Pov Steve Rogers

Acordo, mas não me levanto da cama, prefiro ficar mais um tempo deitado, aproveitando a escuridão do dia que ainda nem havia começado, refletindo tudo que havia acontecido nestes últimos dias.

Nem parece que já estamos vivendo assim a quase duas semanas. John, vem praticamente encontrando Sarah quase todos os dias e malmente me lembro quando foi a última vez em que eu, Helena e Sarah tivemos um momento só nosso. Eu tenho levado tudo numa boa, apesar do pai da Sarah forçar a barra as vezes, e eu não digo sobre a relação que ele está construindo com a pequena, mas suas tentativas de reconquistar minha amada Helena.  

Sou muito paciente, mas confesso que as vezes tenho que me manter afastado para que meu ciúme não tome conta. Helena sempre me agradece por eu ser compreensivo, todos nós sabemos que é uma situação difícil de lidar, mas fazemos conscientes que este é o melhor caminho para nossa pequena.

Sarah até deixou um pouco da sua desconfiança de lada. Minha garotinha é esperta e havia notado de cara que a presença de John estaria associada ao estado de preocupação de Helena. Foi muito complicado no começo, ela praticamente se recusava a passar algum tempo com John, pois afinal para Sah, ele estava diretamente relacionado ao mal-estar da mãe.

Ouço um pequeno gemido ao meu lado. Helena deve estar acordando. Ela está deitada de bruços com rosto virado na minha direção. Seus olhos abrem preguiçosamente e assim que eles encontram os meus, ela abre um pequeno sorriso.

—Bom dia, amor. Helena fala enquanto movimentasse lentamente. Ela me dá um rápido selinho e coloca a cabeça em meu peito.

—Bom dia, minha amada. Beijo o topo de sua testa. -Está se sentindo bem?

—Sim. Bastante disposta, e morrendo de vontade de passar o dia na cama. Ela fala brincalhona.

Lena além de toda a preocupação com o aparecimento do pai da Sarah, estava bem ocupada esses últimos tempos, já que Pepper Potts, havia confiado a ela e uma das suas colegas a missão de tomar a frente das Industrias Stark durante seu período de licença maternidade, e por disto seu trabalho praticamente havia triplicado, devido ao treinamento.

—Também gostaria, mas nossas responsabilidades batem à porta em três, dois, um.

—Mamãe, papai. Sarah praticamente grita enquanto bate várias vezes na porta.

—Como você consegue fazer isso?

—Não sei, talvez seja minha intuição. Brinco entre risos e me levanto para abrir a porta.

Sarah me recebe com um sorriso e os braços levantados. Eu a pego no colo e beijo várias vezes o seu rosto. Ela ri alto e quando me aproximo da cama, ela praticamente pula na direção de Helena.

—Alguém acordou bem animada hoje. Helena bagunça os cabelos de Sarah. –O que minha filhota vai querer comer hoje para manter essa energia?

—Panquecas! Sarah grita.

—Então que venham as panquecas! Helena a acompanha.

Meia hora depois estamos reunidos a mesa, fazendo nosso desjejum como se nada tivesse acontecido. Sarah tenta adivinhar como será a nossa nova casa, enquanto eu e Helena tentando manter este segredo, afinal, ainda não havíamos feito qualquer decisão.

—É uma casa na árvore? Diz que sim.

—Só se você quiser como animal de estimação um macaquinho, minha querida. Helena brinca. 

—Então poderia ser praia, e assim teríamos um golfinho ou uma tartaruga como animal de estimação.

—Que espertinha! Toco na ponta do seu nariz a fazendo rir.-Mas você não queria um cachorro?

—Não. Um cachorro, vários peixinhos, um gato, um camaleão...

—Acho que teremos uma veterinária na família. Helena comenta sorridente enquanto bebe mais um gole de seu café.

—Veterinária, policial, médica, enfermeira, advogada, cientista e administradora como você mamãe.

—Oh minha lindinha quer ser como eu? Sarah balança a cabeça em afirmação.

—E como papai e os meus tios também.

—Porque todas elas minha pequena? Pergunto admirado.

