontem à noite. – completa Jane. Sam a olha. – Cortou a própria garganta.

- Mas, isso é normal, não é Sam? – pergunta Dean. – Ah, o que mais, Jane?

- Ele via a Angela em todos os lugares antes de morrer. – continua ela andando pelo quarto.

- Mas tenho certeza que isso é só eu transferindo meus sentimentos. – diz Dean.

- Certo... Eu acho que ele entendeu agora, Dean. – diz Jane. Dean a olha e concorda com a cabeça enquanto olha para o irmão.

- É. Talvez tenha algo acontecendo. – diz Sam.

- Talvez?! – pergunta Dean nervoso. Jane revira os olhos. – Sam, eu sei fazer o meu trabalho, apesar do que você possa achar.

- Devemos checar o apartamento do cara. – diz Sam.

- Acabamos de vir de lá. – diz Jane. – Cheia de plantas mortas como no cemitério. Até o peixe estava morto.

- Então... Solo não-sagrado? – pergunta Sam.

- Talvez. – diz Dean. – Ainda não peguei aquela vibração poderosa de espírito maligno da Angela.

- Andamos lendo isso. – diz Jane pegando um caderno pequeno com capa de veludo lilás.

- Vocês roubaram o diário dela? – pergunta Sam surpreso.

- Sim. – responde Jane. – E ela era boa até demais.

- E o que vamos fazer? – pergunta Sam.

- Continuar procurando. – responde Dean. – Vamos falar com mais de seus amigos.

- Vocês tem alguém em mente? – pergunta Sam.

- Você está brincando? – pergunta Dean. – Eu tenho o melhor amigo dela no mundo inteiro... Vamos.

Em seguida ele sai do quarto em direção ao carro. Sam olha para Jane que o olha também.

- Olha... – começa Sam se levantando da cama. Jane não o deixa terminar e o beija se jogando em seu colo. Sam pega nas pernas dela, fazendo com que elas rodeiem seu corpo. Ele se beijam com mais intensidade.

- Me desculpa. – pede Jane sussurrando em seu ouvido. – Eu te amo tanto.

- Eu te amo mais. – diz Sam com um sorriso e a joga na cama, ficando em cima dela. A beija novamente. Jane continua rodeando a cintura de Sam com suas pernas. Ele passa a beijar seu pescoço. Jane começa a soltar suspiros em seu ouvido.

- Sam... – começa ela em seguida. Ele volta para a boca dela e a beija. – Temos que ir. O Dean vai se zangar se o deixarmos esperando. Você não quer que ele volte e nos pegue desse jeito, não é?

Sam para de beijá-la e a olha.

- Merda. – diz ele e se levanta. Jane dá um sorriso para ele. Sam vai até a porta e a abre. – A gente ainda não acabou essa conversa.

Em seguida ele sai. Jane passa a mão pelos cachos os arrumando e sai do quarto também.

...

Os três vão até a casa de Neil, o melhor amigo de Angela. Eles se apresentam como sendo conselheiros de luto da faculdade dele.

- Eu não sabia que a faculdade tinha conselheiros de luto. – diz Neil desconfiado.

- Pois é. – diz Dean. – Você fala, nós escutamos. Talvez vá até para a terapia, ou em qualquer coisa que o ajude no processo de melhorar.

- Acho que estou bem, obrigado. – diz Neil e se vira para entrar na casa.

- Você sabe o que aconteceu com Matt Harrison, certo? – pergunta Jane. Neil se vira para ela.

- É, eu fiquei sabendo. – responde ele com uma expressão triste.

- Só queremos ter certeza que você está bem. – diz Sam. – O luto faz as pessoas fazerem coisas insanas.

- Olha, eu sinto muito pelo que aconteceu com ele... Sinto mesmo. – diz Neil. – Mas se Matt se matou não foi por luto.

- Não? – pergunta Dean. – Pelo que, então?

- Foi por culpa. – responde Neil. – A morte da Angie foi culpa dele e ele sabe disso.

- Como o Matt foi o culpado? – pergunta Jane.

- Ela realmente amava aquele cara. – responde Neil. – Mas na noite do acidente... Angela o pegou com outra garota. Ela estava transtornada e perdeu o controle do carro.

