O que o destino aprontou dessa vez? escrita por Aquariana


Capítulo 27
Capítulo 27 - Já amanhecia


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, como vão?
Aproveitem o capítulo.
Boa leitura!



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Já amanhecia e os primeiros raios de sol eram evidentes. O relógio biológico de Luana já dizia que era hora de acordar. Ela, ainda com os olhos fechados, sentia que alguém lhe abraçava por trás. Lembrou-se da noite anterior e notou ser Daniel. Tentou lembrar-se de mais alguma coisa da noite passada, e para sua sorte, ou azar, concluiu que não havia acontecido nada a mais entre ambos.

Ela tentou levantar-se sem acordá-lo, o que não adiantou muita coisa.

– Já vai levantar? – Sussurrou ele com os olhos entreabertos.

– Tenho que trabalhar, esqueceu?

– Ah... é. – Ele sentou-se lentamente na cama e descobriu-se. – Esse negócio não para de doer.

– O corte? – Ela perguntou conferindo o curativo em seu pulso.

– Sim.

– Não é pra menos. Foi muito profundo. Por sorte não perfurou nenhuma veia, mas o sabichão aí não quis ir pro hospital.

– Deixa isso pra lá. Vem, vamos levantar. Pode usar a suíte, eu vou no outro banheiro.

– Está bem. – Ela foi e tomou um banho de poucos minutos, tirou a blusa dele, que por sinal tinha seu delicioso cheiro e vestiu a roupa que usou na noite anterior. Penteou os cabelos, conferiu sua aparência rapidamente no espelho e foi para a cozinha onde já o encontrou de banho tomado e bem vestido, preparando o café da manhã.

– Espero que goste de um café forte.

– É meu preferido. – Disse ela sentando-se e apoiando os braços na bancada.

– Então, dormiu bem?

– Sim, embora eu quase tenha morrido de frio.

– Hm... vai dizer que depois que eu te abracei você não dormiu melhor?

– Dormi sim, não nego. Fiquei mais aquecida.

– De nada. – Disse ele mesmo sem ela ter o agradecido, e pôs alguns aperitivos sobre a bancada. – Eu te deixo no trabalho.

– Eu vou de metrô.

– Nada disso. E não insista, mocinha. – Disse ele como quem fala com uma menina. Sentou-se junto a ela e comeram. Poucos minutos depois, já devidamente alimentados, eles se preparavam para sair quando a empregada chegou.

– Bom dia, Silvia. – Disse Daniel enquanto ela guardava as chaves.

– Bom dia, seu Daniel. – Só então ela notou a presença de Luana, e olhou-a com certa admiração, já que não esperava encontra-la lá, ainda mais a essa hora do dia e logo pressupôs que ela teria passado a noite com o patrão. Abriu um sorriso imenso só de pensar nessa hipótese. – Ah, bom dia também, dona Luana.

– Oi, Silvia. Como vai a senhora?

– Muito bem. O senhor vai sair agora, seu Daniel?

– Sim, eu vou deixar a Lua no trabalho, e depois vou resolver umas coisas do meu também, mas não demoro. – Disse abrindo a porta e saindo, seguido de Luana.

– Tchau, Silvia. Foi um prazer ver a senhora de novo.

– Tchau, flor.

Já dentro do carro, ela perguntou encabulada ao barbixa:

– Ela me chamou de flor?

– Ah, sim. Ela chama de flor quem ela gosta e de querida quem ela odeia. – Respondeu com um daqueles sorrisos meigos, que só ele sabia dar.

– Então isso é um bom sinal. E olha, esse é o endereço. – Ela também sorriu, enquanto indicava no GPS onde ficava a clínica nutricionista.

Durante o trajeto, ele ligou o rádio. Assim que ouviu a música, Luana alegrou-se. A conhecia, e muito bem.

– Conhece a Banda do Mar?

– Há algum tempo.

– Quer fazer que nem naquela vez?

– Que vez? – Ele direcionou seu olhar ao dela rapidamente, e começou a cantar. Ela enfim lembrou do dia em que com muito ânimo, cantaram dentro do carro dela enquanto levava-o para casa. Deixou a timidez de lado e juntou-se a ele.