—Ora, porque vocês são heróis e tornam o mundo um lugar melhor. Eu quero ser como vocês.

—E você será minha macaquinha. Helena fala emocionada, se levanta e distribui vários beijos no rosto de Sarah.

Eu me levanto também e me junto a elas. É um momento especial. Um dos poucos que eu pude passar com a minha pequena família.

Após o nosso café da manhã, cada um seguiu o seu destino. Deixei as garotas na Stark e segui para meu trabalho na polícia, já que pelo menos na Shield tudo estava tranquilo, eu poderia dedicar um tempo no meu emprego disfarce.

Pov Tony Stark

Eu e minha boca grande! Por que eu tinha sempre que falar demais e ter sugerido os nomes para os gêmeos antes mesmo que ela me revelasse que estava esperando um casal? Dona Pepper estava furiosa e com toda a razão, apesar disso ter acontecido a algumas semanas atrás.

—Pimentinha me desculpe.... Tentei suplicar novamente quando ela apareceu no cômodo em que eu estava.

—Eu já te perdoei Anthony, mas se colocar uma escuta novamente na minha bolsa ou em qualquer lugar.... Não vai desejar estar na sua pele, entendido?

—Sim senhora. Respondo ao mesmo tempo que fico esperançoso.

—E mais uma coisa! Você definitivamente não irá escolher o nome dos nossos filhos. Onde já se viu, Lassie e Hachiko? Nomes de cachorros que você viu em filmes.

—São nomes legais, e ...

—E você vai matar nossos filhos de vergonha. De qualquer maneira. Ela pega dois babadores de criança e coloca na minha mão.

—Emma e Ben? Leio os nomes que estão bordados neles.

—O que achou? Ela parece estar um pouco receosa.

—Achei uma boa escolha. Emma e Benjamim Stark. Coloco minhas mãos na barriga volumosa de Pepper e sinto dois chutes um de cada lado.-E parece que eles também.

Pov John Allen.

Vou para a Stark perto do horário de almoço. Sei que não havia combinado nada para hoje com Helena, mas arriscaria mesmo assim tentar passar um tempo com ela e Sarah, já que costumam geralmente fazer essa refeição juntas e nem sempre o tal Steve está por perto neste horário.

Dou duas pequenas batidas na porta da sala de Helena e aguardo uma resposta indicando para que eu entrasse. Ela logo permite minha entrada e assim que me ver seu rosto expressa uma leve careta.

—Ah, é você? Não temos nada para hoje.

—Eu sei, mas você me conhece...

—E você é mais teimoso que uma mula, e vai ficar me irritando até que eu ceda.

—Não era bem isso que eu...

—John, não precisa mentir. Não se esqueça que convivemos por quase dois anos.

—Será que um dia retornaremos aos bons tempos? Falo diante da frieza dela.     

—Você eu não sei, mas eu pelo menos estava...não, estou vivendo bons tempos com Steve.

—Problemas no paraíso? Falo sem conseguir disfarçar minha animação.

—Nenhum. Não depois da noite de amor que tivemos ontem. Ela soa provocante. –Agora se me dá licença, tenho que enviar essa papelada antes de sair para meu horário de almoço. Ela se levanta com uma pasta marrom em mãos, passa por mim, para na porta e a abre indicando que eu passasse.

Saiu da sala e ela vem em seguida fechando a porta atrás de si. Fico seguindo ela por toda parte, esperando pacientemente pelo fim de seu expediente da manhã.

—Vai dar uma de sombra?

—Sim. Respondo de modo irritante e ela bufa indo até o elevador e apertando para o andar onde fica a creche da Sarah. Eu a sigo e fico parado bem atrás dela.

Helena apoia sua mão direita em uma parede, enquanto abaixa um pouco sua cabeça. Noto de cara que havia algo estranho e me aproximo dela. Percebo que ela vai cair e antes que isso aconteça a seguro firmemente, deixando nossos corpos praticamente colados.

Me aproximo de seu rosto que está um pouco pálido e fico admirando-a. Passo a minha mão pelos seus cabelos e quando penso em beija-la nos lábios, a porta do elevador abre e revela Steve Rogers.