Jane olha para os lados. Dean e Sam continuam olhando para Neil.

- Eu preciso me arrumar para o trabalho. – diz ele. – Então... Obrigado pela preocupação, mas é sério... Eu estou bem.

Em seguida os três voltam em direção ao carro.

- Um espírito vingativo começa a fazer mais sentido. – diz Dean. – Ela estava furiosa.

- Então... Se a Angela se vingou do Matt, vocês acham que acabou? – pergunta Sam.

- Só tem um jeito de descobrirmos. – diz Jane e eles entram no Impala.

- E qual é? – pergunta Sam.

- Vamos queimar os ossos. – completa Dean com um sorriso para Jane.

- O que? – pergunta Sam sem acreditar. – Você está chapado? Angela morreu na semana passada.

- E daí? – pergunta Dean.

- E daí que não haverá ossos. – responde Sam. – Haverá um corpo em putrefação no caixão.

- E desde quando você tem medo de se sujar? – pergunta Dean.

Sam olha Jane que também não gosta muito da idéia, mas que acredita ser o único modo.

...

À noite, os três vão até o cemitério e param na frente da lápide de Angela. Jane olha para todos os lados, não há ninguém. Estica um dos braços e faz um movimento como se puxasse algo. De repente a terra começa a se mover. Um buraco é aberto. Eles se aproximam e olham dentro dele, onde vêem o caixão de Angela. Jane estica o braço novamente para abrí-lo, mas pára.

- O que foi? – pergunta Sam.

- Merda. – diz ela se virando nervosa. – O corpo dela não está aí.

- O que? – perguntam Sam e Dean ao mesmo tempo surpresos.

- Tem certeza? – pergunta Dean. Jane o olha nervosa. – O que faremos agora?

...

Em sua casa, Neil destranca o porão e desce até ele por uma escada estreita com uma expressão nada confortável. Pára imobilizado quando vê que há alguém ali. Uma moça. Ela se vira para ele e lhe dá um sorriso carinhoso. Em seguida ela se levanta e se aproxima dele.

- Senti sua falta. – diz Angela e o beija. Eles se olham. Neil não diz nada apenas a beija de novo.

...

- Enterraram o corpo há quatro dias. – diz Sam sem entender ainda olhando para o caixão no buraco.

- Vejam. – diz Jane e se agacha para ver melhor. Há algo no caixão.

- O que é isso? – pergunta Dean. – Já vi esses símbolos antes.

 - Claro. – diz Jane. – O livro que você viu na prateleira do pai dela.

Eles se olham.

...

No dia seguinte eles vão até o escritório do Sr. Mason novamente. Dean bate nervoso na porta.

- Dean... Pega leve. – pede Sam.

- Os amigos da Angie. – diz o Sr. Mason atendendo a porta com um sorriso.

- Sr. Mason... – começa Jane.

- Precisamos conversar. – interrompe Dean. Jane e Sam reviram os olhos.

- Entrem. – pede ele lhes dando espaço para passarem.

- Obrigada. – agradece Jane e eles entram.

Os quatro se sentam no mesmo cômodo de antes.

- Você ensina grego antigo. – começa Dean. – Me diga... O que é isso?

Ele mostra as letras do caixão ao Sr. Mason.

- Eu não entendo. – diz ele confuso. – Você disse que isso tinha algo a ver com Angela.

- E tem. – diz Dean nervoso. – Por favor. Estou de bom humor agora.

- Dean! – diz Jane. – Pára... Sr. Mason, nós só queremos que o senhor nos explique o que significa.

- Claro. – diz ele. – Há uma região na antiga Grécia que denomina ritual.

- Usados por Necromância, certo? – pergunta Jane.

- Correto. – ele concorda.

- Antes de virmos aqui, fomos até a biblioteca e fizemos nossa própria lição de casa. – diz Dean. – Aparentemente eles usam rituais como esse para se comunicarem com os mortos. Até mesmo trazê-los de volta à vida.

- É. – concorda o Sr. Mason ainda sem entender. – Digo... De acordo com as lendas. Agora... Sobre o que é isso tudo?

