One Last Time escrita por RitinhaSilveMo


Capítulo 3
Heroes


Notas iniciais do capítulo

3º capítulo, espero que gostem *-*



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Eu fui idiota.

Como acreditei que na prisão só estavam presente o pequeno grupo que Rick me apresentou.

Ainda há Sasha, Lizzie, Mika, Bob, Michonne, e outros.

Devo admitir que a vida por aqui é pacata, lógico que não posso reclamar, eles me acolheram, todos, exceto Carl, que não fala comigo direito, eu também evito ele.

Desde que eu cheguei a prisão, já tinha passado uma semana, e ganhei como amiga Beth, que era só alguns anos mais velha que eu, ela me contava sobre sua vida enquanto cuidava de Judith.

– Você tinha irmão, Lanie? – Sorri quando ela me chamou pelo meu apelido preferido, mas ao mesmo tempo fiquei triste com a pergunta, me lembrar deles doía muito, me doeu também o jeito que ela usou o “tinha”, ao invés de “tem”.

– Sim, tinha, eu tinha um mais velho, Gael, ele morreu em um acidente de carro, eu era pequena.

– Ah, me desculpe, eu... eu sinto muito. – disse Beth com doçura. – Mas você não tem mais algum?

– Não... É, Beth, eu não, não quero falar sobre isso, entende?

– Claro, desculpe. – Ela sorriu para mim.

Estava virando um tédio isso, minhas opções eram ajudar na cozinha ou ajudar a cuidar de Judith, nenhuma das duas me agradava. Eu estava sentada na grama, olhando para as grades, onde os mortos tentavam passar quando, em um movimento, alguém sentou do meu lado.

– Eu ainda não sei seu nome.

– Você também não me disse o seu, Carl. – Respondi sorrindo.

–Bem, vejo que você já sabe.

– É, eu sei.

– No que está pensando, Srta. Desconhecida? – Ele perguntou me provocando.

– Como eu podia ser mais útil aqui.

– Você já é, ajudar a cozinhar! Ninguém gosta disso, fala sério, o melhor é comer já pronto. – Ele exclamou.

Então eu olhei para ele e por reflexo, ele também, e simultaneamente ele começou a rir, uma risada inocente, verdadeira. Eu o acompanhei, eu já estava sem fôlego quando falei:

– Melanie.

– O quê? – Carl me olhou confuso.

– Meu nome, Melanie.

– Ah, bom, muito bom, chamar alguém de desconhecido quando conhece a pessoa só não sabe o nome é realmente muito estranho. – Carl disse.

– Eu realmente queria ser mais útil aqui, está tedioso, e seu pai ainda leva o título de herói por “encontrar a menina perdida”.

Rimos mais um pouco, era bom eu estar me enturmando.

– É, ele sempre leva. – Ele disse, olhando através da cerca.

– Sabe o que eu acho?

– O que?

– Que podemos ser heróis, eu e você

– Parece um bom plano, Melanie.

Depois disso, Carl me deixou ali, sozinha, sentada, olhando para o nada. Aquele papo de heróis foi uma descontração, foi bom conversar com Carl, no fundo ele só é um menino problemático em busca de atenção. Na verdade todos nós estamos em busca de atenção.

O dia passou rápido, o que para mim, foi maravilhoso. Estávamos reunidos na hora da janta, todos, e meus pensamentos me levaram naquela mesma tarde, a risada de Carl ecoava em meu cérebro, quando Daryl me chamou a atenção.

– Você ouviu o que eu disse, Garota?

– Desculpe, eu acho que não prestei a atenção em você, Caipira.

– Eu dei uma casa para você, e sou chamado de “Caipira”. – Ele diz, fingindo estar ofendido, todos no refeitório soltam risadas.

– Na verdade, não querendo cortar você, mas Rick é que realmente ofereceu a casa.

– Digamos que, eu fiz parte do plano. – Ele disse e ouvimos mais risadas.

– Ok, Caipira, vamos parar com isso e me diz o que quer.

– Eu perguntei se sabe usar Arco e Flecha.

– É uma das poucas coisas que posso dizer que sei fazer. – Dessa vez foi a vez de Rick rir, e todos rimos junto.

– Onde aprendeu? – Perguntou Glenn.

– Papai era dono de uma fazenda, no interior de Georgia, e ele me ensinou a atirar, papai achava as armas silenciosas mais valiosas, e com o tempo, se tornou uma rotina, eu e ele fazíamos pequenas competições, era divertido. – Assim que soltei a última palavra, o silencio se formou, acho que eles esperavam que eu me derramasse em choro. Não aqui, pensei.

– Certo, então já sabemos que você é ótima com alvos, e nunca vamos te deixar com raiva, você é desde pequena treinada, Deus é que me livre de deixar você brava! – Exclamou Glenn, cortando aquele silencio, e todos voltamos a rir.

Pela primeira vez em muito tempo me senti feliz. Feliz, com certeza, essa palavra estava quase sumindo do meu vocabulário. Era como ter uma família de novo. Era bom, viver com gente que gosta de viver com você.


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