“Mesmo que não venha mais ninguém
Ficamos só eu e você
Fazemos a festa
Somos do mundo
Sempre fomos bons de conversar

Eu só espero que não venha mais ninguém
Aí eu tenho você só pra mim
Roubo o teu sono
Quero o teu tudo
Se mais alguém vier não vou notar

Preciso de você
Pra me fazer feliz
Não quero mais ficar aqui

Preciso viver só
Pra me fazer maior
Mas quando você vem
Eu fico melhor”

As vozes misturavam-se formando um lindo coro em dupla. Demoraram um pouco a chegar, até que o carro parasse em frente a clínica.

– Chegamos.

– Foi muito divertido. Obrigada pela carona.

– Não há de que. E provavelmente poderemos nos ver segunda-feira.

– Ainda bem que existem redes sociais e operadoras telefônicas, por que senão eu não sei o que seria da gente. – Ambos cruzaram olhares e foram aproximando-se lentamente. Seus lábios se encontraram quando ele ainda tinha uma das mãos ao volante, levando a outra a sua nuca, afastando-lhe os cabelos ruivos. Ela pôs a sua sobre a dele e deixou a outra sobre a coxa, apertando-a a cada movimento de lábios. Separaram-se, passando ainda alguns segundos com os rostos próximos, como se um não quisesse sair de perto do outro. – Tenho que ir. – Disse ela ainda ofegante.

Abriu a porta do carro e saiu. Olhou para trás enquanto passava pela porta de vidro e por último sorriu, enfim entrando. Ele foi embora, em direção ao terceiro andar de um certo prédio, que há anos era exclusivo da Cia. para tais reuniões e outros assuntos. Provavelmente, encontraria todos a sua espera.

Bateu na porta e foi Anderson quem o recebeu.

– Atrasado. – Disse-lhe com cara de taxo ao ver Daniel do lado de fora.

– Tá, já sei.

– A mesmice de sempre... anda, entra. – Deu espaço para que ele passasse. Foram até a sala principal, onde estavam os produtores e demais integrantes. – O quinto membro do trio acabou de chegar. – Anunciou.

– Oi, cinderela. – Disse Jefferson, sentado em um dos sofás e bebendo em um copo algum líquido escurecido que o barbixa não soube identificar.

– Oi. Desculpem o atraso, tive que ir pra outro canto antes de vir pra cá.

– Pelo menos a resposta dele mudou dessa vez. – Disse Cláudia, assistente de produção.

– Ok, podemos começar a reunião? – Daniel perguntou.

– O que foi isso no teu braço? – Perguntou Elídio sentado em uma poltrona branca e aveludada.

– Eu me cortei.

– Danieeeeeel?! Sua mamãe sabe que você anda cortando os pulsos? – Anderson brincou, enquanto sentava-se ao lado de Jefferson, fazendo todos rirem.

– Rárárá. – Daniel riu ironicamente. – Como você é engraçado, Anderson.

– E como foi que você se cortou mesmo? – Perguntou Jeff.

– Simples: eu estava em casa, escorreguei, quebrei uma taça, me cortei e blá blá blá.

– E desde quando você usa taça em casa? – Perguntou o mais alto.

– Que é? Não posso mais usar taças dentro da minha própria casa? – Ele perguntou fingindo indignação. Então viu todos olhando pra ele, provavelmente esperando uma resposta mais comovente. – Tá, eu levei a Luana pra jantar lá em casa e por isso a taça.

– HUMMMMMM... – Conclamaram todos em um coro.

– Não estamos ensaiando o Imitose, gente. – Disse ele meio constrangido e fazendo todos rirem.

– Usou camisinha? – Perguntou Elídio fazendo-os rir ainda mais.

– Estou usando uma agora, não está vendo? – Respondeu ele esticando sua camisa xadrez.

– Meu Deeeeus, que trocadilho ruim! Ruim, mas muito ruim mesmo! – Observou Anderson.

– Tá, chega de graça. Vamos começar. – Disse Cláudia, salvando Daniel de mais algum constrangimento. Ele logo sentou-se, e só pôde olhar para ela como quem diz “Obrigado por salvar minha pele”. Ela entendeu o recado e enfim deram início a reunião.


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Notas finais do capítulo

Música: Mais Ninguém - Banda do Mar
Obrigada por lerem e até a próxima!



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