- Eu acho que... – começa Dean nervoso.

- Dean. – repreende Sam.

- Certo. – continua Dean. – Tem pessoas que eu daria tudo para ver novamente, mas quem lhe deu o direito?

- Dean! – diz Jane.

- Do que está falando? – pergunta o Sr. Mason.

- O que está morto tem que ficar morto! – diz Dean nervoso.

- O que?! – pergunta o Sr. Mason

- Pare! – grita Sam.

- O que você trouxe de volta nem é mais a sua filha. – responde Dean. – Essas coisas são vingativas, são perigosas. São tão asquerosas que apodrecem o solo ao redor. Qual é?! Você não viu ‘’ O Cemitério Maldito’’?

- Você está louco. – diz o Sr. Mason e vai até o telefone começando a discar.

- Onde ela está? – pergunta Dean.

- Saiam daqui. – manda o Sr. Mason. Dean pega o telefone e o desliga.

- Ela está escondida? Onde ela está?! – continua Dean gritando.

- Chega! – grita Jane. Eles a olham. – Olhem. As plantas estão com vida. Vamos embora. Estamos indo senhor.

- Vão, por favor. – pede o Sr. Mason.

 - Senhor nos desculpe. – pede Sam. – Não vamos aborrecê-lo novamente.

Em seguida os três saem da casa.

- O que deu em você, Dean? – pergunta Jane.

- Nada! – responde Dean nervoso.

- Esse homem é inocente... Ele não merecia aquilo. – continua Jane.

- Certo. – diz Dean. – Ela não está aqui. Ele deve estar a escondendo em outro lugar.

- Pára! Já chega, certo?! Chega! – diz Sam.

- Olhem, eu sei o que eu estou fazendo. – diz Dean.

- Não. – diz Jane. – Não sabe. Tem algo acontecendo aqui sim. Mas não vamos resolver nada desse jeito. Não do seu jeito.

- É, Dean... Eu não me assusto fácil, mas cara você está me matando de medo. – diz Sam.

- Não seja dramático, Sam. – diz Dean.

- Você está com sorte por isso se tornar um caso real. – diz Jane. Dean a olha sem entender. – Porque se não tivesse, você procuraria outra coisa para matar.

- O que? – pergunta ele surpreso.

- Você está nervoso, está irracional. – diz Jane. – Exceto pelo que está caçando. Você está ficando louco, Dean.

- E você se recusa a falar sobre isso. – diz Sam. – E não nos deixa ajudá-lo.

- Eu cuido de mim mesmo, obrigado. – diz Dean dando as costas para eles.

- Não! Você não pode. – diz Sam. – E quer saber? Você é o único que pensa que pode fazer isso.

- Você não tem que carregar isso sozinho, eu já disse isso antes. – diz Jane. – Ninguém tem. Por favor, Dean... Está te matando.

- Nós já perdemos o papai. – diz Sam. – Perdemos a mamãe. Eu perdi a Jessica.

- Não podemos perder você. – diz Jane. Dean os olha.

- Melhor sairmos daqui antes que os policiais apareçam. – diz Dean depois de um tempo. – Eu escutei vocês, certo? Sou um pé no saco. Me desculpem, mas agora temos um zumbi andando por aí e nós temos que achar um jeito de matá-la.

Sam e Jane se olham.

- Certo? – insiste Dean.

- Minha vida está tão estranha. – diz Sam.

- Não me diga... – começa Dean. - Vamos lá.

...

Na casa de Neil, Angela se senta no sofá da sala enquanto ele anda de um lado para outro.

- Querido, tem algo te aborrecendo? – pergunta ela percebendo sua expressão aflita.

- É sobre o Matt. – diz ele.

- Nós já não falamos sobre isso? – pergunta Angela.

- Eu sei, mas... – começa Neil.

- Nós já não desperdiçamos tempo demais quando ele estava pronto? – pergunta Angela com um sorriso. – Sente-se.

Neil se senta ao seu lado e ela acaricia seu rosto suavemente.

- Você sempre dizia que ele não me merecia. – diz Angela e se aproxima do ouvido dele. – Você estava certo.

- Angela... Você não foi atrás do Matt ou... – começa Neil preocupado.

