O que o destino aprontou dessa vez? escrita por Aquariana


Capítulo 41
Capítulo 41 - Bom dia, ruiva


Notas iniciais do capítulo

OLÁ LEITORES! COMO VÃO?!
Devem estar se perguntando o porquê da caixa alta.
Resposta: É A EUFORIA, MEU POVO!
O capítulo já está prontamente revisado, editado e a postos para ser lido por vocês!
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/654433/chapter/41

– Dan... Dan? – Sussurrava ela, com o rosto enfiado no travesseiro. Esperava que ele respondesse, porém nada ouviu. Passou a mão pela cama, mas só sentiu o edredom macio em sua pele. Levantou o rosto a procurá-lo, e não encontrou ninguém. Sentou-se e enfim teve a certeza de que estava sozinha em seu quarto.

Nua, ela enrolou os lençóis pelo corpo e antes de caminhar até a porta, encontrou um bilhete sobre seu criado mudo. Logo pegou-o e começou a ler, aquela letra não tão aprimorada, pois pelos traços, certamente teria sido escrita às pressas.

"Bom dia, ruiva. Adoraria ficar e esperar que acordasse, mas tive que sair logo. O dever me chama, mas quando puder, mantenho contato.

Beijo na boca.

Daniel N."

“Beijo na boca, hein?” repetiu mentalmente, talvez imaginando e sentindo psicologicamente tal ação.

Tomou banho, arrumou-se e foi para a cozinha, onde encontrou Ellen.

– Você trouxe ele pra cá? – A morena perguntou séria, assim que a viu chegando.

– Bom dia pra você também, Ellen.

– Bom dia. Você trouxe ele pra cá?

– Bem, eu trouxe. Você... ficou brava? – Indagou, insegura. Porém a outra se desfez da cara fechada e começou a gargalhar. – Está rindo do que?

– É brincadeira, boba!

– Poxa, Ellen! Você quase me mata do coração! Pensei que tivesse ficado zangada comigo.

– Nunca! Ainda mais quando se trata de Daniel Nascimento, senhoras e senhores! – Ellen bateu palmas para ela, ou quem sabe para si mesma. Vai saber. – Pelo visto a noite foi boa. Assim que cheguei, já vi um monte de roupas e sapatos espalhados pela sala.

– Ele me deixou um bilhete.

– Bilhete?

– Sim, em cima do criado mudo. – Disse-lhe estendendo o pedaço de papel. Com um sorriso, Ellen o leu atentamente.

– Ruiva, não é?

– Afinal, eu não sou?

– É. Está na cara. Só acho uma pena ele ser tão ocupado assim. – Lamentou, relendo as frases.

– Já falei isso, mas parece que não adiantou de muita coisa. Ao menos ele gosta do que faz. Então é por uma boa causa.

– E você?

– Eu? Eu também gosto do que faço.

– Não, boba. Você não tem que trabalhar?

– Ah é verdade! Já estou indo.

Enquanto tomava um banho de água fria, Luana tinha a leve impressão de estar esquecendo alguma coisa, e não sabia o que. Porém talvez pouco importasse, afinal ela ainda tinha um dia inteiro pela frente.

...

Foi fazendo ultrapassagens e a uma certa velocidade que o humorista chegou em seu local de trabalho. Estacionou o veículo e enquanto subia os andares do prédio, olhava tenso para o relógio do celular.

Batia um dos pés no chão, acompanhando o ritmo da música dentro do elevador. Parecia apressado. Aliás, não só parecia, como estava. Assim que as portas abriram-se, foi a longos passos até a sala principal daquele andar, onde entrou e se deparou com os demais.

Logo que o viu, Anderson encarou-o de cabeça baixa, como se quisesse lhe dar sermão com o olhar. Daniel certamente entendeu o recado. Pôs a mochila sobre a mesa, e sentou-se como se nada houvesse acontecido.

– Desta vez, DESTA VEZ, você se SUPEROU. – O mesmo lhe disse.

– Eu... tem razão. Desculpe.

– Ainda bem que reconhece. Por acaso já viu que horas são?

– 9:48. – Daniel respondeu cabisbaixo, enquanto conferia o horário novamente.

– 9:48! Você está quase 2 horas atrasado!

– Pensei que nem viesse mais. – Comentou Elídio, do outro lado da sala.

– Eu realmente sinto muito. OK? Não precisa mais me dar bronca. Já entendi o recado. – Anderson respirou fundo com os dizeres do outro.