- Eu estive aqui o tempo inteiro. – mente ela. – Neil, você acha mesmo que eu faria aquilo?

- Não. – Neil responde confuso. – Eu não sei. Não posso ajudá-la, você parece...

- Diferente? – pergunta ela. Neil concorda com a cabeça. - Você está certo. Eu estou.

Em seguida ela se senta em seu colo de frente para ele.

– Apesar de tudo, você é o único que realmente sempre me amou. Você provou isso, me trouxe de volta. Eu estou com você agora.

Eles se beijam.

- Não era isso o que você sempre quis? – pergunta Angela. Eles se olham e Neil lhe dá um sorriso.

...

No hotel, Dean, Jane e Sam pensam em um plano.

- Nós não podemos apenas matá-la com um tiro na cabeça? – pergunta Dean.

- Dean... Você deve estar mesmo chapado. – diz Jane.

- Então... Vocês estão me dizendo que não tem um jeito de torrá-la? – pergunta Dean.

- Não. – discorda Jane. – Muito pelo contrário. Tem muitos jeitos.

- Há centenas de lendas no ‘’Walking Dead’’. – diz Sam. – Mas todas elas tem métodos diferentes de matá-la. Alguns dizem para atear fogo, outros dizem para alimentar seus corações para cães ferozes... Esse é o meu preferido.

- Quem sabe o que é verdade e o que é mito. – diz Dean. Em seguida ele se vira para Jane.

- Alguns dizem que prata funciona. – diz ela.

- E você acredita? – pergunta Dean. – Se acredita, eu acredito.

- Então vamos começar. – diz Jane com um sorriso.

- Mas, como vamos encontrar Angela? – pergunta Sam.

- Temos que descobrir quem a trouxe de volta. – diz Jane. – O que não é nada difícil, não para mim. Já tenho alguém em mente.

- Quem? – perguntam Sam e Dean.

- Aquele cara... O Neil. – responde Jane.

- Neil? – pergunta Sam.

- Isso. – diz ela e pega o diário de Angela em cima da mesa abrindo em uma página específica. – Neil, realmente é um ombro amigo. Ele entendia bem o que eu passava com o Matt.

- Mas, isso não prova nada. – diz Dean.

- Eu esqueci de mencionar que ele é prof. Do Mason T.A? – pergunta Jane. – Que ele tem acesso aos mesmos livros que o Sr. Mason tem?

Dean lhe dá um sorriso.

...

À noite, eles vão até a casa de Neil. Jane abre a porta e eles entram.

- Olá? – diz Dean. – Neil! Somos os conselheiros do luto. Viemos para um abraço.

Ninguém responde. Dean pega sua arma.

- Balas de prata? – pergunta Sam.

- É... O suficiente para dar uma pancada e tirá-la de ação. – responde Dean e aponta sua arma para a frente quando eles recomeçam a andar pela casa.

- Não há ninguém na casa além de nós. – diz Jane. – Não sinto mais nenhuma energia. Mas que ela esteve aqui, esteve.

Dean e Sam olham para onde Jane olha. As plantas em cima de uma mesa estão todas mortas. Em seguida ela se aproxima da porta do porão.

- Pelo menos é onde ele mantém seus pornôs. – diz Dean. Em seguida Sam abre a fechadura calmamente. Quando a abre totalmente, Dean aponta sua arma. Não há ninguém. Eles descem a escada e vêem apenas uma cama velha.

- Parece que essa zumbi está encurralada. – diz Dean.

- É... Sem saída. – diz Sam. Jane olha para todos os lados. – Vocês acham que ela foi atrás de alguém?

Jane se aproxima de uma mini passagem na parede que parece uma janela e a abre, retirando a tampa que a cobre.

- Acho que ela foi dar um passeio. – diz ela. Dean e Sam olham preocupados. – Temos que encontrá-la e rápido, alguém pode estar em perigo nesse exato momento.

- Certo. – diz Dean. – Ela matou Matt porque ele a estava traindo, certo?

- É. – diz Sam.

- Ah, não. – diz Jane. Dean e Sam a olham. – A amiga de quarto da Angela. Aquela com quem a gente conversou, Dean. Ela estava muito abalada com a morte do Matt. Digo... Abalada mesmo.

...

Na casa que Angela vivia com sua amiga, esta vê triste uma foto de Matt com Angela. De repente ela ouve um barulho, deixa a foto no chão, se levanta para ver o que é e vai até a porta da frente.

- Olá? – pergunta ela abrindo-a. Não há ninguém. Se vira e grita com o que vê. Em seguida  Angela a pega pelo cabelo.

- Oi Lindsay, estou em casa. – diz ela e fecha a porta bruscamente. A garota escapa das mãos de Angela e corre para a cozinha. Angela pega uma tesoura em cima de uma das prateleiras e aponta para ela. – Você sabe o que você fez.

- Me desculpe. - pede Lindsay. – Eu sinto muito.

- Já chega! – grita Angela e a ataca com a tesoura. Lindsay se desvia, segura o braço de Angela, pega a tesoura e enfia no peito dela.

- Oh Deus. – diz ela sem acreditar no que fez. – Oh meu Deus.

De repente Angela abre os olhos e pega Lindsay pela garganta, a enforcando. Retira a tesoura de seu peito e se levanta junto com a garota. Se prepara para enfiar a tesoura em Lindsay quando uma bala atravessa sua barriga. Angela corre e foge pela janela. Lindsay demaia, mas Jane a segura antes que caia.

- Droga, aquela vadia saiu correndo. – diz Dean nervoso indo até a janela por onde Angela saiu.

- É sua culpa eu podia tê-la prendido. – diz Jane nervosa.

- Sinto muito. – diz Dean.

- E agora? – pergunta Sam.

- Temos que ter uma conversa com o Neil. – diz Jane. Em seguida eles partem.

- As balas de prata fizeram alguma coisa, certo? – pergunta Sam enquanto Dean dirige.

- A deixaram um pouco fraca, mas não é o suficiente. – diz Jane.

- O que mais podemos fazer? – pergunta Dean.

- Podemos pregá-la dentro de sua cova. – diz Jane.

- Sério? – pergunta Dean.

- Temos que fazer com que ela caia lá de algum jeito. – diz Jane.

- Mas como vamos levá-la para o cemitério? – pergunta Sam.

...

Um tempo depois ele entram no escritório de Neil, onde o encontram sentado em uma cadeira na sala com uma expressão preocupada.

- O que estão fazendo aqui? – pergunta ele assustado.

- Geralmente algumas pessoas fazem coisas legais para conquistar garotas. – diz Dean se aproximando dele. – Mas você...

- Ganha o prêmio. – completa Jane.

- Certo... Quem são vocês? – pergunta Neil.

- Porque não pergunta à Angela? – pergunta Jane.

- O que? – pergunta Neil sem entender.

- Nós sabemos o que você fez. – diz Sam. – O ritual... Tudo.

- Loucura. – diz Neil aflito.

- Sua namorada passou por essa experiência, otário. – diz Dean. – Não foi loucura. Quando alguém se vai, ela deve ir. Você não pode se meter com esse tipo de coisa.

- Angela matou Matt e tentou matar Lindsay agora há pouco. – diz Sam.

- Eu não sei do que vocês estão falando. – diz Neil.

Dean vai até ele e o arranca da cadeira.

- Sem mais mentiras, Neil. – manda ele nervoso.

- Há sangue em suas mãos. – diz Jane. – Você tem que nos dizer onde ela está para podermos fazer a coisa certa.

Neil olha para o chão.

- Diga! – grita Dean chacoalhando-o. Ele olha para Dean.

- Minha casa. – responde Neil. – Ela está em minha casa.

Os três se olham. Jane vê umas plantas em cima da mesa que de repente se curvam para baixo, morrendo.

- Tem certeza disso? – pergunta ela.

- Sim. – repete Neil. Jane olha uma porta na sala e olha novamente para Neil.

- Escute, realmente não importa onde ela esteja. – diz Jane. Dean e Sam a olham sem entender. – Só há uma maneira de pará-la. Temos que fazer outro ritual sobre a cova para reverter o que você fez. O que precisamos? Raízes pretas, erva daninha, algumas velas. É bem complicado, mas o trabalho será finalizado. Ela estará morta de novo em poucas horas. Acho que você devia vir conosco. É sério, Neil. Deixa com a gente.