– Tá, tá. Faz seu trabalho aí. Mesmo eu sabendo que você vai fazer a mesma coisa amanhã. – Disse por último, dessa vez mais baixo. O outro nada mais disse, apenas ficou calado e fez o que lhe foi dito. Além do mais sabia que ele tinha toda a razão de estar zangado. Seus atrasos já eram tipicamente cotidianos.

Quando deu a hora de saírem, todos levantaram-se e foram embora, exceto Daniel, Elídio e Cláudia, que foram os últimos.

– Você não vem, Dani? – Claúdia dirigiu-se ao barbixa, que no momento estava concentrado na tela do notebook.

– Não. Tenho que compensar o atraso de hoje.

– Se você fosse compensar cada atraso seu, iria trabalhar alguns dias a mais. – Dessa vez, disse o outro barbixa. – Ah Dani, deixa disso e vem logo.

– Podem ir, depois eu vou também.

– Só não demora muito. Vem, Cláúdia. – Saíram os dois, deixando-o sozinho.

Tempos depois, quando enfim terminou boa parte do que estava para fazer, decidiu pegar suas coisas e ir também. Antes de levantar da cadeira acolchoada, parou por um instante e olhou a sua volta. Já havia esquecido como era bom o som do silêncio naquele lugar, onde sempre se ouviam pessoas conversando alegremente, música ambiente e sons das teclas de computador sendo pressionadas num curto espaço de tempo.

Passou a encarar as fotos do quadro na parede, as placas de cem e um milhão de inscritos fixadas na mesma, as quais tinha orgulho, e um outro quadro ainda maior, com o logo da Cia. a qual fazia parte há tantos anos. Tentou relembrar ali, momentos que lhe fizeram rir, que lhe foram marcantes ou improváveis. Lembrou então da vez em que o companheiro de cena caiu do palco, e da vez em que fez uma de suas piores piadas, esta que ainda assim, conseguiu provocar risos no público. Riu de si mesmo.

Enfim, levantou-se, pegou suas coisas, trancou o lugar e saiu.

Visto que estava “morto” de fome, já que não comeu nada antes de ir para lá e até agora também não, foi até o restaurante que ficava ao lado, onde ia frequentemente. Ele tinha uma mesa favorita. Sim, tinha. Não sabia o porquê, mas gostava de sentar ali, em uma das altas que ficava quase ao centro. Logo que entrou, foi até ela e acomodou-se. Pediu um prato qualquer e se pôs a esperar.

Daniel ainda não havia notado, porém um homem, pelo qual não simpatizava nem um pouco, estava na mesa da frente. Quando levantou a cabeça para olhar o movimento de pessoas, o viu.

“O que o Lucas está fazendo aqui?!”. O barbixa sentiu o sangue subir à cabeça. Sentiu-se incomodado com a presença dele ali. Por que diabos Lucas tinha que estar lá, justo hoje, justo agora e ainda mais na mesa da frente?

A comida logo chegou. E por instinto, Daniel preferiu fingir que não o havia visto e que o mesmo não estava lá. Olhava para a entrada do restaurante, depois olhava para os garçons que passavam pra lá e pra cá, sempre mudando o olhar de direção, porém, hora ou outra observava de relance a mesa da frente, e consequentemente, Lucas. Querendo ou não querendo, acontecia. E era algo involuntário.

Para sua desgraça, em uma das vezes que o observou, seus olhares cruzaram-se. Ambos tinham uma expressão séria e um tanto desprezível para com o outro. O barbixa foi o primeiro a desviar o olhar. Mesmo sem ter terminado sua refeição, chamou o garçom e pediu a conta. Saiu sem dizer mais uma palavra, qualquer que fosse.

Enquanto voltava para casa, sentia ódio só de lembrar de tudo o que aquele homem lhe fez.

– Não, não é possível. – Falava consigo mesmo enquanto dirigia seu carro em meio ao trânsito movimentado. – Como se já não bastasse tudo o que já aconteceu, eu ainda encontro ele no restaurante que fica DO LADO DO MEU TRABALHO, e tenho que aturar ficar no mesmo ambiente que ele e respirar o mesmo ar que ele. Aí é demais.

Daniel achou melhor não dizer nada à Luana nem a ninguém. Afinal não queria trazer preocupações nem causar mais nenhum alvoroço ou discussão. Agora, outra coisa importava, e realmente era motivo para se preocupar: pedi-la em namoro o quanto antes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Veremos!
Obrigada por lerem e até a próxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O que o destino aprontou dessa vez?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.