- Não. – diz ele com a cabeça baixa. – Não.

Jane olha novamente para a porta em um dos cantos da sala e se aproxima de Neil, quase o tocando.

- Me escute. – sussurra Jane. – Saia daqui o mais rápido que puder. Com calma, não a magoe. E principalmente... Não a deixe nervosa.

Jane se vira para Dean e Sam.

- Vamos. – diz ela e os três partem. Em seguida, Neil vai até a porta que Jane estava olhando e vê Angela parada, o olhando.

- Você disse que ficaria em casa. – diz ele.

- Desculpe. – pede ela. – Eu precisava te ver... Neil, por favor.

Angela se aproximam dele e Neil se afasta.

- Você tem que me salvar. – pede ela. Neil vê sangue na camisa dela e um buraco, onde a tesoura foi cravada.

- Deus. – diz ele assustado e recuando.

- Venha comigo até o cemitério. – pede ela. – Eles estão tentando me matar. Nós temos que pará-los.

- Você quer dizer... Matá-los? – pergunta Neil. Angela confirma com a cabeça. – É verdade o que eles disseram sobre Matt e Lindsay?

- Eles me machucaram. – diz Angela. – Se você me ama, você não deixará ninguém me machucar de novo. Me leve ao cemitério e tudo isso vai acabar. Começaremos uma vida nova... Juntos.

- Certo. – diz Neil concordando com a cabeça. – Deus me ajude... Mas, certo. Vou pegar o carro. Apenas... Espere aqui.

Angela concorda com a cabeça e lhe dá um sorriso. Neil sai do escritório às pressas e vai até o carro parado na rua. Ele tira a chave do bolso e tenta abrir a porta com as mãos tremendo, mas a chave cai. Neil a pega, mas Angela aparece em sua frente e ele se assusta mais.

- Você parece nervoso. – diz ela.

- Não. Estou bem. – diz ele com a respiração ofegante.

- Você ia me abandonar? – pergunta Angela ficando nervosa.

- Não... Claro que não. – nega Neil mentindo.

- Você ia, não ia? – insiste ela, mas ele não responde. – Como pôde?... E eu te amava.

- Angela... – começa Neil, mas ela o pega pela cabeça e quebra seu pesçoco. Neil cai no chão morto e Angela olha para os lados com raiva.

...

No cemitério, Dean e Sam pegam as velas do carro e põem em volta da lápide de Angela. Jane as acende com um movimento de mão.

- Você tem certeza que isso vai funcionar? – pergunta Sam.

- Sinceramente... Não. – responde Jane. Dean e Sam a olham surpresos. – Foi a única coisa que pensei para falar na hora.

Em seguida ela olha para o lado.

- O que foi? – pergunta Dean.

- Ela está aqui. – responde ela. Os dois irmãos olham para todos os lados. Os três ouvem um barulho entre as folhagens. Sam retira uma arma de trás da calça, se levanta e começa a andar pela floresta atrás de Angela. – Sam...

Ele a olha.

- Toma cuidado. – pede ela e lhe dá um sorriso rápido. Ele a dá outro e desaparece entre as árvores. A expressão de Jane muda para preocupação.

- Ele vai ficar bem. – diz Dean a olhando.

- Eu sei. – diz ela com um sorriso para ele. – Eu sei que vai...

Sam ouve outro barulho e pára. Sente que há alguém atrás dele se aproximando. De repente ele vira e aponta a arma.

- Espere. – pede Angela. – Não é o que você está pensando. Não pedi para me trazerem de volta, mas ainda sou eu... Uma pessoa.

Sam a olha por um momento, mas atira do mesmo jeito. A bala acerta a cabeça dela, que dá um pequeno grito, surpresa. A expressão dela muda para raiva. Sam se vira e começa a correr. Angela corre atrás dele. Sam corre de volta para perto da lápide, mas ela o pega pelo cabelo e o derruba. Em seguida, ela pega sua cabeça e vai quebrar seu pescoço, quando Dean lhe dá um tiro. Ela cai para o lado, tenta correr, mas Jane lhe segura no ar com um dos braços. Dean lhe da mais tiros, a enfraquecendo. Jane a empurra para seu caixão, onde ela cai. Dean corre para dentro do caixão também.

- Não, por favor. – pede Angela, mas ele enfia uma estaca de ferro em seu coração.

- O que está morto, deve permanecer morto. – diz ele nervoso.

Jane pega a terra com seus poderes e coloca em cima do caixão novamente, o tampando.

- É para sempre dessa vez. – diz ela.

...

No dia seguinte de manhã, os três ainda permanecem no cemitério.

- Querem saber? Toda aquela coisa de ritual... – começa Sam. – Atraindo Angela até o cemitério... Muito bom.

- Obrigado. – agradece Jane com um sorriso. – Mas a idéia foi do Dean.

Sam olha para o irmão.

- Eu apenas li a mente dele. – diz ela. – Se não fosse por ele, eu teria tentado acabar com ela ali mesmo. O que não seria muito inteligente e poderia nos prejudicar.

Dean lhe dá um sorriso.

- Mas nós não nos usamos como isca? – pergunta Sam.

- Bom... – começa Dean.

- Cala aboca, Dean. – manda Jane já sabendo o que vai vir de sua boca.

- O que foi? – pergunta Sam.

- Eu ia dizer que você é mais o tipo da Angela, sabe? – responde Dean. – Ela é uma merda escolhendo garotos.

Jane revira os olhos.

- Ta com ciúmes? – pergunta Sam com um sorriso a ele. Jane o olha surpresa e dá risada.

- Ta brincando, não é? – pergunta ela. – Eu não.

Sam e Dean dão risada. Em seguida eles vão em direção ao carro. Dean pára, dá uma olhada para trás e vê o túmulo de sua mãe.

- Você quer ficar um pouco? – pergunta Sam. Dean continua olhando.

- Não. – responde ele depois de um tempo, se vira novamente e coloca suas coisas no carro. Sam e Jane fazem o mesmo. Os três entram no carro e partem. No meio da estrada, Dean olha pelo retrovisor e vê lágrimas caindo dos olhos de Jane. Em seguida, ele pára no acostamento e sai do carro.

- Jane... Sai do carro. – pede ele. Jane sai. Sam faz o mesmo.

- O que foi? – pergunta Sam sem entender ao irmão. Dean não responde, apenas olha para Jane.

- Fala. – pede ele a ela. – O que aconteceu? Você estava chorando.

- O que? – pergunta Sam olhando para Jane também.

- Me desculpe. – pede ela. Os três encostam na frente do carro.

- Pelo que? – pergunta Dean.

- Do jeito que eu tenho repreendido você. – diz Jane a ele. – Do jeito que eu tenho brigado com vocês dois. O pai era de vocês e não meu... É minha culpa ele ter morrido.

- Do que você está falando? – pergunta Sam.

- Quando voltei ao hospital. – começa Jane. – Quando eu me recuperei totalmente... Foi um milagre. Vocês não podem dizer que foi coincidência, por que não foi. Eu não sei como o demônio estava envolvido, eu nem mesmo sei como essas coisas aconteceram realmente, mas o John está morto por minha causa e isso é tudo o que eu sei.

- Nós não sabemos disso. – diz Dean.

- É. – concorda Sam. – Não está claro.

- Olha... – diz Jane. – Vocês dois são as pessoas mais importantes da minha vida. E agora... Eu nunca deveria ter voltado... Não foi natural.  Olha o que eu fiz. Eu estava morta e eu deveria estar morta.

- Não fala isso. – pede Dean nervoso.

- Você acha que eu conseguiria viver sem você? – pergunta Sam com lágrimas caindo de seus olhos e a abraça. – Eu já perdi pessoas importantes de mais na minha vida. Não aguentaria perder você também.

Dean pega uma das mãos de Jane e a acaricia enquanto Sam a abraça de lado e passa a mão em seus cachos. Ela olha para frente e chora mais.

Fim do Quarto Capítulo da Segunda T. de Supernatural


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Notas finais do capítulo

Reviews??? Bjsss...^.^



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